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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

4.4 REVISÃO ANALÍTICA DOS BALANÇOS

4.4.1 Indicadores de Liquidez

Os indicadores financeiros permitem verificar flutuações e tendências incomuns nos negócios. Primeiramente, têm-se os indicadores de liquidez, que são os mais utilizados para avaliar desempenho e tomada de decisões de curto prazo.

A liquidez de uma empresa é medida por sua capacidade de cumprir as obrigações de curto prazo à medida que vencem, ou seja, corresponde à facilidade com que a empresa pode pagar suas contas. (GITMAN, 2006, p. 46). O Quadro 4 apresenta os principais indicadores:

Indicador Cálculo O que Representa Interpretação Capital Circulante

Líquido AC – PC

O CCL representa a folga financeira que a empresa possui.

O ideal é que o CCL seja positivo.

Liquidez Geral AC + AÑC PC + PÑC

Quanto à empresa possui de AC e ARLP para cada R$ 1,00 da dívida total.

O ideal é que seja maior que 1 (um).

Liquidez Corrente AC PC

Capacidade da empresa em cumprir com as obrigações de curto prazo.

O ideal é que seja maior que 1 (um), pois a partir desse índice o CCL passará a ser positivo.

Liquidez Seca AC – Estoque PC

Capacidade da empresa em cumprir com as obrigações de curto prazo, excluindo os estoques.

O ideal é que seja maior que 1 (um), pois a partir desse índice o CCL passará a ser positivo. Quadro 4 - Indicadores de Liquidez

Fonte: Adaptado de Gitman et al., 2006. Legenda:

AC = Ativo Circulante AÑC = Ativo Não Circulante PC = Passivo Circulante PÑC = Passivo Não Circulante CCL= Capital Circulante Líquido

Destaca-se que mais importante que o cálculo do capital circulante líquido é a determinação de sua variação. Estes valores são apenas números que, para serem relevantes devem ser comparados a dados passados, projeções, às atividades da empresa e nunca

avaliados independentemente.

Tabela 6 - Indicadores de Liquidez

Indicador Fórmula 2010 2011 2012 CCL AC – PC 44.041-122.646= (R$ 78.605,01) 50.044-191.068= (R$ 141.023,91) 37.297-113.204= (R$ 75.907,58) Liquidez Geral AC + AÑC PC + PÑC 44.041+237.229= 122.646+45.978 1,67% 50.044+315.499= 191.068+108.475 1,22% 37.297+406.863= 113.204+213.075 1,36% Liquidez Corrente AC . PC 44.041/122.646= 0,36 50.044/191.068= 0,26 37.297/113.204= 0,33 Liquidez Seca AC – Estoque PC 44.041 –0= 122.646 0,36 50.044 –0= 191.068 0,26 37.297 –0= 113.204 0,33 Fonte: Demonstrações Contábeis Transportes ZM Ltda.

Com base nos indicadores apresentados na Tabela 6 pode-se observar que o Capital circulante líquido da empresa, está negativo enquanto o ideal seria que o mesmo fosse positivo.

Com relação aos índices de liquidez houve queda de 2010 para 2011 e de 2011 para 2012 um aumento, o que se pode observar que o índice de liquidez corrente demonstra que a empresa possui R$ 0,36 para pagar cada R$ 1,00 das suas dívidas de curto prazo, e que o ativo circulante não cobre o passivo circulante.

Como a empresa é uma prestadora de serviços, não tem estoques e nem contas a receber, o índice de liquidez corrente e seca são iguais.

A empresa tem dificuldades de quitar suas dívidas de curto prazo, pois seus investimentos são em ativos imobilizados, e também os custos da atividade de transporte, tais, como: combustível, manutenção, seguros, funcionários, encargos, impostos, entre outros, são elevados. No entanto no longo prazo existe uma folga para quitação das dívidas.

Com a análise destes indicadores foi possível identificar o problema da reclamação constante dos sócios sobre o volume de contas a pagar e as dificuldades para quitá-las.

Outra questão a relatar é de que os sócios têm a receber R$ 39.000,00 de lucros e não tem caixa suficiente para pagá-los, isto porque na verdade os lucros foram reinvestidos em novos ativos imobilizados.

Como a empresa é uma prestadora de serviços, não tem estoques e nem contas a receber, não foi possível calcular os indicadores de atividade.

4.4.2 Indicadores de Endividamento

Os Indicadores de Endividamento revelam quanto à empresa está utilizando de recursos de terceiros para gerar lucros. Quanto maior a dívida da empresa com relação aos seus ativos, maior a sua alavancagem financeira que é o aumento do risco e retorno em função do uso de financiamento a custo fixo. (GITMAN, 2006, p. 49). O Quadro 5 apresenta o principal indicador:

Indicador Cálculo O que Representa Interpretação Índice de

Endividamento Geral

Passivo Total Ativo Total

Indica o quanto os credores da empresa estão financiando os ativos.

Quanto maior o índice, maior o endividamento da empresa e a alavancagem financeira. Quadro 5 - Indicadores de Endividamento

Fonte: Adaptado de Gitman et al., 2006.

Na Tabela 7 apresentam-se os cálculos realizados através das demonstrações contábeis da empresa, apresentando o nível de endividamento da mesma.

Tabela 7 - Indicadores de Endividamento da Empresa

Indicador Fórmula 2010 2011 2012 Índice de Endividamento Geral Passivo Total Ativo Total 168.625/281.271= 0,60 299.543/365.543= 0,82 326.280/444.161= 0,73 Fonte: Demonstrações Contábeis Transportes ZM Ltda.

A análise demonstra que a empresa em 2010 para cada real do seu ativo total R$0,60 era financiada por terceiros.

Em 2011, o índice aumento para cada R$ 1,00 investido no ativo R$ 0,82 eram capital de terceiro, dívidas, isto demonstra que de 2010 para 2011 houve um aumento do nível de endividamento da empresa, isso em função de nova aquisição de caminhão.

Já de 2011 para 2012 houve uma pequena diminuição do nível de endividamento, pois como a empresa adquiriu novos caminhões os gastos com manutenção e reparos diminuíram.

Para a compra de caminhões se faz necessário do uso de financiamentos de longo prazo, pois por precisa trocá-los em determinado tempo, qual seja a cada 7 anos, conforme contrato com a BRF.

A administração não possui recursos disponíveis para pagamento do bem à vista e também pela concessionária disponibilizar financiamentos com taxas de juros baixas e prazo estendido para pagamento, a aquisição do bem financiado, se torna mais viável.

4.4.3 Indicador de Imobilização

A imobilização do patrimônio líquido, especificamente, mostra o percentual de patrimônio que foi aplicado em ativo permanente. É um indicador importante, pois seu crescimento excessivo pode provocar problemas de solvência na empresa. (GITMAN, 2006)

No quadro 6, demonstra esse indicador:

Indicador Cálculo O que Representa Interpretação

Índice de Imobilização

Imobilizado x 100 Patrimônio Líquido

Indica o grau de recursos da empresa que está investido em ativo permanente.

Quanto menor melhor, já que quanto menos a empresa investe em ativo imobilizado, mais recursos próprios sobram para outros investimentos. Quadro 6 – Indicador de Imobilização

Fonte: Adaptado de Gitman, et al., 2006.

Entretanto este indicador muda muito de acordo com o setor de atuação da empresa, principalmente no caso de empresas industriais e de prestação de serviço nas quais este indicador irá ser mais elevado. (GITMANN, 2006)

Tabela 8 - Indicador de Imobilização da empresa

Indicador Fórmula 2010 2011 2012 Índice de Imobilização Imobilizado*100 Patrimônio Líquido 544.755/112.645*100 =483,60 604.955/66.000*100 =916,60 764.255/117.880*100 =648,33

Fonte: Demonstrações Contábeis Transportes ZM Ltda.

Pela tabela 8, observa-se que os valores de imobilização do patrimônio líquido são elevados. O fator determinante, é que nesses dois períodos a empresa adquiriu novos caminhões por exigência da BRF, e que conforme já evidenciado são financiados por capital de terceiros.

4.4.4 Indicadores de Lucratividade

Através desses indicadores consegue-se relacionar o retorno da empresa com suas vendas, ativo ou patrimônio líquido. A lucratividade avalia o volume do capital próprio investido. O Quadro 7 apresenta alguns desses indicadores:

Indicador Cálculo O que Representa Interpretação

Margem Bruta Lucro Bruto Receita

Indica o quanto sobra da receita após a empresa pagar por seus produtos (CPV).

Quanto maior, melhor. Depende do setor que a empresa atua.

Margem Operacional

Lucro Operacional Receita

Indica o quanto sobra da receita após a dedução de todos os custos e despesas, exceto juros e imposto de renda.

Quanto maior, melhor. Depende do setor que a empresa atua.

Margem Líquida LL

Receita Líquida

Indica o quanto sobra da receita após a dedução de todos os custos e despesas, inclusive juros e imposto de renda.

Quanto maior, melhor. Depende do setor que a empresa atua. Taxa de Retorno Sobre o Ativo Total (ROA) LL Ativo Total

Indica a eficiência da empresa em gerar lucros com seus ativos. Também conhecida por Retorno sobre o Investimento (ROI).

Quanto maior, melhor. Para verificar se o índice calculado é aceitável deve- se analisar o setor que a empresa atua e realizar séries temporais. Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (ROE) LL Patrimônio Líquido

Indica o retorno sobre os investimentos dos proprietários da empresa.

Quanto maior, melhor. Para verificar se o índice calculado é aceitável deve- se analisar o setor que a empresa atua e realizar séries temporais.

Quadro 7 - Indicadores de Lucratividade Fonte: Adaptado de Gitman et al., 2006. Legenda: LL = Lucro Líquido

Por fim, na Tabela 9, foram calculados os indicadores de lucratividade da empresa em estudo, envolvendo especialmente suas contas a pagar, o qual se entende que são os passivos que interferem significativamente no resultado da empresa.

Tabela 9 - Indicadores de Lucratividade e Rentabilidade da empresa

Margem Bruta Lucro Bruto Receita Líquida 85.527/475.807 = 17,98% 94.497/461.615 = 20,47% 189.514/562.612 = 33,68% Margem Operacional Lucro Operac. Receita Líquida 7.148/475.807 = 1,50% (255) /461.615 = (0,06%) 51.930/562.612 = 9,23% Margem Líquida LL Receita Líquida 33.485/475.807 = 7,04% 6.283/461.615 = 1,36% 51.880/562.612 = 9,22% Taxa de Retorno Sobre o Ativo Total LL Ativo Total 33.485/281.271 =11,90% 6.283/365.543 = 1,72% 51.880/444.161 = 11,68% Taxa de Retorno Sobre o Patrimônio Líquido LL Patrimônio Líquido 33.485/112.645 = 29,73% 6.283/66.000 = 9,52% 51.880/117.880 = 44,01%

Fonte: Demonstrações Contábeis Transportes ZM Ltda.

Pela relação apresentada na Tabela 9, verifica-se que a margem bruta de 17,98% em 2010, aumentando para 20,47% e novamente aumentando para 33,68%, isto demonstra uma excelente margem bruta.

Em relação à margem operacional, verifica-se que em 2010, foi 1,5%, e em 2011, ela foi negativa, e que a empresa somente teve lucro, pela venda de bens do ativo imobilizado. A margem operacional em 2012 foi de 9,23%.

A margem líquida em 2012 foi de 9,22% uma boa margem, superior ao valor da caderneta de poupança e da aplicação financeira que ficaram em torno de 8%.

Ressalta-se, entretanto que os sócios não tinham o dinheiro para investimento no mercado financeiro, pois adquiriram os caminhões através de financiamentos, mas a margem é importante, para determinar o retorno do trabalho realizado e a capacidade de pagamento dos financiamentos.

Pelos dados da demonstração contábil a empresa enfrenta dificuldades para saldar suas dívidas de curto prazo, e provavelmente tenha quer recorrer ao mercado financeiro ou ao investimento dos sócios para quitá-las em dias, confirmando as reclamações dos sócios que as contas a pagar são complicadas de administrar.

Porém a análise que deve ser feita é se o serviço realizado paga os investimentos feitos na aquisição dos caminhões.

4.5 SIMULAÇÃO TRIBUTÁRIA

Outra reclamação constante do proprietário da empresa, e na qual a auditoria interna pode auxiliar, é na verificação de qual a melhor forma tributária lícita que a empresa possa adotar, reduzindo os tributos.

No ano de 2012, verifica-se que a empresa, é tributada pelo Simples Nacional conforme mostra na Tabela 10 teve um gasto com tributos de aproximadamente 8% do seu faturamento bruto.

Nesse sentido, e considerando que o ICMS para transportes de cargas no Rio Grande do Sul é isento, realizou-se um comparativo pelo lucro presumido e pelo lucro real. Ressalta-se para fins de crédito do PIS e Cofins, no lucro real, creditou-se sobre: combustíveis, manutenção e depreciação, conforme rege a legislação.

Tabela 10 - Simulação Tributária ano de 2012 – Empresa ZM Ltda.

Descrição Simples

Nacional %

Lucro

Presumido % Lucro Real % Prestação de Serviços 618.717,1 100,0 618.717,1 100,0 618.717,1 100,0

ISS -7.219,4 -1,2 -7.219,4 -1,2 -7.219,4 -1,2

Simples ou PIS e Cofins -48.885,7 -7,9 -22.583,2 -3,7 -38.268,8 -6,2 Receita Líquida de Vendas 562.612,0 90,9 588.914,5 95,2 573.228,9 92,6 Materiais - (Serviço de Transp.) -39.752,7 -6,4 -39.752,7 -6,4 -39.752,7 -6,4 Mão de Obra Direta - (Serviço Transp.) -95.893,0 -15,5 -95.893,0 -15,5 -95.893,0 -15,5

INSS 0,0 0,0 -25.891,1 -4,2 -25.891,1 -4,2

Outros Custos - ( Serviço de Transp.) -237.452,0 -38,4 -237.452,0 -38,4 -237.452,0 -38,4 Resultado Operacional Bruto 189.514,3 30,6 189.925,7 30,7 174.240,0 28,2

Brindes e sorteios -30,0 0,0 -30,0 0,0 -30,0 0,0

Gasto com pessoal -1.670,5 -0,3 -1.670,5 -0,3 -1.670,5 -0,3

Energia Elétrica -1.240,2 -0,2 -1.240,2 -0,2 -1.240,2 -0,2

Despesas de Seguros -13.574,1 -2,2 -13.574,1 -2,2 -13.574,1 -2,2

Honorários -3.344,0 -0,5 -3.344,0 -0,5 -3.344,0 -0,5

Despesas com Mens./ Anuidades . -12.604,9 -2,0 -12.604,9 -2,0 -12.604,9 -2,0

Impostos e Taxas Municipais -59,8 0,0 -59,8 0,0 -59,8 0,0

Despesas de Viagem -110,0 0,0 -110,0 0,0 -110,0 0,0

Impostos e Taxas diversas -88,7 0,0 -88,7 0,0 -88,7 0,0

Segurança Trabalho -301,0 0,0 -301,0 0,0 -301,0 0,0

Despesas com taxa de água -706,7 -0,1 -706,7 -0,1 -706,7 -0,1

Despesas com alimentação -124,0 0,0 -124,0 0,0 -124,0 0,0

Despesas com uniformes -152,0 0,0 -152,0 0,0 -152,0 0,0

Despesas com Material de Segurança -264,0 0,0 -264,0 0,0 -264,0 0,0 Depreciações -70.085,5 -11,3 -70.085,5 -11,3 -70.085,5 -11,3

Despesas com Veículos -447,0 -0,1 -447,0 -0,1 -447,0 -0,1

Despesas Postais -6,7 0,0 -6,7 0,0 -6,7 0,0

Material de Expediente -83,0 0,0 -83,0 0,0 -83,0 0,0

Juros sobre Financiamentos -17.866,4 -2,9 -17.866,4 -2,9 -17.866,4 -2,9 Despesas Bancárias -1.777,3 -0,3 -1.777,3 -0,3 -1.777,3 -0,3 Despesa com cadastro bancário -2.400,0 -0,4 -2.400,0 -0,4 -2.400,0 -0,4

Juros de Mora -210,2 0,0 -210,2 0,0 -210,2 0,0

IPVA -6.188,8 -1,0 -6.188,8 -1,0 -6.188,8 -1,0

(-) Outras Despesas Operacionais -4.248,9 -0,7 -4.248,9 -0,7 -4.248,9 -0,7

Outras Despesas -50,0 0,0 -50,0 0,0 -50,0 0,0

Lucro Antes do IR 51.880,9 8,4 52.292,3 8,5 52.292,3 8,5

(-) IRPJ 0,0 0,0 -7.424,6 -1,2 -7.843,8 -1,3

(-) CSLL 0,0 0,0 -6.682,1 -1,1 -4.706,3 -0,8

Lucro Líquido 51.880,9 8,4 38.185,5 6,2 39.742,14 6,4 Fonte: Demonstrações de Resultado.

tributação pelo Simples Nacional, em função especialmente sobre o INSS sobre a folha de pagamento, que importa em 4,2% da receita bruta. Importante ressaltar que uma análise anual deverá ser feita, pois o que hoje não vale a pena, no futuro poderá valer.

4.6 RECOMENDAÇÕES

Com base nos procedimentos de auditoria realizados, bem como na avaliação dos controles internos existentes na empresa, com o objetivo de melhorar a eficácia e controle dos bens patrimoniais da Empresa, fazem-se necessárias algumas recomendações.

Primeiramente é necessário, que o escritório de contabilidade que e responsável pela escrituração contábil desses bens patrimoniais, utilize as normas contábeis vigentes para o imobilizado, o que demonstrará a real situação patrimonial do ativo imobilizado da empresa. Recomenda-se também a alteração das taxas de depreciação de 10% utilizados atualmente para 14,29%, conforme a vida útil do bem, e de acordo com a NBC TG 27 Ativo Imobilizado.

Sugere-se que a contabilidade ainda efetue o acerto do relatório de cadastro dos bens do patrimônio com o saldo contábil apresentado no balanço patrimonial.

Verificou-se que a empresa não possui um plano de manutenção preventiva, realizando os concertos somente quando necessário isso poderá impactar em perdas de receita, atrasos nas entregas das cargas, entre outros problemas. Dessa forma, sugere-se um plano de manutenção preventiva dos caminhões, estabelecidos em quilômetros rodados.

Pelo nível de despesas realizadas pela empresa, e também pelo valor que vem sendo pago de simples nacional, recomenda-se um planejamento tributário anual analisando as opções pelo lucro real e lucro presumido.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Tanto a auditoria interna quanto o controle interno, são áreas da contabilidade que se tornaram aliadas da administração da empresa que, além de avaliar os controles internos existentes na Entidade, busca avaliar, de maneira preventiva os riscos existentes que possam ocorrer, colaborando assim com o atingimento dos objetivos da empresa.

Além do mais, permitem que as organizações alcancem um grau cada vez maior de eficiência em sua gestão administrativa e gerencial como nos procedimentos operacionais. Por outro lado, serve-se como benefício de corrigir desvios, que possam ser detectados. Por fim, permite a adoção de normas, procedimentos, regulamentos e responsabilidades de maneira formal para os colaboradores envolvidos nos processos das entidades.

Na empresa ZM Transportes Ltda. constatou-se que os controles internos são bons inclusive ressaltando que como a empresa não tem bens de pequeno porte, somente os caminhões e os procedimentos de controles não precisam ser tão efetivos.

Mas verificou-se a necessidade de um plano de manutenção preventiva porque o ativo imobilizado representa um percentual muito elevado em relação ao seu patrimônio líquido devido ao setor de atuação, atividade essa que exige elevados investimentos em manutenção e reparos. O plano de manutenção preventiva favoreceria também para evitar problemas de atrasos, e perda de receita pelos caminhões terem que ficar parado por um período maior de tempo.

Também se verificou com a realização do trabalho, alguns ajustes que deverão ser feitos pela contabilidade, especialmente no que tange a aplicabilidade da NBC TG 27 – Ativo imobilizado, em relação à depreciação que deverá ser contabilizada pela vida útil efetiva dos bens, sete anos, e a realização anual de teste de recuperabilidade, conforme a NBC TG 1 – Teste de recuperabilidade.

O trabalho evidenciou que a empresa encontra dificuldades para quitar suas dívidas de curto prazo, visto que para R$ 1,00 de dívidas, ela possui R$ 0,36 para quitá-las. Isto porque possui custos elevados e altos investimentos no ativo imobilizado. Fato que consolida a reclamação dos sócios do volume de contas a pagar.

Outra reclamação dos sócios era com relação aos altos valores pagos de imposto, sendo que para sanar esta dúvida foi realizada uma simulação simplificada nas três formas de tributação, sendo que ficou evidenciada que o simples nacional ainda é a melhor opção para empresa.

Conclui-se que um processo de auditoria interna, nas principais áreas traz benefícios aos sócios no processo decisório. Em relação ao imobilizado, foco principal do trabalho, ressalta a aplicação das normas contábeis adequadas, proporciona o registro contábil correto do seu imobilizado e também sobre o controle dos bens.

Portanto, conclui-se que o presente trabalho atendeu todos os objetivos pretendidos que através dessas análises foi possível detectar o motivo da principal reclamação dos sócios que era o alto volume de contas a pagar e as dificuldades de quitá-las, que o que gerava isso era que os investimentos da empresa são apenas em ativo imobilizado, e que os mesmos representam a maior parte do ativo circulante da empresa.

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APENDICE A - QUESTIONÁRIO DE AVALIÇÃO DO CONTROLE DO IMOBILIZADO

1- Existem normas por escrito que regulam as aquisições de bens do imobilizado?

Resposta: Sim, a contabilidade segue a resolução do CFC NBC T 19.01.

2- Quais são os níveis hierárquicos que tem autorização para aquisição de bens?

Resposta: A empresa não possui vários níveis hierárquicos, apenas um e é decidido pelos sócios.

3- São emitidas ordens de compra para aquisição de bens móveis?

Resposta: Não.

4- Como são adquiridos bens móveis?

Resposta: São adquiridos através de simulações de preço.

5- Como são controlados os recebimentos físicos dos bens móveis (máquinas, móveis, instalações, veículos, etc.)?

Resposta: São controlados através da nota fiscal e do prazo de entrega estipulado pela empresa o qual o bem foi adquirido.

6- A contabilização das aquisições é previamente aprovada pelo contador?

Resposta: Sim.

7- A contabilidade identifica todos os dados do bem, o nome do fornecedor e o numero do documento de compra?

Resposta: Sim, solicitando a nota fiscal de aquisição.

8- Qual o tratamento dado ás despesas financeiras sobre financiamento para aquisição de bens?

Resposta: O tratamento dado às despesas financeiras se dá através de boleto bancário ou depósito bancário, pois está incluso na parcela. São contabilizadas separadamente, na conta de despesas financeiras.

9- Os documentos referentes ás aquisições são guardados em arquivo próprio?

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