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Indústria Nacional

No documento COR Silva Rodrigues (páginas 46-48)

Capítulo 5 AS TIC NO EXÉRCITO PORTUGUÊS

5.8 Indústria Nacional

O Programa do XVII Governo, preconiza o “desenvolvimento do Sector Empresarial na

Área da Defesa, e a integração das indústrias de defesa portuguesas nas redes europeias de criação de valor de indústrias de defesa, com vista ao estabelecimento de uma base tecnológica e industrial de Defesa e um mercado de equipamentos de defesa”. Nesta linha, os

desenvolvimentos em curso no Exército têm sido feitos com base nas empresas EID e EDISOFT, membros da EMPORDEF.

Contudo, as lições do passado apontam para que os projectos que não são objecto de um acompanhamento rigoroso por parte do Exército, acabam por sofrer sérios desvios em termos de cumprimento de requisitos, de prazos e de orçamentos. Apesar da competência técnica que lhe é geralmente reconhecida, as dificuldades manifestadas prendem-se com a “insuficiência de recursos humanos e nalguns casos com a falta de capacidade financeira para o desenvolvimento e execução dos projectos” 45 por parte das empresas desta área.

A criação das Missões de Acompanhamento e Fiscalização (MAF) forneceu um mecanismo precioso para executar o objectivo enunciado no programa do governo, de colaboração entre Indústria Nacional e Forças Armadas, sem com isso sacrificar a operacionalidade da força. Tendo sido considerados como determinantes no processo de transformação do Exército, os programas de:

• aquisição de Viaturas Blindadas de Rodas;

• aquisição de Helicópteros Ligeiros e Helicópteros Médios;

• substituição de CC M60 e a modernização das viaturas da família M113;

dever-se-á, durante os processos de aquisição, garantir o acompanhamento destes programas, com a preocupação de assegurar a interoperabilidade dos respectivos sistemas de comunicações, com as especificações do SITACO, com os meios dos outros Ramos e os dos nossos parceiros, bem como a capacidade de operar em rede.

Para colmatar as insuficiências de recursos humanos acima mencionadas, deveria ser ponderado o envolvimento de militares, técnicos e operacionais, no desenvolvimento dos projectos.

5.9 Organização

Na área CIS tem-se verificado um défice organizacional crónico, sem que exista uma linha clara de orientação relativa às políticas de comunicações e dos sistemas de informação, nas suas duas vertentes, a de gestão (MIS) e a de Comando e Controlo.

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Com a reorganização de 1993 (DecLei 50/93 de 26Fev) a situação agravou-se, por força da colocação da Direcção dos Serviços de Transmissões no canal logístico, na dependência do TGen QMG. A gestão e desenvolvimento dos sistemas de informação de gestão ficou no CIE, dependente do TGen VCEME (após uma efémera passagem pela DST) e a dos sistemas de informação de comando e controlo entregue à EPT. Vive-se assim uma situação peculiar, em que ao Director da DST, com competências exclusivamente logísticas, são exigidas respostas a problemas e situações de cariz operacional, sem que este tenha competência sobre as unidades executoras.

Em 2000, numa tentativa de racionalização e de reconhecimento da importância das TIC, bem como de dotar o EME de meios para realizar o planeamento de médio e longo prazo, foi ali criada uma Divisão de Comunicações e Sistemas de Informação (DCSI), mas que só esporadicamente tem sido enquadrada e guarnecida com o pessoal necessário.

As resistências internas levantadas ao modelo organizacional implementado conduziram à elaboração de um estudo, feito pelo EME e DST, que apontou para a criação, na estrutura superior do Exército, de uma Direcção de Comunicações e Sistemas de Informação, resultante da fusão da DST, da DCSI/EME e dos vários órgãos CIS existentes (RT e CIE). Esta Direcção, vocacionada para “maximizar a utilização de tecnologias de informação, instrumento indispensável para potênciar as capacidades operacionais” 46, teria a responsabilidade de:

- promover a orientação estratégica e as definições políticas dos sistemas de comunicações e dos sistemas de informação;

- coordenar actividades relacionadas com a gestão de informação do Exército, tais como a administração de dados;

- coordenar o apoio ao utilizador dos sistemas de comunicações e sistemas de informação do Exército.

A estrutura e dependência desta Direcção, inicialmente na dependência do TGen VCEME, foi reformulada ainda antes de ser implementada, tendo sido colocada na estrutura do COFT o que se afigura uma decisão redutora da sua importância, uma vez que a esfera de acção da Direcção é transversal a todo o Exército e abarca todos os SI, sejam operacionais ou de gestão.

Esta postura contrasta com a importância que o MDN atribuiu às TIC, traduzida no desencadear de um processo de criação de agências/institutos que irão centralizar o planeamento, desenvolvimento e gestão dos SI e das Comunicações na área da defesa. Com esta decisão e com a incorporação do remanescente do Centro de Informática do Exército no Regimento de

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Transmissões, o Exército está-se a auto-limitar à condição de mero implementador de sistemas e de prestador de serviços de “help desk”.

Já no que diz respeito às Companhias de Transmissões das Brigadas e das Forças de Apoio Geral, a sua reorganização está a ser efectuada com base na arquitectura resultante do programa SIC-T, estando à partida criadas condições para que esta componente da info-estrutura venha a ser coerente com o conceito NCW na linha do definido pelo CEDN :

- dotar o Exército com facilidades de comunicações e SI, interoperáveis e com capacidade de interacção em rede;

- assegurar a ligação entre redes CIS do Exército e as estruturas nacionais congéneres bem como com as das organizações de segurança e defesa que Portugal integra.

O mesmo se passa com o levantamento previsto de uma capacidade ISTAR na Brigada de Intervenção, a concretizar até final de 2010 e, por outro lado, através de um sistema ISTAR no Force Goal EL 583 Division/Brigade Level, este sem data especificada.

No documento COR Silva Rodrigues (páginas 46-48)

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