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4.1 Indicadores de qualidade 4.1.1 A missão

No documento Requisitos para uma escola de qualidade (páginas 37-40)

O que é a missão? É a resposta à pergunta, porque existimos? É o guia, o mapa, a meta, para onde queremos dirigir a escola nos próximos anos; é o que se pretende da escola e se plasma numa expressão realista e ao mesmo tempo entusiasmante do presente e do futuro. Por outro lado, a missão serve de critério para avaliar a atividade da escola. A

missão é o que marca a diferença entre uma escola e outra, tendo portanto algo de intransferível e único. É a expressão do compromisso da direção e de todos os que compõem a comunidade educativa. É a máxima prioridade da atividade da escola e a onde se dirigem todos os esforços. À sua luz, são avaliadas as ideias e os projetos, as prioridades e os gastos, as prioridades e as decisões. É, ao mesmo tempo, o ponto de partida da planificação e dos projetos anuais, plurianuais, assim como dos objetivos. É um recordatório constante do que é fundamental para nós e a razão do que se pretende da atividade educativa.

A missão deve estar escrita. Não muito longa, contendo os elementos chave das linhas mestras da ação de qualidade. E se fôssemos capazes de a reduzir a poucas palavras, podíamos criar um slogan. Por exemplo, a missão da Universidade Católica expressa num

slogan é “Veritati”.

Peter Drucker diz a este respeito: “as melhores instituições que não procuram a obtenção de benefícios dedicam muito esforço e imaginação para definir a missão” (DRUCKER, 1993, p. 205).

Está provada a força motivadora da missão, quando esta é importante e desperta a ilusão, pois é capaz de mobilizar as pessoas e convocá-las para algo que merece a pena. A missão dá sentido de unidade a toda a ação, é um desafio que atrai, é uma proposta de inovação e melhoria. Na vida profissional e também na pessoal, todos precisamos desta chamada à superação e à melhoria, e quando isto se realiza e se leva a cabo adequadamente, é uma força de melhoria impressionante.

Ela está envolvida por um quadro fundamental de valores que refletem o que na escola é fundamental e manifestam o que nela é importante.

O que é importante para nós? A superação da rotina, da mediocridade, que tem o seu ponto de partida na missão. Isto é muito útil nas escolas. A superação dos interesses exclusivamente egoístas e economicistas das pessoas no mundo laboral, que muitas vezes nos parecem impossíveis de superar, tem o seu ponto de partida numa boa missão (BASS, 1985). A missão converte-se num fator de unidade e de sentido para todos e, para além disso, é capaz de criar comunidade educativa.

A missão deve ter, pois, uma descrição concisa de um propósito duradouro, não dependente de circunstâncias momentâneas; capaz de concretização infinita (i.e., não sujeita a um cronograma, nem passível de alguma vez ser totalmente concretizada).

39 A missão não é a mesma coisa que a visão ou as estratégias. A visão responde ao que queremos ser, é uma descrição concisa sobre o que se pretende ser, que resultados da missão será possível alcançar em X anos. Pode referir os aspetos mais diferenciadores, aqueles que se destacam, aqueles que fazem de nós únicos, irrepetíveis. A visão complementa a missão. Contempla também um conjunto de iniciativas coerentes, estratégias, podendo cada uma delas ser traduzida num plano de implementação que contemple umas metas que se devem atingir em cada ano, para as quais se estabelecem objetivos e se associam os recursos necessários para serem atingidos.

Uma boa escola tem, portanto, de fazer um esforço para converter a missão em objetivos concretos, objetivos operativos que são os que especificam e concretizam a ação a desenvolver (DRUCKER, 1993, p. 218). Uma boa escola deve também focar a sua ação nos bons resultados a conseguir. Por isso, são necessários os objetivos específicos, medíveis e avaliáveis. Sem objetivos não sabemos o quanto já avançámos. Os objetivos são a medida autêntica do nosso compromisso e da nossa responsabilidade. Assim, a estratégia de qualidade é: missão – visão – estratégia – objetivos gerais – objetivos específicos – plano de ação.

Todos os elementos deste esquema são necessários para a qualidade. Sem uma boa missão, os objetivos não têm sentido, porque carecem de razão básica para existirem e por sua vez, sem objetivos, não se realiza de facto e de verdade a missão. Como diz um autor: “um diretor, em primeiro lugar, estabelece as metas a conseguir, determina os objetivos e quais devem ser, decide o que há que fazer para os conseguir e comunica de maneira eficaz os objetivos aos seus colaboradores para poder alcançá-los” (DRUCKER, 1993, p. 104). E, outros autores dizem que o saber traduzir os valores fundamentais, que se pretendem em metas e objetivos para a escola, é uma tarefa crucial e essencial de qualquer diretor.

Não conhecemos outra maneira de saber se avançamos ou não, e quanto o fizemos, se não for através de um plano de ação, no qual nos comprometemos a conseguir os objetivos concretos e nos responsabilizamos pelo que conseguimos. Avaliação para o desenvolvimento e para a formação.

Se tem de haver avaliação de tudo, tem sobretudo de haver aquela que avalia a realização ou não da missão e dos objetivos que foram propostos. Ela ilumina-nos sobre os problemas que não estão resolvidos, sobre o conseguido e o que ainda não foi conseguido,

mas sobretudo para ser um instrumento de formação e de desenvolvimento, não é para saber somente, mas para crescer. É, portanto, o ponto de partida da melhoria da escola.

Poderemos então inferir que uma escola que assume este indicador de qualidade deve ter definida a missão como razão de ser da sua existência, que inclua os valores em que se fundamenta, que apresente de forma concisa o que pretende ser, com que estratégias e que objetivos pretende atingir.

4.1.2.- Razão de ser da escola = O aluno e o seu

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