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4.1 Avaliação de Risco do Processo

4.1.4 Identificação e avaliação das salvaguardas

A partir da avaliação inicial do risco (assumindo que não existem salvaguardas), foram identificadas as salvaguardas existentes no sistema para verificar se elas eram capazes de mitigar o risco identificado. Nas Tabela 7 e Tabela 8 são

apresentados exemplos de salvaguardas consideradas válidas e não válidas em uma análise de risco do processo. Para definir se as salvaguardas são suficientes, deve-se analisar as seguintes características:

▪ Detecção: a salvaguarda pode detectar a condição que exige que ela aja?

▪ Tempo de Resposta: a salvaguarda pode detectar a condição a tempo de tomar medidas corretivas que impeçam as consequências?

▪ Capacidade: a salvaguarda tem capacidade adequada para que tome as medidas necessárias no tempo disponível?

▪ Força: a força da salvaguarda é adequada? A força de uma salvaguarda pode consistir em força física (por exemplo, de uma parede de explosão), capacidade de uma válvula para atuar (força da mola da válvula) ou força humana (para fazer a tarefa necessária).

Tabela 7: Exemplos de salvaguardas válidas.

Salvaguarda Comentários

Válvula de alívio Previne que o sistema exceda a sobrepressão especificada. A eficácia deste dispositivo é sensível ao serviço.

Disco de ruptura Previne que o sistema exceda a sobrepressão especificada. A eficácia deste dispositivo é sensível ao serviço.

Sistema de Controle Básico de Processo (BPCS)

Pode ser considerado uma salvaguarda se não estiver associado ao evento iniciador considerado.

Dique de contenção

Reduz a freqüência de grandes consequências (grande derramamento) de um transbordo de tanque, ruptura, derramamento ou outro evento se a substância for um líquido.

Sistema de drenagem subterrânea Reduz a freqüência de grandes consequências (grande derramamento) de um transbordo de tanque, ruptura, derramamento ou outro evento.

Vent aberto (ou ausência de

válvulas) Previne pressão excessiva.

Material à prova de fogo Reduz a taxa de entrada de calor e proporciona tempo adicional para despressurização, combate a incêndio ou outras atividades.

Proteção contra explosão Reduz a frequência de grandes consequências de uma explosão por meio do seu confinamento e protege equipamentos, edifícios e outros materiais. Corta-chamas

Se devidamente projetado, instalado e mantido, elimina o potencial de propagação de chama através de um sistema de tubulação ou dentro de um vaso ou tanque.

Tabela 8: Exemplos de salvaguardas não consideradas válidas.

Salvaguarda não válidas Comentários

Treinamento e certificação Esses fatores podem ser considerados na avaliação da probabilidade de falha para a ação do operador, mas não são, por si só, uma salvaguarda.

Procedimentos Esses fatores podem ser considerados na avaliação da probabilidade de falha para a ação do operador, mas não são, por si só, uma salvaguarda.

Rotina de testes e inspeções

Testes e inspeções não são salvaguardas. Espera-se que essas atividades estejam em vigor para todas as avaliações de perigo e constitauem a base para julgamento para determinar as probabilidades de falha. Aumentar os intervalos de teste e inspeção pode aumentar a probabilidade de falha. Manutenção

Espera-se que esta atividade esteja em vigor para todas as avaliações de perigo e constitui a base para o julgamento para determinar a probabilidade de falha de uma salvaguarda.

Comunicação Espera-se que existam comunicações adequadas em uma instalação. Sinalização Os sinais por si só não são salvaguardas. Os sinais podem não estar claros,

obscuros e/ou ignorados.

Proteção contra incêndio

A proteção ativa contra incêndio geralmente não é considerada uma salvaguarda, pois é ativada após o evento para a maioria dos cenários e sua disponibilidade e eficácia podem ser afetadas pelo fogo e / ou explosão que se pretende conter.

Nota: A proteção contra incêndio pode ser uma salvaguarda de mitigação, pois ele tenta evitar uma consequência maior após um evento que já ocorreu. Resposta de emergência da

planta

Os bombeiros, os sistemas manuais de dilúvio, os procedimentos de evacuação etc. normalmente não são consideradas salvaguardas, uma vez que são ativados após a liberação inicial. Há também muitas variáveis, como o tempo de resposta e a adequação da resposta, afetando sua eficácia para mitigar um cenário.

Resposta de emergência da comunidade

A resposta comunitária, a evacuação e o abrigo no local não são

normalmente consideradas salvaguardas, uma vez que são ativados após a liberação inicial e existem muitas variáveis que afetam sua eficácia. Eles também não oferecem proteção para o pessoal da planta.

Requisito de que a informação

esteja disponível e entendida Este é um requisito básico e não uma salvaguarda. Projeto inerentemente mais

seguro

Pode eliminar um cenário ou pode alterar a frequência do evento iniciador ou a taxa de falha, mas não é, por si só, uma salvaguarda.

Fonte: (CARGILL, 2015a - adaptado).

Além de avaliar essas características, para cenários de maior severidade é aconselhável a utilização de uma metodologia de LOPA para verificação da eficácia das salvaguardas. Essa metodologia fornece uma estimativa geral da frequência dos cenários específicos de eventos perigosos ao comparar a frequência de ocorrência do evento iniciador com a probabilidade de falhas da salvaguarda relevante. A utilização da

metodologia de LOPA garante que a avaliação da eficácia da salvaguarda não seja feita apenas de forma qualitativa, atribuindo um caráter semiquantitativo à análise.

Caso as salvaguardas existentes não sejam suficientes para impedir a ocorrência do evento iniciador ou para mitigar as consequências do cenário, devem ser feitas recomendações para a implementação de salvaguardas adicionais de forma a garantir a operação segura do processo em questão.

A fim de minimizar as consequências das liberações de substâncias perigosas, é necessário desenvolver planos de resposta de emergência que permitam proteger os afetados. No caso particular de substâncias tóxicas (sejam emissões ou vapores gasosos produzidos por derramamentos de líquidos voláteis) é importante estabelecer o contorno da nuvem formada, a fim de delimitar as áreas em que a concentração desta substância põe em perigo a integridade das pessoas.

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