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3.10 I NCERTEZAS NOS E STUDOS DE A NÁLISE DE R ISCO

3.10.3 Incertezas nos dados sobre os erros humanos

Os erros humanos, por sua imprevisibilidade e dependência de fatores como treinamento, cultura, índole, estados emocionais e psíquicos, fatores externos e inúmeros outros fatores intangíveis, apesar da importância na ocorrência de eventos anormais ou acidentais, apresentam um grau enorme de incertezas. Na área nuclear os estudos de Confiabilidade Humana tiveram desenvolvimentos consideráveis e seus resultados e metodologias podem ser utilizadas para os demais Estudos de Risco. (SENNE JR., 2003) (AIChE, 1992) (USNRC, 1975).

Todas estas incertezas, aliadas à ocorrência de falhas de modo ou causa

comum, (AIChE, 2000) (VASCONCELOS, 1984) fazem com que, se não forem

utilizadas técnicas, modelos ou dados adequados, resultados equivocados ou muito distantes da realidade podem ser obtidos, tornando estes estudos meros jogos de números sem utilidade. Pelo maior rigor nas avaliações de risco da área nuclear, exigido pela opinião pública sempre atenta a este tema polêmico, o tratamento de incerteza foi bastante desenvolvido neste setor.

4 METODOLOGIA PARA DESENVOLVIMENTO DO

TRABALHO

A abordagem para o desenvolvimento desta dissertação de mestrado é apresentada de forma esquemática na Figura 4.1. Inicialmente são identificados os tipos de instalações a serem avaliadas quanto a exigências de Análise de Risco de Acidentes. São selecionados também os tipos de materiais perigosos que representem as instalações mais comuns, com potencial de colocarem em risco o meio ambiente e a população em geral. Diferentes categorias de materiais (tóxicos, inflamáveis, explosivos e radioativos), em diferentes quantidades processadas ou armazenadas nas instalações, bem como, diferentes distâncias de população são consideradas.

Por representarem diferentes abordagens quanto a exigências de análises de risco, foram analisados tipos de instalações para dois setores, o nuclear envolvendo as instalações nucleares e radiativas, e o setor convencional, envolvendo as demais instalações. Para este último são exigidos Estudos de Análise de Risco - EAR por diferentes órgãos dos níveis federal, estadual e municipal. Para o setor nuclear, a responsabilidade da CNEN pelo licenciamento é um fator adicional no processo de licenciamento envolvendo os demais órgãos ambientais.

São identificadas a legislação e a regulamentação existente relativa a exigências de análise de risco para o setor nuclear. Constam, basicamente, de normas da CNEN e de normas internacionais adotadas, a juízo da CNEN, em áreas que não existem normas nacionais aplicáveis. O passo seguinte é a identificação do escopo e abrangência das análises de risco exigidas dentro dos Relatórios de Análise de Segurança - RAS das instalações nucleares e radiativas. É também realizado o levantamento das técnicas para identificação dos cenários de acidentes e estimativa de freqüência de ocorrência destes eventos, necessárias para o atendimento às exigências de licenciamento. Da mesma

forma, são identificadas as técnicas e modelos de cálculo necessários para a estimativa das conseqüências dos acidentes potenciais identificados.

Para as instalações do setor convencional, são identificadas a legislação e a regulamentação nos níveis federal, estadual e municipal, que tratam das exigências de EARs. São selecionados dois órgãos ambientais estaduais, utilizados como referência em outros estados da federação, para comparar seus respectivos critérios e abrangência dos EARs. São realizados cálculos e plotados gráficos entre distância da população e quantidade de material perigoso, com a finalidade de comparar a classificação das instalações quanto à periculosidade nos dois órgãos estaduais selecionados, verificando em quais situações um é mais conservativo do que o outro, em termos de exigência e abrangência de EAR. São também identificadas e descritas as diferentes técnicas, qualitativas quantitativas, de análise de risco, utilizadas para atendimento às exigências do setor convencional.

É também necessária, a identificação e comparação das diferentes definições, terminologias e conceituações utilizadas na área de análise de risco nos diferentes setores e órgãos envolvidos. Através da comparação entre as exigências e abrangência em relação à análise de risco, dos diferentes órgãos ambientais e da CNEN, bem como da seleção de técnicas de identificação de cenários de acidentes, estimativa de freqüência de ocorrência destes eventos e cálculo de suas conseqüências, é proposta uma abordagem geral para a elaboração de Análise de Risco de Acidentes, dentro dos processos de licenciamento das diferentes instalações. Esta abordagem proposta se apóia no Princípio da Precaução, para auxiliar nos processos de tomada de decisão com relação ao escopo e abrangência destes estudos.

Para a classificação das instalações de acordo com o critério exigido pela CETESB, foi adotado o procedimento descrito no item 3.7 deste trabalho. Identificada a substância perigosa e as quantidades analisadas, são definidas as distâncias seguras e comparadas com a distância da população. Para o caso das substâncias explosivas, que não se encontram listadas no Manual da CETESB

(2003a), é utilizado, para estimar a distância segura, o modelo descrito no item 3.4.3 para um nível de sobrepressão de 0,1 bar decorrente da explosão.

Para a classificação das instalações em Categorias de Risco 1, 2, 3 e 4, de acordo com o critério exigido pela FEPAM (2001), foi adotado o procedimento descrito no item 3.8. Foram elaboradas planilhas de cálculo, utilizando as equações 3.6, 3.7, 3.8 e 3.9, determinando as distâncias da população, a partir das quais ocorre a mudança da classificação entre as categorias de risco 1, 2, 3 e 4. Estes valores foram plotados em escala logarítmica para facilitar a comparação entre os diferentes critérios, para diferentes substâncias perigosas, presentes em diferentes quantidades.

IDENTIFICAÇÃO DE LEGISLAÇÃO/ REGULAMENTAÇÃO RELATIVA A

EXIGÊNCIAS EM INSTALAÇÕES CONVENCIONAIS NOS NÍVEIS

FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL

SELEÇÃO E ANÁLISE DE CRITÉRIOS E ABRANGÊNCIA DE

EAR (ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESTADUAIS)

COMPARAÇÃO DE CRITÉRIOS E ABRANGÊNCIA DE EAR EM ÓRGÃOS AMBIENTAIS ESTADUAIS

SELECIONADOS

IDENTIFICAÇÃO DE METODOLOGIAS UTILIZADAS EM EAR DE INSTALAÇÕES DO SETOR

CONVENCIONAL

IDENTIFICAÇÃO DOS TIPOS DE DE INSTALAÇÕES A SEREM AVALIADAS QUANTO A EXIGÊNCIAS DE ANÁLISE DE RISCO DE ACIDENTES IDENTIFICAÇÃO DE LEGISLAÇÃO/ REGULAMENTAÇÃO RELATIVA A EXIGÊNCIA DE ANÁLISE DE RISCO

NO SETOR NUCLEAR (CNEN)

DEFINIÇÃO DO ESCOPO E ABRANGÊNCIA DAS ANÁLISES DE

RISCO EXIGIDAS DAS INSTALAÇÕES NUCLEARES PELA CNEN DENTRO DOS RELATÓRIOS

DE ANÁLISE DE SEGURANÇA LEVANTAMENTO DE TÉCNICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DE CENÁRIOS DE ACIDENTES E ESTIMATIVA DE FREQÜÊNCIA DE OCORRÊNCIA EM INSTALAÇÕES DO SETOR NUCLEAR IDENTIFICAÇÃO DE METODOLOGIAS UTILIZADAS NA ESTIMATIVA DAS CONSEQÜÊNCIAS DE ACIDENTES EM INSTALAÇÕES DO SETOR NUCLEAR IDENTIFICAÇÃO E COMPARAÇÃO DAS DIFERENTES DEFINIÇÕES,

TERMINOLOGIAS E CONCEITUAÇÕES UTILIZADAS NA

ÁREA DE ANÁLISE DE RISCO

COMPARAÇÃO ENTRE EXIGÊNCIAS E ABRANGÊNCIAS DE ANÁLISES DE RISCO (SETORES NUCLEAR E CONVENCIONAL) SELEÇÃO DE TÉCNICAS DE ANÁLISE DE RISCO PARA ATENDIMENTO A EXIGÊNCIAS DE ANÁLISE DE RISCO DE ACIDENTES SUGESTÃO DE ABORDAGEM PARA ATENDIMENTO ÀS EXIGÊNCIAS DE ANÁLISE DE RISCO PARA INSTALAÇÕES DOS

SETORES NUCLEAR E CONVENCIONAL

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