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4. A S VIVÊNCIAS DE UM ANO ESPECIAL

4.1. O INÍCIO DA CAMINHADA

Foi no primeiro dia de setembro, com enorme alarido e confusão, na FADEUP, que todos os futuros professores iniciantes foram incumbidos, alertados e apresentados às novas tarefas e desafios do ano que se seguia. A professora Paula Batista (coordenadora do EP) alerta a necessidade de calma e tranquilidade para o início da referida reunião. O histerismo, a azáfama, e as conversas eram altas e intermináveis. Após da obrigatória e inevitável chamada de atenção, pois a ansiedade e curiosidade era muita, a professora enquadrou todas as atividades do EP, referentes ao ano letivo 2013/2014. Concomitantemente facultou-nos a calendarização das atividades, o documento de avaliação da prática de ensino supervisionada, as normas orientadoras e o regulamento do EP. Avizinhava-se um início de caminhada atribulado onde a exigência de analisar alguns documentos essenciais revia-se como uma ação primordial.

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A primeira de muitas reuniões escolares, para um bom planeamento e uma adaptação progressiva à nova realidade profissional, começou cedo. Foi na reunião geral que conhecemos todos os docentes da escola de acolhimento. Conheci as pessoas mais próximas e ativas ao longo de todo o ano, o meu NE e a minha PC. Estava curiosa para conhecer tudo. Um ambiente diferente, com novas oportunidades e responsabilidades começava.

A PC fez uma pequena visita guiada à escola, onde conhecemos alguns dos nossos futuros colegas. Tivemos a oportunidade de conhecer a diretora da escola, que nos recebeu muito bem, desejando-nos um ano repleto de aprendizagens e desafios. Percebemos que deveríamos objetivar algumas reformulações que melhorassem o ano letivo, nos mais diversos sentidos: financeiro, organizacional, pedagógico e social. Posteriormente tivemos a nossa primeira reunião com a PC, que nos recomendou alguns procedimentos iniciais como: a análise do programa letivo a leitura das normas orientadoras, dando ainda alguns conselhos que advêm da sua própria experiência. Foram atribuídas as turmas constituintes do NE, assim como, foram transmitidas as primeiras impressões dos alunos. Tivemos uma agradável e descontraída conversa acerca dos colegas de profissão e da disciplina, sentindo-se um entusiasmo no discurso perante o positivo ambiente de aprendizagem e de trabalho presente na escola. A realidade social e relacional da escola mostrou-se bastante recetiva, algo que foi, ao nível pessoal, muito importante para mim, e que me fez concordar com Flores & Day (2006, p. 220) que consideram que “o contexto escolar e as experiências pessoais durante a formação estão identificados como variáveis importantes a ter em conta na avaliação das primeiras práticas de ensino.”

Tivemos, também, a oportunidade de estabelecer as regras necessárias durante este longo processo de EA. Ficou definido que deveríamos entregar os planos de aula até ao domingo que antecede cada semana letiva. Na entrega de cada plano de aula devíamos anexar a reflexão da aula lecionada anteriormente. Neste contexto, foi-nos apresentado um novo modelo de plano de aula, para uma planificação mais específica, clara e objetiva. Pessoalmente, nunca tinha trabalhado com aquele modelo de documento, mas de facto, o mesmo mostrou- se realmente eficaz quando procurava saber exatamente o objetivo de cada aula. Seguidamente foram-nos apresentadas as atividades desportivas a desenvolver ao longo do ano e a necessidade de colaborar com o jornal “virar a página”, em

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todos os períodos. Por último, foram-nos dadas informações institucionais com o propósito de termos acesso à plataforma moodle e rede interna da escola.

Foi uma agradável primeira impressão desta longa caminhada. Muito trabalho nos esperava, e com os aconselhamentos certos e a dose equilibrada de tentativa-erro, estava certa de que íamos aprender a ser professores. A confiança, abertura e disponibilidade concedidas pela PC foram reconfortantes, sendo possível criar uma ligação não só com alguns professores, mas também com a comunidade educativa não docente, o que me fez sentir como parte integrante da comunidade escolar.

O primeiro passo desta caminhada, enquanto tutora de uma turma, foi efetuado com uma turma de 6.º de escolaridade, tendo tido a oportunidade de substituir um professor. Devo confessar, que este foi um tremendo e feliz acontecimento que me avivou o gosto pela profissão. Apesar de todas as dúvidas e inquietudes iniciais, perante a escolha deste mestrado, obtive uma brutal alegria na dinamização daquela aula. Para corroborar este início de ano letivo, relembro a minha primeira reflexão como professora estagiária:

“Foi precisamente numa aula de substituição que me apercebi de algumas das verdadeiras razões pelo qual escolhi este mestrado, apesar de ter sido muito conturbada essa mesma decisão. Ainda hoje, penso e reflito a razão que me levou a escolher este caminho. A razão que mais pesou foi o facto de ficar com mais uma opção aberta na panóplia de escolhas e possibilidades da nossa profissão. Mas são situações e pedacinhos do dia-a-dia como aquela aula que nos dão uma lufada de ar fresco e nos (re)direciona para o caminho e trilhas certas. Os alunos fascinaram-me pela sua inocência, pela sua dádiva e graça que demonstram quando se sentem motivados e percebem que, naquele momento, são felizes e estão a divertir-se porque são importantes para alguém. Adorei o facto de gostarem de mim, de os conseguir cativar e, reciprocamente, conseguirem cativar- me também criando um ciclo virtuoso.”

Reflexão da aula nº 1 (17/09/2013) – UD de Basquetebol

Estava dado o início de um vigoroso e importante passo na formação inicial e profissional. Estava pronta para ver o sorriso do porteiro, primeira pessoa que se encontrava na escola, os funcionários da entrada e os professores que trabalhavam na respetiva sala. Era agradável assistir ao ambiente positivo. O

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gosto de ouvir “senhora doutora” e “colega” foi estranho até perceber que faz parte desta nova realidade.

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