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O CICLO DO PRIVATE EQUITY E VENTURE CAPITAL NO BRASIL

INDICAÇÃO DE EXECUTIVOS-CHAVE

Foram consideradas apenas as 56 organizações que responderam às assertivas. Não inclui PIPEs. Todos os valo- res são porcentagens em relação ao número total de organizações gestoras.

Assertiva Total ParcialDiscordância Neutro Para investirmos é essencial que... ... os auditores independentes sejam

8,8 5,3 17,5 33,3 35,1

escolhidos por nós ...o CFO seja substituído/

16,1 8,9 16,1 17,9 41,0

indicado por nós

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A negociação de termos que evitem um futuro conflito pode ser uma ex- plicação para a pouca preocupação que 21,4% dos gestores demonstra- ram acerca de um acordo prévio quanto à estratégia de saída. A principal dificuldade gerada pela falta de acordo prévio refere-se à possível inexistência de consenso entre os acionistas quanto à saída. Por exemplo, a falta de consen-

Discordância

Total Parcial Neutro

Concordância Parcial Total

Concordância Parcial Total

so pode inviabilizar uma saída via venda estratégica (trade-sale), quando o ad- quirente deseja 100% do capital da empresa. Uma maneira de evitar esse pro- blema é incluir uma cláusula de arraste (drag along) que força os acionistas minoritários a vender suas participações caso o controlador aceite uma oferta de compra de 100% do capital, nas mesmas condições oferecidas ao controla- dor. A Tabela 3.14 mostra que a cláusula de arraste é importante para a grande maioria: 85,9% dos respondentes julgam-na essencial (proposição “para in-

vestirmos, é essencial que os outros investidores nos concedam o direito de arraste – drag along”).

3.4 – Monitoramento e Adição de Valor

Os gestores de PE/VC são reconhecidamente ativos enquanto investi- dores ou representantes de acionistas. Como as empresas-alvo dos investi- mentos de PE/VC possuem características de alto crescimento e risco, tanto o monitoramento quanto a definição de estratégias de adição de valor são fundamentais. Vários trabalhos52 descrevem essa faceta da atividade de PE/ VC nos Estados Unidos, onde os gestores participam do conselho de admi- nistração, ajudam na definição de estratégias de negócios, provêem conheci- mento sobre a indústria na qual o investimento se insere, ajudam a estruturar operações com fornecedores, clientes e bancos e até se envolvem na contratação de empregados em posições-chave. Além disso, cumprem um papel certificador nas empresas investidas, dando conforto para que certos clientes adquiram seus produtos e/ou serviços, bancos forneçam crédito etc. Este primeiro censo aborda apenas alguns desses aspectos. Os resultados reportados a seguir excluem os PIPEs porque as empresas de capital aberto (alvos dos PIPEs) tendem a requerer menor monitoramento do que aquelas de capital fechado e dependem menos da participação do gestor de PE/VC.53

52 As referências básicas são: William Sahlman (1990) The Structure and Governance of

Venture Capital Organizations, Journal of Financial Economics, 27, pags. 473-521 e Paul Gompers e Josh Lerner (2001) The Venture Capital Revolution, Journal of Economic

Assim, o total de gestores considerados para a análise apresentada nesta seção é diferente daqueles 233 mencionados no Capítulo 2.

3.4.1 – O Conselho de Administração das Empresas Investidas

No processo de monitoramento e adição de valor (ou simplesmente acom- panhamento das investidas), a participação nos conselhos de administração (CA) é uma das atividades mais importantes. É por meio do CA que o investidor pode interferir nos rumos da empresa, aconselhando-a estrategicamente. Ao partici- par de diversos CAs, os gestores ganham experiência estratégica em negócios com perfil diferente. Isso pode reverter positivamente para todas as empresas em que o gestor participa. Por exemplo, estratégias adotadas em uma empresa podem ser úteis na definição de estratégias de outra empresa; dificuldades vi- venciadas em um negócio podem facilitar a antecipação ou a solução de proble- mas em empresas com características semelhantes; e certas informações sobre mercado podem ser importantes para mais de uma empresa investida. Quantita- tivamente, o controle de um número elevado de assentos no conselho permite maior interferência nos rumos da empresa. Qualitativamente, podem ser citadas todas as atividades de assessoria prestadas pelos conselheiros (aconselhamen- to, definição de estratégias etc.) e, sobretudo, a implementação das práticas de eqüidade, responsabilização e transparência inerentes às boas práticas de go- vernança corporativa.

A intensidade do acompanhamento pode ser vista pela freqüência com a qual os conselhos de administração se reúnem. A Tabela 3.15 mostra o número médio de reuniões do CA por organização gestora. Para 27 organizações gestoras (47,4%), que detêm investimentos em 139 negócios (45,6%), os CAs das investidas reúnem-se pelo menos uma vez ao mês. Para outras 12 organizações (21%) que possuem 82 negócios em portfólio (26,9%), as reuniões costumam ocorrer com intervalos que variam entre um e dois meses. Finalmente, para um

53 Os investimentos em empresas de capital aberto, mesmo em papéis de baixa liquidez, são

substancialmente mais líquidos do que os investimentos em empresas fechadas. Isso permite que o investidor revenda sua participação no mercado caso identifique algo que o desagrade.

grupo de 18 gestores (31,6%), com 84 negócios em portfólio (27,5%), as reu- niões ocorrem em intervalos maiores que dois meses. Apenas uma organização não divulgou essa informação.

A participação nos conselhos de administração requer o envolvimento dos gestores de PE/VC. A Tabela 3.16 mostra a participação dos gestores nos CAs das empresas investidas. De um total de 181 gestores, 149 partici- pam de algum CA. Em média, cada gestor participa de aproximadamente dois CAs. No entanto, essa distribuição é bastante desigual: 32 gestores não participam de nenhum CA, enquanto 12 gestores participam de seis ou mais, podendo chegar até 12.

A Tabela 3.17 é uma combinação das Tabelas 3.15 e 3.16: para cada um dos 149 gestores que de fato participam de CAs, multiplicou-se o número de CAs do qual o gestor faz parte pelo número médio de reuniões de CAs ao ano.54Assim como existe uma grande variação entre as organizações gestoras,

Tabela 3.15

FREQÜÊNCIA DE REUNIÃO DOS CONSELHOS

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