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Identificação de áreas suscetíveis a partir de inventário e classificação do

3.2 ORGANIZAÇÃO DOS DADOS

3.2.1 Identificação de áreas suscetíveis a partir de inventário e classificação do

Para realizar a análise do perigo, primeiramente foi necessário realizar o levantamento espaço-temporal as inundações, para identificar a periodicidade e os principais locais em que ocorrem os processos. Assim foi possível especializar as áreas com processos de inundação, onde foi realizada pesquisa de dados disponíveis para análise dessa área, foram identificados a possibilidade de análise do terreno e das alterações espaciais a partir de fotográficas aéreas e imagens de satélite. Salienta-se que devido a escala de análise não foi possível obter dados com medições precisas, como a de precipitação. Dessa forma buscou-se realizar uma análise focada em pequenas bacias hidrográficas, realizando um levantamento de detalhe e de cadastro e levantamento de dados primários realizados em campo.

Dessa forma, foi realizado levantamento tanto nos órgãos competentes (Defesa Civil) e no arquivo histórico municipal, averiguando, assim, as datas de ocorrência de eventos nos jornais de circulação municipal para construção de banco de dados.

Após o levantamento do inventário temporal dos desastres, o próximo passo equivale a delimitar os recortes espaciais que são consideradas com registros de inundação, visualizada a partir do levantados do inventário da inundação e a partir de trabalho de campo.

Para hierarquizar as áreas de perigo em três classes (alto, médio e baixo) foi necessário estabelecer parâmetros baseados na recorrência do episódio, na cota altimétrica da compartimentação da bacia hidrográfica, e também a partir da potencialidade da ocorrência do processo.

Para analisar a recorrência dos episódios de inundação foi necessário realizar uma pesquisa em jornais locais, assim verificando as datas de ocorrência do processo e as ruas citadas nas reportagens. Assim pode-se categorizar que ruas que não possuem registros em jornais recebem nota menor, as ruas que possuem até um

registro de processo de inundação recebem peso intermediário, as ruas cujo processo está registrado mais de dois episódios de inundação recebe peso máximo.

Em decorrência da análise do inventário foi possível identificar locais que ocorreram processos de inundação, dessa feita foi realizado três trabalhos de campo em cada bacia hidrográfica.

O primeiro trabalho de campo teve como objetivo uma análise ampla da bacia hidrográfica, na conjunção entre elaboração de croquis em laboratório e conferencia em campo, buscando identificar as principais alterações antropogênicas, e possíveis locais planos próximos ao canal, assim como áreas de fluxo convergente, dessa forma foram analisados os locais possíveis de ocorrência o processo.

O segundo trabalho de campo, já havia estimativa dos domicílios afetados pelo processo de inundação, esse momento foi direcionado a conferencia e diálogo com os moradores atingidos pelo problema, foram identificados nessa etapa domicílios em ruas que não possuem registros nos jornais. Em diálogo com moradores foi possível identificar os domicílios atingidos, e também as direções dos fluxos, locais que foram construídas canalizações, e também obter o nível de água quando o processo ocorre. O terceiro trabalho de campo, buscou-se a conferencia dos domicílios, com olhar principalmente as transformações ocorridas ao longo dos anos, e assim foi elaborado uma variável empírica para dar conta de responder a realidade, devido a inexistência de dados pluviométricos e do terreno atuais, pois o modelo utilizado corresponde ao momento em que a bacia hidrográfica possuía poucas residências, e alterações antropogênicas. Categoriza-se essa variável a partir da potencialidade de inundação.

O último dado apresentado consta da posição topográfica das residências correspondentes as bacias hidrográficas, assim foram divididos os domicílios que estão em cotas altimétricas altas, essas que se encontram próxima as nascentes dos canais, assim recebendo nota menor, pois o fluxo da água não se encontra com volume alto. A classe intermediária corresponde as cotas do médio curso, onde o fluxo e volume da água começam a ficar concentrado. A última classe está relacionada a compartimentação mais baixa da bacia hidrográfica, nessa área o fluxo torna-se concentrado e o volume da água maior, assim ocasionando maior perigo a população. O que agrava ainda mais o processo de inundação está relacionando a canalização e ao tamponamento dos canais originais, isso faz com que o fluxo da água se concentre ainda mais, e a probabilidade de obstrução desses canais é maior, assim fazendo com

que a pressão sobre as tubulações aumente, assim acentuando a suscetibilidade da ocorrência da inundação.

As delimitações dos setores das bacias hidrográficas estão expostas no Quadro 1, então verifica-se que as áreas possuem no máximo de altimetria de 10 metros. Identifica-se que as cotas da bacia hidrográfica do rio Henrique são superiores que a do rio Suzana.

Quadro 1 - Descrição das classes de perigo

Parâmetro Nota Henrique Suzana

Alto 1 765 – 761 m 740 – 735 m

Médio 2 758 – 755 m 730 – 725 m

Baixo 3 732 – 726 m 715 – 705 m

Organização: FURLAN, A. R (2019)

Dessa forma, o Quadro 2 aponta a descrição e parâmetros utilizados para hierarquização das classes de perigo.

Quadro 2 - Descrição das classes de perigo

Perigo de Inundação

Inventário de Inundação (II) Registros de Campo (RC) Posição na BH (PB)

Parâmetro Nota P es o 30 % Parâmetro Nota P es o 40 % Parâmetro Nota P es o 30 % 0 1 Baixa 1 Alto 1 1 2 Média 2 Médio 2 1 < 3 Alta 3 Baixo 3 Organização: FURLAN, A. R (2019)

A partir da somatória dos dados foram definidas as três classes que compõe a análise do perigo como apontados no Quadro 3 abaixo.

Quadro 3 - Descrição das classes de perigo

Perigo Legenda Henrique Suzana

Baixo P 1 Peso 1 33 – 47 % 33 – 47 %

Médio P 2 Peso 4 60 – 77 % 63 – 77 %

Alto P 3 Peso 9 87 – 100 % 80 – 100 %

Organização: FURLAN, A. R (2019)