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5. Apresentação de casos de Estudo

5.3. Caracterização das soluções construtivas

5.3.3. Hospital Amato Lusitano – HAL

O Hospital Amato Lusitano (HAL) está localizado no centro da cidade de Castelo Branco, mais concretamente na Av. Pedro Álvares Cabral, 6000-085 Castelo Branco a uma cota de 393m. Está Integrado na área da Beira Interior Sul (BIS) da Nomenclatura Comum das Unidades Territoriais Estatísticas, de nível três (NUTS III) de Portugal.

É constituído por nove pisos com diversas áreas de internamento e especialidades e tem uma área bruta de 28.050m², o pé direito médio é de 3m. A área útil é aproximadamente 17.450m², a cobertura para efeitos de cálculo foi medida em planta resultando em cerca de 9.308m². A área total das fachadas expostas é de 11.327,82m²

Anterior a

área total exposta engloba as paredes e cobertura, com um total de 20.635,98m². O volume interior do edifício é de 52.342,74m³. Daqui resulta um fator forma de 0,394 que corresponde ao rácio entre a área total exposta e o volume interior.

A Figura 44 ilustra a localização, a orientação, o alçado principal e a volumetria do HAL.

Figura 44 – Foto geral em cima e à esquerda, volumetria em cima e à direita e localização em

baixo, do Hospital Amato Lusitano.

O edifício foi construído nos finais da década de setenta do século vinte, concluído em 1977 e sofreu grandes alterações em 2003 a nível de equipamentos de aquecimento, arrefecimento e iluminação. Também foi objeto de ampliações na zona da urgência e do centro de estudos em 2006. Estas construções novas têm paredes exteriores, com uma constituição diferente das que foram construídas em 1977, pois já possuem isolamento térmico. Já em 2011 foram substituídas algumas coberturas. Os vãos exteriores não sofreram alterações.

O edifício é dotado de instalações mecânicas para aquecimento e arrefecimento, quer através de caldeiras, quer por máquina frigorífica (chiller) respetivamente. Existem várias zonas do edifício em que o utilizador tem a possibilidade de controlar a temperatura através de comandos de parede. Nas restantes zonas, a temperatura é controlada por uma gestão centralizada. Os sistemas de aquecimento usam gás natural para as caldeiras e energia elétrica para os chillers. Apenas existe algum aproveitamento de águas para rega de jardins mas não existe sistema energias renováveis.

Não existem dispositivos mecânicos de regulação das persianas. Os vãos orientados a sul têm mais uma proteção solar, na horizontal, e atendendo ao tipo de estrutura conforme Figura 45, esta proteção irá ter mais efeitos quando o sol se encontrar numa posição mais alta. As janelas dos pisos nesta orientação estão mais à face exterior da parede, enquanto as janelas orientadas a norte estão mais no interior da parede.

As fachadas expostas encontram-se na sua maioria orientadas a norte e a sul, com 32,2% e 33,4% respetivamente. Assim como da área total envidraçada, 17,7% dos vãos envidraçados estão orientados para norte e 18,4% para sul. Mais à frente é apresentado um resumo das áreas.

Figura 45 - Proteção das janelas orientadas a sul, parte da fachada orientada a sul

Embora existam algumas proteções solares dos vãos envidraçados, neste trabalho as mesmas foram ignoradas, por se tratar de um estudo de elementos verticais das fachadas como um todo, sendo que o seu efeito poderá ser objeto de estudo futuro.

As fachadas são constituídas na maioria por paredes duplas de tijolo furado com caixa-de-ar sem isolamento térmico, rebocadas e pintadas em ambas as faces. Existem cerca de 62% das paredes exteriores com 48cm, 18% com 41cm, 18% com 35cm e os restantes 2% com espessura de 32cm mas com isolamento térmico em espuma rígida de poliestireno extrudido (XPS). Esta última, com isolamento térmico por ser uma solução que foi utilizada nas ampliações do HAL em 2003. Os vãos exteriores são constituídos por caixilharias de alumínio na cor natural, com vidro simples, e estores exteriores por persianas plásticas.

O cálculo dos coeficientes de transmissão térmica das paredes exteriores foi calculado de acordo com o ponto 2 do Despacho Extracto 15793K, de 3 de dezembro. As Figuras 46, 47, 48 e 49, demonstram as soluções construtivas das paredes e o cálculo dos coeficientes de transmissão térmica de cada tipo de parede do HAL. Os coeficientes de condutibilidade térmica foram retirados do documento de coeficientes de transmissão térmica de elementos da envolvente do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), denominado por ITE50.

Figura 46 - Constituição e determinação do coeficiente de transmissão térmica da parede do

HAL com 48cm de espessura.

Figura 47 - Constituição e determinação do coeficiente de transmissão térmica da parede do

HAL com 41cm de espessura.

Figura 48 - Constituição e determinação do coeficiente de transmissão térmica da parede do

HAL com 35cm de espessura.

Espessura Cond. Térmica Res. Térmica

ej ʎj Rj

Parede dupla de alvenaria tijolo furado, reboco+30x20x22+cx ar+30x20x15+reboco

(m) (W/mºC) (m².ºC/W)

1 Argamassa e reboco tradicional 0,015 1,30 0,012

2 Tijolo furado 22 0,220 - 0,520

3 Caixa de ar 0,080 - 0,180

4 Tijolo furado 15 0,150 - 0,390

5 Argamassa e reboco tradicional 0,015 1,30 0,012 espessura total 0,480 Rse 0,04 Rsi 0,13 Rt 1,284 0,78 W/m².ºC 62% Coeficiente de transmissão térmica U = 1/Rt

Fluxo Horizontal Constituição

REFERÊNCIA

a) Ponto 2.1 do Despacho Extracto 15793-K, de 3 dez 2013

ITE 50 LNEC

a)

% paredes exteriores com esta constituição

Espessura Cond. Térmica Res. Térmica

ej ʎj Rj

Parede dupla de alvenaria tijolo furado, reboco+30x20x15+cx ar+30x20x15+reboco

(m) (W/mºC) (m².ºC/W)

1 Argamassa e reboco tradicional 0,015 1,30 0,012

2 Tijolo furado 15 0,150 - 0,390

3 Caixa de ar 0,080 - 0,180

4 Tijolo furado 15 0,150 - 0,390

5 Argamassa e reboco tradicional 0,015 1,30 0,012

espessura total 0,410 Rse 0,04 Rsi 0,13 Rt 1,154 0,87 W/m².ºC 18% % paredes exteriores com esta constituição

a) Ponto 2.1 do Despacho Extracto 15793-K, de 3 dez 2013

Coeficiente de transmissão térmica U = 1/Rt Constituição

REFERÊNCIA

ITE 50 LNEC

Fluxo Horizontal a)

Espessura Cond. Térmica Res. Térmica

ej ʎj Rj

Parede dupla de alvenaria tijolo furado, reboco+30x20x15+cx ar+30x20x11+reboco

(m) (W/mºC) (m².ºC/W)

1 Argamassa e reboco tradicional 0,015 1,30 0,012 2 Tijolo furado 15 0,150 - 0,390 3 Caixa de ar 0,060 - 0,180 4 Tijolo furado 11 0,110 - 0,270 5 Argamassa e reboco tradicional 0,015 1,30 0,012

espessura total 0,350 Rse 0,04 Rsi 0,13 Rt 1,034 0,97 W/m².ºC 18% Fluxo Horizontal a)

a) Ponto 2.1 do Despacho Extracto 15793-K, de 3 dez 2013

Coeficiente de transmissão térmica U = 1/Rt % paredes exteriores com esta constituição Constituição

REFERÊNCIA

Figura 49 - Constituição e determinação do coeficiente de transmissão térmica da parede do

HAL com 32cm de espessura e com isolamento térmico.

Tendo em conta o tipo de espessura e constituição das diferentes paredes exteriores, o coeficiente de transmissão térmica ponderado é de 0,82W/m².ºC.

A espessura média ponderada das paredes exteriores é de 0,44m.