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A importância da Comunicação/imagem Em 1966 apareceu a TV, a publicidade, o cinema, a B.D e a arquitectura de Venturi surge para preencher o impacto destes

No documento teoria da arquitectura (páginas 39-43)

campos de comunicação Venturi considerava a arquitectura muito conservadora para

o tempo que estava a decorrer, por isso foi a Las Vegas com os alunos e estuda a

capacidade que Las Vegas tinha de comunicar – palavras na fachada davam pistas

sobre o uso do edifício “Learning from Las vegas” é muito importante e apresenta os

princípio do pós-modernismo. O principal princípio é: não haver regras.

Manfredo Tafuri

Manfredo Tafuri viveu durante século XX e ficou conhecido pela contribuição do marxismo e da teoria do capitalismo, aplicados na arquitectura. Tafuri foi um crítico teórico bastante austero e expressivo.

Criticava a arquitectura moderna por desvalorizar a classe operária (referência ao marxismo), uma vez que o seu alvo são as classes mais altas. Afirma que a crise da arquitectura moderna resulta da ideologia da arquitectura, e que a solução para a resolver passa pela intervenção de uma política de perspectiva capitalista. A arquitectura moderna deve estar destinada à população, não a uma determinada classe, e para reestabelecer esse equilíbrio, deverá também aplicar-se à classe operária.

Segundo Tafuri, toda a crítica da arquitectura bem reflectida só pode levar a uma dimensão política (que deve ser o capitalismo), e serve para “eliminar esperanças projectistas” irreais (que os arquitectos julgam tão inocentemente resolver, apenas com os seus projectos).

Tafuri reconhece a preocupação dos arquitectos, por verem o seu trabalho desaparecer, devido aos avanços tecnológicos (que permitem cada vez mais o planeamento urbano autónomo). Aponta a perda de identidade da arquitectura, que ocorre mais frequentemente em países de capitalismo avançado, e afirma que o ciclo da arquitectura moderna nasce, desenvolve-se e entra em crise em função dos equilíbrios do capitalismo do mercado mundial.

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Rem Koolhaas – a metropolização (velocidade, flexibilidade e mutação) a Contemporaneidade e as principais Reflexões em curso

Rem Koolhaas nasceu no século XX e distingue-se pela sua particular perspectiva económica da arquitectura. Antes de ser arquitecto, Koolhaas trabalhou em marketing. Como tal, tem uma perspectiva funcional sobre a economia da cidade.

Para Koolhaas, a cidade não podia ter apenas um núcleo, deveria também concentrar- se em diversas periferias. É bastante objectivo nas suas afirmações e ideais. Procura inspiração na arquitetura efémera. Já ganhou o prémio de Mies van der Rohe e um pritzker, entre outros. Em Portugal, projectou a Casa da Música, no Porto. Koolhaas realizou projectos de grande escala, seguindo um estilo pós-moderno.

Após a conclusão do curso em 1972, Koolhaas viajou para Nova Iorque, juntando-se ao arquiteto alemão Oswald Matthias Ungers que na altura era docente da Cornell University. Permanece na cidade e em 1974 funda o seu Office for Metropolitan Architecture (OMA), enquanto trabalhava no Institute for Architecture and Urban Studies, Koolhaas escreveu o livro Delirious New York, auto-descrito “um manifesto retroativo para Manhattan” que se tornaria de imediato num dos mais importantes textos teóricos pós-modernistas sobre arquitetura. Sua teoria acerca de arquitetura concedeu-lhe o reconhecimento como um visionário no início de sua carreira, mais tarde, a combinação de arquitetura, planejamento urbano e escrita solidificou a reputação de Rem Koolhaas.

Em “Delirious New York”, um manifesto retroativo para Manhattan, isto é, uma obra de natureza dissertativa de um estudo sobre urbanismo e cultura metropolitana de Manhattan. Combina relatos históricos e ensaio, em busca da compreensão dos fenómenos urbanos que tornam a vida na metrópole uma “experiência profundamente irracional”. (“Manhattan uma montanha de provas sem manifesto”).

Nos episódios narrados da história urbana de Nova Iorque, o autor procura uma teoria e uma designação própria para explicar a transformação e evolução de uma cidade que ainda está em busca de uma teoria, de uma fórmula para uma arquitetura ambiciosa e de densidade.

Conceito de “manhattanismo”, é associado à densidade, ao movimento, à reprodução, variedade e ampliação do mundo humano numa visão de tridimensionalidade infindável. Esta visão nasce da “reticula” combinada com a “congestão urbana”, o máximo de racionalismo e adensamento, a quadra independente do comportamento físico do terreno, uma malha urbana que foi totalmente invadida pelo fenómeno do arranha-céu, “uma cidade-dentro de outra cidade”, um gesto megalomaníaco próprio da época industrial do inicio do século XX.

Ainda na linha dos novos conceitos e enquadrado com um mundo dentro de cada arranha-céus, destaca-se a “lobotomia”, uma associação com um termo de medicina para caracterizar a desvínculação entre os programas dispostos no interior do edificio e a sua “pele”, o corte da experiência de viver o ambiente no interior do “gigante” com a experiência

41 de contemplá-los pelo ritmo e dimensão que contribuem para o retrato inconfundível de Manhattan.

O autor desta relação entre a racional quadra e o delírio tridimensional, vai relatar as visitas do artista Salvador Dalí e do arquiteto Le Corbusier. A escolha das personagens é pertinente, pois revela as origens teóricas da sua criatividade urbana. Por um lado o arquiteto Le corbusier, o funcinalista racional, moderno, que nasceu para edificar, o homem que representa em si o sucesso do mundo capitalista industrial universalizante, trata-se de uma escolha para tratar o lado mais racional de Nova Iorque, o seu lado mais reticulado e de relações com as necessidades primordiais da humanidade.

Por outro lado, o artista-ícone do movimento surrealista europeu como “energia de inspiração” para as associações que combinam razão e fantasia, ciência e brincadeira. Duas personagens que simbolizam o paradoxo, fisico e emocional, delirante que é a experiência de olhar e viver Manhattan.

Desta obra de crítica à cidade contemporânea e ao arranha-céu, como edificação paradigmática e simbólica o autor vai extraír instrumentos para o projecto de arquitectura, o caminho teórico para os seus trabalhos, os ritmos e as lobotomias.

Manhattan é um tema intemporal, irreproduzível pois não se trata apenas de uma configuração metropolitana, de surrealismo dos limites verticais, trata sim de uma forma peculiar de criar um ambiente, uma personalidade que se caracteriza pelo seu movimento, velocidade e luz. Uma mescla de culturas e experiências extraída do seu comportamento de congestão urbana. É deste Delirio que nasce, cresce e permanece impunente a dinâmica Nova Iorque.

Peter Zumthor – a Arquitectura do Silêncio (luz, matéria e envolvência)

Peter Zumthor nasceu no século XX e ficou conhecido como teórico e como arquitecto. Publicou “Pensar a Arquitecura” e “O Núcleo Duro da Beleza”. Escreve sobre a importância da luz na arquitectura, e o papel que esta desempenha em conjunto com a expressividade do material, para formar o ambiente que deseja.

A sua arquitectura peculiar desencadeia momentos de grande silêncio, são o caso as Termas de Vals (Suíça), ou a Capela Brother Klaus, na Alemanha. Zumthor procura o sentido profundo da arquitectura, e constrói espaços para pensar, relaxar e reflectir.

Peter Zumthor é um arquitecto com uma atitude que transcende o meio de expressão da arquitectura relacionando-a com as outras artes. Com um pai marceneiro desenvolveu os seus conhecimentos de carpintaria suscitando o fascínio pelo uso preciso e sensual dos materiais.

42 Desde 1963 estuda design e arquitectura, tendo-se formado em 1968. Hoje, tem o seu próprio atelier onde trabalha sozinho e é professor na Academia de Arquitectura em Mandrisio. No seu percurso profissional ganhou diversos prémios, entre eles o Pritzker 2009. Escreveu artigos e algumas obras das quais as mais marcantes foram Atmosferas e o primeiro que escreveu, Pensar a Arquitectura.

Pensar a Arquitectura reúne oito das suas conferências, proferidas em simpósios e universidades de 1988 a 2004 nas quais fala do seu trabalho, do espaço e do ensino e aprendizagem da arquitectura sempre a partir da percepção sensorial das coisas.

A percepção é uma das grandes bases do seu pensamento, é interpretar estímulos obtidos através dos sentidos, neste caso, olfacto, audição, visão e tacto, a partir de experiências passadas. A arquitectura é mais do que o objecto em si, é permitir emoções que surgem espontaneamente pelos sentidos e pela intuição, duma forma que não se atinge pelo meio da razão. Ao presenciar um espaço é o material, o som dele e a textura que nos toca, que invoca memórias das experiências de toda a vida, surgem recordações e com elas um sentimento, uma emoção, isto é vivenciar a arquitectura.

Inspira-se na música de Sebastian Bach e na ‘arquitectura’ das suas composições, clara e transparente. ‘É possível seguir em particular os elementos melódicos, harmónicos e rítmicos da música, sem perder o sentido da composição no seu todo, em que todas as particularidades encontram o seu sentido’ escreve Zumthor, tal como a arquitectura devia ser, não só todas as partes de uma obra têm de concorrer para um todo, como fazer sentido por si só. Os ritmos e cadência da música são por um lado uma oposição ao silêncio valorizado por permitir as verdadeiras sensações, mas, por outro, a música também têm silêncio, tal como uma parede define um vazio mas esse não deixa de ser um corpo e um espaço que nos permite experimentá-lo. Tudo, o próprio vazio é matéria construtiva.

Mas o material só em si não é poético, o sentido nasce quando se consegue criar no objecto arquitectónico significados específicos de certos materiais que só neste singular objecto se podem sentir desta maneira.

Procura e afirma que a beleza existe. Cita ‘O poeta do vago só pode ser o poeta da precisão’, pensamento de Ítalo Calvino, ao defender que o belo deve ser vago, aberto e indefinido porque possibilita vários significados. E ‘A beleza está nos olhos de quem a vê’, um objecto pode ser ou não belo conforme as diferentes emoções que desperta, mas é esse sentimento e não pode ser inteiramente comprovada pela forma. Mantém-se fiel à natureza das coisas e que uma obra feita com a adequada precisão para o lugar, desenvolve a sua própria força sem necessitar de acessórios artísticos que são confundidos com beleza. O belo também está na materialidade e no útil, a forma, a construção, a aparência e a função formam o todo.

No lugar o projecto não se pode nutrir somente do existente e da tradição pois assim só repete o que o lugar oferece e falta o debate com mundo. Também ao limitar-se ao visionário, falta o peso específico do local. A obra tem de fazer sentido onde se insere e criar de forma espontânea situações espaciais que se harmonizam com o lugar e com o seu tempo.

43 Não enfatiza o sentido visual pois pretende transmitir a sensação de experienciar o espaço e não de o ver. Apoia os outros sentidos pois a grande parte da divulgação é baseada em imagens e tudo tem que ser forte visualmente. Um tempo extremamente visual e de bombardeamento de imagens, o que faz esquecer tudo o que pode ser mais profundo. Privilegia outro tipo de tempo mas termina com a importância da luz. É o que permite ver o espaço e não serve apenas para iluminar mas para criar gradações de sombra e luz controlando os ambientes.

É uma obra holística pois para além de mostrar uma grande ligação ao local e suas características, comunica com o Homem pelo lado racional e espiritual. Ao ensinar-nos a pensar e não nos deixarmos levar pela superficialidade das coisas permite-nos ter a consciência de onde nascem as ideias, o que é uma grande contribuição na formação de um estudante de arquitectura. O contributo das memórias, o construir para um lugar e para o Homem, o permitir emoções são lições a aprender e a seguir, facilitam a compreensão do seu pensamento e obra.

Neste tempo de hoje esquece-se o que envolve o lado mais espiritual do ser humano e Zumthor relembra-nos. Não somos máquinas, habitamos neste mundo.

Reyner Banham – a importância do arquitecto e da sua obra na actualidade.

“Theory And Design In The First Machine Age” pode considerar-se um livro bastante importante nos dias de hoje. Por ter reunido todos os períodos arquitectónicos da época moderna, neste formato de “tese”, constitui um elemento de estudo na História da Arquitectura Contemporânea. Compacta todos os conteúdos importantes e relevantes da arquitectura moderna passada, que têm, invariavelmente, influência nas produções da arquitectura actual.

O livro concede-nos a perspectiva (ainda que bastante objectiva) de um jovem, na altura em que este escrevia a sua tese de mestrado. Este facto aproxima o leitor do autor, caso o primeiro esteja a ler a obra num período semelhante da sua vida; algo bastante comum, já que o estudo da arquitectura contemporânea está inserido em qualquer curso de arquitectura.

Assim, influenciando os futuros arquitectos no mais importante período da sua vida, o ensino, “Theory And Design In The First Machine Age” consegue revelar-se importante, pelo impacto que pode desempenhar na arquitectura do futuro.

No documento teoria da arquitectura (páginas 39-43)

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