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macatuba – sp

autora: mônica da silva conceição abreu orientadora: eliane sperandei lavarda tutora: alexandra dutra nunes

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Participar de cursos a distância requer compromisso e força de vontade, pois o aprendizado está relacionado ao empenho do aluno, ou seja, a responsabilidade é totalmente do aluno, pois ele deve ter compromisso e disciplina para que o seu desenvolvimento seja pelo menos satisfatório, ou seja, o estudo deve ser levado a sério.

Quando fui convidada pela coordenadora de minha escola a participar do curso, não fazia ideia da sua riqueza e do quanto seria gratificante ter o mesmo inserido no currículo e no meu conhecimento profissional, pois, além do excelente material disponível, há a interação entre pro- fissionais que trazem diferentes experiências, que contribuem muito no conhecimento do professor.

O curso proporciona conhecimento e nos dá segurança para lidar com diferentes alunos, o professor tem o compromisso do aprendizado contínuo e aprende a lidar com a diversidade existente hoje. Um desafio muito grande no contexto educacional.

Trabalhar com o AEE é ser diferenciado, é buscar novos conheci- mentos e meios de ajudar o aluno no processo de desenvolvimento, garantindo a ele ensino de qualidade e oportunizando novas habilidades sem esquecer de respeitar o limite de cada criança.

Em 2007, terminei a faculdade de Pedagogia, em seguida fiz duas Pós- Graduações, uma em Psicopedagoga e a outra em Educação Especial, fiz dois cursos a distância pelo Portal Educação, um sobre Síndrome de Down e outro relacionado ao Distúrbio de Aprendizagem. Ambos os cursos foram gratificantes para o meu conhecimento e prática profissional.

Atualmente, resido em Lençóis Paulista, cidade com pouco mais de sessenta mil habitantes, localizada no interior do Estado de São Paulo, sou professora e trabalho com AEE em uma cidade vizinha.

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A unidade escolar em que trabalho fica localizada na cidade de Macatuba, hoje estão matriculados na escola um total de 579 alunos, sendo que desses estão incluídos 127 alunos.

A escola conta com apoio da sala de Atendimento Educacional Especializado e com o apoio da mesa pedagógica, que é direcionada somente para alunos não alfabéticos. Macatuba é uma cidade pequena com pouco mais de dezessete mil habitantes, porém no que diz respeito à Educação não deixa a desejar, a Secretaria de Educação, juntamente com outros profissionais da educação, busca novidades, principalmente materiais didáticos que estimulam habilidades e auxiliam no desenvol- vimento dos educandos.

O atendimento é realizado a alunos do maternal até alunos do 5º ano, é feito em sala própria e contamos com uma diversidade considerável de materiais, como jogos que estimulam a concentração e a atenção do aluno, tabuleiros, alfabetos, alfabeto em Libras, máquina de Braille e alguns materiais em Braille, atividades de leitura, jogos que estimulam a percepção auditiva e visual, atividades para trabalhar consciência fono- lógica, jogos de vocábulos, formas geométricas, material dourado, livros, computador e jogos informatizados, além de materiais confeccionado pela professora do atendimento.

Com base na legislação educacional vigente, o aluno deve ser inserido nas unidades escolares e ter os mesmos direitos dos demais alunos, como ter uma educação de qualidade e oportunidade de interagir e ser inserido na sociedade com dignidade.

Em meio a tanta diversidade, ainda há muito a ser feito, mas já é possível notar a convivência da sociedade com novos paradigmas e a importância do meio tecnológico para a humanidade, em meio as mu-

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danças e conquistas encontramos hoje novas formas para educar, como, por exemplo, a reorganização dos espaços escolares, flexibilização no currículo pedagógico, qualificação do professor, participação da família no contexto escolar e na vida acadêmica de seus filhos e outras que contribuem para alcançar bons resultados.

Levando em consideração o direito da inclusão dos alunos com ne- cessidades educacionais especiais no sistema regular de ensino, cabe aos professores o compromisso de garantir a igualdade e oportunidade educacional com qualidade para todos. A língua de sinais é o único meio de comunicação utilizado por indivíduos surdos, esses observam e percebem o mundo a sua volta através de seus olhos, todo e qualquer movimento desde o mais simples,

Nessa perspectiva, o sujeito surdo apresenta uma diferença sociolinguística, ou seja, ele interage com o mundo a partir de uma experiência visual. Todas as suas construções mentais se dão pelo canal espaço-visual mediados pelo seu instrumento natural de comunicação: a língua de sinais e a língua escrita. (CASARIN, 2011, p. 214).

Portanto, é muito importante e proveitoso no que diz respeito à par- ticipação do surdo na escola, e não à inclusão do surdo propriamente dita, inserir não é incluir na escola, não é só a participação desses no ambiente escolar, e sim ter o direito de aprender com qualidade, ter atividades diferenciadas se necessário, ter o currículo pedagógico adap- tado, de maneira a garantir a ele, ler e escrever, a ter autonomia e ser um sujeito independente para participar do meio social com dignidade.

É direito do aluno surdo que aprenda como primeira língua a Lín- gua de Sinais e como segunda a Língua Portuguesa, porém é papel da

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instituição escolar pensar pedagogicamente em como oferecer essa estrutura ao aluno, garantindo a ele um desenvolvimento de qualidade, fazendo que esse indivíduo se insira na cultura surda.

[...] a escola deverá pensar em modelos pedagógicos que venham ao encontro dessa realidade, contemplando, segundo Skliar (1990:53), condições de acesso à língua de sinais e a segunda língua, à identidade pessoal e social, à informação significativa, ao mundo do trabalho e a cultura surda. Sabemos que a segunda língua no caso dos surdos é a língua portuguesa, a qual exige para seu aprendizado, condições de ensino de língua estrangeira (CASARIN, 2011, p. 216).

Diante do relato apresentado, tenho como definição para minha carrei- ra a especialização para trabalhar no desenvolvimento de pessoas com deficiência, tenho como foco principal a surdez. O material apresentado porta riqueza de conteúdo, e isso eu tenho como um estímulo maior para dar continuidade aos estudos direcionados à educação inclusiva e à prática dos conhecimentos. Na sala do AEE, tive a oportunidade de aplicar alguns métodos ensinados no curso, os quais foram discutidos nos fóruns e foi possível compartilhar experiências com outras colegas e difundir as ideias apresentadas pela professora do curso, também pretendo orientar e apoiar as professoras das salas regulares, pois me sinto mais segura e preparada para tal função.

[ PARTE II ]

RELATO 22

A IGNORÂNCIA

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