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Capítulo 3 – Metodologia

3.5. Estudo das medidas de eficiência energética a implementar

3.5.4. Iluminação mais eficiente

À semelhança do que se passa no caso das residências, a iluminação é responsável por elevados consumos de energia elétrica também no sector industrial. Esta situação é provocada essencialmente pelo ainda significativo número de lâmpadas ineficientes utilizadas. Neste domínio, algumas medidas legislativas têm já vindo a ser aplicadas para reduzir o seu uso. É o caso do phase out estabelecido para a Europa comunitária em 2009 para as lâmpadas incandescentes que determinou que desde setembro de 2012 a produção e importação deste tipo de lâmpadas fosse proibida na União Europeia [35]. Por estas razões, torna-se importante arranjar lâmpadas mais eficientes, como as Light Emitting Diode (LED). Esta substituição traz ainda benefícios ambientais uma vez que a redução do consumo energético permite reduzir emissões de CO2 associadas a esse consumo.

De seguida apresentam-se as principais características das várias lâmpadas existentes na adega:  Lâmpadas de halogéneo

É atualmente o tipo de lâmpada preferencial para substituir as convencionais mantendo a mesma qualidade de iluminação. No entanto, esta tecnologia atualmente é a que apresenta menor eficiência e menores tempos de vida. Por este motivo, esta lâmpada só deverá ser usada em caso de não haver mais nenhuma que consiga satisfazer os requisitos pretendidos. Para além deste inconveniente, Comissão Europeia recomendou aos Estados-Membros a remoção das lâmpadas de halogéneo com classe energética inferior a B [35].

 Fluorescentes tubulares

São o tipo de lâmpadas mais usadas especialmente em escritórios e cozinhas por apresentarem elevados níveis de fluxo luminoso e eficiência. Este tipo de lâmpada necessita de um balastro para estabilizar a tensão da rede. Os balastros eletromagnéticos têm vindo a ser substituídos por eletrónicos por consumirem 30% menos energia, terem maior tempo de vida, proporcionarem uma luz constante, sem interferências e sem efeito estroboscópio, não necessitarem de arrancador nem de condensador, proporcionarem um fluxo luminoso otimizado e ainda diminuírem a energia reativa. Uma vez que este tipo de lâmpada necessita de um tempo de aquecimento até conseguir atingir o fluxo luminoso total não é aconselhável para curtos períodos de utilização. Dada a difusidade da luz emitida, este tipo de lâmpadas também não é aconselhado para locais que necessitam de luz direta brilhante [35].

 Mercúrio de alta Pressão

Lâmpada com elevada potência (de 80 a 1 000W) utilizada em grandes áreas industriais e vias públicas. Funciona de maneira diferente uma vez que necessita de um ignitor para produzir a ionização do gás interno e iniciar a descarga elétrica. Esta lâmpada apresenta inúmeras vantagens como a longa durabilidade, a qualidade de luz produzida, a elevada eficiência energética, a reprodução da cor e ainda a baixa carga térmica. Porém, para além de ser cara, demora entre 2 a 15 minutos até que haja uma estabilização total do fluxo luminoso e necessita de reatores que possuem um peso considerável (fator fundamental quando se escolhe a estrutura que a fixa) [36].

 LED

As lâmpadas LED são alternativas às incandescentes e de halogéneo essencialmente por permitirem um maior tempo de vida, fluxo luminoso imediato, regulação de fluxo e ainda uma melhor restituição de cores. Não obstante estas enormes vantagens, nem sempre são uma opção melhor que as compactas fluorescentes devido ao seu elevado custo. No entanto, com o rápido desenvolvimento que se tem vindo a verificar das lâmpadas LED, estas têm vindo a tornar-se cada vez mais comercialmente competitivas. Os spots LED, por exemplo, foram criados para substituir os spots de halogéneo porque já permitem uma maior eficiência e tempo de vida. Mais recentemente ainda,

foram criados tubos LED para substituir as fluorescentes tubulares porque, para além de serem ligeiramente mais eficientes, não necessitam de balastro e acendem instantaneamente [37].

A Tabela 1 apresenta alguns prós e contras da utilização de cada tipo de lâmpada.

Tabela 1: Vantagens e Inconvenientes dos diferentes tipos de lâmpadas

Lâmpada Vantagens Inconvenientes

Incandescente

 Baixo preço

 De fácil uso e não precisam de equipamento auxiliar

 Capacidade de regulação de fluxo

 Excelente restituição de cor  Sem componentes tóxicos  Ligação instantânea

 Curto tempo de vida  Baixa eficiência luminosa  Elevada produção de calor  Tempo de vida e outras

características dependentes da voltagem fornecida  Elevados custos de operação Halogéneo  Baixo preço

 Excelente restituição de cor  Ligação instantânea e saída

completa de luz  Luz direcionada  Capacidade de regulação de fluxo  Sem Mercúrio  Pequena dimensão  Alternativa para baixas

voltagens

 Baixa eficiência luminosa  Baixa eficiência energética  Elevada temperatura de

superfície

 Tempo de vida e outras características dependentes da voltagem fornecida

Fluorescente

 Baixo preço

 Elevada eficiência luminosa  Elevada eficiência energética  Elevado tempo de vida  Capacidade de aguentar ciclos

de ligar/desligar frequentes  Regulação do fluxo limitada

 Temperatura ambiente afeta o ligar da lâmpada e a saída de luz

 Precisa de balastro  A saída de luz deprecia ao

longo do tempo  Contem mercúrio (é necessária reciclagem própria)  Ciclos curtos de funcionamento diminuem o tempo de vida

 Regulação de fluxo muito limitada

 Elevado tempo de aquecimento até atingir o fluxo luminoso total  Apenas luz difusa

Iodetos Metálicos

 Elevada eficiência luminosa  Excelente restituição de cor  Longos períodos de vida

 Caras

 Demora tempo a ligar  Contem elementos tóxicos

(mercúrio e iodetos de tálio)

LED

 Pequena dimensão  Longos períodos de vida  Ligação não tem influência no

tempo de vida

 Preço elevado

 Risco de brilho intenso devido à elevada saída de

 Sem Mercúrio

 Excelente operação a baixas temperaturas

 Elevada eficiência luminosa  Não apresenta perdas de calor

nem radiação

 Elevada eficiência energética  Bom índice de restituição de

cor

 Boa regulação de fluxo luminoso

 Iluminação direcional  Intensidade de luz regulável  Acendem instantaneamente  Baixos custos de operação e

manutenção

luz a partir de uma lâmpada pequena  Falta de padronização

Após se terem passado em revista as várias características das lâmpadas existentes no mercado, procedeu-se à procura de lâmpadas com as mesmas características base (mesmo casquilho e nível de iluminância) mas mais eficientes para se propor a substituição das existentes.

Neste capítulo foram abordadas várias metodologias para se proceder ao tratamento dos dados recolhidos no terreno. No capítulo que se segue irão ser descritos em detalhe os equipamentos, processos e respetivos consumos observados em cada adega.

Capítulo 4 – Casos de Estudo

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