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Taxa Bruta de Mortalidade e Taxa de mortalidade Infantil (em permilagem)

3.3. Idoso no Brasil

Nos países em desenvolvimento como o Brasil, com seus atuais 190 milhões de habitantes, seus cidadãos podem viver, também, o suficiente para chegar à velhice. Porém, com um sério agravo, pois se trata de um contingente de pessoas na casa de milhões de indivíduos. Portanto, os problemas relacionados com o atendimento ao grupo de pessoas idosas tornam-se ampliados, em comparação com países desenvolvidos, como Portugal, com seus atuais 10,5 milhões de habitantes.

O cidadão idoso brasileiro, bem como o português, está a usufruir também dos avanços sociais, econômicos e das pesquisas médicas, proporcionando-lhe, embora, relativamente aos países desenvolvidos, em menor proporção, um crescimento na expectativa de vida à nascença.

Essa realidade referente ao envelhecimento dessa população brasileira, de milhões de pessoas, deve ser acompanhada de mudanças, e, principalmente, fiscalização na execução das normas jurídicas que tratam dos direitos humanos, em decorrência da dignidade da pessoa humana, em particular do grupo das pessoas idosas brasileiras.

Mesmo porque as normas jurídicas brasileiras em vigor, apresentadas no Estatuto do Idoso, tratam-se de normas minuciosas, porém, de efetividade ainda não completamente observada no dia- a-dia do cidadão idoso brasileiro. Considerando que a institucionalização do sistema de Proteção Social brasileiro data da década de 1930, mas, somente a partir da Constituição Federal de 1988 os primeiros princípios caracterizadores da universalização do acesso ao sistema protetivo passaram a ser um novo marco jurídico dos direitos sociais. Certamente, a recente Lei nº 10.741 de 2003, que regula o Estatuto do Idoso foi de impacto positivo e ampliado à população das pessoas idosas brasileiras.

Apesar das normas jurídicas brasileiras terem sido formuladas e aprovadas durante os últimos 25 anos, a partir da Carta Magna do Brasil, promulgada em 1988, um novo modelo de cobertura de Proteção Social foi regulamentado na década de 1990. Remonta deste período as regulamentações que foram instituídas como políticas de rendas mínimas, conforme a Lei Orgânica de Assistência Social, de 1993.

Esta particularidade do jovem modelo brasileiro foi por sua vez diferente do que se passou em Portugal. Pois, nesse país europeu se passaram cerca de 62 anos para que os seus governantes pudessem planear, promover, reformular e consolidar de maneira eficiente as suas normas jurídicas, com base na orientação política da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Desta forma, nesse item 3.3, no caso dos cidadãos idosos brasileiros, se fez necessário, recorrer aos dados estatísticos dos censos demográficos realizados pelos institutos de pesquisa oficiais do governo do Brasil, particularmente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

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(IBGE), para se realizar uma análise crítica e reflexiva, sobre as diretrizes do Direito Humano, em decorrência da dignidade humana.

Por conseguinte, foi preciso recorrer à interpretação dos mesmos parâmetros selecionados à análise de Portugal, para efeito de comparação, quais sejam: população residente, taxa bruta de natalidade, indicadores de envelhecimento, taxa esperança de vida à nascença, taxa de fecundidade, e taxa bruta de mortalidade e taxa de mortalidade infantil.

O quadro 7, a seguir demonstrado, apresenta em números absolutos o censo demográfico da população residente, no Brasil, e dos indivíduos reunidos em grandes grupos etários. Nota-se que desde 1960 a população brasileira cresceu de 70.992.343 para 190.755.799 de pessoas, em 2010. Na faixa etária entre 0 a 14 anos de idade, esse número absoluto cresceu de 29.912.768, em 1960, para 45.932.295, em 2010.

Com referência a faixa etária de 15 a 59 anos, esse número absoluto cresceu de 36.848.612, em 1960, para 124.232.905, em 2010. O mesmo ocorreu em projeção aritmética com as demais faixas etárias pesquisadas, acima de 60 anos de idade, o grupo das pessoas idosas brasileiras, que cresceu de 3.330.996, em 1960, para 20.590.599, em 2010:

Quadro 7: População residente no Brasil, em número absoluto total e por grandes grupos etários. População Residente Anos Grupos Etários 1960 1970 1980 1991 2000 2010 0 a 14 anos 29.912.768 39.130.433 45.460.763 50.988.432 50.266.122 45.932.295 15 a 59 anos 36.848.612 49.108.418 66.197.885 85.114.338 104.997.019 124.232.905 60 a mais anos 3.330.996 4.716.208 7.216.017 10.722.705 14.536.029 20.590.599 Total 70.092.376 92.955.059 118.874.665 146.825.475 169.799.170 190.755.799 Fonte/Entidade: IBGE. (114)

Para facilitar a interpretação comparativa, foram reunidos esses dados demográficos da população residente no Brasil, segundo as aproximadas e respectivas três faixas etárias definidas pelo censo português, quais sejam: de 0 a 14 anos, de 15 a 59 anos e, mais de 60 anos de idade, apresentado no quadro 7, acima representado.

Ou seja, enquanto em Portugal a faixa etária entre 0 a 14 anos de idade, decresceu de 2.591.955, em 1960, para 1.572.329, em 2011, no Brasil, a mesma faixa de idade cresceu de 29.912.768, em 1960, para 45.932.295, em 2010.

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Enquanto, em Portugal, na faixa etária de 15 a 64 anos, observou-se um pequeno acréscimo de 5.588.868, em 1960, para 6.979.785, em 2011, no Brasil, a faixa correspondente de 15 a 59 anos, cresceu, exponencialmente, de 36.848.612, em 1960, para 124.232.905, em 2010.

No que diz respeito ao grupo das pessoas idosas, em Portugal, a faixa etária de mais de 65 anos, cresceu, relativamente, de 708.569, em 1960, para 2.010.064, em 2011. Já no Brasil, esse crescimento foi ainda mais significativo, passando a faixa etária de 60 e mais anos de 3.330.996, em 1960, para 20.590.599, em 2010.

No gráfico 9, percebe-se esse crescente número da população brasileira, entre os anos de 1960 e 2010, tanto em grandeza total como nas três faixas etárias citadas acima:

Gráfico 9: Representação gráfica referente à população brasileira residente, entre os anos de 1960 e 2010, em número absoluto total (T), e das faixas etárias entre: 0-14 anos, 15-59 anos, e de 60 a mais anos de idade.

Fonte/Entidade: IBGE.

Esse crescimento exponencial da jovem população brasileira, entre 1960 e 2010, define uma pirâmide demográfica na sua posição normal, cuja base maior corresponde a essa faixa etária mais jovem, como mostra o gráfico 10, a seguir apresentado:

0 50 100 150 200 250 1960 1970 1980 1991 2000 2010 Po p u laçã o Milh õ es Anos

População residente segundo censos: total e por