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Imagens histológicas da cicatrização alveolar em dois grupos de estudo, cedido por Revista Odontológica de Lins, 1996

No documento Alveolite: evidências científicas (páginas 35-39)

Daniel Lagares et al ( 2004 ), apresenta um conjunto de procedimentos terapêuticos que consiste em anestesiar a zona afectada, o que permite um alivio momentâneo, devendo – se em seguida retirar qualquer sutura existente. Em seguida devemos irrigar o alvéolo com uma solução salina a temperatura ambiente ou com uma solução anestésica, seguida de um aspirar cuidadoso do material que saia do alvéolo. Deve – se prescrever analgésicos

Alveolite: Evidência Científicas

 

diariamente, com uma solução salina utilizando uma seringa sem agulha, a zona alveolar afectada.

Alguns autores aconselham, como já foi referido, a colocação de pastas anti – sépticas intra – alveolares medicamentosas. Estas pastas medicamentosas, segundo o seu principio activo, podem classificar – se em curativos anti microbianos, calmantes ou anestésicos locais. Em um estudo publicado por Garibaldi et al ( 1995 ), compara – se a vantagem do tratamento com curativos de base de eugenol, de lidocaina e enxugados com clorexidina a 0,12 %, encontrando que o primeiro deles produz uma maior redução do tempo de cura.

Lagares ( 2004 ) refere que o uso destas pastas diminui o mal-estar do paciente durante a recuperação da alveolite, ainda que geralmente estas afirmações sejam baseadas na experiência dos autores. Ainda que não existam evidências científicas claras a favor da colocação destas pastas na literatura, podem ser de ajuda no resto do tratamento à alveolite, devido a aumentarem a concentração de fármaco de forma local, diminuindo os seus efeitos secundários e evitando a entrada no alvéolo de restos alimentares. O número de complicações secundárias relacionadas com a aplicação dessas pastas no tratamento de alveolite é desconhecido, ainda que hajam descritas algumas complicações locais depois da colocação destes elementos no alvéolo afectado.

Não obstante, devo reiterar que não existe outro tratamento que não o sintomático enquanto o organismo restabelece – se da alveolite, posto que o tratamento etiológico não existe na actualidade. Por isso a melhor opção que dispomos é a prevenção, motivo pelo qual fizeram – se importantes esforços em conseguir métodos e protocolos eficazes neste aspecto.

MatteoChiapasco, apresenta no seu livro Cirurgia Oral ( 2006, Santos ) um protocolo de tratamento para esta patologia que consiste numa primeira fase na irrigação do alvéolo com soro fisiológico estéril, com a finalidade de eliminar possíveis resíduos alimentares colonizados por placa bacteriana, em alguns casos pode estar indicado, uma curetagem da cavidade oral, com anestesia local. No alvéolo insere – se depois um desinfectante tópico, por exemplo uma gase iodo-formica vaselinada ou fibras vegetais empapadas com eugenol. Pode ser necessário repetir a aplicação algumas vezes durante os dias seguintes.

As fibras vegetais empapadas com eugenol apresentam a vantagem de que se expulsam espontaneamente de maneira gradual durante todo o processo de cura.

Roberto Prado no seu livro Cirurgia BucoMaxiloFacial ( 2004, Medsi ) afirma que inicialmente o tratamento deve consistir em não perturbar o processo de defesa e de regeneração óssea, procurando – se apenas empregar curativos que combatam eficazmente a dor e o estado séptico da cavidade alveolar. A natureza faz o resto.

Assim, além da medicação analgésica interna, a dor deve ser combatida com medicamentos analgésicos colocados directamente na cavidade alveolar. Para isso, o autor aconselha a seguinte conduta: após alguns bochechos quentes com água oxigenada diluída, limpa – se com cuidado o alvéolo com gaze esterilizada e aplica – se, suavemente, a medicação necessária e indicada na alveolite: a medicação analgésica e a anti-infecciosa.

Várias substâncias analgésicas e outras tantas anti-infecciosas têm sido preconizadas. Entre as primeiras, têm sido usado o eugenol, o guaiacol e outros, como anti-infecciosos tem sido usado localmente alguns antibióticos e também a sulfanilamida.

No sentido de associar num só medicamento a acção analgésica e anti-infecciosa é aconselhado pelo autor, o uso de uma fórmula denominada de alveomicina. Esta fórmula associa um dos mais poderosos anestésicos locais, a lidocaina, com o efeito anti- infeccioso de um antibiótico de comprovada acção local, a neomicina; agregando ainda o eugenol, de efeitos comprovados.

Em média; um período de 7 a 10 dias é requerido para a exposição do osso começar a ser coberta com novo tecido granulado, sendo que os esforços de tratamento nesta fase devem se central no alivio do desconforto para o paciente durante esse período. Vários materiais de preenchimento para o alvéolo são propostos, como já foi demonstrado anteriormente; e segundo Bloomer ( 2000 ) o seu uso imediato pode prevenir casos futuros de alveolite quando estes são composto de eugenol. Contudo esta medida é referida por alguns autores como retardante do processo de cicatrização. Turner ( 1982 ) apresenta um processo de cura com algumas diferentes do que já foi descrito anteriormente, segundo este autor

Alveolite: Evidência Científicas

 

curetar e remover o tecido de granulação com irrigação, sendo que usando este processo Turner afirmar que o paciente necessita de um menor números de consultas quando comparado com as técnicas que usam eugenol. Este autor afirma também, que o uso de material de preenchimento alveolar atrasa o processo de cicatrização e aumenta o risco de infecção. Se realmente o médico dentista optar pelo uso de materiais de preenchimento alveolar, Fazakerley e Field ( 1991 ) recomendam a remoção de suturas e a irrigação gentil com uma solução salina morna sob anestesia antes da aplicação de um composto de preenchimento alveolar de oxido de zinco eugenol misturado sob a forma de uma solução semi sólida, aplicando – a numa gaze com iodoformo. O material de preenchimento deve ser removido no período de 2 a 3 dias, sendo que quando a dor for reduzida este deve ser removido definitivamente.

A escolha do analgésico varia desde o uso de AINES até preparações com base em narcóticos como o acetaminofeno com codeína. Colby ( 1997 ) recomenda também dar ao paciente uma seringa de plástico para uma irrigação em casa.

Mas quando podemos afirmar que obtivemos cura num caso de alveolite. A análise histológica de secções de tecido alveolar é um método muito usado para a avaliar a obtenção ou não de cura num caso de alveolite. Contudo, apesar do grau de fiabilidade deste processo, o facto de ser caro e consumir muito tempo na sua realização faz com que a sua utilização no dia a dia seja algo complicada. Um outro método usado para este propósito é a observação clínica de sinais de cura alveolar. É fácil perceber que este método apresenta um alto nível de subjectividade, sendo que os dados obtidos pela observação clínica vão variar de observador para observador, consoante o seu grau de experiência na análise deste tipo de patologia. Para dar resposta a este problema Yanal Nusair et al. ( Universidade de Ciência e Tecnologia da Jordânia, 2006 ) realizou um estudo onde procurou quantificar a cura da alveolite usando para isso, um simples método volumétrico clínico que mede a redução de volume no alvéolo. Este trabalho apresenta também dados importantes sobre o efeito do género e do tabaco no processo de cura alveolar.

Foram medidos sobre condições standard 28 alvéolos mandibulares, pela injecção de uma solução salina para o seu interior, aspirando – se de novo a solução para o interior de uma

seringa calibrada. As medições foram feitas no dia do diagnóstico ( T0 ), 4 dias após o diagnósticos ( T4 ), 7 dias após o diagnóstico ( T7 ), e 14 dias após o diagnóstico ( T 14 ). Foram então analisadas as medições do volume alveolar nos diversos intervalos de tempo já mencionados, bem como as diferenças entre pacientes masculinos e femininos, e entre pacientes fumadores e não fumadores.

Os resultados do estudo mostraram que durante o período do estudo existiu uma redução constante no volume alveolar medido nas seringas, começando com o dia de diagnóstico até ao período de duas semanas após o dia de diagnóstico ( quando as medições acabaram ). Isto pode ser interpretado pelo profissional como cura no processo alveolar. Contudo a cura não foi completa no período de duas semanas que comporta este estudo, já que ainda era possível medir volumes alveolares, apesar de estes já serem muito pequenos. Sendo assim o medico dentista deve estar preparo para seguir o seu paciente por um período superior a duas semanas até obter um processo de cura total sobre a alveolite, dependendo sempre este factor do caso clínico de cada paciente que encerra em si condições particulares.

      

No documento Alveolite: evidências científicas (páginas 35-39)

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