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O sistema penitenciário brasileiro é apontado como caótico e falido, posto que não cumpre o seu propósito de recuperação do individuo e posterior ressocialização, além das péssimas condições em que os encarcerados são colocados, haja vista problemas como a falta de higiene e a superlotação das penitenciárias brasileiras e os freqüentes atos de violência cometidos contra os próprios presos por eles mesmos, gerando um sentimento de desproteção para os apenados.

Sobre as péssimas condições nas penitenciárias brasileiras, bem como a consciência generalizada de que o sistema não atinge os objetivos a que se propõe, destaca Misse (1999d, p.9) “A representação dominante de que a cadeia não recupera ninguém, transforma-a por sua vez numa ambivalente forma de punição, que aparece na representação social como uma fracassada resposta à demanda privada de vingança.”.

De acordo com o relatório, a percepção com relação aos impactos no sistema penitenciário foi o da inocuidade da lei, tal como os resultados que foram apurados na questão criminal. A pesquisa concentrou-se nos problemas levantados pela sociedade que seriam decorrência direta da Lei, como a superpopulação, o aumento no número de rebeliões e o fortalecimento de facções criminosas.

Quanto ao incremento da população carcerária, a partir da vedação à progressão de pena e à agressão aos princípios da individualização da pena, bem como a dificuldade observada na obtenção de benefícios na execução das penas por parte dos apenados, foi possível identificar um aumento considerável da população prisional no período de vigência da Lei de Crimes Hediondos.

Em entrevistas realizadas com os condenados, a referida pesquisa, verificou que o comportamento e trabalho dos presos que têm maior quantidade de pena a cumprir é melhor do

que daqueles com penas mais leves, visto que a percepção dos presos é de que o bom comportamento e freqüência ao trabalho sinaliza à possibilidade de obtenção de benefícios e ao retorno ao convívio social.

Outro problema apontado é o fortalecimento das facções dentro dos presídios tendo em vista que a maior duração da pena estimularia o movimento associativo dos presos e contribuiria para que os grupos formados se firmassem no sistema, no entanto, a partir das entrevistas, os pesquisadores não identificaram qualquer vínculo entre o advento da lei e o fortalecimento das facções criminosas.

Nas entrevistas abordadas pelo referido estudo, com os presos tem-se a certeza de que o ato cometimento dos crimes não tem vinculação alguma com a quantidade de pena imposta pela Lei e que a grande maioria deles tem consciência da lei e suas implicações no âmbito processual e no cumprimento da pena de cada um.

A partir das observações realizadas no presente estudo foi possível contatar que os conflitos são elementos estruturadores para a construção da sociedade como uma e seu conseqüente desenvolvimento como civilização, implicando, portanto, em um movimento construtor das bases sociais através da exposição de idéias e conceitos e geração do consenso que forma a consciência coletiva.

No entanto, a maneira com que os indivíduos lidam com o conflito, por vezes não é adequada e culminam com situações de violência, pondo em risco as bases de uma estrutura normativa social e fazendo com que se reconfigure a finalidade precípua das ações de cada indivíduo na sociedade.

Isto posto, forma-se no individuo uma consciência social que eleva o pensamento para além das necessidades privadas visualizando a sociedade como um todo e prezando pela sua preservação em prol da sua própria sobrevivência.

Neste contexto, o Estado aparece como regulador das atividades entre os indivíduos determinado as condutas aceitas e as não toleradas, indicando, através dos estatutos legais comandos a serem obedecidos pelos indivíduos, como do caso brasileiro, trata-se de Estado democrático. Os dispositivos legais exarados devem perpassar a necessidade e indicar uma representatividade da vontade popular, para que veja os anseios individuais da sociedade refletivos nas atitudes do Estado e assim legitimar seus atos.

Um dos atos legítimos do Estado é o monopólio legitimo da coação através do qual este utiliza-se da força coercitiva para determinar aos cidadãos a forma “correta” de se portar nas relações interpessoais, evitando que ocorra a violência que se constitui em fator de desagregação social, prejudicial ao convívio em sociedade.

Uma vez vislumbrando a ameaça de desequilíbrio das relações sociais pela prática cada vez maior da violência como forma de solução de conflito, a própria sociedade cobra uma postura do Estado que assegure a plenitude da segurança como direito de todo o cidadão e mister do Estado.

Essa resposta no Estado brasileiro veio, para o caso específico de práticas iícitas e de grande apelo popular, na instituição da Lei 8072/90 - Lei de Crimes Hediondos um estatuto

punitivo que visava tornar mais severas as punições dos crimes nela elencados e através desta ação buscou inibir a pratica destes delitos.

No entanto, como política de segurança pública, mostrou-se uma forma atabalhoada de solução dos problemas através da força coativa do Estado na urgência que requeria uma resposta enérgica exigida pela sociedade, quando as reais causas que levam à utilização da violência como solução dos conflitos não são o cometimento do crime por ele mesmos, mais questões sociais que culminam com ações criminosas como forma privada de tentar atingir os anseios pessoais de cada um.

Assim, na tentativa da manutenção do exercício da poder, o grupo social com hegemonia nos aparelhos de o Estado instituiu este estatuto que de maneira simbólica, determinando um duro combate aos crimes ditos hediondos, simbólico porque fica demonstrado para a sociedade a determinação do Estado em desarticular os fatores que a ameaçam, no entanto, efetivamente, não serviram para atacar as reais causas do cometimento das infrações penais, que como dito anteriormente, são em sua maioria de cunho social, sendo a forma punitiva de tentar inibi-las inócua vez que o motivo do cometimento do delito continua presente na sociedade produzindo novas infrações constantemente.

Desta forma, através do relatório produzido pelo Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento do Delinqüente – ILANUD/Brasil, ficou demonstrado que a forma de lidar com Lei de Crimes Hediondos, como política criminal visando à redução da criminalidade com relação aos crimes selecionados como hediondos, não gerou nenhum efeito no que é relativo à questão da criminalidade e situação carcerária, a não ser o aumento da população prisional do País pelo motivo de ter vedado a progressão da pena do condenado e dificultado obtenção de benefícios como a liberdade provisória e liberdade condicional, medidas que mais tarde revelaram-se equivocadas.

Uma ação estatal que se mostre efetiva no combate à criminalidade deve ser realizada de maneira séria e planejada com base em dados concretos e exaustivos estudos e ensaios, sob pena de se cometer atitudes imprecisas que levam a ocasionar mais problemas do que solucioná-los, posto que como já retratamos aqui, a sociedade é um processo que funciona

por reações encadeadas, assim qualquer atitude tomada hoje determinará os rumos futuros da vida em sociedade.

REFERÊNCIAS

Livros

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Artigos

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Conferência

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BRASIL, Código Penal Brasileiro - Disponível em: http://www.planalto.gov.br, Acesso em: 13 de novembro de 2007

BRASIL, Constituição Federal do Brasil de 1988 – Disponível em: http://www.planalto.gov.br, Acesso em: 13 de novembro de 2007

BRASIL, Lei 8072/90 - Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br, Acesso em: 13 de novembro de 2007

BRASIL, Lei 8930/94 – Altera a Lei de Crimes Hediondos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br, Acesso em: 13 de novembro de 2007

BRASIL, Lei 9695/98 – Altera a Lei de Crimes Hediondos. Disponível em: http://www.planalto.gov.br, Acesso em: 13 de novembro de 2007

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Relatório Final de Pesquisa: A Lei de Crimes Hediondos como instrumento de Política Criminal Instituto Latino Americano das Nações Unidas para Prevenção do Delito e Tratamento

do Delinqüente – ILANUD/Brasil. disponível em:

www.ilanud.org.br/modelos/download.php?arquivo=/upload/pdf/hediondos.pdf, Acesso em: 13 de novembro de 2007

ANEXO

Presidência da República

Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI Nº 8.072, DE 25 DE JULHO DE 1990.

Mensagem de veto Dispõe sobre os crimes hediondos, nos termos do art. 5º, inciso XLIII, da Constituição Federal, e determina outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a

seguinte lei:

Art. 1º São considerados hediondos os crimes de latrocínio (art. 157, § 3º, in fine), extorsão qualificada pela morte, (art. 158, § 2º), extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º), estupro (art. 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único), atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único), epidemia com resultado morte (art. 267, § 1º), envenenamento de água potável ou de substância alimentícia ou medicinal, qualificado pela morte (art. 270, combinado com o art. 285), todos do Código Penal (Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940), e de genocídio (arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de outubro de 1956), tentados ou consumados.

Art. 1o São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados: (Redação dada pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2o, I, II, III, IV e V); (Inciso incluído pela

Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o); (Inciso

incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

V - estupro (art. 213 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único); (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

VI - atentado violento ao pudor (art. 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único);

(Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o). (Inciso incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

VII-A – (VETADO) (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei no 9.677, de 2 de julho de 1998). (Inciso incluído pela Lei nº 9.695, de 20.8.1998)

Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado. (Parágrafo incluído pela Lei nº 8.930, de 6.9.1994)

Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo são insuscetíveis de:

I - anistia, graça e indulto; II - fiança e liberdade provisória.

§ 1º A pena por crime previsto neste artigo será cumprida integralmente em regime fechado.

§ 2º Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade.

§ 3º A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei nº 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

II - fiança. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 1o A pena por crime previsto neste artigo será cumprida inicialmente em regime fechado. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 2o A progressão de regime, no caso dos condenados aos crimes previstos neste artigo, dar- se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 3o Em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o réu poderá apelar em liberdade. (Redação dada pela Lei nº 11.464, de 2007)

§ 4o A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. (Incluído pela Lei nº 11.464, de 2007)

Art. 3º A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

Art. 4º (Vetado).

Art. 5º Ao art. 83 do Código Penal é acrescido o seguinte inciso: "Art. 83. ...

...

V - cumprido mais de dois terços da pena, nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, e terrorismo, se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza."

Art. 6º Os arts. 157, § 3º; 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º; 213; 214; 223, caput e seu parágrafo único; 267, caput e 270; caput, todos do Código Penal, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 157. ...

§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de cinco a quinze anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa.

Art. 159. ... Pena - reclusão, de oito a quinze anos.

§ 1º ... Pena - reclusão, de doze a vinte anos. § 2º ... Pena - reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos. § 3º ... Pena - reclusão, de vinte e quatro a trinta anos. ...

Art. 213. ... Pena - reclusão, de seis a dez anos.

Art. 214. ... Pena - reclusão, de seis a dez anos.

...

Art. 223. ... Pena - reclusão, de oito a doze anos.

Parágrafo único. ... Pena - reclusão, de doze a vinte e cinco anos. ...

Art. 267. ... Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

...

Art. 270. ... Pena - reclusão, de dez a quinze anos.

..."

Art. 7º Ao art. 159 do Código Penal fica acrescido o seguinte parágrafo: "Art. 159. ...

...

§ 4º Se o crime é cometido por quadrilha ou bando, o co-autor que denunciá-lo à autoridade, facilitando a libertação do seqüestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços."

Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços.

Art. 9º As penas fixadas no art. 6º para os crimes capitulados nos arts. 157, § 3º, 158, § 2º, 159, caput e seus §§ 1º, 2º e 3º, 213, caput e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, 214 e sua combinação com o art. 223, caput e parágrafo único, todos do Código Penal, são acrescidas de metade, respeitado o limite superior de trinta anos de reclusão, estando a vítima em qualquer das hipóteses referidas no art. 224 também do Código Penal.

Art. 10. O art. 35 da Lei nº 6.368, de 21 de outubro de 1976, passa a vigorar acrescido de parágrafo único, com a seguinte redação:

"Art. 35. ...

Parágrafo único. Os prazos procedimentais deste capítulo serão contados em dobro quando se tratar dos crimes previstos nos arts. 12, 13 e 14."

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 13. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 25 de julho de 1990; 169º da Independência e 102º da República. FERNANDO COLLOR

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