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História das ideias e das representações sobre a língua(gem)

Com intuito de responder a algumas questões em torno dos procedimentos metodológicos, e outras que se colocam ao longo desta parte da pesquisa, inscrevemo-nos no interior do campo da história das ideias linguísticas e das representações dos saberes em ciências da linguagem. Tal inscrição procura seguir as abordagens teóricas e metodológicas desenvolvidas na França e no Brasil, reconhecendo seus constantes diálogos bem como as diferenças constitutivas da produção científica em estudos de linguagens em ambos contextos.

Assim, diante dessa questão, é preciso compreender a seguinte reflexão epistemológica para evitar interpretações por vezes contraditórias na esteira de nossas leituras.Trata-se de três aspectos fundamentais: a)o trabalho historiográfico quanto à constituição do corpus, às escolhas; b) a compreensão do objeto a partir de determinadas “lentes” teóricas ; e c) o papel do historiador na constante prática de descrição/interpretação.

O primeiro aspecto diz respeito àquilo que compreendemos por fazer historiográfico quando a tarefa se desenvolve em história das ideias linguísticas. Ela diz menos respeito ao objeto linguagem em si que se pretende estudar e mais à concepção de história com a qual se pretende trabalhar. Ela está ligada ao que compreendemos por saber, ideia e teoria em ciências da linguagem. O uso do termo historiografia não tem relação direta com uma prática histórica das grandes invenções, das teorias, do espírito de uma época e das mentalidades e das grandes temporalidades, muito menos requer uma tradição de escrita linear do pensamento histórico. Trata-se de uma história das representações, compreendendo as

44 condições técnicas, institucionais e sociais que possibilitaram determinadas práticas que permitem a leitura da imagem.

O segundo diz respeito à noção de representação19 ligada à natureza do objeto (em

nosso caso específico a presença da imagem e os conceitos a eles relacionados), evitando, portanto, o conceito de fato histórico. Do ponto de vista discursivo, o fato é também de natureza representável e, por isso, um construto histórico sujeito a distintos processos de interpretação, o que nos afasta da noção de verdade absoluta e empiria. Portanto, ele tem tanto a ver com o trabalho de descrição e de interpretação dos “fatos” e fenômenos linguageirosquanto comseus distintos modos de recepção e reprodução.

Quanto ao trabalho do historiador das ciências da linguagem, sua tarefa é então criar condições de reflexões sobre a epistemologia dos estudos de linguagem através de informações fiáveis de três ordens (COLOMBAT, FOURNIER, PUECH, 2010, p.13): as teorias antigas, os conhecimentos que elas produzem e os conceitos por elas elaborados; o modo como os problemas foram postos e difundidos e, finalmente, os problemas mais gerais e fundamentais que se nos apresentam. Nessa tarefa, cabe ao historiador dos saberes linguísticos e das representações linguageiras relativizar os fatos sob pena de desconhecer a própria historicidade constitutiva dos fenômenos que ele se propõe descrever.

Inspiramo-nos então nas reflexões traçadas por Colombat, Fournier e Puech (2010), quando afirmam que, ao se procurar (des)escrever uma parte da história da linguística, deseja- se menos fazer um trabalho normativo ao se assumirem fazendo uma história das teorias

linguísticas. Para estes linguistas, a própria noção de teoria convoca uma série de domínios que requer levantamento de conceitos, procedimentos, ferramentas e técnicas a fim de

19Valemo-nos aqui do conceito de representação tal como como tem posto Colombat, Fournier e Puech (2010)

para uma história das ideias e das representações dos saberes linguísticos no Ocidente. Esses autores concebem- na em um universo crítico da pesquisa histórica em que considere as condições sócio-históricas de emergência de determinadas práticas de saberes, a história das ideias linguísticas na sociedade ocidental é uma delas, do mesmo modo a história das práticas de leitura na perspectiva de Chartier (1991). Assim, a ideia de representação coletiva de R. Chartier é entendida como divisão e classificação como processos de organização do mundo coletivo para sua compreensão em categorias inteligíveis para a apreensão do real. É um gesto construtivo e interpretativo ao mesmo tempo e nas sociedades de que os sujeitos fazem parte como produtor de discurso e práticas e afetados por ambos. No caso específico das práticas de leitura, Chartier (1991) nos lembra que leitores diferentes apresentam modos distintos de leitura de um mesmo livro dadas as experiências e condições a que cada um tem acesso. Do mesmo modo, os suportes e dispositivos gráficos modificam o processo de significação da leitura dos textos e livros, o que exclui a ideia de que os sentidos são imanentes ao texto independentemente dos sujeitos que o apreende; e isso depente tanto do suporte em que os textos são veiculados quanto das representações de leituras ao longo da história. É, pois, nesse sentido de representação do objeto que o autor trata do suporte dos textos: “Contra a representação, elaborada pela própria literatura, segunda a qual o texto existe

em si, separado de toda a materialidade, é preciso lembrar que não há texto fora do suporte que lhe permite ser lido (ou ouvido) e que não há compreensão de um escrito, qualquer que seja, que não dependa das formas pelas quais atinge o leitor.” (CHARTIER, 1991, p. 182).

45 justificar, talvez, uma escrita da história mais hermética e contínua. Todavia tal questão fica longe de seus propósitos e, do mesmo modo, da forma como neste trabalho concebemos a história. Afastando-se desse projeto então, os linguistas preferem descrever práticas da história linguística, ou melhor, das histórias que foram sendo construídas em matéria de ciências da linguagem e as representações desse domínio no desenrolar das produções nestas áreas. Assim, os linguistas se justificam:

preferimos o termo ideias sobre a linguagem e as línguas, que têm a vantagem de ser epistemologicamente menos comprometedor ou, mais exatamente, que se reporta a um engajamento diferente, menos normativo, e mais respeitoso da diversidade das formas que tomam o saber na história ou em outras culturas. (COLOMBAT, FOURNIER, PUECH, 2010, p.11, grifo e tradução nossos)20

Respondendo então a uma das primeiras questões postas no livro Histoires des idées

sur le langage et les langues (2010),“O que se faz quando se faz história das ideias

linguísticas?”21, entre outras respostas, os linguistas afirmam que se “exploram textos (às

vezes esquecidos) e se restaura ou repara o esquecimento no qual são o objeto das teorias e das ideias que se expõem” (p.12). Além disso, procura-se analisar “os saberes construídos na longa duração, sobre a língua e a linguagem, observa-se a acumulação de conhecimentos nas disciplinas que se ocupam destes domínios, como a gramática e a retórica – transmitindo conhecimentos antigos e relativamente estáveis”. Nesse percurso, não se deve perder de vista que, na própria “transmissão de conhecimentos” sobre a língua e a linguagem, é preciso reconhecer e analisar o esquecimento na memória cumulativa (COLOMBAT, FOURNIER, PUECH, 2010, p.12).

Quando se faz história das ideias e das representações, exploram-se textos às vezes esquecidos, restauram-se e observam-se não somente os saberes dados a circular, mas aqueles que saíram de cena ao longo da história devido a distintos fatores. As teorias e as ideias, os suportesde circulação, as leis que regem seu aparecimento ou seu esquecimento, tudo isso adquire status de objeto do historiador das ideias. É preciso levar em conta o fato de que os

20TN: « nous préferons le terme d’idées sur le langage et les langues, qui présente l’avantage d’être moins

engagé épistémologicament ; ou plus exactament qui relève d’un engajament différent, moins normatif, et plus respectueux de la diversité des formes que prendre le savoir dans l’histoire, ou dans d’autres cultures. » Cf. Colombat; Fournier; Puech (2010)

46 saberes são construídos em curta e longa durações e que existe uma “certa forma de acumulação dos conhecimentos das disciplinas que se ocuparam das línguas e da linguagem” (idem, p. 12). Tais conhecimentos são construídos e (re)transmitidostanto em disciplinas – como a gramática, a retórica, a semiótica – quanto em instrumentos onde tais conhecimentos circulam, por exemplo, os dicionários, enciclopédias, antologias e livros didáticos. Estes linguistas vão dizer ainda que ao lado da produção e circulação dos saberes sobre a língua e a linguagem há também o esquecimento (uma espécie de lacuna na memória cumulativa) que não está ligado necessariamente à falsificação das teorias nem ao mascaramento dos resultados.

Por outro lado, o historiador acompanha as manifestações e as transformações dos saberes e das ideias ao longo do tempo no interior dos campos de análises percorrendo os próprios conceitos que se manifestam de forma recorrente ou até mesmo deixando de aparecer, reconhecendo as continuidades e as rupturas que definem a tal história. Daí a própria necessidade de esclarecer seu entendimento de conceito nesta perspectiva de análise. Para os linguistas:

Um conceito, para o historiador das ideias linguísticas, não corresponde necessariamente a um conteúdo ideal idêntico qualquer que seja o período observado, mas se apresenta em primeiro lugar através de um certo número de manifestações discursivas: um conjunto de definições (mais ou menos estáveis, submetido ao mesmo tempo a um trabalho de reescrita), uma rede terminológica mais ou menos ampliada, um conjunto de exemplos e de regras. (COLOMBAT; FOURNIER; PUECH; 2010, p. 240-241)

Daí o fato de que a própria ocorrência do objeto de estudo caracterizado nesse conjunto de definições e os modos como aparecem ao longo do tempo vão definir o arquivo. Diante desta reflexão de ordem metodológica, pensando na própria definição de um fazer historiográfico que se afasta da exausta descrição fidedigna do arquivo, onde se poderia ter acesso a tudo que se produziu sobre uma determinada esfera das ciências da linguagem, desde sua emergência numa dada época e sociedade, pensamos fazer dois recortes para melhor responder aos objetivos aqui definidos. Certamente que tal orientação nos serve de procedimento metodológico e analítico para nos afastar do risco de uma pretensão ingênua de querer dizer e mostrar tudo – como se isso fosse possível neste ou em qualquer outro campo do saber. O primeiro recorte já explícito no próprio problema refere-se à natureza do objeto: a exploração do uso da imagem em livros didáticos de língua portuguesa, mais precisamente, da

47 imagem que, frequentemente, aparece associada direta ou indiretamente ao texto verbal. Em seguida, nosso segundo recorte define-se no seio do próprio campo ciências da linguagem, que reconhecemos por definição uma noção generalista e pouco clara.

Sem pretender então desenhar fidedignamente seus limites, o que seria inapropriado em matéria de estudos de linguagem, levantamos então um conjunto de trabalhos publicados em sua maioria na França – boa parte deles publicados em artigos e livros – que trouxeram em maior ou menor grau a questão das imagens como um problema que merecia estudo científico mais elaborado, seja no campo da comunicação, da cultura, das artes e da história, seja no das ciências sociais ou mais especificamente na jovem semiologia. Alguns desses trabalhos têm sua origem no movimento estruturalista europeu dos anos 1950 e 1960, motivados pelas novas recepções de Saussure (PUECH, 2014), seja para sustentar o método vigente seja para refutá-lo. Desse movimento inicial, tais trabalhos eram inspirados em semiólogos, linguistas, teóricos da comunicação e da linguagem como Martinet e Jakobson, que defendiam a língua como um tipo de comunicação, ressalvadas aí as suas diferenças particulares.

A linguista Anne-Gaëlle Toutain, que defendeu uma tese de pouco mais de seis mil páginas em 2012, depois de feito um exaustivo estudoepistemológico abordando a história do estruturalismo europeu de filiação saussuriana (Hjelmslev, Jakobson, Martinet,Benveniste),vai pontuar estas diferenças. Porém, o que ela recupera de concordânciasentre eles é o fato de que seprocurava pensar as relações existentes entre a língua e outros sistemas de signos bem como o lugar da linguística no seio das ciências humanas e sociais. Assim, conforme Toutain (2012, p. 3065):

O horizonte semiótico é contudoassegurado, tanto para Benveniste quanto para Jakobson, por um questionamento sobre a relação entre língua e outros sistemas de signos e sobre o lugar da línguística entre as ciências humanas, o que diferenciam esses dois linguistas de Martinet. A semiótica de Benveniste se diferencia por outro lado da semiótica de Jakobson pela sua tentativa de ordenamento do campo semiótico, no qual é, em alguns aspectos, análoga à semiótica de Hjelmslev, que se apresenta neste caso como uma nova figura de encontro objetal da teorização saussuriana22.

22« L’horizon sémiotique est cependant solidaire, chez Benveniste comme chez Jakobson, d’un questionnement

sur les rapports entre la langue et les autres systèmes de signes et sur la placede la linguistique parmi les sciences de l’homme, qui distingue ces deux linguistiques de celle de Martinet. La sémiotique benvenistienne se distingue par ailleurs de la sémiotique jakobsonienne par sa tentative d’ordonnancement du champ sémiotique, ce en quoi elle est à certains égards analogue à la sémiotique hjelmslevienne, qui fait quant à elle à nouveau figure de répondant objectal de la théorisation saussurienne. »

48 Mas é preciso pensar, dessa reflexão, em semiologia e semiologia23 (para usar a

expressão-título de um artigo do Marc Décimo)24, ou seja, as diferenças e os problemas que se

originam do uso desse termo bem como os cuidados que se deve ter ao abordá-lo. Apresentando um estudo histórico sobre o uso da noção de semiologia como ciência do signo – por vezes tal domínio estando associado aos campos militar, médico ou linguístico–, Décimo (1992, p.69) faz a seguinte afirmação:

Como todo leitor de Foucault (aquele de O nascimento da clínica, 1963), Roland Barthes não hesita: a natureza semiológica do campo das doenças corresponde a uma certa história da noção de signo; a cultura da noção de signo corresponde a uma fase ideológica de nosso saber (BARTHES, R. Sémiologie et médecine, 1972). (Tradução nossa)25

Recentemente, veio a público um artigo do Alessandro Chidichimo, sob o título

L’évolution du terme ‘sémiologie’ chez Saussure: 1881-189126, no qual ele defende que o

interesse do genebrino pela semiologia é muito mais antigo do que se imaginava, despertando retorno aos manuscritos e novos questionamentos na comunidade científica representada por pesquisadores em histórias das ideias lingüísticas e das ciências da linguagem27. Após

23 O termo “semiologia” tem sua origem na Antiguidade Grega quando aparece associado a uma disciplina

médica com o objetivo de interpretar os sintomas através dos quais se manifestam os supostos traços de diferentes doenças. Na modernidade, surgem os termos semeiologia e sintomatologia dentro de uma discursividade científica. Do grego sémeion (signo)e –logia/logos (estudo, teoria), tal domínio vai ser compreendido como teoria ou ciência dos signos. Domenjoz (1998) afirma que, no terreno da filosofia antiga, o problema do signo vai aparecer no século III a.C com os Estoicos, mas é o filósofo John Locke (1632-1704) que utiliza pela primeira vez sémiotikè de onde deriva o termo semiótica como domínio de conhecimento dos signos. Domenjoz (1998) pontua ainda que, na França, o termo semiotique é mais frequentemente empregado no sentido de “semiótica geral” enquanto sémiologie se aproxiama, por sua vez, a uma ideia de semiótica específica, ou seja, semiologia da imagem desenvolvida a partir de um interesse pela teoria da significação das imagens e suas aplicações práticas, do mesmo modo uma semiologia da moda, da comunicação etc.

24DOMENJOZ, J.-C. L’approche sémiologique: contribution présentée dans cadre de la session I du dispositif de

formation 1998-1999 « catégories fondamentales du langage visuel ».Paris : Formation Image et médias, 1998. p.1-26. Disponível em: <http://wwwedu.ge.ch/dip/fim/ifixe/Approche_semiologique.pdf>. Acesso em: 22 maio 2013.

25« Comme tout lecteur de Foucault (celui de La Naissance de la clinique, 1963), Roland Barthes n'y hésite pas :

la nature sémiologique du champ des maladies correspond à une certaine histoire de la notion de signe ; la culture de la notion de signe correspond à une phase idéologique de notre savoir (« Sémiologie et médecine », 1972) ».Cf. Décimo (1992)

26CHIDICHIMO, A. L’évolution du terme ‘sémiologie’ chez Saussure: 1881-1891.In: KASEVICH, V. ; KLEINER,

Y. ; SERIOT, P. (ÉD.) History of Linguistics 2011: Studies in the History of the Language Sciences, 123. Saint Petersburg: Saint Petersburg State University/University of Lausanne; John Benjamins Publishing Company, 2014. p.103-113.

27 Referimo-nos aqui, particularmente, à 12th International Conference on the History of the Language Sciences

(ICHoLS XII) que ocorreu em Saint-Petersburg, na Russia, entre 28 de agosto e 2 de setembro de 2011. Os demais trabalhos apresentados nessa conferência, além daquele de autoria de Alessandro Chidichimo, estão disponíveis no livro History of Linguistics 2011 lançado na 13ª edição do evento ocorrida em agosto de 2014 em Portugal.

49 cuidadosos estudos dos cadernos de anotações de Saussure, que não chegaram a ser conhecidosem tempos de edição do CLG, o linguista italiano vai defender que

a partir de 1881, a semiologia está presente nos manuscritos saussurianos com uma única variante (signologie [....]) e sem grandes oscilações terminológicas. O único momento em que ela [a variante] não parece estar presente, ao menos no que concerne às fontes conhecidas até hoje, é o período antes de 1881. Esta presença testemunha a importância da semiologia para Saussure. (CHIDICHIMO, 2014, p. 103-104, tradução

nossa)28

Chidichimo (2014) sustenta que as anotações concernentes ao período em que Saussure lecionouem Paris, na École des Hautes-Études (1881-1885), vão mostrar a ocorrência do termo sémiologie a partir da qual Saussure procura definir o fonema, utilizando,naquele contexto histórico, a expressão phonétique sémiologique. Porém, mais tarde, ele vai afastar-se desta relação em seus escritos, atribuindo à semiologia o tema do

valor e do ponto de vista no texto de L’essance double du langage escrito em 1891.

Dessa reflexão histórica então é preciso pensar em dois vieses levando em conta seu reaparecimento na Modernidade. Em primeiro lugar, é preciso pensar na distinção que sempre é feita para designar o campo “anunciado” por Saussure (1916) e aquele da semeiotic(Jonh Locke, 1664 apud TOUTAIN, 2012)desenvolvida por C. S. Peirce como semiótica – ciência do signo e da significação; em segundo lugar, mesmo a partir do desenvolvimento da semiologia moderna francesa, há que se levar em conta duas perspectivas: i) uma semiologia

estruturalista, que se inspira na noção de sistema de signo linguístico postulada pelo genebrino e ii) uma semiologia materialista preocupada com as questões do ideológico. Esta última aparece atrelada às ideias marxistas e a uma nova noção de história, a partir da qual se procura “empreender uma leitura materialista da linguística saussuriana” (KOGAWA, 2012, p.146), marcando uma descontinuidade no projeto estrutural que, de certo modo, inscreveu a linguística no posto de ciência piloto.

1.4 A linguística dos anos 1960 e a emergência de novos campos do saber

28“À partir de 1881, La sémiologie est présente dans les manuscrits saussuriens avec une seule variante

(signologie, cf.Ms.fr. 3951/24, f. 13 ; CLG/E :3342.6 ; Emgler 1968 ; 44-46) et sans grandes oscillations terminologiques. Le seul moment où elle ne semble pas être présente, ou moins pour ce qui concerne les sources connues jusqu’à aujourd’hui, est la période avant 1881. Une telle présence témoigne de l’importance de la sémiologie pour Saussure. » (CHIDICHIMO, 2014, p. 103-104).