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Lisboa, como espaço geográfico multidisciplinar e multicultural, tem condições ideais para se tornar um motor de crescimento económico diferente e diferenciador na área metropolitana de Lisboa, contribuindo para o firmamento no plano regional e nacional deste novo desafio, consolidando a sua “Economia do Mar”.

O alargado leque de ideias que se apresenta, sugere e identifica possibilidades de projetos para Lisboa, que respondam a algumas das tendências e oportunidades que se verificam atualmente.

O conjunto de ideias agora apresentado, tem como propósito promover o debate na cidade e, particularmente, com os atores e parceiros estratégicos identificados, sobre quais os projetos prioritários e determinantes a incrementar e dinamizar para fortalecer mais espaços à economia do mar e o firmamento do cluster em Lisboa.

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BLUEPRINT DO CLUSTER DO MAR EM LISBOA

DELIMITAÇÃO DO CLUSTER DA ECONOMIA DO MAR EM LISBOA

CO-CRIAÇÃO DE PLANOS DE AÇÃO E PROJETOS

QUANTO VALE O CLUSTER EM LISBOA? MAPEAMENTO DOS ATORES

Construção e reparação naval I&D Campus Do Mar Frente

Ribeirinha (turismo náutico)Estuário do Tejo

Identidade marítima (educação e formação) Empreendedorismo Eventos e Internacionalização Cruzeiros Gov., ONG,

sindicatos, assoc. Turismo naútico

Pesca, aquicultura, transf. pescado Ensino e formação especializ. Ativid.port. trans.logíst. serviços maritimos Defesa e segurança marítima Náutica recreio Atividade Cultural Património Ambiente, energia, exploração fundos oceânicos I&D, tec. biodiv. e biotecnologia marinhas

1. Cidade Marítima, sua identidade como polo de afirmação da “Economia do Mar”

Capitalizar a presença na cidade de entidades internacionais ligadas ao mar (ex: Agência Europeia de Segurança Marítima) fomentando a organização de eventos internacionais de excelência nas áreas da biotecnologia marinha, segurança marítima, tecnologias marítimas e turismo náutico, constituirá forma de promover e apoiar ações e projetos que ajudem a criar e a cimentar uma cultura e identidade marítima forte nos cidadãos de Lisboa.

Também apoiar a criação de uma ‘Plataforma Marítima de Lisboa’ que se possa constituir como estrutura informal de diálogo entre os parceiros estratégicos mais representativos do setor marítimo e que contribua para uma governação eficaz na definição e execução dos projetos e iniciativas estruturantes na cidade, será crucial para a sua afirmação.

2. Cidade das Empresas Marítimas

A diversidade da atividade económica já existente na cidade, permite que possamos equacionar um melhoramento do desempenho de algumas dessas atividades, devendo existir disponibilidade para apoiar o surgimento e desenvolvimento de projetos associados às indústrias do mar reutilizando espaços em desuso (exemplo: salinas do samouco) ou para incrementar a atividade empresarial. Também ajudar e apoiar projetos que consolidem a navegabilidade do tejo, será uma opção importante (criação de percursos de carreira turística/transporte público marítimo que ligue a zona ocidental à oriental e vice – versa).

3. Cidade de Investigação, Tecnologia e Inovação Marítimas

Lisboa, com toda a sua oferta de ensino e investigação e espírito empreendedor, é local de excelência para o surgimento de iniciativas de qualidade superior, como a criação já anunciada do Campus do Mar, uma rede universitária que pretende agregar, articular e promover as ciências do mar, melhorar o desenvolvimento da investigação aplicada e criar em simultâneo massa crítica que ajude a impulsionar os processos de decisão integrados na região metropolitana.

Promover em simultâneo, a criação de um pólo - sede do cluster marítimo de Lisboa – o qual poderá ainda albergar uma incubadora de empresas, um centro de serviços de apoio e de informação à atividade económica do Mar, ao mesmo tempo que se edifica

e desenvolve um projeto que promova a construção de um espaço de excelência para articulação das atividades de investigação e desenvolvimento (centro I&D) nas áreas da biotecnologia, tecnologias marítimas, microbiologia, segurança marítima e biodiversidade

4. Cidade Multicultural das Atividades Náuticas, Culturais e Recreativas Marítimas

A multiculturalidade histórica da cidade, enraizada no envolvimento dos diversos atores e culturas tocadas pelas viagens marítimas, potencia diversas oportunidades para o desenvolvimento de espaços de referência agregadores desta multiculturalidade, pelo que apoiar-se o desenvolvimento de um passeio marítimo entre o terminal de S. Apolónia e o Terreiro do Paço que represente este sentir e respirar da cidade, representará certamente uma mais-valia económica. Será igualmente interessante pôr a tecnologia ao serviço da economia do mar na cidade, criando dispositivos web que promovam e valorizem o interesse turístico, patrimonial/cultural e gastronómico dos concelhos do estuário do tejo,

identificando percursos turísticos articulados com um ou mais locais de atracamento do concelho, permitindo igualmente estimular a atividade das escolas de vela e diversos desportos marítimos na região de Lisboa e ajudando a criar dinâmicas com as escolas públicas e privadas existentes no concelho e região.

A valorização do estuário do Tejo, através do desenvolvimento do Turismo Náutico e de Recreio, da promoção das rotas do Tejo e do Sado, do reforço dos transportes fluviais, do melhoramento dos acessos da cidade ao rio e do rio à cidade, para que o futuro passe pelo aproximar das duas margens do Tejo de modo a modelarmos um estratégia comum no âmbito da área Metropolitana de Lisboa. Esta valorização permitirá uma democratização do acesso ao Rio e ao Mar, particularmente por via do conhecimento, da Educação e Desporto, de modo a aproximar as novas gerações do mar. A criação do projeto Clubes de Mar – Navegar no Conhecimento Marítimo, é um passo, também servindo para reforçar a necessidade de uma integração no processo curricular da dimensão histórica e das ciências do mar.

5. Cidade de Porto e Estaleiros

A atividade portuária é fundadora da cidade de Lisboa. Com capacidade de acolhimento de navios de águas profundas, a função de porto continua a ser essencial já que Lisboa é porta de entrada para mercadorias que se destinam quer à Área Metropolitana, quer ao norte do país, com condições competitivas face a outros portos, o que permitirá também estreitar relacionamento com a margem sul e infraestruturas como a de Sines.

Esta cidade de porto aberto ao oceano, espaço de trocas e chegadas constantes, tem também espaços industriais disponíveis para alguma reconversão, o que permite apoiar ações que originem alguma agregação de peque-nos e médios operadores económicos na área da repa-ração e construção de equipamento náutico (pequeno e médio porte) o qual certamente irá permitir e garantir a preservação da atividade tradicional.

6. Cidade com Marinas e Cruzeiros

A devolução da cidade ao rio e ao mar através do Plano Geral de Intervenção na Frente Ribeirinha, proporcionou já e propiciará no futuro a realização de um conjunto

integrado de intervenções que significam não só uma aproximação dos habitantes, visitantes e turistas à água (os exemplos do Terreiro do Paço e da Ribeira das Naus, são disso exemplo paradigmático) permitindo um maior usufruto do rio, e a multiplicação das infraestruturas de lazer (esplanadas, pequenas marinas), mas igualmente a redefinição dos usos nas áreas sob a responsabilidade da CML, devolvendo uma nova dinâmica a toda a zona de fronteira entre a cidade e o rio. Salienta-se também o importante papel da Administração do Porto de Lisboa (APL), que numa estratégia de cooperação com o município, decidiu também pela implementação de um novo cais de cruzeiros em Santa Apolónia, com novas valências, que permitirá não só o aumento desse tipo de turismo na cidade, como a requalificação de uma zona muito relevante da cidade. De igual modo, torna-se premente para a cidade de Lisboa, espaço privilegiado enquanto ponto de atracamento da náutica de recreio internacional, a existência de dispositivos (por exemplo, um site internacional) que dêem a conhecer a oferta e condições de todas as marinas e locais de atracamento de náutica de recreio na área metropolitana de Lisboa (associado a sites de informação gastronómica, cultural e patrimonial).

PLANO DE INTERVENÇÃO

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