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Entendemos que para apresentarmos nossos resultados é pertinente caracterizar as professoras que fizeram parte da nossa pesquisa. Pois, sem a participação das professoras, a concretização deste trabalho não seria possível.

Considerando as palavras de Teixeira (2007), que salienta uma vez que os professores estão presentes nos espaços públicos e privados em toda a parte da sociedade, os mesmos são o tempo todo, muito falados e sempre lembrados em meio políticas e legislações.

Desse modo, não diferentemente de Teixeira (2007) escolhemos falar um pouco destes profissionais, mas, considerando o ponto de vista que cada um apresenta sobre o seu percurso profissional, sem a pretensão de comparar as falas com a teoria e sim, a partir da fala, dos questionamentos e dos conceitos, vindos deles refletir criticamente na tentativa de ter um olhar atento às diferentes vozes, com a possibilidade de tê-los como interlocutores para a construção de um conhecimento baseando na experiência de vida destes profissionais.

Assim como foi anunciado na introdução, devido à função administrativa que a pesquisadora deste trabalho assumiu em meados do curso do mestrado, como secretária de educação do município, alguns embates ocorreram para que as entrevistas fossem realizadas. Por tais motivos, também anunciados inicialmente, o número de sujeitos que aceitaram participar da pesquisa foi reduzido. Sendo assim, nosso trabalho de campo foi baseado nas falas de 6 (seis) professoras atuantes na rede pública do município e do estado que realizaram o curso do PNAIC do Município de Nepomuceno-MG.

Por questões éticas e para preservar a identidade das professoras, decidimos identificar o grupo de professoras por nomes fictícios e a escolha destes nomes se relacionou diretamente com a forma de vida da pesquisadora. Foram escolhidos nomes bíblicos, nomes de mulheres que representam muito no meio cristão. E sendo este meio também comum da pesquisadora, a escolha não se deu aleatoriamente, mas foi tomado um cuidado para identificar supostos perfis para cada professora.

Desse modo, a partir de recortes das falas, procuramos uma descrição de aspetos que caracterizam como diferentes momentos que demarcaram o percurso de formação de professores alfabetizadores, bem como descrever o quanto os cursos de formação continuada contribuem para a prática pedagógica em relação à alfabetização, comparando de que forma os conhecimentos adquiridos em experiências vivenciadas e no processo de formação acadêmica são acionados de modo a garantirem a atuação e saberes que o professor alfabetizador utiliza.

Nessa perspectiva, as respostas cedidas foram transcritas e analisadas a partir da categorização dos dados, priorizando fragmentos de modo a destacar as falas dos professores entrevistados que reforçam e exemplificam os núcleos de sentido, evidenciados por temas.

Consideramos que o grupo participante da pesquisa foram ajudantes ativos para observar um pouco da realidade escolar do município de Nepomuceno em vários aspectos como: o fazer docente de professores alfabetizadores, a formação inicial e continuada dos professores, as contribuições do PNAIC para o trabalho de alfabetização, entre outros. O Quadro abaixo mostra essa identificação das principais características dos sujeitos das pesquisas:

Quadro 1 – Identificação dos sujeitos da pesquisa Professoras

Professoras Faixa Etária Tempo de serviço

Graduação e Pós Graduação

Ano de

conclusão Atua na Turma

Débora 41 anos Cerca de 18 anos

Normal Superior e Especialização em Educação Especial

2006 5º ano

Ester Entre 33 e 35 8 anos Normal Superior 2006 2º ano

Madalena 44 anos Cerca de 21 anos

Pedagogia e Especialização em

Supervisão

3ºano

Maria 54 anos Cerca de 24 anos

Pedagogia e Especialização em alfabetização 1985 3º ano Rute Entre 36 e 39 anos 9 anos Normal Superior e Especialização em Supervisão e Gestão de Projetos 2006 1ºano Sara Entre 38 e 40 anos 6 anos Pedagogia e Especialização Concluída 2012 3º ano Fonte: Elaborado pela autora (2018).

Apresentamos nosso grupo por meio de formação acadêmica, faixa etária, tempo de atuação, série de atuação entre outras informações, por entender que isso nos ajudará no entendimento dos resultados discutidos. Observando as informações do quadro acima, percebemos que as professoras possuem idade, tempo de serviço, área de atuação e formação distintas. Desse modo, foi possível por meio da diversidade do grupo obter diferentes olhares em uma mesma realidade, tal fator torna-se significativo na investigação e nas análises.

Observando a formação acadêmica, percebemos que entre o grupo de professoras analisadas todas possuem curso de especialização. Isso demonstra que há uma preocupação dos sujeitos da pesquisa em estar sempre em busca do conhecimento, mesmo que tenhamos a ocorrência de relatos, durante a entrevista, de que a especialização veio para sanar alguma lacuna na formação inicial, caracterizando assim, uma formação compensatória de acordo com Gatti (2010). É notável também que entre o grupo tem professoras que possuem mais de duas especializações. Talvez isso venha a ser um reflexo daquilo que Arroyo (2005) salienta. Para este autor a qualificação aumentou muito nas últimas décadas do século XX devido a valorização que os especialistas ganharam no mercado de trabalho.

Mediante a uma sociedade marcada por mudanças e transformações, essa valorização tornou-se fruto de um modelo de sociedade que a valorização por certificação tem um poder quantitativo em meio social e acadêmico.

Isso posto, a área da educação ganha destaque com novas exigências e demandas para a formação de professores. Com isso, a mesma passa a ser tema de discussão nas políticas públicas, programas de formação, cursos, universidades entre outras, vindo de acordo com aquilo que Gatti e Barreto (2009) discutem a respeito da formação discorrida neste texto anteriormente.

4 CATEGORIZAÇÃO DOS DADOS E APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DA