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Fórmula 5 – Índice de Eficiência da Manutenção (IEM)

4. QUALIDADE: CONCEITO E OPERACIONALIZAÇÃO

4.3 MONITORAMENTO

4.3.2 Indicadores de Desempenho

Para o MPOG (BRASIL, 2009b), o conceito de desempenho é específico para cada organização, e justamente por ser peculiar requer das organizações a utilização de um modelo dinâmico, abrangente e multidimensional que permita a construção caso a caso de seu próprio conceito de desempenho.

O Comitê de Medição de Desempenho da FNQ diz que o indicador pode ser definido como uma relação matemática que mede numericamente atributos de um processo ou de seus resultados, com o objetivo de comparar esta medida com metas numéricas preestabelecidas ou com parâmetros, e conclui que, se o propósito de um indicador é mostrar uma realidade e induzir alguém a uma ação, então o indicador deve “indicar a dor”. Portanto, se uma organização desejar, de verdade, aprender com as informações provenientes de indicadores e atuar sobre o fato gerador de uma anomalia, então deve preferir indicadores que mostram o tamanho da anomalia (UCHOA, 2013).

O MPOG (BRASIL, 2009b) define seis categorias básicas de indicadores de desempenho. São elas:

1. Efetividade: refere-se aos impactos gerados pelos produtos/serviços, processos ou projetos. A efetividade está vinculada ao grau de satisfação ou, ainda, ao valor agregado;

2. Eficácia: é a quantidade e qualidade de produtos e serviços entregues ao

usuário/beneficiário;

3. Eficiência: é a relação entre os produtos/serviços gerados (outputs) com os insumos

empregados, usualmente sob a forma de custos ou produtividade;

4. Execução: refere-se à realização dos processos, projetos e planos de ação, conforme

estabelecidos;

5. Excelência: é a conformidade a critérios e padrões de qualidade/excelência para a

realização dos processos, atividades e projetos na busca da melhor execução e economicidade, sendo um elemento transversal; e

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6. Economicidade: está alinhada ao conceito de obtenção e uso de recursos com o menor

ônus possível, dentro dos requisitos e da quantidade exigidas pelo input, gerindo

adequadamente os recursos financeiros e físicos.

A eficiência pode ser desdobrada ainda em subdimensões:

1. Custo-efetividade: relação entre os insumos para a prestação de um determinado serviço ou elaboração de um produto e a efetividade, ou seja, grau de contribuição de um programa ou ação na consecução de metas e objetivos de impacto fixados para reduzir as dimensões de um problema ou melhorar uma dada situação;

2. Produtividade: relação entre o nível de produção (serviços e produtos) e os recursos utilizados, seja o capital humano imobilizado, os investimentos ou o tempo;

3. Tempo: tempo decorrido entre o início e o fim de um determinado programa, projeto ou processo. Ex.: tempo de execução de uma obra;

4. Custo unitário: conjunto de custos (fixos, variáveis, reais, atribuídos, específicos e não específicos) a ser imputados a uma atividade por cada unidade de produto ou serviço gerado;

5. Custo-benefício (qualidade do gasto): relação entre os dispêndios realizados por um determinado sistema e os retornos obtidos por conta desses dispêndios, apresenta a relação entre os insumos e os produtos gerados.

O MPOG (BRASIL, 2009b) conceitua eficiência como a relação entre os produtos/serviços gerados (outputs) com os insumos utilizados, relacionando o que foi entregue e o que foi consumido de recursos, usualmente sob a forma de custos ou produtividade. Em outras palavras, para o MPOG, a eficiência na gestão pública é obtida pela combinação da maximização dos produtos utilizados e minimização dos recursos investidos.

O conceito do princípio de eficiência é econômico, pois orienta a atividade administrativa a alcançar os melhores resultados a menor custo, e utilizar os meios de que dispõe. Assim, devem-se buscar os melhores benefícios ao menor custo possível.

O termo qualidade também pode estar diretamente relacionado à efetividade, ou seja, segundo o DNER (BRASIL, 1997), o grau de capacidade para realizar alguns objetivos, de efeitos positivos; e de eficácia, como a capacidade de, entre as alternativas possíveis, escolher a adequada.

Segundo Vasconcelos (2009), a eficiência não se confunde com eficácia nem com efetividade. A eficiência transmite sentido relacionado ao modo pelo qual se processa o desempenho da atividade administrativa; a ideia diz respeito, portanto, à conduta dos agentes. Por outro lado, eficácia tem relação com os meios e instrumentos empregados pelos agentes no

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exercício de seus misteres na administração, sentido tipicamente instrumental. A efetividade é voltada para resultados obtidos com ações administrativas; sobreleva, nesse aspecto, a positividade dos objetivos.

O desejável é que tais qualificações caminhem simultaneamente, mas é possível admitir que haja condutas administrativas produzidas em eficiência, embora não tenham eficácia ou efetividade. De outro prisma, pode a conduta não ser muito eficiente, mas, em face da eficácia dos meios, acabar por ser dotada de efetividade. Até mesmo é possível admitir que condutas eficientes e eficazes acabem por não alcançar os resultados desejados; como consequência, serão desprovidas de efetividade.

No entanto, considerando a realidade brasileira de carências de recursos humanos, físicos e financeiros, o foco principal desta dissertação é a avaliação do desempenho como capacidade de agir com eficiência. Isso, segundo o DNER (BRASIL, 1997, p. 61), é “a capacidade de obter a maior quantidade de resultados confiáveis de uma dada quantidade de recursos colocados no desenvolvimento da alternativa escolhida entre aquelas possíveis, para garantir o nível se serviço adequado”.

O administrador público deve sempre buscar o menor desembolso e a maior vantagem, o emprego das melhores opções disponíveis, sempre objetivando alcançar a solução mais vantajosa para o atendimento das necessidades do país.

Alverga (2013) ressalta que o princípio da eficiência é o mais recente dos princípios constitucionais da administração pública brasileira, tendo sido adotado a partir da promulgação da Emenda Constitucional nº 19, de 1998 (EC 19/98). Nesse momento, se implantava, no Brasil, a ideia da administração pública gerencial, que difere da administração pública burocrática, pois sua característica principal é o controle por resultados, e não por processos.

Merece destaque o aspecto de que a eficiência na gestão pública deve sempre se subordinar ao princípio da legalidade, que é o princípio basilar mais relevante da administração pública brasileira, de observância compulsória (ALVERGA, 2013).

O desempenho ótimo é aquele que é efetivo, eficaz, eficiente, excelente, econômico e cuja execução de ações e atividades ocorre em conformidade com requisitos e prazos definidos. Problemas em qualquer uma das dimensões resultam em padrões não ideais de desempenho (BRASIL, 2009b).

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