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A temática da inovação sempre acompanhou a humanidade e, recentemente, tornou-se cada vez mais imprescindível inovar e caracterizar o que é novo – e também como se faz isso –, assumindo dimensão mundial. Governos, academias e iniciativa privada passaram a tratar esse tema com muita ênfase (CORAL; OGLIARI; ABREU, 2009).

O termo “inovação” aparece, reiteradamente, nas esferas acadêmica e empresarial. A profusão de artigos e livros disponíveis geraram conceitos difusos sobre o tema e, ainda, proliferam tipologias de inovação (CARVALHO, 2009).

A capacidade de inventar e inovar, que significa criar novos conhecimentos e novas ideias e incorporá-las aos produtos, processos e organizações, sempre serviu para alimentar o desenvolvimento. Segundo David e Foray (2002), muitos historiadores econômicos afirmam que, nos últimos anos, as disparidades na produtividade e no crescimento de diferentes países estão cada vez menos relacionadas com a abundância (ou escassez) de recursos naturais. Agora o diferencial fundamenta-se principalmente na capacidade de criar novos conhecimentos e ideias e incorporá-los a equipamentos e pessoas.

São vários os autores que estabelecem um ponto de partida dos estudos acerca da inovação, e sua prática pode ser verificada há mais de duzentos anos atrás.

A questão da inovação vem despertando a atenção de estudiosos há muito tempo. Adam Smith, o pai da economia moderna e considerado o mais importante teórico do liberalismo econômico no século XVIII, já apontava a relação entre acumulação de capital e a tecnologia de manufatura, estudando conceitos ligados à mudança organizacional. (BAUTZER, 2009, p.1)

De acordo com Peña (2010), a análise empírica dos motivos que levam empresas a investir no processo de inovação tem seu ponto de partida nas proposições de Schumpeter. Duas hipóteses podem ser formuladas a partir dos trabalhos deste autor: inicialmente, a existência de uma relação positiva entre o tamanho da empresa e a inovação; em seguida, que a concentração dos mercados favorece atividades inovadoras, especialmente nas empresas de maior porte.

As ideias de Schumpeter (1957) enfatizavam a necessidade de criar algo novo para impulsionar o crescimento econômico. O autor considera que o caráter evolutivo do processo capitalista não se deve apenas ao fato de que a vida econômica transcorre em um meio social e natural, que muda constantemente e que, por conseguinte, altera a situação econômica. Isto é importante e essas transformações (guerras, revoluções, etc.) condicionam, muitas vezes, a mudança industrial. Dessa forma, o impulso fundamental que ativa e mantém em movimento a máquina capitalista procede de novos bens de consumo, de novos métodos de produção e transporte, de novos mercados, de novas formas de organização industrial que criam a empresa capitalista.

A definição de inovação toma como principal referência a que se considera como a mais clássica estabelecida por Schumpeter (1957, p.84). Para esse autor, inovação consiste em "fazer as coisas diferentemente no reino da vida econômica" e ocorre de diferentes formas: introdução de um bem desconhecido no mercado ou uma nova qualidade de um certo bem; introdução de um novo processo de produção; abertura de um novo mercado; descoberta de uma nova fonte de matéria- prima ou de produtos semiacabados; e reorganização de uma indústria qualquer. Esse conceito inicial enriqueceu-se com o tempo e foi complementado por outros componentes.

Gopalakrishnan e Damanpour (1997) afirmam que investigadores de várias disciplinas conceituam “inovação” de formas diferentes, com visões distintas em relação ao seu impacto sobre uma indústria ou a produtividade, a sobrevivência, o crescimento e o desempenho de uma empresa. Os autores diferenciam entre as definições que se referem a “uma nova ideia, método ou processo” e aquelas relativas ao “processo de introduzir algo novo” e apontam como denominador comum dessas definições a novidade como componente elementar da inovação.

A inovação apresenta muitas formas de expressão, mas sempre necessita de uma atitude similar dos gestores das organizações que, conscientes de que a inovação é um ato coletivo, procuram antes de tudo criar um “clima” adequado para que a inovação floresça (RUIZ; MANDADO, 1989).

Inovação é uma ferramenta específica dos empresários, que utiliza a mudança como oportunidade para um negócio ou um serviço diferente (DRUCKER, 2001). Essa visão corrobora com a necessidade de mudança presente no mercado, em que as empresas investem em tecnologia para se manterem competitivas. No entanto, a inovação não deve ser uma ação isolada, mas sim, uma prática constante, conforme ressaltado por Bautzer (2009):

Inovar não é uma iniciativa, mas sim um hábito a ser desenvolvido, com persistência e resiliência.[...] Reconhecemos a importância da inovação gerada de forma cotidiana e contínua, através de melhorias não apenas tecnológicas, mas também em processo (adoção de práticas de qualidade total na Toyota do pós-guerra), em modelos de negócio (a revolução provocada pela Swatch no mercado de relógios de pulso suíços, transformando-os em acessórios de moda) e em estratégia de penetração (no mercado norte-americano de motocicletas com motos de pequena cilindrada em detrimento das motos de grande cilindrada, sua aposta inicial). (BAUTZER, 2009, p.57)

Institutos que coordenam as pesquisas na área também estabelecem conceitos para a inovação. A Fundación COTEC para la Innovación Tecnológica (COTEC, 2010) afirma que a inovação é toda mudança que está baseada em conhecimento e que gera valor. O Manual de Oslo (2005) define inovação como sendo a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas.

Os conceitos são bastante abrangentes e consideram atividades correlacionadas, mas que podem ser realizadas individualmente. Assim, surge a necessidade de se analisar os tipos de inovação.

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