• Nenhum resultado encontrado

INDICAÇÕES DE ACABAMENTO SUPERFICIAL (NBR 8404/1984):

No documento Apostila DTM (páginas 81-88)

Até 1984, a norma técnica indicava o acabamento superficial das peças por meio de triângulos simples, ainda encontrados em desenhos mais antigos (um ~ (til) era usado para indicar peças brutas, sem acabamento). Atualmente, a avaliação da rugosidade é quantitativa, ou seja, ela pode ser medida. A norma técnica define 12 classes de rugosidade (veja Figura 114), que correspondem a determinados desvios médios aritméticos (Ra), expressos em micrometros, e determinados a partir de um comprimento de amostragem (Figura 113).

Figura 113. Representação do desvio médio aritmético (Ra).

Figura 114. Tabela indicativa das classes de rugosidade.

O símbolo básico para a indicação da rugosidade de superfícies é constituído por duas linhas de comprimento desigual, que formam ângulos de 60º entre si e em relação à linha que representa a superfície considerada. Quando, no processo de fabricação, é exigida remoção de material para obter o estado da superfície, o símbolo básico é representado com um traço

adicional. Quando a remoção de material não é permitida ou quando o estado da superfície deve permanecer inalterado, o símbolo básico é representado com um círculo adicional (Figura 115).

Figura 115. Símbolos para indicação de rugosidade: básico; exigida remoção de material; e remoção de material não permitida.

A rugosidade da superfície pode ser indicada por seu valor (Ra, em micrometros) ou pela classe correspondente, levando em consideração um valor máximo específico ou um intervalo desejado (Figura 116).

Figura 116. Exemplo de indicações de rugosidade.

Os símbolos e informações referentes ao acabamento das superfícies devem estar representados de tal modo que possam ser lidos sem dificuldade. O símbolo pode ser ligado à superfície a que se refere por meio de uma linha de indicação, que pode conter uma seta em sua extremidade, tocando a superfície (Figura 117).

Observe que o símbolo é indicado uma vez para cada superfície. No entanto, quando um determinado acabamento é exigido para a maioria das superfícies da peça, o símbolo de rugosidade correspondente pode vir representado uma única vez, no lado superior direito da peça.

Os demais símbolos de rugosidade, que se referem a superfícies indicadas diretamente no desenho, vêm após o símbolo principal, entre parênteses (Figura 118).

Figura 117. Exemplo de aplicação dos símbolos de acabamento superficial.

Figura 118. Simplificação da indicação de símbolos em uma peça.

Ainda é possível aplicar outra simplificação, apresentando apenas o símbolo básico de acabamento dentro dos parênteses, para substituir as indicações específicas de classes de rugosidade, indicadas em determinados pontos da peça.

Além da aplicação dos símbolos e indicação das rugosidades, pode-se apresentar também informações complementares, prolongando-se o traço maior do símbolo básico com um traço horizontal, como mostrado na Figura 119. As informações a serem incluídas se referem a:

a - valor da rugosidade Ra, em micrometros, ou classe de rugosidade; b - método de fabricação, tratamento ou revestimento da superfície; c - comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, em mm; d - direção predominante dos sulcos (estrias);

Figura 119. Informações complementares para acabamento da superfície.

A tabela apresentada na Figura 120 pode auxiliar a escolha do método ou processo de fabricação a ser aplicado a uma peça, em função da rugosidade desejada.

Figura 120. Relação entre rugosidades e processos de fabricação.

Em relação ao tratamento ou revestimento, o mesmo é aplicado para modificar certas propriedades da peça, tais como: dureza, maleabilidade, resistência à oxidação, etc. A Figura 121 apresenta uma peça a ser fabricada por meio de métodos específicos indicados, incluindo a

apenas indicar a parte da peça que deverá receber os tratamentos indicados, o que é feito por meio de uma linha traço-ponto, delimitada por uma cota.

Figura 121. Exemplo de aplicação de métodos de fabricação e tratamentos.

Quanto ao comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, é um dado experimental tabelado, em função da rugosidade (veja Figura 122).

Figura 122. Comprimento de amostragem (em mm).

Em relação aos símbolos para indicação da direção predominante dos sulcos (estrias), deve-se levar em consideração as informações apresentadas na Figura 123. Vale ressaltar que os sulcos não são visíveis a olho nu, logo a representação esquemática mostrada na tabela foi feita apenas para uma melhor compreensão da simbologia. Se for necessário definir uma direção dos sulcos que não esteja claramente definido por um dos símbolos apresentados, essa informação deve estar descrita no desenho por meio de uma nota adicional.

Quanto ao sobremetal para usinagem, deve ser indicado apenas se necessário, uma vez que essa informação da sobra de material pode ser apresentada na legenda, como já visto anteriormente. Se tal valor for incluído junto ao símbolo de acabamento, então esse valor deverá ser somado a cota nominal indicada no desenho, para definição da matéria-prima necessária.

Exercício 19:

Faça o desenho da peça abaixo, realizando a cotagem e indicando o acabamento superficial para cada parte específica, adotando classes de rugosidade. O restante da peça, sem indicações, deve permanecer inalterado.

A - remoção de material exigida, rugosidade 6,3.

B - remoção de material exigida, rugosidade 3,2, sobremetal de 2 mm, usando torneamento. C - remoção de material facultativa, rugosidade 12,5, sulcos multidirecionais, indique o comprimento de amostragem.

D - remoção de material exigida, rugosidade 0,8, usando processo de alargamento.

E - remoção de material facultativa, rugosidade entre 1,6 e 6,3, sulcos paralelos, com aplicação de pintura.

F - remoção de material exigida, rugosidade 1,6, sobremetal de 3 mm, indique o comprimento de amostragem.

No documento Apostila DTM (páginas 81-88)

Documentos relacionados