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A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PROFESSOR PARA UMA EDUCAÇÃO

3.3 OS JOGOS NA CONSTRUÇÃO DE UM APRENDIZADO AGRADÁVEL E DE

3.3.1 A IMPORTÂNCIA DO PAPEL DO PROFESSOR PARA UMA EDUCAÇÃO

Discutir o papel do professor dentro de uma educação com abordagem lúdica e que utilize de jogos para fixar o conhecimento e valorizar a motivação dentro da sala de aula é imprescindível, pois, é este profissional quem direcionará a construção deste aprendizado, assim, ele precisa estar preparado para tal atividade.

Os educadores que desejam trabalhar numa perspectiva lúdica devem, inicialmente, identificar o estágio de desenvolvimento das crianças, bem como seus interesses e necessidades para posteriormente iniciar uma proposta lúdica eficaz. Cabe ao professor traçar claramente seus objetivos e definir as estratégias que adotará para a realização de suas atividades, sem perder de vista que a escola deve ser o lugar propício para que a criança possa brincar para crescer e aprender (DIAS et. al., 2011, p. 04).

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A presença do lúdico nos trabalhos educacionais não devem ser ações realizadas com base no que se acredita ser ou não bom para os alunos, a postura de observação do professor é muito importante.

De acordo com Dias et. al. (2011), o professor deve observar os jogos e brincadeiras como ferramentas extras para desenvolver o seu trabalho em sala de aula, e para isso, ele precisa ter uma concepção de que o seu aluno é um ser com autonomia, com plenitude social e cultural, pois assim, o lúdico pode ser visto como um meio através do qual se pode favorecer o desenvolvimento da criança, apontando para a questão de que o lúdico e a criança não podem estar separados.

O lúdico faz parte da vida da criança a partir do momento em que ela dá início a descobertas diversas que faz durante o seu amadurecimento intelectual e social.

Segundo Silva e Mota (2011), quando os professores pensam no grande leque de possibilidades de trabalho dentro da educação através da utilização do lúdico, os docentes se sentem motivados e destacam suas experiências, seus sentimentos e o posicionamento em relação à construção de uma relação sólida entre professor e aluno. Sob este foco, quando o professor consegue realizar uma observação das perguntas de seus alunos, da forma como lidam com objetos e brinquedos, ele pode perceber as várias condições de trabalho no decorrer das atividades pedagógicas que se desenvolvem dentro da sala de aula. O lúdico precisa de estudo pedagógico, de conhecimento e de constante pesquisa que parte do próprio professor.

Neste sentido, para que se possa trabalhar o lúdico dentro da sala de aula, não basta que se tenha vontade de fazê-lo, é fundamental que o docente se responsabilize por este processo. Não é o bastante propor jogos de forma indiscriminada, pelo contrário, esta prática pode prejudicar a construção do conhecimento. É necessário que se forme um trabalho focado, com jogos que sejam adequados àquela turma, e atividades que sejam adequadas a cada um dos alunos, para que eles possam aprender com elas.

Sant’anna e Nascimento (2011) destacam que o professor precisa estudar e escolher uma metodologia de trabalho que possibilite uma exploração das habilidades que a atividade lúdica propõe, e também para o desenvolvimento de outras habilidades. Para tanto, é preciso que se conte com um material significativo

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para os alunos, pois caso esse não traga sentido para o aluno, o conhecimento não será construído.

Assim, a escolha das metodologias e das atividades adequadas é que faz com que as crianças se sintam motivadas dentro do contexto escolar, auxiliando, até mesmo em suas vidas, na assimilação de informações e no foco, quando é preciso, por estar mais motivado.

[...] percebe-se a importância e responsabilidade do professor para intervir e propiciar às crianças o seu desenvolvimento integral nas atividades lúdicas, evidenciando que a brincadeira se constitui como uma das linguagens mais significativas e ativas das crianças, por mobilizar capacidades intelectuais, afetivas e sociais para a sua realização. Sabe-se que a educação escolarizada tem um papel único no desenvolvimento do indivíduo. Portanto aquilo que a criança aprende com o adulto e com outras crianças, transforma seus modos de agir e de pensar, e se essa interação acontece de forma divertida a ação docente e o desenvolvimento infantil tornam-se mais efetivos (WATANABE; BERTO; CHICARELLE, 2012, p. 03).

Dentro deste contexto, o professor ocupa o papel do adulto na realidade escolar, e isso lhe confere uma responsabilidade muito grande, de conduzir o aprendizado desses alunos, mostrando-se como um exemplo, e assumindo as consequências disso.

Braga et al. (2007) garantem que, para atender aos objetivos da educação, é fundamental que o professor saiba expor as regras, e não impondo-as, abrindo espaço para que o aluno possa tomar suas próprias decisões; promovendo um processo de troca de experiências e conhecimentos, para que possam concordar sobre as regras; possibilitando que julguem as normas e como as mesmas devem ser aplicadas em cada uma dos diferentes momentos do jogo; motivando a iniciativa, a rapidez e a confiança nas suas próprias decisões; colaborando para que a autonomia se desenvolva.

Assumindo este papel e todas essas responsabilidades, o professor transmite confiança e utiliza o lúdico da melhor forma possível, valorizando o desafio dos limites e destacando como a aprendizagem pode ser fascinante.

Segundo Sant’Anna e Nascimento (2011), é preciso que o professor que irá trabalhar com o lúdico em sala de aula conheça o que está propondo para seus alunos, e para que isso aconteça, é preciso que sua formação proporcione a exploração do conhecimento, através de um processo de intimidade com o lúdico. Para construir uma aprendizagem significativa, o conteúdo que se defende precisa

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estar simples, claro, e deve ser possível abordar a temática em outro contexto, para realizar exemplos e tornar os temas mais fáceis de entender.

Ou seja, o professor não pode abordar um jogo que não conheça, uma atividade que não seja parte de sua realidade, porque assim, ele poderá orientar de maneira adequada seus alunos rumo a um processo educacional.

Segundo Pinto e Tavares (2010), alguns professores ainda pensam no lúdico como algo que não faz parte da realidade educacional, e assim não planejam atividades lúdicas, e afirmam que a ludicidade traz falta de organização e indisciplina para a sala de aula. Por isso, o professor precisa realizar um processo de organização das atividades que irá propor, para que se mostrem significativas para seus alunos. É preciso construir situações para o trabalho, tanto em grupo quanto individual, de modo a facilitar o seu desenvolvimento. Através do lúdico a criança pode viver as regras, se transformar, criar e aprender, desenvolvendo seu raciocínio e sua linguagem.

É preciso esclarecer que, se as atividades lúdicas foram abordadas sem uma organização prévia dos professores, realmente, podem se tornar desorganizadas e indisciplinadas, e isso pode ser muito prejudicial, e não valoriza a construção do conhecimento.

Por isso, o professor precisa se preparar constantemente para utilizar jogos e brincadeiras, e com materiais corretos, que oferecem um leque de possibilidades que existem (CAPUTTI; BOZZO, 2007).

O professor reconhece a importância da ludicidade e tem uma postura ativa nas situações de ensino. O aluno, nessa situação, aparece como sujeito da aprendizagem, em que a espontaneidade e a criatividade são constantemente estimuladas (PINTO; TAVARES, 2010, p. 232).

Segundo Caputti e Bozzo (2007), os professores precisam fazer uma retomada de atividades que valorizam questões globais, aproveitando antecedentes da aprendizagem que poderá ser explorada com a alfabetização e usando jogos e brincadeiras, de maneira que podem instigar os alunos para construir um aprendizado mais simples.

O professor deve antes de tudo ser um facilitador da aprendizagem, criando condições para que as crianças explorem seus movimentos, manipulem materiais, interagem com seus companheiros e resolvam situações-

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problemas. Com o ato brincar, espera-se que as relações entre as crianças possam contribuir nas atividades apresentadas pelos professores para enriquecer à dinâmica das relações sociais na sala de aula. Cada dia na vida de uma criança é cheio de atividades e de novas situações de aprendizagem, a criança aprende vivendo, experimentando, fazendo descobertas, agindo, construindo seu conhecimento a partir da leitura que faz do mundo, ou seja, de sua realidade (CAPUTTI; BOZZO, 2007, p. 02).

Uma vez que o professor assume o papel de facilitador do aprendizado, orientando e direcionando os alunos em busca de uma prática educacional mais efetiva, motivada e eficiente.

“O professor tem que partir da realidade dos alunos, ver suas necessidades, buscar alternativas de interação. Ocorre que, na fase de mudança, está tomada de consciência é importante, até que venha a se incorporar com um novo hábito”. (VASCONCELLOS,1995, APUD CAPUTTI E BOZZO, 2007, p. 02).

O processo de interação dos professores com seus alunos também é outra questão imprescindível para o processo de formação do conhecimento através da ludicidade possa acontecer de maneira efetiva, pois, é preciso, primeiramente, que o professor conheça a realidade de seus alunos, para que possa propor um trabalho lúdico e motivador.

No papel do professor, a criança precisa buscar na escola as possibilidades de desenvolver o processo de aprendizagem e um processo para construir o conhecimento e assimilar o seu papel social, compreendendo que as relações afetivas que acontecem dentro desse contexto. Os professores, por sua vez, não podem ignorar as brincadeiras pedagógicas, estimulando a imaginação da criança em prol da formação do conhecimento (CAPUTTI E BOZZO, 2007).

A formação do aprendizado não depende apenas da ludicidade proposta em sala de aula, mas é preciso destacar, de forma efetiva, que o trabalho educacional lúdico, certamente possibilita a motivação dos alunos para uma prática de aprendizado que pode se fixar de forma muito mais real na memória dos alunos, e valorizar todas as suas habilidades na formação de uma educação de qualidade.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente estudo evidenciou a importância do lúdico na vida das crianças, apontando a brincadeira como um fator fundamental para o desenvolvimento infantil, uma forma de experimentação da realidade, e valorização do processo de aprendizado baseado na experiência. Isso porque, através das brincadeiras, as crianças podem se desenvolver e experimentar ações do cotidiano adulto, fazendo com que elas convivam com essa realidade, antes mesmo de chegar até ela.

Todo esse processo de formação de conhecimento e exercício de experiências diversas, conforme citado no decorrer do estudo, se mostram muito importantes para que as crianças possam se socializar e desenvolver a sua criatividade, que é um dos aspectos fundamentais para o seu amadurecimento, intelectual e pessoal.

Ainda nesse foco, o processo de construção do aprendizado formal que se pode observar, na atualidade, tem tentado se moldar às necessidades da criança, pois, o modelo educacional que se tinha há décadas, não possibilita, nos dias atuais, uma educação de qualidade. Isso porque as crianças mudaram, e essa transformação é em decorrência de uma nova sociedade, que se forma a cada dia, e que traz a necessidade latente de aprender através da interação e de motivação para que o aprendizado seja assimilado com qualidade.

Por esse motivo, o processo educacional precisa se transformar ainda mais, não se pretende afirmar, aqui, que a educação nas escolas deve ser baseada, apenas em brincadeiras e jogos, é fundamental que se tenha a seriedade e as regras do processo educacional, para que as crianças aprendam a respeitar limites, e possam aprender conteúdos diversos.

Entretanto, constatou-se através das pesquisas realizadas, que fundamentaram o presente estudo, que a educação pode ser oferecida de forma mais leve e divertida, e que as crianças precisam dessa motivação, para que se sintam animadas a aprender, e até mesmo para que descubram o quanto o aprendizado pode ser fascinante.

Cabe ao docente, à escola, como um todo, e aos pais, que abordem a importância do brincar, para que a criança viva a sua infância com plenitude,

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valorizando a aproximação com seus colegas, e aprendendo a socializar-se desde cedo.

Assim, através de uma infância vivida intensamente, com muitas descobertas, limites e valores assimilados, torna-se possível que, através da educação, sejam formados cidadãos críticos, responsáveis e engajados socialmente.

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