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IMPRESSÕES SOBRE O ESPAÇO PÚBLICO-PRAÇA FREQUENTADO

No documento O espaço público e o envelhecimento ativo (páginas 139-144)

4 VALIDAÇÃO DAS MATRIZES PROPOSTAS E

4.2. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS IDOSOS

4.2.3. IMPRESSÕES SOBRE O ESPAÇO PÚBLICO-PRAÇA FREQUENTADO

Esta seção trata das impressões que os usuários idosos, participantes da pesquisa, tem sobre o espaço público-praça à qual frequentam regularmente.

Foi perguntado aos idosos se a praça aonde costuma ir, é agradável em termos de ruído, poluição e limpeza. Para 53,2% dos respondentes, a praça frequentada é desagradável devido a limpeza inadequada e ao ruído do ambiente, com perceções muito próximas nas duas cidades analisadas (Gráfico 17).

Gráfico 17 – Apreciação geral sobre a praça

Em relação à capacidade de se locomover com segurança até chegar a praça, 50% dos idosos participantes da pesquisa, nas duas cidades, responderam que não é nada fácil (Gráfico 18).

Ao serem questionados se o piso da rede pedonal da praça facilita sua locomoção, os idosos responderam que o mesmo dificulta sua locomoção por falta de conservação. Para os idosos da cidade do Porto, o piso gera muito pó e para os idosos de Florianópolis quando chove o piso fica enlameado, o que levou a alguns idosos sugerirem a mudança do piso existente para o asfalto, de modo a facilitar a locomoção (Gráfico 19).

Gráfico 19 – Qualidade do piso no interior da praça

Em relação à disponibilidade de transporte público que o conduzisse até a praça, 54,5% dos respondentes informaram não estarem nada satisfeitos. Sendo o maior grau de insatisfação dos moradores de Florianópolis, com 63,5% nada satisfeitos (Gráfico 20).

Gráfico 20 – Disponibilidade de transporte público até a praça

Os idosos respondentes foram questionados sobre a disponibilidade de mobiliário urbano e equipamentos, como: sanitário, bebedouro, telefone público, bancos, cestos para lixo, biblioteca, coreto, chafariz, sinalização e acesso à internet na praça que normalmente frequentam, ao que as respostas não apresentaram variação importante entre as duas cidades, demosntrando insatisfação da maioria com a disponibilidade deste serviço. Na cidade do Porto 24,2% estão satisfeitos e em Florianópolis apenas 13% estão satisfeitos (Gráfico 21).

Gráfico 21 – Disponibilidade de mobiliário urbano e equipamentos e na praça

Em relação ao convívio com outros idosos na praça que habitualmente frequenta, os resultados também foram muito próximos nas duas cidades pesquisadas, onde a maioria refere não se sentirem seguros para desfrutar o espaço público praça, com pequena margem de satisfação dos idosos do Porto em relação aos idosos de Florianópolis (Gráfico 22).

Gráfico 22 – Segurança no convívio na praça

Ao serem questionados sobre sua satisfação com os espaços para atividades específicas na praça (espaços de jogos, espaços com água, espaços para estar e descansar, espaços para atividades de desporto, etc.), os idosos, em sua maioria (59,7%) responderam não estarem nada satisfeitos. No Porto este sentimento foi expressado por 61% dos respondentes, enquanto que em Florianópolis, ficou em 57% (Gráfico 23).

Gráfico 23 - Satisfação com os espaços para atividades específicas na praça

Quando questionados sobre a satisfação com o convívio social com outros idosos na praça que normalmente frequentam, os idosos respondentes na cidade de Florianópolis responderam estarem mais insatisfeitos que os do Porto, com 54% de insatisfação, contra 49,7% dos respondentes no Porto (Gráfico 24).

Gráfico 24 – Satisfação com o convívio social na praça

Ao serem questionados se a iluminação pública da praça que habitualmente frequentam é satisfatória, os idosos nas duas cidades têm perceção muito próximas, sendo que os portugueses da cidade do Porto estão mais insatisfeitos nos quesitos investigados. Cabe destacar que o percentual dos participantes das duas cidades investigadas que referem não frequentarem a praça à noite e, portanto, terem referido que está não se aplica a eles, pois não saberiam responder. No Porto, este percentual chega a 26,5% e em Florianópolis 12% (Gráfico 25).

Alguns idosos entrevistados na praça do Marquês e da Arca D’água no Porto dizem não frequentar a praça à noite por se sentirem inseguros e por haver muita prostituição. Para os idosos brasileiros da cidade de Florianópolis o motivo é, principalmente a insegurança.

Gráfico 25 – Satisfação com iluminação pública na praça

Quanto às impressões sobre o espaço público praça que habitualmente frequentam, os idosos nas duas cidades pesquisadas têm perceções muito próximas. Cabe destacar que apenas nos quesitos disponibilidade de transporte público, segurança no convívio na praça e satisfação com o convívio com outros idosos na praça há uma variação nos percentuais maior que 3%, sendo uma melhor apreciação para os idosos da cidade do Porto (Gráfico 26). No caso da iluminação pública, os idosos no Porto referem uma maior insatisfação, tendo também o maior percentual de idosos que não frequentam a praça à noite.

Gráfico 26 – Impressões sobre a praça habitualmente frequentada

Os idosos respondentes na cidade de Florianópolis apontantaram entre as principais motivações para frequentarem as praças estudadas o facto de ficar perto de casa, ser agradável, bonita e permitir o convívio com os amigos. Para os idosos na cidade do Porto tem-se como motivação o facto de ficar perto de casa, tranquila, arborizada e para diminuir a solidão (Anexo D).

Nos comentários gerais sobre a praça frequentada, alguns idosos referiram as deficiências percebidas e fizeram sugestões de melhorias para as mesmas (Anexo D):

Os idosos participantes da pesquisa nas duas cidades, Porto/Portugal e Florianópolis/Brasil, em linhas gerais para as praças investigadas, identificaram a falta de bebedouros, casas de banho e deficiência no policiamento, principalmente à noite. Como sugestões indicaram a melhoria na limpeza, nos bancos,

de preferência com encosto para as costas, e policiamento, além de uma maior disponibilidade de eventos culturais.

No Porto, os idosos que frequentam a praça da Corujeira sugeriram a recuperação do chafariz e a instalação de espaços de jogos para jovens e adultos, separados, enquanto que no jardim de João Chagas a sugestão foi recuperar o jardim e melhorar o piso. Nas praças do Marquês e Nove de Abril o destaque foi para a sugestão de colocar um parque infantil (instalado após a pesquisa de campo) e reabilitar a biblioteca da praça do Marquês (atualmente funciona um café).

Em Florianópolis, as sugestões para a praça Getúlio Vargas seria instalar equipamentos de ginástica (instalado na reabilitação da praça após a pesquisa de campo) e na Praça XV de Novembro os idosos sugeriram recuperar os jardins e melhorar o piso.

No documento O espaço público e o envelhecimento ativo (páginas 139-144)

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