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5 INCINERAÇÃO COM POUCA OU NENHUMA RECUPERAÇÃO; 6 – ATERRAMENTO.

municipal por esta tipologia, muito embora o órgão de controle ambiental não emitisse licença para o funcionamento deste tipo de sistema de disposição de resíduos.

E partindo-se do pressuposto de que até mesmo um aterro sanitário, que obedeça às normas ambientais, é visto como uma solução paliativa para a destinação dos RS há de se duvidar da eficácia de um local onde pessoas (expondo a saúde em risco) têm acesso para a coleta de material reciclável.

Levando-se em consideração os argumentos ora expostos, é pertinente questionar: que denominação seria a correta para o espaço físico em Aguazinha? Aterro controlado, como defende a gestão local, ou lixão, como é denominado por pesquisadores e técnicos especializados nas áreas de saneamento ambiental e gerenciamento de resíduos sólidos?

A questão oferece subsídios para uma reflexão acerca do uso político da referida denominação; em aterros sanitários não é permitida a entrada de catadores devido ao volume de veículos que transportam os resíduos e as máquinas de compactação no solo. Nos lixões, sim, marcado pela falta de estrutura técnica, é corriqueiro o encontro de catadores de materiais recicláveis circulando em seu interior.

É importante destacar que, coincidentemente, o aterro de Aguazinha foi fechado em dezembro de 2010, poucos meses após a entrada em vigor da PNRS 12.305/2010, que entre as suas várias determinações, inclui uma que altera a condução na destinação dos resíduos sólidos em várias cidades e municípios do país. Em sua seção II,no art. 15; V estabelece “metas para a eliminação e recuperação de lixões”.

O espaço físico do aterro de Aguazinha foi escolhido como uma ferramenta importante na política ambiental do município de Olinda. Contudo, faltou em todo tempo que esteve a serviço da municipalidade, uma estrutura que poderia ter sido feita com obras de engenharia, que o mantivesse em funcionamento com menores danos ao meio ambiente, como também à saúde das pessoas que viviam em comunidades adjacentes. Ao longo de mais de quinze anos de funcionamento, os “retoques” realizados no ARSA não se tornaram obstáculos para a emissão de poluentes e a atração de catadores.

A seguir estarão as informações sobre o modelo de gestão da coleta e destinação dos RS urbanos aplicado no município de Olinda.

3.3 - Gestão municipal dos resíduos sólidos

A produção de resíduos sólidos no município de Olinda tem apresentado variações ao longo dos anos. Dados da Prefeitura Municipal de Olinda (PMO) apontaram para a geração de aproximadamente 350 mil t/dia para o ano de 1998; em julho de 2007, a população de 367.902 habitantes produziu 430,45 t/dia. Já no ano de 2010, para uma população de pouco mais de 377 mil habitantes e com a terceirização do serviço de coleta sendo realizada pela empresa Coelho Andrade Engenharia (CAEL que detém a totalidade da coleta), a média apresentada foi de 360,8 t/dia. (OLINDA, 2011a; ALENCAR, 2008).

Os números apresentados no parágrafo anterior são preocupantes, em virtude de confirmarem a expressiva geração de resíduos contabilizados pela Diretoria de Limpeza Urbana, da Secretaria de Serviços Públicos de Olinda. Possivelmente, o montante de resíduos produzidos diariamente seja bem maior que o divulgado, em função da irregularidade da coleta em locais de difícil acesso, a exemplo da área rural e dos morros, onde os moradores utilizam outras formas de destinação dos resíduos como a queima ou mesmo o despejo em espaços inapropriados, tais como córregos e barrancos, contribuindo para uma maior degradação ambiental.

A responsabilidade pela gestão dos resíduos sólidos é do município. Que mantém equipes técnicas de duas secretarias (Serviços Públicos e Obras) para estruturar ações que atendam as necessidades da administração local. A gestão da Prefeitura Municipal de Olinda mantém contrato com empresa privada para utilização de aterro sanitário no município de Goiana, distante aproximadamente 42 Km, desde dezembro de 2010 quando ocorreu o fechamento do Aterro de Aguazinha.

A responsabilidade por sistematizar a coleta dos RS é da PMO; com objetivo de diminuir os problemas causados pela deposição de dejetos em locais inadequados, a Diretoria de Limpeza Urbana mapeou e dividiu os bairros atendidos pela coleta. Em consulta a relatórios oficiais da entidade, foi constatado que existem dois sistemas de coleta no município:

 Manual Ensacada: tendo como característica principal a coleta porta a porta, principalmente em locais de difícil acesso. Este processo conta com 84 (oitenta e quatro) Garis que se revezam pelos diversos bairros;

 Domiciliar Mecanizada: percorre os diversos corredores viários, atravessando o município. A frota é totalmente terceirizada, contando com dez caminhões compactadores, com capacidade para transportar quinze metros cúbicos de lixo cada um. Adicionalmente, a coleta conta com o apoio de duas caçambas, com capacidade para transportar seis metros cúbicos de resíduos sólidos, cada.

As formas de coleta domiciliar, em tela, atendem duas microrregiões de Olinda, que abrangem 34 (trinta e quatro) bairros, denominados lotes delimitados por importante corredor viário municipal a Rodovia PE-15. No plano de coleta, no sentido Recife – Olinda localizados a Leste, estão os bairros compreendidos pelo Lote 2 e a Oeste, os bairros do Lote 1.

FIGURA – 3 DELIMITAÇÃO DO SISTEMA DE COLETA EM OLINDA

Fonte: Olinda (2011 a)

O primeiro setor de coleta compreende os bairros situados a leste do município, de que são exemplos: Santa Tereza, Varadouro, Amaro Branco, Bonsucesso, Bairro Novo, Casa Caiada, Alto da Mina, Sétimo R.O, Bultrins, entre outros. O segundo, no lado Oeste da cidade, compreende, dentre outros bairros: Ouro Preto, Jardim Brasil I a V, Aguazinha, Peixinhos, Águas Compridas, Sapucaia, Salgadinho, Sitio Novo, Alto do Sol Nascente, Caixa D’água, etc.

A quantidade domiciliar de resíduos aumentou nos últimos, o que era previsto, dado o crescente desenvolvimento econômico do estado e aumento do poder de consumo do trabalhador, ver Quadro 1.

QUADRO – 1 EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE LIXO EM OLINDA

ANO PODAS DE ÁRVORES