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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 25 2 REVISÃO DE LITERATURA

2.3 Importância da irrigação na cultura da soja

Sentelhas (2001) destaca a irrigação como uma prática agrícola de fornecimento de água às culturas, onde e quando as chuvas, ou qualquer outra forma natural de fornecimento, não são suficientes para suprir as necessidades hídricas das plantas.

A irrigação, quando utilizada de forma complementar à chuva, principalmente nas regiões onde o total de precipitação natural permite o desenvolvimento e a produção das culturas, proporciona melhor aproveitamento, aumentando a eficiência do uso da água aplicada pela chuva. A complementação da demanda hídrica da cultura pela irrigação, nos momentos corretos, proporciona o aproveitamento da água da chuva de modo a resultar em produção efetiva. Caso contrário, a presença da precipitação pluviométrica durante quase todo o ciclo da planta não seria uma garantia de ocorrência da produção final, da forma desejada, se faltasse água em momentos críticos do ciclo vegetativo (TESTEZLAF et al., 2002).

De acordo com Berlato (1992) no Estado do Rio Grande do Sul, irrigações suplementares são necessárias no período primavera-verão, devido à alta demanda evaporativa que ocorre nos meses de dezembro a fevereiro, tornando-se insuficiente para atender as exigências hídricas das culturas, principalmente no sul do Estado. De acordo com a Agência Nacional de Águas (2004), na agricultura de sequeiro, o risco de ocorrência de estiagem nos períodos críticos da lavoura está sempre presente, tornando a atividade agrícola um empreendimento com certo grau de incerteza, principalmente nas regiões onde a distribuição de chuvas é irregular e a freqüência de veranicos é grande.

É importante considerar a precipitação pluvial quando utiliza-se a técnica da irrigação. Em algumas regiões a precipitação pluvial é bem distribuída durante todas as estações do ano, já em outras regiões torna-se insuficiente para atender a demanda evaporativa das culturas, geralmente ocorrendo nos meses mais quentes do ano. Quando considera-se a precipitação pluvial a irrigação é chamada de suplementar, pois é aplicado o total requerido pelas plantas menos o menor índice pluviométrico da região. Já quando não se considera a precipitação pluviométrica, ou esta não é disponível, a irrigação é chamada de total.

A agricultura irrigada requer elevados investimentos em sistemas e equipamentos de irrigação e, independentemente do tamanho do estabelecimento, exige a utilização de tecnologia de produção. Desta forma, cada vez mais a agricultura irrigada deverá buscar a racionalização do uso da água, o aumento da produtividade física, a melhoria da qualidade dos produtos, o atendimento as estratégias de mercado, aos aspectos relacionados à pós-colheita e comercialização e a sustentabilidade dos sistemas do ponto de vista ambiental, econômico e social.

Conforme Cunha et al. (2001), a irrigação apresenta-se como solução principal para o problema de deficiência hídrica em soja. A demanda em investimentos, além da falta de condições adequadas da área e problemas de disponibilidade de mananciais hídricos em anos críticos, tem limitado a utilização no sul do Brasil. Villa Nova (1991) salienta que o correto manejo da irrigação, para obtenção de produtividades viáveis é aquele em que se aplica água no solo, no momento oportuno e em quantidades suficientes para suprir as necessidades hídricas da cultura, sem falta ou desperdício de energia.

Não existe um sistema de irrigação ideal, capaz de atender satisfatoriamente todas essas condições e interesses envolvidos, o que determina a necessidade de selecionar o sistema de irrigação mais adequado para uma determinada condição, visando atingir os objetivos desejados. O manejo de irrigação da cultura da soja nada mais é do que estabelecer quando e quanto aplicar de lâmina de água durante cada estádio de desenvolvimento. A irrigação da soja durante o período vegetativo tem influência direta sobre a estatura da planta, área foliar e altura de inserção do primeiro legume, além de outros efeitos sobre a arquitetura da planta. Portanto ela tende a ser mais vantajosa em condições que podem ser limitantes ao desenvolvimento das plantas, como é o caso das semeaduras tardias (CUNHA e BERGAMASCHI, 1992).

De acordo com Queiroz et al. (1998), a irrigação durante a fase de crescimento vegetativo, se mostrou menos importante que durante os períodos de florescimento, formação de legumes e enchimento de grãos.

Os critérios de manejo de água normalmente utilizados são baseados em medidas no solo, na planta ou na atmosfera. Os baseados em medidas no solo se fundamentam na determinação direta ou indireta do teor de água presente no solo, enquanto os baseados em medidas na planta se estabelecem no monitoramento do potencial hídrico, da resistência estomática, da temperatura da folha por meio de

termômetro infravermelho e outros; já os baseados em medidas climáticas variam desde simples medidas de evaporação de água em um tanque, como o Classe A, até complexas equações para estimativa da evapotranspiração (ROCHA et al., 2003).

Uma questão importante é o manejo do sistema, sendo uma parcela que contribui significativamente para o sucesso do empreendimento. Muitos sistemas são bem dimensionados e apresentam déficit econômico em função da aplicação inadequada da água, sem consideração dos critérios de solo, planta e atmosfera que indicam o momento e a quantidade ideal da lâmina de irrigação.

Para Bernardo (2008), o quanto de água aplicar é normalmente calculado com base na quantidade de água consumida pela cultura, dividida pela eficiência de irrigação. A quantidade de água consumida pela cultura pode ser estimada por meio da evapotranspiração real ou por meio da variação do teor de água no solo. Sendo que a quantidade de água a ser aplicada por irrigação tem de ser compatível com a capacidade de retenção de água na zona radicular da cultura.

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