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1. INTRODUÇÃO

2.2. PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA CONSTRUÇÃO CIVIL

2.2.4. Indicadores de produtividade

Faz-se necessário definir indicadores, para a realização da medição da produtividade, e assim poder-se fazer a comparação entre diferentes situações vigentes.

Para o CTE (1994) os indicadores são expressões quantitativas que representam uma informação gerada, a partir da medição e avaliação de uma estrutura de

produção, dos processos que a compõem e/ou dos produtos resultantes. Afirma, ainda, que os indicadores de produtividade são aqueles que medem o desempenho dos processos, através de relações elaboradas a partir dos recursos utilizados e respectivos resultados atingidos.

Podem-se ter indicadores de produtividade globais ou parciais, definidos a partir do interesse envolvido na sua determinação.

De acordo com SOUZA (1998), a produtividade pode ser analisada em vários níveis hierárquicos. Assim, para a direção geral de um empreendimento, um indicador mais global sobre um serviço (por exemplo, o número de reais gastos por metro cúbico de concretagem) é normalmente desejável. Já para o setor responsável pela aquisição, um indicador interessante pode ser o que relaciona o número de reais demandados para a aquisição de cada unidade de material empregado na obra. Para o pessoal da produção propriamente dita, o conhecimento da eficácia em transformar cada unidade de recurso físico em produto final (por exemplo, o número de homens-horas necessários para se executar uma unidade de serviço), pode ser a informação desejável.

SOUZA (1998) expressa uma relação matemática onde um indicador global financeiro é decomposto em vários indicadores parciais físicos e financeiros:

QS QEQU x QEQU R QS QMAT x QMAT R QS QMO x QMO R QS R$ $MO $MAT $EQU + + = Onde:

R$= custo total, expresso em valores monetários;

R$MO= custo de mão-de-obra, expresso em valores monetários;

R$EQU= custo de equipamentos, expresso em valores monetários;

QS= quantidade de serviço, expressa em unidades de medição física; QMO= quantidade de mão-de-obra, expressa em homens-hora;

QMAT= quantidade de materiais, expressa em massa, ou peso, ou unidades;

QEQU= quantidade de equipamentos, expressa em horas necessárias.

No presente trabalho, vai-se fazer uma análise da produtividade física do recurso mão-de-obra, que será medida por um índice parcial e, para isso, será feito uso do indicador de produtividade denominado razão unitária de produção (RUP). Este relaciona os homens-hora despendidos (entrada) à quantidade de serviço executada (saída). A expressão adotada é: RUP= Serviço Quant hora Homens . −

Analisando-se a expressão, quanto maior o valor da RUP pior é a produtividade. Como se pretende padronizar a avaliação da RUP, deve-se padronizar: a quantificação dos Homens-hora (entradas); a quantificação do serviço (saídas); a definição do período de tempo ao qual as mensurações de entradas e saídas se referem.

Medição das entradas

Para se mensurar as entradas devem-se apropriar os Homens-hora demandados. O número de Homens-hora é obtido pela multiplicação do número de homens presentes pelo tempo de duração do seu trabalho.

De acordo com SOUZA (1996b), há três caminhos básicos para coletar os homens- hora despendidos num certo dia em determinada tarefa: através de observação contínua, a partir de folhas de pagamento, e com base nas informações do encarregado da tarefa.

Para o mesmo autor, o uso das folhas de pagamento, reforçado por informações complementares do encarregado, propiciem um caminho fácil e confiável para obtenção destes dados.

Em relação à mão-de-obra contemplada, existem alguns métodos de mensuração: • Oficiais: quando somente se considera os oficiais diretamente envolvidos;

• Direta: quando se acrescenta os ajudantes diretos ao grupo dos oficiais;

• Global: quando o esforço de apoio é acrescido ao da mão-de-obra direta.

Em relação às horas computadas, consideram-se as horas disponíveis para o trabalho. Para SOUZA (2001), não devem ser descontadas horas de paralisação, nem se deve adotar a postura de computar somente os tempos produtivos, as horas prêmio recebidas também não devem ser computadas.

Nesse trabalho foram consideradas para obtenção das entradas a mão-de-obra direta e as horas que os operários estavam disponíveis para o trabalho.

Medição das saídas

As saídas podem ser consideradas de maneira bruta ou líquida.

De acordo com SOUZA (2001), deve ser mensurada a quantidade líquida de serviço em lugar da quantidade bruta. No presente trabalho será considerada essa postura.

Os serviços são medidos em unidades que variam de acordo com os mesmos. Por exemplo, o serviço de alvenaria é medido em área, o serviço de concretagem é medido em volume.

Tempo relacionado ao cálculo da RUP

Diferentes períodos de tempo podem ser considerados quando se proceder ao cálculo da RUP.

A RUP diária é utilizada quando se considera o dia de serviço.

A RUP cumulativa é considerada quando a RUP é calculada utilizando os valores acumulados de entradas e saídas do dia de início ao dia do fim das observações.

A RUP cíclica é utilizada quando o serviço possui ciclos bem definidos.

Um outro tipo de RUP, bastante importante, é a RUP potencial. SOUZA (1998) define essa RUP como a produtividade “considerada representativa de um bom desempenho e passível de ser repetida muitas vezes na obra que esteja sendo avaliada”. É definida, matematicamente, como a mediana das RUPs diárias cujos valores estejam abaixo do valor da RUP cumulativa ao final do período de estudo. Segundo CARRARO (1999), “os princípios que norteiam essa definição baseiam-se nas seguintes considerações”:

pela própria definição de RUP cumulativa, seu valor é formado pela agregação das produtividades ocorridas tanto em dias “bons” quanto em dias “ruins”. Assim, pode-se dizer que qualquer valor superior ao da RUP cumulativa, não representa um dia de boa produtividade;

por sua vez, os valores de RUP diária inferiores ao da RUP cumulativa sugerem dias com produtividade de normal a boa. Assim, o valor mediano

destes dias representa um dia de produtividade boa em relação àquela obra e, mais do que isso, uma produtividade real, possível de se obter na respectiva obra.

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