• Nenhum resultado encontrado

INDICADOR: Há intencionalidade na ação por parte dos adultos mas também por parte das crianças?

Registo de Incidente Crítico n.º 35

Nome das crianças: R e D Idades: 5 anos Observadora: Catarina (estagiária) Data: 21/02/2011 Incidente

Houve dois meninos que, pelo facto de terem de ir embora depois do almoço foram os primeiros a ver a Torre de Belém. Um desses meninos foi embora porque se magoou no queixo e o enfermeiro, que o assistira, aconselhou a que fosse ao hospital levar uns pontos.

Comentário

O facto de se ter mostrado a Torre de Belém a estas duas crianças antes de mostrar a todo o grupo demonstra que houve intencionalidade: para a R – para que não ficasse triste de só poder vê-la no dia seguinte e ao D para que se distraísse. Através deste registo, verifica-se também que a instituição tem um enfermeiro que assiste toda a Comunidade Educativa.

Registo de Incidente Crítico n.º 36

Nome da criança: M, AB e L Idades: 5 anos Observadora: Catarina (estagiária) Data: 5/05/2011 Incidente

Estávamos a ver o peixe e comentei: “O peixe está atordoado.”. Estabeleceu-se um diálogo:

M. – “O que é isso?” L. – “É estar tonto.”

O facto de ter utilizado aquela palavra foi intencional para verificar se a conheciam. As respostas que surgiram da parte das crianças foram satisfatórias e a rapidez com que as deram revelou que as crianças tiveram vontade de colmatar a dúvida do M.

Registo contínuo n.º 1

Nome: Grupo dos cinco anos

Observadora: Catarina (estagiária) Data: 22/03/2011 Observação:

Apresentou-se o PowerPoint sobre a Quaresma – “Podes espalhar alegria”. As crianças participaram na leitura do PowerPoint pois foi elaborado para que possam interagir. Assim este PowerPoint pôde favorecer a interiorização de valores espirituais, estéticos, morais e cívicos, conforme as intenções pedagógicas. Na oração que fizemos “Jesus está comigo, está contigo”, a educadora fê-los pensar no conteúdo das palavras. Assim gerou-se um diálogo entre o grupo em que uns perguntavam, aos outros se Jesus estava com eles. Algumas crianças disseram orações que costumavam rezar à noite com os pais. Sobre a oração do “Anjo da guarda”, a educadora perguntou se as crianças sabiam o que era a alma. Várias foram as hipóteses colocadas e por isso seguiu-se a visualização do PowerPoint o “Pássaro da Alma”. No final cada criança disse o que Jesus lhe estava a dizer no coração naquele momento (nós registámos). (Quatro crianças tiveram menos facilidade em verbalizá-lo. A estas foi dado não só mais tempo para que pensassem mas também a liberdade para dizerem ou não.)

Registo de Incidente Crítico n.º 37

Nome das crianças: Grupo dos cinco anos

Observadora: Catarina (estagiária) Data: 17/05/2011 Incidente

As crianças pediram para cantarmos a música dos “Bons Dias” para a J. (estagiária da ESEPF) ouvir.

Comentário

O facto de terem pedido significou que a sentem parte do grupo e como tal querem que ela também conheça a sua forma de dizer bom dia.

Registo de Incidente Crítico n.º 38

Nome da criança: D Idade: 5 anos Observadora: Catarina (estagiária) Data: 17/05/2011

Incidente

O D trouxe umas estrelas de sua casa que brilham no escuro e depois de as mostrar aos meninos quis pô-las na área das experiências. Depois fomos para o dormitório ver como brilham no escuro. No caminho eu disse que tinham de fazer pouco barulho para que as estrelas não acordassem e deixassem de brilhar.

Comentário

O D gostou de partilhar esta sua descoberta de casa aos amigos. A brincadeira que disse teve intenção de os acalmar para que todos conseguissem observar. Ficaram admirados ao ver como brilharam.

Nome da criança: AB. Idade: 5 anos Observadora: Catarina (estagiária) Data: 18/05/2011 Incidente

O AB disse à educadora: “Eu tive uma ideia para a minha roupa de Pedro Álvares Cabral. Vou usar umas botas. Eu tenho umas e vi num livro que tenho em casa que é assim”.

Comentário

O facto do AB saber como se vestia Pedro Álvares Cabral, sua personagem no teatro, significa que pesquisou em casa como eram as suas vestes. Demonstra estar motivado para assumir o papel do navegador de tal forma que quer fazê-lo da forma mais semelhantemente possível. Este seu agir reflecte também uma planificação.

Registo contínuo n.º 2

Nome das crianças: Grupo dos cinco anos

Observadora: Catarina (estagiária) Data: 19/05/2011 Contexto de observação: As crianças pediram para rezar a Maria para pedirem que

a R (que estava doente em casa) pudesse ir ao passeio, no dia seguinte, a Lisboa.

Observação

As crianças fecharam os olhos e depois por ordem disseram o que tinham pedido: E. – “Pedi a Maria para ajudar a R. a ficar boa.”

C. – “Pedi a Maria que ajudasse a R. a estar boa e assim muito feliz connosco e com os outros meninos.”

M. – “Para ela ficar melhor.”

A. – “Pedi a Maria dar um abraço à R..” D – “R. vem ao nosso passeio.”

A. P. – “Ajuda a R. a ficar melhor e a vir ao nosso passeio.” G. – “Para a R. ficar muito boa e poder ir ao nosso passeio.” L. – “Para ela vir ao nosso passeio e já não estar doente.”

M. – “R., dorme muito para descansares para amanhã ires a Lisboa.” J. (estagiária) – “Para a R. vir.”

Registo de Incidente Crítico n.º 40

Nome da criança: E. Idade: 5 anos Observadora: Catarina (estagiária) Data: 25/05/2011 Incidente

O E que, no dia anterior, tinha reparado que faltara uma pecinha num dos registos das pesquisas do placard, após o lanche da manhã descobriu a pecinha e exclamou: “Já encontrei a pecinha”.

Comentário

O facto de ter encontrado a pecinha e de ter dito com satisfação faz perceber que há organização na sala pois esta provavelmente terá descolado e a senhora da limpeza a terá colocado no móvel. Ao mesmo tempo a criança revela persistência, o que é saudável existir desde cedo para a formação de pessoas tranquilas e que sabem esperar e procurar.

Registo de Incidente Crítico n.º 41

Nome da criança: M Idade: 5 anos Observadora: Catarina (estagiária) Data: 25/05/2011 Incidente

A educadora levou algumas imagens dos monumentos visitados em Lisboa para que as crianças mais facilmente os recordassem e os soubessem fazer no registo do passeio. Por isso, enquanto desenhavam o M disse: “Preciso de ver o desenho verdadeiro”.

Comentário

Penso que o acto que levar as imagens, foi uma boa estratégia. De facto ajudou a relembrar pormenores e as imagens tornaram-se uma boa ajuda como se pode ver pelo pedido do M. Muitas vezes as crianças questionam-nos como se desenha isto ou aquilo pedindo para que as desenhemos. Como sabemos, nunca devemos desenhar mas sim levá-las ao local (quando possível) para que elas próprias observem e façam os seus desenhos criativos. Assim o fizemos na sexta-feira anterior. Contudo, para relembrar a memória as imagens foram um excelente recurso.

Nome: Grupo dos cinco anos

Observadora: Catarina (estagiária) Data: 31/05/2011 Incidente

Estávamos sentados na mantinha e as crianças pediram para cantar a música do “Bom Dia” para que a F aprendesse. Construíram a seguinte rima para a F: “A F que vai para dentro de uma pipa”, já que todos os seres vivos da sala têm uma (crianças, educadora, estagiárias, tartaruga, peixes).

Comentário

Isto que aconteceu com a F (estagiária de ação educativa), já tinha acontecido comigo, quando cheguei à sala em Fevereiro e também com a J (estagiária da ESEPF). As crianças são bastante simpáticas e sabem acolher quem chega de novo à sala.

Registo de Incidente Crítico n.º 43

Nome: Grupo dos cinco anos

Observadora: Catarina (estagiária) Data: 2/06/2011 Incidente

Quando íamos para a sala, no corredor do pré-escolar as crianças, em fila, quiseram ensinar à F (estagiária de auxiliar de educação) “aquilo da direita e da esquerda que nos ensinastes”. Assim o fizeram, como se tratassem de marinheiros que remavam. Foram pelo corredor a fazer os gestos de remar à direita e de remar à esquerda. Uma das crianças disse uma fala da sua personagem do teatro: “Ancorar naus, ancorar naus!”. Outras disseram: “Pus a âncora” e a “nau” (fila dos meninos) ia parando.

Comentário

Pelo registo do acontecimento vemos que as crianças têm gosto em ensinar aos outros aquilo que vão aprendendo e brincando. Reparamos também que ao quererem ensinar à F é porque a sentem parte integrante do grupo pois também ela terá de conhecer esta brincadeira tão relacionada com o projeto de sala. O facto de uma das crianças ter dito uma das suas falas do teatro faz-nos também ver a competência da mobilização e interligação dos saberes tão desejável que aconteça no Jardim de Infância e por consequência na vida. Fê-lo porque a brincadeira inclui o “pôr a âncora” e o “tirar a âncora”, como outros meninos depois o disseram.