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IMPACTOS NO PROJETO E CONSTRUÇÃO DEVIDO À AUTOMAÇÃO

3.4 HISTÓRICO DAS MUTAÇÕES E EVOLUÇÕES CONCEITUAIS SOBRE CONTROLE

3.4.6 IMPACTOS NO PROJETO E CONSTRUÇÃO DEVIDO À AUTOMAÇÃO

Com o advento da automação dos sistemas, através do uso intensivo de equipamentos digitais, observaram-se impactos positivos consideráveis para os segmentos de projeto e construção das instalações no que se refere ao controle e gerência do processo elétrico. É, portanto, de suma importância observar que a automação não somente afetou positivamente o objeto de ação “sistema elétrico” em operação, mas, também, o seu projeto, construção e, como vimos, o planejamento.

Dentre os aspectos que impactaram positivamente os projetos e construções das instalações, podem-se ressaltar:

a) Flexibilidade dos Sistemas

Faz parte do cotidiano, alterações de projeto durante a fase de implantação dos sistemas. Essas alterações decorrem de fatos tais como: erro de projeto, inclusões de funções, melhoramentos de projeto, facilidades de instalação, etc.

Por outro lado, as implantações das instalações ocorrem por etapas, de tal forma que sempre é necessária, em etapa posterior, a adequação do projeto e da instalação. Em todos os casos em que eram usadas as tecnologias convencionais, essas adequações normalmente implicavam em alterações de cablagem ou fiação de painéis, resultando em carga significativa para o projeto e para a construção, particularmente nos casos em que a instalação já estava em operação.

A aplicação de sistemas digitais micro-processados minimiza sensivelmente as dificuldades para adequação de projetos, já que a documentação é gerada pelo próprio sistema. A flexibilidade em consideração possui uma influência ainda maior para a própria construção, uma vez que a alteração em software, em geral, evita a execução das alterações físicas nos painéis e nos lançamentos de cabos. Adicionalmente, essas alterações em geral ocorrem sem a necessidade obrigatória de modificações e/ou acréscimos no hardware do sistema digital. Acrescenta-se o fato de que, uma vez testado, o software pode ser reutilizado para os diversos eventos com igual aplicação. Em resumo, a flexibilidade que os sistemas digitais conferem ao projeto e à construção é um atributo inerente à aplicação da própria tecnologia, tendo representado, neste sentido, melhoramento do produto com redução dos custos e com o mínimo de re-trabalho, constituindo-se em grande parcela na direção da competitividade.

b) Modularidade dos Sistemas

De acordo com a concepção dos antigos projetos de Medição, Proteção, Comando, Controle, Supervisão, Regulação a Automação (MPCCSRA), a expansão de uma instalação ocorria, necessariamente, com acréscimos de painéis e chassis adicionais. Por exemplo, um terminal de linha de 230 kV, exigia a instalação de, pelo menos, três chassis de proteção (CP1, CP2 e CP3), além do painel de comando. Com o emprego de sistemas digitais, a característica inerente de modularidade impôs a vantagem da expansão ser executada em módulos básicos de hardware, os quais são facilmente

incorporados ao sistema existente e com a grande vantagem de reutilização de software.

Neste sentido, a modularidade tem reflexo importante e direto na execução dos projetos, representando grande economia de escala, além da otimização do próprio projeto e construção, haja vista a necessidade de menores espaços físicos e menores alterações nos projetos existentes.

c) Compatibilidade dos Sistemas

Dentro do conceito de expansão do controle de processo (Medição, Proteção, Comando, Controle, Supervisão, Regulação e Automação), observa-se a vantagem, dotada pelos sistemas digitais, dos mesmos serem desenvolvidos mantendo a compatibilidade de software com as futuras evoluções de hardware.

Isto implica na perspectiva de compatibilização dos sistemas antigos de um mesmo fabricante com os seus novos modelos, até mesmo, e principalmente, entre os diversos fabricantes. Novamente, isto impacta diretamente na forma atual de projetar porquanto, a reutilização de projetos é significativamente grande, implicando, portanto, em redução dos custos.

Veremos, posteriormente, que com o advento do modelo IEC 61580, a questão da compatibilidade entre sistemas de fabricantes diferentes passa a ser uma dificuldade superada.

d) Redução de Falhas Humanas

Do ponto de vista de construção, na medida em que a complexidade de projeto passa a ser mais em nível de softwares aplicativos, os quais são exaustiva e facilmente testados, resulta em diminuição drástica de falhas humanas, tanto nos projetos quanto nas implantações dos sistemas (cablagem, fiação, etc.), implicando em redução significativa de re-trabalho, com os ganhos óbvios daí resultantes. Os terminais disponíveis para desenvolvimento proporcionam toda simulação necessária à consolidação do projeto.

e) Implantação dos Projetos

Ainda do ponto de vista de construção, é significativamente maior a facilidade de detecção de falhas de projeto ou instalações, através dos testes, quando os sistemas micro-processados são utilizados, já que, motivado por potencialidades que lhes são intrínsecas, esses sistemas incorporam mais informações ao sinal observado do que no caso da tecnologia convencional, além do seu automonitoramento.

Essas facilidades refletem diretamente nos tempos de comissionamento e no volume de testes a serem efetuados diminuindo, portanto, a carga da atividade de montagem ligada à construção.

f) Padronização de Parâmetros

Do ponto de vista de parâmetros, observa-se atualmente a necessidade de diversos padrões de equipamentos e, portanto, de projetos, face à diversidade de suas características. Pode-se citar como exemplo, as diversas cargas ôhmicas de componentes de proteção, que implicam por sua vez, em grande diversidade de cargas impostas aos TCs e TPs e, conseqüentemente, de bitolas de cabos, etc.

Com o advento dos sistemas micro-processados, observa-se que esses problemas são drasticamente minimizados, facilitando os projetos e suas padronizações. Observe-se que nos casos dos sistemas micro-processados, cada vez mais, as funções são implementadas de forma integrada, compartilhando assim, mais e mais, os sinais de entrada e saída dos mesmos. g) Espaços Físicos das Instalações

Em função da compactação inerente aos sistemas digitais, as edificações das instalações têm suas dimensões significativamente reduzidas. Por outro lado, em virtude do elevado grau de comunicação entre as partes dos sistemas digitais micro-processados, as interligações (cablagem) são drasticamente reduzidas, implicando em diminuição das dimensões das canaletas, bandejamentos, eletrodutos, etc.

Neste sentido, os projetos e construções sofreram também, neste particular, impactos absolutamente positivos.