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Sinonímias: - (MOBOT, 2006).

Família: Aquifoliaceae (MOBOT, 2006).

Nome comum: erva-mate, erva, mate, chá-mate, chá-do-paraguai, chá-dos-jesuítas, chá-das- missões, mate-do-paraguai, congonha-das-missões, congonheira, erva, mate-legítimo, mate- verdadeiro, chá-do-brasil, congonha, orelha-de-burro, chá-do-paraná, congonha-de-mato-grosso.

Distribuição geográfica / ocorrência:

Originária da Argentina, Paraguai e Brasil. Ocorre no Brasil, desde o sul do Mato Grosso do Sul até o Rio Grande do Sul, nas matas de altitudes entre 400 a 800 m. Ocorre também em manchas isoladas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Limites latitudinais 19º15’ S no Alto Rio Doce, MG a 31º46’ S em Pelotas, RS. No Paraná a espécie ocorre nas regiões centro-sul e sudoeste, principalmente na F.O.M. (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2006).

Dados botânicos, ecológicos e agro-silviculturais:

Árvore ou arvoreta dióica de 3 a 15 m de altura, possui copa densa e perenifólia. Tronco curto de 30 a 40 cm de diâmetro, cilíndrico, reto a pouco tortuoso, com casca externa de coloração acinzentada. Suas folhas são simples, alternas, subcoriáceas ou coriáceas, glabras, verde-escuras, de margem crenada, medem de 8 a 10 cm de comprimento por 3 a 5 cm de largura. Possuem base aguda e ápice ligeiramente obtuso, pecíolo relativamente curto, medindo até 1,5 cm de comprimento, e um tanto retorcido. Na submata, as folhas chegam a atingir 18 cm de comprimento e 5 cm de largura. As flores são brancas, pequenas e dispostas na axila das folhas superiores em inflorescências. O fruto é uma baga-dupla globosa muito pequena, medindo de 6 a 8 milímetros de diâmetro, cor vermelho-arroxeado em sua maturidade, possui 4 sementes pequenas, ásperas e duras. A floração ocorre de setembro a novembro e a frutificação de janeiro de março (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2006).

Planta pereniófila, esciófila, seletiva higrófila, característica e preferente das matas de pinhais. Geralmente chega a formar capões homogêneos. É característica da Floresta Ombrófila Mista Montana, sempre em associações com o pinheiro-do-paraná. É considerada tolerante de solos de baixa fertilidade natural, desde que profundos. É naturalmente disseminada por pássaros que consomem avidamente seus frutos. Produz anualmente grande quantidade de sementes viáveis (LORENZI, 1992; CARVALHO, 2006).

Usos e potencialidades: Ornamental

Espécie altamente recomendável, pelo seu belo porte, para arborização e jardinagem. É também usada em cercas divisórias e arborização de alameda nas estradas de chácaras e fazendas (CARVALHO, 2002).

Forragem

A forragem da erva-mate apresenta 13% de proteína bruta e 5% de tanino (LEME et al., 1994).

Alimentação humana ou aditivos

Há dois tipos de produtos da erva-mate: produtos que exigem pouca modificação da matéria prima natural (chimarrão, mate queimado e tererê), e produtos que utilizam extratos (mate solúvel e refrigerantes) (CARVALHO, 1994).

Suas folhas preparadas segundo método apropriado fornece o “mate”, o mais popular dos chás consumidos no país e exportado para o mundo. Por essa razão é muito cultivada no sul do país; entretanto, a maior parte da produção provém da exploração de ervais nativos (LORENZI, 1992). Muito tempo antes de ser conhecida a sua composição química, já os indígenas utilizavam a erva mate não só atraídos pelo paladar da bebida preparada, mas principalmente por conhecerem suas virtudes, em que se destacava a propriedade de aumentar a resistência à fadiga e por mitigar a sede ou a fome (CHEMELLO, PANDOLFO e CAIO, 2001).

A difusão da erva-mate como bebida data de 1592, quando descobridores da América encontraram índios guaranis carregando, em pequenas sacolas, uma erva moída que chamavam de ‘caá’ e que era consumida em forma de bebida ou mastigada (ERVA-MATE, 1995). O tereré, bebida típica de MT, MS de Paraguai, é feita com erva-mate e água fria ou gelada (CARMO, 1996).

Medicinal

A folha da erva-mate é usada na medicina popular, na forma de chás. As propriedades principais da erva-mate são: estimulante, diurética, estomáquica e sudorífica. A erva-mate contém um componente chamado nieroxina, que é um antiinflamatório do sistema urogenital, atuando também contra obesidade nos regimes de emagrecimento (CARVALHO, 2002; DICKEL et al., 2007). A erva-mate provoca vaso dilatação, ocasionando a redução da pressão arterial. Por isso, é indicada também como auxiliar no tratamento da arterioesclerose. É tônico cardíaco, por sua ação vaso dilatadora e riqueza em magnésio, cálcio, fósforo, potássio e vitamina C. Seus efeitos no aparelho circulatório são notáveis (CARVALHO, 2002).

A cafeína atua em casos de cólicas renais, neurastenia, depressões nervosas e fadigas cerebrais em geral (EDWIN e REITZ, 1967). O chá provoca a digestão e é laxante (ERVA-MATE, 1995).

É o chimarrão dos gaúchos, como dizem: “a água benta da raça” (FRANCO et al., 1997). O chimarrão ou chá dão resistência à fadiga e ativam a circulação, reanimando as forças do corpo e estimulando o cérebro.

Produto bioquímico

O chá de erva-mate é rico em constituintes fenólicos e podem também inibir a proliferação de cancer bucal (DE-MEJIA et al., 2005).

Os principais componentes conhecidos da erva-mate são os alcalóides e os taninos (SIMÕES et al., 1998). Os alcalóides são as metilxantaninas, cafeína, teobromina e teofilina. A cafeína econtrada na erva-mate existe em percentual não inferior a do café, e sua exploração é economicamente viável; apresenta teores que podem alcançar até 2,2% nas folhas novas, diminuindo nas folhas adultas e mais velhas. A cafeína é responsável pela ação estimulante do chimarrão ou do chá-mate (CARVALHO, 1994). Os taninos alcançam teores de até 16% e são os principais responsáveis pelo sabor adstringente dessas bebidas (SIMÕES et al., 1998).

A erva-mate também contém 10% a 16% de ácido clorogênico (cafetânico), óleos voláteis, flavonoides, ácido fólico, vitaminas e sais minerais (RICCO et al., 1995; SIMÕES et al., 1998). A caracterização de diferentes compostos químicos encontrados nessa espécie podem ser encontrados em Valduca (1995).

Ecológico

A árvore é ornamental e pode ser empregada no paisagismo. Seus frutos são avidamente consumidos por várias espécies de pássaros. Pode ser utilizada no plantio de áreas degradadas destinadas à recomposição da vegetação, mata fluvial em locais sem inundação (LORENZI, 1992 CARVALHO, 2002).

Outros

Usada na fabricação de cosméticos (CARVALHO, 1994).

O banho com folhas é indicado para embelezar a pele (ERVA-MATE, 1995).

Estudos realizados em 1998, pelo instituto Pasteur e pela Sociedade de Aplicação Científica, ambos sediados em Paris, revelam que a erva-mate contém mais ácido pantatênico que a geléia real e é um verdadeiro estimulante das glândulas sexuais (ERVA-MATE, 1995).

A erva-mate produz o chá e o chimarrão, altamente tônicos, sobretudo no vigor masculino, e não raro, preconizado como afrodisíaco (KLEIN, 1993).

Injúria

Consumo de Mate con bombilla foi associado a câncer (BATES et al., 2007). A informação disponível sugere que a bebida de mate deve ser considerada um dos fatores de risco para câncer bucal ou orofaríngeo (GOLDENBERG, 2002).

O consumo freqüente cria certa dependência (FRANCO et al., 1997).

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