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Hora de utilizar o RPG Maker: O processo de criação dos gráficos e diálogos do jogo.

4.6 6º etapa: O Desenvolvimento do jogo em ambiente escolar.

5. Analisando os Dados

5.2. Hora de utilizar o RPG Maker: O processo de criação dos gráficos e diálogos do jogo.

Com a estrutura inicial do enredo já definida, entendemos que havia chegado a hora de iniciar a passagem de nossas ideias para o software, e em seguida, verificar os primeiros resultados. Pensando em um mecanismo de construção que viesse a facilitar todo esse processo, decidimos em comum acordo que Borges, por possuir grande experiência com o RPG Maker, ficaria encarregado de construir os gráficos dentro do software. Japa iria se dedicar à descrição de cada um dos ambientes58 a serem construídos, destacando assim o que seria necessário colocar em cada um dos cenários que fariam parte de nossa história. Sobre essa divisão de tarefas, Borges ressaltou que

58 Nesse primeiro momento tínhamos em mente a construção de dois principais cenários: o primeiro era o sítio da

família de Apolo e o segundo era a cidade de Atlântida. Em ambos os ambientes procuramos descrever em nosso arquivo suporte as características fundamentais que fariam parte de cada cenário.

Acredito que a divisão de tarefas nessa etapa dos trabalhos facilitou bastante nossa construção inicial. Ter um arquivo com os detalhes do que deveria ser construído ajudou bastante, pois assim eu tinha um suporte para me guiar, não ficava perdido dentro da construção. As minhas experiências anteriores com o software também colaboraram bastante para essa etapa fluir com tranquilidade. (Borges – trecho transcrito da entrevista II)

Percebemos na colocação de Borges que suas experiências dentro da licenciatura colaboraram para esse nosso trabalho e que os arquivos construídos por Japa colaboraram para facilitar o processo de construção. Além disso, outro fator que proporcionou melhores condições de trabalhos nessa etapa foi o nosso grupo de discussão no WhatsApp, uma vez que a cada avanço na construção dos gráficos, Borges registrava fotos ou pequenos vídeos explicando o que havia construído e se o grupo tinha alguma sugestão de melhoria, ou se o resultado estava dentro do esperado. Sobre essa troca de opiniões em ambiente virtual Japa ressalta que

Não ter que esperar quinze dias ou mais para saber como andava os trabalhos foi fundamental. Ter um mecanismo mais rápido para opinar sobre as construções e atualizar nosso jogo se mostrou bastante proveitoso. Acredito que poderíamos ter feito esse grupo desde o início dos trabalhos, logo nas primeiras reuniões. (Japa – trecho transcrito da entrevista II)

Esse processo de reflexão sobre as etapas iniciais de planejamento deve estar presente em nossas ações diárias enquanto professores. Ao perceber que poderíamos ter realizado algo de diferente logo no início dos trabalhos, demonstra que nossa equipe de trabalhos possuía um olhar crítico sobre nosso próprio trabalho. Nesse sentido, sabíamos que não tínhamos um ambiente perfeito e sem pontos a serem melhorados, pelo contrário, buscávamos sempre discutir sobre pontos a serem corrigidos em nossa dinâmica de trabalhos. À medida que o processo de construção do sítio e da cidade de Atlântida se desenrolava, começamos a pensar nos primeiros diálogos a serem inseridos dentro do jogo, até mesmo para testar esse mecanismo dentro do software. Assim sendo, começamos a dedicar um tempo maior de nossas reuniões presenciais para escrita desses diálogos. Num primeiro momento a equipe imaginava que essa tarefa de escrita dos diálogos seria tranquila, tendo em vista que já tínhamos ideia de como desenrolar a trama. Porém, na prática não foi isso que vivenciamos, podemos explicar as dificuldades encontradas na fala de Japa

Escrever os diálogos foi complicado, eu achei a princípio que seria fácil, mas percebi com nossas discussões que tínhamos que pensar que as informações deveriam ser claras e ao mesmo tempo deveriam instigar os jogadores a continuar nas missões do jogo. Assim teríamos que criar diálogos simples, mas que passassem tudo o que era necessário para continuidade da história. (Japa – trecho transcrito da entrevista II)

Percebemos na fala de Japa que utilizar palavras de difícil compreensão em nossos diálogos dentro da trama não faria tanto sentido, seria interessante adaptar nosso vocabulário dentro do jogo ao do nosso publico alvo, nesse caso, alunos do ensino fundamental e médio. Esse processo de adaptação seja de vocabulário ou postura, por exemplo, fazem parte da carreira docente, tendo em vista os diferentes cenários escolares que podemos encontrar durante nossa jornada de trabalhos.

Em meio a essa etapa de construção dos gráficos e diálogos dentro do jogo, também perguntamos aos professores os pontos que poderiam ser melhores trabalhados durante essa etapa, ou seja, os pontos negativos. Nessa segunda etapa foi de comum acordo que falhamos um pouco no que se diz respeito a periodicidade das reuniões presenciais, nesse sentido, tivemos apenas quatro reuniões presenciais ao longo de um semestre de trabalhos. Sobre isso Borges relata que

Marcar as reuniões presenciais ficou mais complicado com a proximidade do fechamento do ano escolar. As tarefas de fechar diários, corrigir provas finais de recuperação entre outras ações, fizeram acumular um grande serviço. Assim, ficou mais difícil de dedicar um tempo as reuniões presenciais, ainda bem que tínhamos o grupo digital para trocar informações e não deixar o jogo parado. (Borges – trecho transcrito da entrevista II)

Esse período de dificuldade em marcar reuniões no final do ano letivo já era esperado pela equipe de trabalhos, pois além das tarefas do professor Borges dentro de sua instituição de ensino, tínhamos também que conciliar com os trabalhos de Japa na faculdade, sobre esse processo Japa destaca que

Final de período na faculdade é sempre corrido, além disso, a maioria das disciplinas que cursava era no período da tarde e o professor Borges lecionava suas aulas pela manhã. Assim achar horários vagos em um dos turnos compatíveis era sempre complicado, mas acredito que apesar disso nos saímos bem, não deixamos de trabalhar, apenas diminuímos um pouco o ritmo, o ambiente do WhatsApp colaborou para isso. (Japa – trecho transcrito da entrevista II)

Em ambos os pensamentos percebemos que apesar dos obstáculos, conseguimos avançar nas etapas de construção do jogo e que o ambiente virtual ganhou um grande destaque durante esse processo de dificuldade em marcar reuniões presenciais.

Durante essa etapa de construção dos gráficos observamos a presença de importantes contribuições para a formação docente como, por exemplo, o aprender com as experiências do companheiro, tendo em vista que, como Borges possuía maior habilidade com o software pôde auxiliar Japa em vários momentos do processo de edição. Além disso, a medida que Japa aprendia uma nova ferramenta do RPG Maker conseguia pensar e formular novas ideias para o decorrer de nosso jogo.

5.3. Os problemas matemáticos: hora de colocar a