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4.2 AVALIAÇÃO DO CICLO DE VIDA

4.2.2 Impactos Ambientais Referentes À Frota Brasileira

As análise realizadas na seção anterior, quantificam os impactos gerados por um único caminhão, o produto estudado. Porém pode ser feita uma análise mais ampla considerando o cenário real da frota brasileira.

De acordo com o IBTP (2018), no Brasil há cerca de 65,8 milhões de veículos, dentre eles 2 milhões estão na categoria de caminhões pesados e extra pesados.

Assim, se a frota contasse com um estudo técnico de suas características e aplicações para um melhor consumo e desempenho ambiental dos veículos, a realidade da redução do consumo de diesel seria o apresentado na Figura 14. Para

o cálculo, foi levado em consideração a redução de consumo apresentada na Seção 4.1.3, onde há uma redução de 5.000 litrosde combustível por ano para um veículo.

Figura 14 - Redução do Consumo de Diesel para a Frota Brasileira

Fonte: Autoria Própria (2018)

Considerando que um barril de petróleo tenha capacidade de 158,98 Litros, e que possua as características apresentadas na Tabela 12, é possível estimar a quantidade de barris que deixarão de ser necessário para a produção do diesel.

Tabela 12 - Relação da Produção de Insumos com um Barril de Petróleo Barril de Petróleo 40% Diesel 18% Gasolina 14% Óleo Combustível 8% Gás Liquefeito de Petróleo 8% Nafta 8% GLP 4% Querosene de Aviação Fonte: Larco (2018)

Com as quantidades necessárias de petróleo para a produção dos insumos, tem-se em litros as quantidades produzidas a partir de 158,98 Litros de petróleo.

Tabela 13 - Quantidade de Insumo Produzido por um Barril de Petróleo

Porcentagem Insumo Litros

40% Diesel 63,59

18% Gasolina 28,62

8% Gás Liquefeito de Petróleo 12,72

8% Nafta 12,72

8% GLP 12,72

4% Querosene de Aviação 6,36

Fonte: Autoria Própria (2018)

Assim, com a redução de consumo de diesel apresentada na Figura 14, estimasse a quantidade necessária de petróleo apresentada na Figura 15 para produzir a quantidade de diesel reduzida.

Figura 15 - Redução da Quantidade de Petróleo para a Frota Brasileira

Fonte: Autoria Própria (2018)

Para melhor mensurar os resultados apresentados na Figura 15, foi realizada a comparação em quantidade com a capacidade uma piscina olímpica e com a Lagoa da Pampulha (Figura 16), que possuem capacidade armazenar 2,5 milhões de litros (BARRETO, 2016) e 18 bilhões de litros (CARABETTI, 2011), respectivamente.

Figura 16 - Comparação da Quantidade de Petróleo Reduzida na Frota Brasileira

Fonte: Autoria Própria (2018)

Com as comparações ilustradas nas figuras acima, é possível obter uma análise final referente à redução de impactos ambientais para a produção do diesel. Onde um caminhão adequado às suas aplicações, pode reduzir até 5 mil litros de diesel, o que equivale a 79 barris de petróleo.

Ao aplicar a redução para toda a frota brasileira, estima-se um redução de 157 milhões de barris de petróleo, o que equivale a 10 mil piscinas olímpicas e quase 2 lagoas da Pampulha em Minas Gerais.

Toda a avaliação comparativa descrita acima para a perspectiva ambiental, também poder ser realizada para a perspectiva econômica. Como apresentado na Seção 4.1.3, a redução dos gastos anuais com combustível foi um pouco mais de 15 mil reais por ano para um veículo. Comparando com a frota brasileira, totalizaria em uma redução de 30 bilhões de reais por ano com combustível.

5 CONCLUSÃO

O objetivo do presente estudo foi de evidenciar o desempenho ambiental e econômico perante a mudança da relação diferencial de um caminhão extra pesado considerando a perspectiva do ciclo de vida, de modo que pudesse ser compreendido e comparado o envolvimento econômico e ambiental mediante a configuração de um caminhão que está em desacordo com sua aplicação, com uma configuração onde o veículo passa a estar adequado para sua aplicação.

Para este trabalho, a configuração do caminhão se resumiu à relação do eixo diferencial, ou seja, quanto maior a redução na relação, mais força e menos velocidade terá o caminhão, e quanto menor essa relação, mais velocidade e menos força terá o veículo. Conforme apontado por este estudo, a alteração neste eixo, pode ser evidenciada pelo consumo do veículo acima da média, isso se deve à aplicação inadequado do veículo, como por exemplo, veículos pesados que necessitam de força trativa e possuem uma relação diferencial baixa, exigirá mais do motor e assim, consumirá mais combustível.

Quando o eixo diferencial é adequado à aplicação do caminhão, o mesmo passa ter maior rendimento, consumindo menos diesel e por consequência acaba gerando menos impactos ambientais. Essa quantificação ambiental é possível mediante o uso da ACV, que possibilitou mensurar o impacto relacionado à Depleção de Recursos Abióticos e o potencial impacto de Aquecimento Global, relacionado à produção do diesel.

O resultado da ACV revelou uma redução de 6,82% de extração de recursos naturais e uma redução de 6,52% de emissões de gases do efeito estufa, para um veículo extra pesado que teve o seu diferencial reduzido, de 3.73 para 4.10. Em termos comparativos com a frota brasileira (2 milhões de veículos pesados e extra pesados, de acordo com IBTP (2018)), caso todos os veículos fossem adequados a sua aplicação, estimasse uma redução de 10 bilhões de litros de diesel por anos, equivalentes à 157 milhões de barris de petróleo.

A redução de diesel estimada para a frota brasileira resulta uma redução de 25 bilhões de litros de petróleo, 157 milhões de barris, 10 mil piscinas olímpicas e quase 2 lagoas da Pampulha localizada em Minas Gerais.

Na perspectiva econômica, considerando o preço do diesel a R$3,40 o litro, o veículo com o diferencial anterior a troca (3.73), gerava um custo de

aproximadamente 240 mil reais por ano, após a alteração do eixo diferencial, o mesmo veículo passou a economizar cerca de mais de 15 mil reais por ano.

O presente estudo difere de trabalhos similares encontrados na literatura por apresentar um estudo de ACV para mensurar e comparar os impactos ambientais gerados mediante alterações no eixo diferencial, utilizando dados reais da variação do consumo de combustível após as alterações realizadas no veículo.

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