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HISTORIAL E CARATERIZAÇÃO DA ESEN

No documento O DIRETOR – GESTOR E LÍDER NA ESCOLA (páginas 48-51)

A ESEN é uma escola com identidade e notável historial, construídos em 111 anos de atividade formativa e

educativa na região de Viseu. Localiza-se numa zona nobre do centro da cidade, mas sempre recebeu muitos

alunos das freguesias rurais e concelhos limítrofes. foto 1 - Solar dos Albuquerques Foi fundada em 9 de dezembro de 1898, com a designação de Escola Industrial de Desenho de Emídio Navarro, mas só em 24 de janeiro de 1900 abriu com 88 alunos. Emídio Navarro – ilustre viseense e governante de renome – foi o seu primeiro patrono, sendo a partir de 1930, substituído, transitoriamente, pelo Dr. Azevedo Neves, para voltar a receber a distinção que atualmente mantém. Começou a funcionar no palacete da “Casa do Arco” ou Solar dos Albuquerques. Era frequentada essencialmente por adultos trabalhadores e até 1918 funcionou apenas como escola de artes e ofícios, sendo o Dr. José Augusto Pereira o primeiro diretor.

Em 1915 foi convertida em Escola Industrial, coincidindo com a primeira grande alteração do currículo ministrado. Em 1918 foi criada a Escola Comercial de Viseu – cujo primeiro diretor foi o Dr. Ribas de Sousa – e na “Casa do Arco” passou também a funcionar a Escola de Carpintaria, Serralharia e Trabalhos Femininos de Emídio Navarro de Viseu. Com os cursos comerciais e industriais ministrados nestas escolas, o ensino técnico ganha uma nova dimensão na região viseense, que se mantém até 1979 (Oliveira, 1999).

Com a fusão das escolas, em 1926 foi criada a Escola Industrial e Comercial de Viseu. Em 1930 deu-se uma reorganização do ensino técnicoprofissional e a escola recebeu o nome do seu novo patrono, passando a denominar-se Escola Industrial e Comercial Dr. Azevedo Neves, sendo o diretor, Dr, Francisco Ribas

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Em 1948 recebeu a antiga denominação de Escola Industrial e Comercial de Viseu, que perdurou cerca de três décadas. Em 1952 o edifício da Escola do Ensino Primário Doutor Oliveira Salazar foi integrado na Escola Industrial e Comercial. Na transição da década 50 para a de 60 verificou-se a remodelação e ampliação do edifício desta antiga escola primária. Foi novamente ampliada nesta altura com uma nova ala do bloco das salas de aula e do bloco das oficinas, onde passaram a funcionar a carpintaria, a serralharia e as oficinas de mecânica, eletricidade e eletrotecnia (Oliveira, 1999).

foto 3 - Solar dos Albuquerque foto 4 - ESEN: fachada principal foto 5 - Entrada principal

Em 1979 recebeu a sua atual denominação de Escola Secundária de Emídio Navarro – Viseu, terminando a distinção entre ensino técnico e ensino liceal. Como resultado das mudanças da política educativa nacional, perdeu parte da identidade construída ao longo de 80 anos de ensino técnicoprofissional e de preparação de jovens para a vida ativa. A ESEN conserva um interessante espólio artístico de requintados móveis de madeira, peças decorativas e objetos em ferro forjado, magníficas toalhas bordadas de Castelo Branco e um imponente relógio inacabado, executados por talentosos artífices, sob o olhar atento e a orientação de dedicados mestres e educadores, designadamente mestre Malho, com emblemáticos candeeiros em ferro forjado existentes em ruas da cidade. Constituindo um precioso testemunho do desenvolvimento do ensino técnico em Viseu e da atividade educativa nesta escola, este excelente legado será integrado no futuro museu da escola, em instalações contíguas à biblioteca, ficando ambos os serviços sedeados no Solar dos Albuquerques, que é um belíssimo monumento arquitetónico da ESEN e seu ex-libris. Desta forma, será dado um contributo para a valorização deste património, com grande simbolismo para a comunidade educativa e para muitos beirões que, ao longo de cerca de um século, frequentaram esta escola centenária.

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À escola está ligada a Fundação Dr. Francisco Ribas de Sousa (que desde 1982 atribui prémios aos melhores alunos e subsidia os mais carenciados), perpetuando o nome deste seu distinto diretor e professor, com reconhecido prestígio. A entrega destes prémios pecuniários, além de outros, passou a ser realizada na cerimónia da comemoração do “Dia da ESEN”, como incentivo e reconhecimento do mérito escolar.

Milhares de alunos tiraram nesta escola cursos nas áreas comercial e industrial e conseguiram facilmente emprego em empresas e serviços públicos, devido à sólida formação recebida. A excelente preparação de quadros técnicos intermédios nas áreas comercial e industrial granjeou-lhe o título de “Universidade Técnica de Viseu”. O ensino técnico perdeu expressão e visibilidade, mas a ESEN acompanhou as mudanças no sistema educativo nacional: primeiramente, retomou a oferta dos cursos técnicoprofissionais; depois, dos cursos tecnológicos e profissionais e, atualmente, é a escola pública da região com oferta formativa mais diversificada.

A ESEN está ligada à formação de adultos desde a sua criação, ministrando cursos do ensino recorrente e cursos de educação e formação de adultos. Desde setembro de 2006 tem um CNO, onde desenvolve o processo de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC) e encaminha os adultos para as diversas ofertas formativas. Em 1994/1995 a população escolar rondou os 3500 alunos, mas foi declinando e veio a situar-se na média dos 1200; em 2007/2008 voltou a ser frequentada por alunos do ensino básico, interrompido durante dez anos.

Face ao mau estado de conservação de alguns edifícios, foi recentemente requalificada e modernizada, contando com novos e renovados espaços – destinados às salas de aula, serviços de apoio e instalações desportivas, oficinais e laboratoriais – mais funcionais, confortáveis e atrativos. A escola tem procurado acompanhar as transformações sociais, com abertura ao progresso e à inovação científica e tecnológica.

A ESEN tem procurado integrar-se no meio e no tecido socioeconómico e cultural, estabelecendo protocolos e parcerias com muitas instituições e empresas da região, continuando a projetar o seu passado nobilitante no presente e num futuro promissor.

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No documento O DIRETOR – GESTOR E LÍDER NA ESCOLA (páginas 48-51)