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O IDOSO EM CONTEXTO FAMILIAR

PARTE I – AS MIL E UMA FACES DO ENVELHECIMENTO

2- O IDOSO EM CONTEXTO FAMILIAR

“Uma das causas mais importantes da perda de amor à vida é a sensação de não sermos queridos.”

Bertrand Russel

A Sociologia da Família foi nos seus primórdios uma sociologia dos comportamentos familiares e suas transformações em que os grandes autores, como Durkheim, nunca dissociaram o estudo da família da forma de organização da sociedade (Commaille 1998). A mesma não se pode desligar dos condicionantes sociais, políticos, culturais e económicos. Parece consensual que a família é a célula fundamental da vida social, e que apesar das mudanças que ocorreram nas formas de vida familiar, ela é uma das mais antigas instituições, o primeiro e mais importante grupo social. A família é uma instituição natural que nasceu com o Homem, não se limitando a uma elementar construção social. Efectivamente, ela tem-se modificado ao longo da história e apresentado formas diferentes numa mesma época e lugar, consoante o grupo social em causa logo, um fenómeno da natureza e da cultura. A família é um espaço de cultura e um veículo da civilização (Sullerot 1999).

De facto, o papel do tempo e do espaço tem condicionado a estrutura do grupo familiar. As formas de vida familiar variam de sociedade para sociedade e de geração para geração. A família enquanto parte integrante da realidade social, acompanha as modificações sociais que nela acontecem, sendo actualmente essas mudanças mais reconhecidas e visíveis. Apesar disso, na mesma sociedade coexistem diversas organizações familiares. Efectivamente, nas últimas décadas, a baixa taxa de fecundidade e de natalidade, as novas formas de família, a participação da mulher no mercado de trabalho, entre outros, condicionam a ideia que se tem de família, tendo a mesma assumido contornos diferentes ao longo do tempo.

Para se entender e compreender todas estas transformações familiares, temos de perceber as bruscas e profundas mudanças que ocorreram na sociedade global. De todas as mudanças que estão a decorrer por todo o mundo, as principais são as que afectam a vida pessoal, de entre elas a família. Poucos são os países onde não se está a discutir o futuro da família. Em sociedades e culturas diferentes, os tipos de família e

de relacionamento revestem-se de formas diversas. Muitas das mudanças que estão a acontecer na família são problemáticas e difíceis mas, de acordo com inquéritos feitos nos Estados Unidos e na Europa, poucas pessoas aspiram ao regresso dos papéis tradicionais do homem e da mulher, ou à desigualdade entre eles (Giddens 2001).

A família pode então considerar-se como uma instituição em constante mutação em que ―cada época conhece as suas formas familiares; sociedade e família são o produto de forças sociais, económicas e culturais comuns, sem que uma seja o resultado da outra‖ (Segalen 1999: 10). No mundo ocidental, antes da revolução industrial, os modelos familiares organizavam-se essencialmente em torno da exploração agrícola; posteriormente com a industrialização desvanecem-se os modelos de família baseados na economia da terra, surgindo o trabalho especializado. A família já não é a unidade base da produção, mas sim do consumo em que com o advento da industrialização, a actividade económica deixa de ser exercida na residência familiar e a indústria passa a contar com mão de obra masculina, feminina e também de crianças, essencialmente as mais desfavorecidas. Assim, a mão-de-obra feminina é essencial para a sobrevivência de um grande número de famílias, acumulando então a mulher as funções de cuidadora da casa, da família e que exerce ainda uma actividade profissional.

Para Gimeno (2003) a industrialização fez com que os trabalhadores abandonassem os seus locais de origem e fossem residir para mais perto dos seus novos locais de trabalho o que contribuiu para a nuclearização da família, em detrimento da antiga família patriarcal, mais ligada às lides agrícolas do que industriais. Daí que, do ponto de vista económico, a família se tenha convertido de uma unidade de produção numa unidade de consumo. Por outro lado, considera-se que ―a família nuclear como estrutura esteve presente ao longo de vários séculos muito antes da industrialização em várias regiões da Europa‖ (Saraceno e Naldini 2003: 46). Acrescentam ainda, parecer consensual que em todos os países que viveram esse processo de industrialização, este tipo de convivência familiar se expandiu rapidamente, inclusivamente em áreas e classes que antes se identificavam com outros tipos de estrutura familiar.

Nos anos 50 e 60 modernidade e sociedade industrial andam a par; ―a modernidade, aqui encarnada na sociedade industrial, teria revolucionado a família antiga na sua estrutura, no seu funcionamento e nas suas relações com a sociedade‖ (Segalen 1999: 11). Tendo subjacente esta ideia, Parsons considerava que a industrialização impôs a passagem do grupo doméstico a uma forma nuclear, com um único membro economicamente activo que seria o marido. No entanto, os trabalhos relativos à família assumiram que a

industrialização não se posicionou contra a família e, em inúmeras situações, a família seguiu esse processo. Da mesma forma, também se pensava que antes da industrialização predominava a família extensa, constatação esta que foi posta em causa após algumas investigações que vieram demonstrar que em grande parte da Europa os grupos domésticos tinham uma configuração semelhante à das décadas de 50 e 60. Logo, a industrialização, não nuclearizou a família porque isso já ocorria desde há muito tempo. Pelo contrário, alguns autores admitem que foi a existência da família nuclear que impulsionou a industrialização. Desta forma, é um erro considerar a família uma instituição passiva; em antítese, exalta-se a sua capacidade de resistência e de acção (Segalen 1999).

Houchard (2001), considera que a estrutura tradicional da família se encontra maioritariamente na Europa. Perto de 78% da população europeia vive numa família nuclear, distribuída por duas categorias: a dos pais casados e com filhos e a das famílias monoparentais. Segundo a autora, mesmo na Europa existem diferenças entre o Norte e o Sul, em que aparecem somente 40% de famílias clássicas na Suécia. Em Portugal esse valor é de 60%, tal como em Espanha e na Irlanda. O Sul da Europa distingue-se ainda com uma terceira categoria familiar: aquela onde coabitam várias gerações. É o caso de um quinto da população da Grécia, Espanha e Portugal. No resto da Europa este tipo de família não representa mais de 11%. Refere ainda que em média, por residência, o número oficial conhecido é de 2,5 pessoas, embora só permita medir até que ponto vão longe os tempos das famílias numerosas. Somente três países - Espanha, Irlanda e Portugal - contam mais de três pessoas por família. Actualmente predominam as famílias pouco numerosas, segundo o INE (2010), a dimensão média da família em Portugal é de 2 pessoas (30,1%), logo seguidas das famílias com 3 pessoas (26,7%).

Numa mesma sociedade podem, no entanto, conviver uma diversidade de modelos familiares, o que realmente dificulta a compreensão e assunção de um conceito de família, consequência das inúmeras alterações que a mesma sofreu ao longo do tempo e nas diferentes culturas, o que originou alteração nos seus papéis e funções. Apesar de prevalecer nas sociedades contemporâneas a família nuclear, também se podem encontrar outras formas de família, nomeadamente, a família extensa e também novas formas de família, como sejam, a família monoparental e a família recomposta. Gimeno (2003) considera a família nuclear o modelo predominante na cultura ocidental pós- industrial, como sendo aquela que é composta por pais e filhos que convivem no lar

familiar, sem mais nenhum parente. A família alargada, por sua vez, inclui mais graus de parentesco, com pelo menos três gerações no sentido vertical. Alarcão (2006) considera família nuclear, aquela que é composta por elementos que coabitam e que estão unidos por laços biológicos e afectivos e que partilham actividades familiares, nomeadamente refeições e tempos livres, entre outros. Sublinhe-se a perspectiva de Relvas e Alarcão (2007) que referem a falência do modelo das ―duas formas de família‖ como referência estrutural da família, acrescentam as autoras que ―a família extensa (várias gerações vivendo sob o mesmo tecto) e a família nuclear intacta (pai, mãe e filhos) constituem-se, ainda hoje, como um protótipo‖ (Relvas e Alarcão 2007: 318). Este modelo, parece permanecer, alheio às alterações entretanto ocorridas e à proliferação de novas formas de família. Está-se constantemente a ouvir falar na ruptura da família tradicional, sendo que ―família tradicional‖ tem servido para englobar situações distintas. Em sociedades e culturas diferentes, também os tipos de família apresentam formas diferentes (Giddens 2001).

Apesar de tudo é indiscutível que a família é o lugar onde se nasce, cresce e se morre, embora nesta trajectória que é a vida, possamos ter mais do que uma família. É a família que nos transmite as normas, valores e cultura da sociedade da qual fazemos parte. Esse espaço de aprendizagem é também um espaço de vivência de relações afectivas que distingue cada pessoa e a faz pertencer a uma família e não a outra. A família pode ser entendida como ―uma micro população no seio da qual acontecem nascimentos, casamentos, mortes, ou conjunto de pessoas que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco entre si podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento‖ (Silva 2006:43). Por outro lado, a família pode também ser ―um grupo institucionalizado, relativamente estável, e que constitui uma importante base da vida social‖ (Alarcão 2006: 37). Para Gimeno (2003: 40), “a família é um grupo primário, um grupo de convivência intergeracional com relações de parentesco e com uma experiência de intimidade que se prolonga no tempo‖.

Apesar do termo ―família‖ continuar a ser polissémico, pois são diversas as suas funções, dependendo do discurso apresentado ou do local onde se utiliza, o mesmo tem vindo a alterar-se de acordo com as transformações sociais e compreende os indivíduos ligados pelo sangue e pela aliança, tal como a instituição que rege esses laços (Segalen 1999). Independentemente das várias definições que existem de família o mais relevante é vê-la como um todo. Esta visão global da sua estrutura e do seu desenvolvimento é o que a distingue enquanto sistema. Não se pode confinar a uma

simples construção social, apesar das alterações que tem sofrido ao longo do tempo, apresentando diversas formas e estruturas, em que cada um dos seus membros tem um papel e função definidos dentro da mesma, em constante interacção e que está inserida numa unidade social maior (Alarcão 2006).

Enquanto sistema social, os membros da família detêm papéis e funções específicos, cruciais tanto para o indivíduo como para a sociedade, pelo que o sistema familiar se altera sempre que qualquer um dos seus elementos sofre mudanças, daí a necessidade de uma organização interna e distribuição dos papéis. Neste contexto, pode definir-se a família como ―um sistema, um conjunto de elementos ligados por um conjunto de relações, em contínua relação com o exterior, que mantém o seu equilíbrio ao longo de um processo de desenvolvimento percorrido através de estádios de evolução diversificados‖ (Alarcão 2006: 39). Tendo subjacente esta filosofia também Gimeno (2003) define a família como um conjunto de elementos em interacção, salientando a interconectividade dos seus elementos entre si, reforçando o papel das relações interpessoais logo, os elementos da família não estão isolados mas sim em constante interacção, sendo esses laços cruciais para o sistema familiar, é essa a energia que o mantém vivo. Esta interacção familiar preserva, no entanto, a individualidade e responsabilidade dentro e fora do complexo contexto do sistema familiar.

Não se pode restringir a vida familiar à soma da vida de cada um dos seus elementos; todavia o comportamento de cada um interfere na família como um todo; o que acontece com cada um em particular condiciona todos os elementos, pelo que Alarcão (2006) considera inadmissível que se analise o comportamento individual, sem ter em conta o contexto em que ele ocorre.

No que se refere à formação familiar, também foram notórias as alterações ao nível da dimensão e composição das famílias. De acordo com o INE (2002c), as estimativas com base nos resultados provisórios dos censos 2001, relativamente a Portugal, demonstraram que em 32,5% das famílias clássicas, residia pelo menos um idoso e que as famílias constituídas apenas por idosos representavam 17,5% do total das famílias. Entre 1991 e 2001 a proporção de famílias clássicas com idosos aumentou, essencialmente, as famílias só de idosos, sendo a grande maioria destas famílias compostas apenas por um idoso no entanto, as famílias compostas por idosos e outros diminuíram ligeiramente, como se observa no gráfico seguinte:

Gráfico 9

Evolução das famílias segundo a sua composição Portugal (1991 e 2001)

Fonte: INE (2002c)

Também, segundo Gonçalves (2004), nos últimos anos foi visível um aumento das famílias clássicas constituídas só por idosos, sejam famílias unipessoais, idosos que vivem sós, ou famílias constituídas por 2, 3 ou mais pessoas, todas idosas. A proporção de pessoas idosas a viver sós é bastante superior nas mulheres, resultado da sobremortalidade masculina e celibato definitivo, mais comum nas mulheres. Na União Europeia a proporção de viúvos entre 50 e 64 anos é de 2,2% e de viúvas 10,1% no entanto, a partir dos 65 anos esta discrepância aumenta significativamente, sendo 13,6% no caso dos homens e 45% nas mulheres (Carrascosa 2008). Ainda, segundo a mesma autora, Espanha, Grécia e Portugal (Censos 2001), são os países da União Europeia em que é menor a proporção de idosos a viverem sós, situando-se no extremo oposto a Dinamarca.

De acordo com Gonçalves (2004), em Portugal, o aumento das famílias só de idosos é mais evidente nas Regiões de Lisboa e Vale do Tejo e Norte, sendo este crescimento menor no Alentejo, na opinião da autora, devido ao desaceleramento do ritmo de envelhecimento, apesar do Alentejo continuar a ser a Região mais envelhecida do país. Ainda segundo a mesma autora, o forte acréscimo verificado no total das famílias clássicas, do qual o Alentejo é excepção, não teve o mesmo impacto nas famílias sem idosos, facto este explicado pelo aumento das pessoas idosas, tal como se pode observar pelos dois gráficos seguintes:

Gráfico 10

Fonte: Gonçalves (2004)

Gráfico 11

Fonte: Gonçalves (2004)

Enquanto conceito censitário, consideram-se famílias clássicas o conjunto de indivíduos que residem no mesmo alojamento e que têm relações de parentesco (de direito ou de facto) entre si, podendo ocupar a totalidade ou parte do alojamento.

Considera-se também como família clássica qualquer pessoa independente que ocupa uma parte ou a totalidade de uma unidade de alojamento (INE 2002b).

Gonçalves (2004), afirma que em Portugal, ocorreu um aumento considerável de pessoas idosas em famílias institucionais, em que mais de metade dessas pessoas, com base nos últimos censos, tinham 80 e mais anos. Já Carrascosa (2008), menciona que em 2001, em Espanha, Grécia, Itália, Eslováquia, Estónia, Letónia, Lituânia e Polónia, aproximadamente 5% de idosos com mais de 85 anos viviam em instituições, valor muito baixo comparativamente com a Holanda e a Bélgica, onde essa percentagem sobe para 25%.

Recentemente o Statistics Netherlands fez um cálculo de projecções de famílias (UE-15) para os anos de 1995 a 2025, considerando para o efeito três cenários a longo prazo: o cenário ―individualista‖ que adopta uma tendência mais individualista, de emancipação e de secularização e de baixa fecundidade; o cenário ―familiar‖ que assume um abrandamento do processo de individualização, para além de taxas altas de fecundidade; o cenário ―base‖ que resulta da média dos cenários anteriores. Para cada Estado Membro foram calculadas projecções do número de pessoas a viver em famílias clássicas e em famílias institucionais e o número dessas famílias. À semelhança do que aconteceu nas últimas décadas, o número de famílias tende a aumentar nos Estados Membros, observando os três cenários. Esta situação será consequência do forte crescimento do número de pessoas a viver sozinhas. Por outro lado, a dimensão média da família irá declinar em quase todos os países considerados. A maioria da população europeia vive em casal, casado legalmente ou em união de facto. Esta realidade terá tendência para aumentar, ao que não será alheio o aumento contínuo da esperança média de vida, significando isso que os casais permanecerão juntos nas idades mais avançadas. Por sua vez, os três cenários indicam também o aumento da população da UE-15 em famílias institucionais, resultado do envelhecimento da população (Leite 2005).

Todas estas alterações ao nível da família, às quais se associam as preocupações com o aumento progressivo da proporção de idosos, os condicionantes socioeconómicos e sociais e a inadequação das respostas, veio despoletar uma série de questões, nomeadamente no que concerne à capacidade da família em prover suporte e ajuda aos mais idosos, pois parece que a rede familiar, é a primeira a quem se recorre para resolver necessidades e problemas. Tradicionalmente, a família continua a ter um papel crucial nos cuidados quotidianos aos seus membros, local privilegiado de

solidariedade, acolhimento, de troca afectiva e material. Martín (2005) refere que a família é uma entidade própria, grupo social base, é o que tem o papel mais importante, sobretudo quando está em causa um compromisso a longo prazo. Quando algum membro da família adoece ou sofre de alguma incapacidade é a família que lhe presta apoio. Também Lage (2005) defende que ao longo dos tempos a função de cuidar está associada essencialmente à família.

Muitas famílias continuam no firme propósito de prestar cuidados e apoio aos seus familiares, eventualmente poderá verificar-se uma adaptação às actuais estruturas familiares, mais fluidas e uma continuação do estreitamento dos laços familiares, pondo em causa a apreensão pública de que as famílias se estão a indisponibilizar para os cuidados aos mais velhos (Harper 2009).

Então, parece poder afirmar-se que cuidar dos familiares idosos surge na continuidade do que é o papel e funções da família, social e culturalmente estabelecidos. Apesar de se reconhecer que ser idoso não significa ser dependente, também é perceptível que com o avançar dos anos poderá ocorrer alguma perda da autonomia e ocorrer necessidade de ajuda na resolução das actividades quotidianas. De facto, é nos extremos do ciclo vital que a necessidade de ajuda é mais evidente, na infância e na velhice. No entanto, considera ainda Lage (2005) que a crise dos sistemas de saúde e protecção social das últimas décadas, consequência do acentuado envelhecimento demográfico, responsabiliza as famílias pelos cuidados aos mais velhos, descobrindo então o Estado o papel crucial da família. Desta forma, em alguns países ocidentais desenvolveram-se algumas medidas políticas impulsionadoras da desinstitucionalização ou pelo menos conducentes à institucionalização, apenas quando estritamente necessária, ficando o cuidado socialmente dividido entre o Estado e a família.

A família continua a ser o local por natureza onde ocorrem laços de solidariedade, unidade fundamental da sociedade (Imaginário 2004). Na sequência da ideia, Lamas (2007) refere que as solidariedades familiares estão mais desenvolvidas no sul da Europa do que no Norte, eventualmente porque as dificuldades fortalecem os laços familiares e efectivamente o sul é mais pobre do que o norte.

Um dos grandes desafios que se coloca na actualidade é como conviver com várias formas de família e encontrar o equilíbrio entre o apoio formal e informal de forma a promover a autonomia e independência dos idosos e famílias e contribuir para uma

vida cada vez mais longa, mas acompanhada de qualidade. A integração da mulher no mercado de trabalho, a redução do número de filhos, o casamento tardio e consequente nascimento do primeiro filho também mais tardio, alteraram a estrutura e papéis familiares e condicionam o apoio aos mais velhos; no entanto, parece comprovado que o apoio familiar continua a ser uma constante, apesar das dificuldades.

Num relatório da Direcção-Geral da Família (1993), sobre a situação da família portuguesa, ficou evidente a imagem muito positiva que os portugueses têm da família. Ela é factor de equilíbrio social e de desenvolvimento da sociedade, não sendo a mesma substituível pelos amigos. No que se refere às suas funções, a maioria considera que em primeiro lugar é criar, educar e instruir os filhos e em segundo lugar

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