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4.2 EQUAÇÕES IDF

4.3.2 IDF atualizada e IDF do TMPA v7

Os valores calculados para o BIAS e o RMSE da IDF-TMPA em relação a IDF-Pluviômetro, podem ser observados na Tabela 5. Através do Bias, percebe-se que a IDF-TMPA superestima os valores de intensidade para todos os períodos de retorno e para a equação como um todo. O RMSE indica a magnitude desta superestimativa com um pequeno valor na ordem de 1,53 mm/h.

Tabela 5 - Bias e RMSE para a IDF-TMPA

Período de Retorno Bias RMSE (mm/h)

2 1,04 1,10 5 1,19 1,26 10 1,32 1,39 15 1,40 1,47 20 1,46 1,54 25 1,51 1,59 50 1,67 1,76 100 1,85 1,94 Total 1,43 1,53

Na Figura 14 pode-se observar o EMPR para a comparação em questão. Nota-se que para todos os períodos de retorno o EMPR retorna valores próximos a 3,79%. Esta igualdade nos valores, pode ser atribuída ao uso de mesma distribuição estatística de máximos, método de desagregação de precipitações e software para regressão não-linear na construção das duas IDFs.

Figura 14 - EMPR – IDF-TMPA em relação a IDF-Pluviômetro

O BIAS e RMSE permitem observar que a IDF-TMPA fornece uma pequena superestimativa (1,53 mm/h) em relação a IDF-Pluviômetro. Enquanto que o trabalho de Melo et al. (2015), ao comparar os dados diários do produto 3B42v7 para a região sul do Brasil, concluiu que este subestimava a precipitação quando comparado a dados de pluviômetros.

A diferença dos resultados encontrados em relação a Melo et al. (2015) pode ser explicada pelos diferentes métodos utilizados para a comparação. Na construção de equações IDF utilizou-se apenas os dados de extremos diários anuais de precipitação, enquanto que o trabalho de Melo et al. (2015), comparou todos os dados de precipitação diária. De forma que o TMPAV7 pode estar subestimando os valores de precipitação em relação a média diária, mas superestimando os valores de eventos extremos.

A Figura 15 apresenta um gráfico de dispersão, nas ordenadas constam as intensidades da IDF-TMPA e nas abcissas as intensidades da IDF-Pluviômetro. A bissetriz mostrada indica os pontos de equivalência entre as duas equações.

Percebe-se, como esperado, através dos resultados de Bias, RMSE e EMPR, que os valores encontram-se a pequena distância acima da bissetriz, indicando

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 2 5 10 15 20 25 50 100 Pe rc en tu al

pequena superestimativa, 1,53 mm/h em média. Nota-se também que os dados para grandes períodos de retorno tendem a estar mais afastados da bissetriz, refletindo o RMSE encontrado, crescente com o período de retorno.

Figura 15 - Gráfico de dispersão entre a IDF-TMPA e a IDF-Pluviômetro A legenda se refere aos períodos de retorno

.

A métrica do RMSE sistemático, pode ser aplicada nos resultados do TMPA v7 com intuito de adequar-se os valores a IDF atualizada de forma mais precisa. A Tabela 6 contém os valores dos RMSE aleatório e sistemático obtidos.

0 50 100 150 200 250 300 In te ns id ad e -I DF -T M PA (m m /h ) Intensidade - IDF-Pluviômetro (mm/h) 100 anos 50 anos 25 anos 20 anos 15 anos 10 anos 5 anos 2 anos

Tabela 6 – Valores dos RMSE sistemático e aleatório para a IDF-TMPA Período de Retorno á ó 2 1,32 0,39 5 1,38 0,36 10 1,42 0,37 15 1,45 0,38 20 1,47 0,40 25 1,48 0,41 50 1,54 0,48 100 1,60 0,58 Total 1,46 0,43

Fonte: Autoria Própria

A incidência de erros sistemáticos é maior do que erros aleatórios, indicando tendência nos resultados. Portanto as dados do TMPA v7 são passiveis de tratamento para melhor adequação as IDFs obtidas com dados de solo.

Na Figura 16 apresenta-se o gráfico de dispersão entre os dados IDF-TMPA após a consideração do erros sistemáticos e a IDF-Pluviômetro. Percebe-se melhor adequação dos pontos a reta bissetriz em relação a Figura 15, devido a correção dos erros sistemáticos.

Figura 16 - Dispersão - TMPA ao se subtrair os erros sistemáticos

Com base nos pequenos valores de RMSE e EMPR encontrados e possibilidade de correção dos erros, percebe-se que o TMPA v7 é uma boa fonte de dados para construção de equações IDFs na proximidades de Pato Branco – PR, retornando intensidades com um suave superestimativa dos valores.

Esta fonte de dados (TMPA) pode ser utilizada como preferencial em regiões com poucos ou nenhum dado de pluviometria e em detrimento de séries muito antigas ou com grande número de falhas, visto que, nestes casos, as equações IDF construídas apresentam acentuada divergência com o regime hidrológico real (SALGUEIRO, 2005). 0 50 100 150 200 250 300 In te ns id ad e -I DF d o TM PA re m ov id o e rr os s is te m át ic o (m m /h )

Intensidade - IDF do pluviômetro (mm/h)

100 anos 50 anos 25 anos 20 anos 15 anos 10 anos 5 anos 2 anos

5 CONCLUSÕES

Os dados de precipitação do TMPA v7 fornecem bons resultado quando utilizados para a construção de equações IDF na região considerada, apresentando pequena superestimativa das intensidades. Sugere-se seu uso como preferencial em relação a séries pluviométricas pequenas, antigas ou com grande número de falhas.

Foi construída uma nova equação IDF para Pato Branco – Paraná (Equação 26), compreendendo o período de 1977 – 2015, totalizando 39 anos de série de dados observados sobre a região urbana, que para todas as durações e período de retorno estima valores superiores a proposta por Fendrich (1991).

Percebeu-se como entrave ao desenvolvimento de trabalhos relacionados a precipitação, a inexistência de estudos com relações de desagregação específicos a mesorregião sudoeste e a todo o estado do Paraná. Sugere-se o desenvolvimento destes estudo, propondo desagregadores de precipitação confiáveis, não somente com relação a precipitação de 1 dia e 24 horas, mas também com relações independentes a precipitação de 3 horas e a precipitação de meia-hora, tendo em vista o potencial de uso dos dados da missão TRMM e o futuro grande potencial do sistema GPM.

Admite-se que as discussões e conclusões aqui apresentadas limitam-se as proximidades do pluviômetro considerado. Não existindo nenhum outro trabalho validando equações IDF construídas com dados do TMPA v7 no estado e na mesorregião sudoeste do estado do Paraná, impossibilitando a comparação regional do presente estudo. Sugere-se a realização destes trabalhos, em outras regiões próximas, a fim de confirmar os resultados encontrados e ampliar sua validade espacial.

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APÊNDICE 1 – PROCEDIMENTOS REALIZADOS NA PLATAFORMA GIOVANNI –

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