• Nenhum resultado encontrado

A implantação dos “novos” cursos superiores de tecnologia, modalidade priorizada na reforma, não constitui uma novidade na história na rede federal de educação, hoje os IFs, pois as mesmas estão na gênese dos CEFET. A criação de cursos de tecnologia já constava na lei Federal nº 5.540/68, que previa a implantação de cursos superiores de curta duração como modelo de ensino alternativo.

A partir de um mandato constitucional, em 1942 quando foi instituído o Conjunto das Leis Orgânicas Nacional, que configura a chamada Reforma Capanema7 que teve lugar à organização da rede federal de estabelecimento de ensino industrial com o estabelecimento do conceito de aprendiz para efeito da legislação trabalhista, fase em que é criado os dois serviços nacionais de aprendizagem, o Industrial (SENAI) e o Comercial (Senac). Neste mesmo período as antigas escolas de aprendizes artífices foram transformadas em Escolas Técnicas Federais consolidando-se através das necessidades emergentes da economia industrial e da sociedade urbana – embora ainda muito presa a uma tradição assistencialista.

No final dos anos 70, época em que o país passava por profundas mudanças econômicas e sociais, as escolas técnicas se transformaram nos Centros Federais de Educação Profissional e Tecnológica, os Cefets, que procuravam se adequar às exigências da nova realidade social.

Da década de 1970 até o ano de 2002, eram 140 instituições que ofereciam ensino técnico no Brasil. No ano de 2008, o governo federal aprovou a lei 11.892/20088, que instituiu a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica no país, com 31 Centros Federais de Educação Tecnológica (CEFET), das 75 Unidades Descentralizadas de Ensino (UNEDS), das 39 Escolas Agrotécnicas, das 7 Escolas Técnicas Federais e de 8 Escolas vinculadas a Universidades em Autarquias de regime especial, denominados Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFET) – passando a contar com autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático- pedagógica e disciplinar.

Passam a formar a Rede Federal, composta por 38 Institutos Federais (IF) multicampi, presentes em todo estado brasileiro em todo território, com estruturas

4Nome da reforma do sistema educacional brasileiro realizada durante a Era Vargas (1930-1945), sob o comando do ministro da educação e saúde Gustavo Capanema. Essa reforma, de 1942, foi marcada pela articulação junto aos ideários nacionalistas de Getúlio Vargas e seu projeto político ideológico,

implantado sob a ditadura conhecida como “Estado Novo”.

5

Conforme a Lei 11.892/2008 que institui a criação da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica , vinculada ao Ministério Federal da Educação, os Institutos Federais são instituições de educação superior, básica e profissional, pluricurriculares e multicampi, especializados na educação profissional e tecnológica nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de conhecimentos técnicos e tecnológicos com as práticas pedagógicas, nos termos da Lei. E constituída pelas seguintes instituições: I – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Institutos Federais, II – Universidade Tecnológica Federal do Paraná UTFPR, III- Centros Federais de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca – CEFET- RJ e de Minas Gerais CEFET- MG, IV- Escolas Técnicas Federais vinculadas às Universidades Federais e Colégio Pedro II.

pluriculturais. A expans profissional. Assim a ampl institucionalização definitiv pública permanente de Es estruturas produtivas e inov arranjos produtivos sociais e A figura 1 apresenta no país.

Figura 2. Distribuição da Re Fonte: MEC

As instituições estã ensino médio integrado a tecnologia, licenciaturas e p possibilitam a 500.000 alun

ansão da RFEPT pauta-se na interiorização pliação da rede por todo o país, responde a itiva da educação profissional e tecnológica Estado em que os cursos ofertados procuram

ovativas e às potencialidades socioeconômicas is e culturais locais.

nta o panorama cartográfico da dimensão espa

Rede Tecnológica de Educação (IF) pelo Brasi

stão presentes em todos os estados da federaç ao ensino técnico, cursos técnicos, cursos e pós-graduação. Em 2013 já são mais de 35 unos terem acesso à Educação Profissional.

ão da educação a necessidade da ica como política ram se alinhar as cas, existentes nos

spacial da RFEPT

asil.

ração, oferecendo sos superiores de 354 unidades, que

Essa rede ainda é federais, mas também ofer Cefet’s, 25 escolas vincula relação a expansão da Red unidades entraram em fun unidades entregues entre 2 Federal passou a contar c investimentos de R$ 678 mi

Figura 3 Evolução da Red criação aos dias atuais. Font

Denominados como IFs passaram compor a Tecnológica. O projeto foi a sancionado pela presidência no Diário Oficial da União

Estas Instituições d visando estimular o desenv seus benefícios à comunid técnicos de nível médio, em Na Educação Sup tecnologiadeengenharia de conteúdos específicos da professores de mecânica, ele

é formada por instituições que não aderiram ferecem educação profissional em todos os ní

uladas a universidades e uma universidade t Rede Federal de Educação, Ciência e Tecnol

uncionamento em 2014, perfazendo um total e 2011 e 2014 (Figura 2). A partir dessa ex r com um total de 562 unidades em 512 M milhões apenas em 2014.

ede Federal de Educação, Ciência e Tecnol onte: MEC

o Institutos Federais de Educação, Ciência e Rede Federal de Educação Profissiona oi aprovado pela Câmara dos Deputados, pelo

cia da República em 29 de dezembro de 2008, em 30 de dezembro de 2008.

devem ter forte inserção na área de pesqu nvolvimento de soluções técnicas e tecnológic nidade. Metade das vagas será destinada à o em especial cursos de currículo integrado.

uperior, o destaque fica para oscursos de licenciaturas. Ainda serão incentivadas as educação profissional e tecnológica, como eletricidade e informática.

ram aos institutos níveis. São dois e tecnológica. Em nologia, 92 novas tal de 562 novas expansão, a Rede Municípios, com

nologia desde sua

a e Tecnologia, os nal, Científica e Senado Federale 8, sendo publicada quisa e extensão, gicas e estendendo oferta de cursos s superiores de as licenciaturas de o a formação de

Ainda de acordo com o projeto, os institutos federais terão autonomia, nos limites de sua área de atuação territorial, para criar e extinguir cursos, bem como para registrar diplomas dos cursos por ele oferecidos, mediante autorização do seu Conselho Superior. Ainda exercerão o papel de instituições acreditadoras e certificadoras de competências profissionais. Cada instituto federal é organizado em estrutura com várioscampi, com proposta orçamentária anual identificada para cadacampuse reitoria, equiparando-se com as universidades federais.

Sua missão inicial foi pautada em atender as classes desprovidas, porém hoje a rede federal se configura como importante estrutura para que todas as pessoas tenham efetivo acesso às conquistas científicas e tecnológicas.

Atualmente os Institutos fundamentam-se no conceito de educação profissional e tecnológica em todos os níveis, oferecendo: a) cursos técnicos (50% das vagas), que na sua maioria são ofertados na modalidade integrada com o ensino médio; b) licenciaturas (20% das vagas) e graduações tecnológicas (30% das vagas). Podem ainda disponibilizar cursos de pós-graduação lato sensu (especializações) ou stricto sensu (mestrados profissionais e doutorados), principalmente para a pesquisa aplicada na inovação tecnológica. Nesse contexto, a transversalidade e a verticalização constituem aspectos que contribuem para a singularidade do desenho curricular nas ofertas educativas dessas instituições.

Isso só foi possível ser realizado após o surgiu de um novo cenário econômico e produtivo que se estabeleceu, com o desenvolvimento e emprego de tecnologias complexas, agregadas à produção e à prestação de serviços. As empresas passaram a exigir, desde então, trabalhadores com níveis de educação e qualificação cada vez mais elevados. Com isso e para atender a essa demanda, as instituições federais de educação profissional vêm buscando diversificar programas e cursos para elevar os níveis da qualidade da oferta. Cobrindo todo o território nacional, a rede procura qualificar profissionais para os diversos setores da economia brasileira, realizar pesquisa e desenvolver novos processos, produtos e serviços em colaboração com o setor produtivo, neste caso o setor de turismo que se faz presente em todas as unidades da federação com a oferta de curso técnico, subsequente, EJA, superior, PRONATEC.

Neste sentido um dos desafios para os profissionais da educação é assumir a organização pedagógica verticalizada, que vai da educação básica à superior, sendo um dos fundamentos dos Institutos Federais. Ela permite que os docentes atuem em diferentes níveis de ensino e que os discentes compartilhem espaços de aprendizagem,

incluindo os laboratórios, possibilitando o delineamento de trajetórias de formação que podem ir do curso técnico ao doutorado.

Outro viés tratado nos IFs é o de agregar à formação acadêmica a preparação do trabalho, discutindo os princípios da tecnologia e a ele concernentes dando luz a elementos essenciais para a definição de um propósito específico para a estrutura curricular da educação profissional e tecnológica. O que se propõe é uma formação contextualizada, banhada de conhecimentos, princípios e valores que potencializam a ação humana na busca de caminhos de vida mais dignos.

Os Institutos Federais são instituições que apresentam uma estrutura diferenciada uma vez que foram criados pela agregação/transformação de antigas instituições profissionais. Segundo a legislação que os institui, os Institutos Federais devem constituir-se como centros de excelência na oferta do ensino de ciências, e, geral, e de ciências aplicadas, em particular e qualifica-se como referência no apoio à oferta do ensino de ciências nas instituições públicas de ensino, oferecendo capacitação técnica e atualizações aos docentes (Lei 11.892/08, art.6º).

O texto legal também destaca que o IF tem como proposta realizar e estimular a pesquisa aplicada, a produção cultural, o empreendedorismo, o cooperativismo, e promover a produção, o desenvolvimento e a transparência de tecnologias sociais. Deve, ainda, orientar sua oferta formativa em benefícios da consolidação e fortalecimento dos arranjos produtivos, sociais e culturais locais, a partir de mapeamento das potencialidades de desenvolvimento socioeconômico e cultural, em cada Instituto Federal.

Para Otranto (2010), os IFs sintetizam, hoje, a expressão maior da atual política pública de educação profissional brasileira, e estão produzindo mudanças significativas na vida e na história das instituições que optaram por aderir à proposta governamental, por esse motivo essas mudanças precisam ser acompanhadas bem de perto.

As Instituições que aderiram a adesão a rede, passam a ser um campus do IF, e assim foram criados alguns Institutos federais com maior tradição agrária, outros mais industriais e, ainda, parte deles híbrido, devido à alegada impossibilidade de organização por vocação.

A rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica está fundamentada numa história de construção de 100 anos, cujas atividades foram instrumento de uma política voltada para as classes desprovidas e hoje pode-se dizer que configuram como uma

importante estrutura para que todas as pessoas tenham acesso às conquistas científicas e tecnológicas.

Com isso os Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia são a síntese daquilo de melhor que a Rede Federal construiu ao longo de sua história e das políticas de educação profissional e tecnológica do governo federal. São caracterizados pela ousadia e inovação necessárias a uma política e a um conceito que pretendem antecipar aqui e agora as bases de uma escola contemporânea do futuro e comprometida com uma sociedade radicalmente democrática e socialmente justa.

3. METODOLOGIA

O capítulo apresenta os procedimentos metodológicos com uma breve revisão da literatura utilizada. Em seguida detalha a metodologia aplicada para este estudo.

3.1Caracterização do estudo

O presente estudo caracteriza-se como descritivo exploratório pois permitiu uma aproximação entre o pesquisador e o tema que é a educação profissional e tecnológica, sendo necessário uma sondagem para aprimorar as ideias e construir as respostas.

Para Gil, 2008, a pesquisa exploratória proporcionar maior familiaridade com o problema (explicitá-lo). Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de pesquisa bibliográfica e estudo de caso. E descritiva por que descreve as características de determinadas populações ou fenômenos. Uma de suas peculiaridades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática. Ex.: pesquisa referente à idade, sexo, procedência, eleição etc.

Utilizou-se abordagem qualitativa utilizando-se de gráficos para apresentar dados que foram coletados a partir de questionário composto por perguntas estruturadas.

Documentos relacionados