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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.3.2 Indicadores webométricos

Os subcampos das métricas da informação potencializam diversos indicadores, remetendo-nos a resultados e traçando o panorama de como está se comportando a informação. Na webometria não é diferente, o subcampo se utiliza de vários indicadores para medir a informação na web.

Conforme Matias e Pinto (2013, p. 2-3)

[os] estudos em webometria podem gerar, aplicar e consolidar indicadores e instrumentos de suporte à gestão de sistemas de informação em geral, fornecendo elementos básicos que podem permitir, conceder, acompanhar, e tomar decisões fundamentadas em dados e informações que representam situações reais de uso destes sistemas na web.

Os indicadores webométricos visam diversos aspectos específicos da informação dentro da web podendo ser divididos, segundo Vanti (2007) em quatro grupos: os descritivos, os de conectividade, os de densidade e os de impacto. As características dos quatro grupos estão elencadas no Quadro 1.

Quadro 1: Grupos de indicadores webométricos

Grupos de indicadores webométricos

Grupos Característica

Descritivos

Quantificar o tamanho ou o número de que um espaço na web apresenta como páginas, arquivos e links. Visa mensurar como esse espaço se insere em países, regiões, organizações e grupo de pessoas, perante o seu conteúdo.

Conectividade

Examina as conexões entre páginas e sítios por meio dos seus links, em específico os links externos que um espaço web recebe e aponta.

Densidade

Examina as conexões entre páginas e sítios por meio dos seus links, em específico o peso referente ao relacionamento dessas conexões.

Impacto

Examina as conexões entre páginas e sítios por meio dos seus links, em específico o volume em relação aos conteúdos que são linkados.

Fonte: Adaptado de Vanti (2007).

Os indicadores mais utilizados em estudos webométricos são tamanho do website, visibilidade, luminosidade, densidade de rede e fator de impacto, que serão elencados um a um.

2.3.2.1 Tamanho do website

Quando se pensa em calcular o tamanho de websites, há duas vertentes, a da informática e a documental (VITULLO, 2007).

Na vertente da informática o tamanho do website é calculado pela unidade em bits, ou em Kbytes, ocasionando muitas diferenças de tamanho, pois há páginas inteiramente textuais e páginas multimídias (SHINTANKU; ROBREDO; BAPTISTA, 2010).

A segunda vertente, a documental, utilizada no campo da Ciência da Informação, o tamanho do website “corresponde ao número total de páginas que ele apresenta e deve ser calculado por meio de um motor de busca17” (VANTI, 2010, p. 60). Quanto ao formato das páginas, elas não

interferem, podendo ser HTML ou não (VITULLO, 2007).

17 Os motores de busca são um dos instrumentos mais preciosos para os estudos webométricos, por meio deles é possível somar uma grande quantidade de informação para a aplicação da webometria. Eles facilitam a quantificação de dados na web (VITULLO, 2007).

Nos estudos webométricos o cálculo do tamanho de website também é usado para entender o comportamento de determinados grupos de websites de um mesmo segmento. Como um exemplo, analisar o tamanho dos websites das Bibliotecas Nacionais pertencentes à América do Sul.

2.3.2.2 Visibilidade

No contexto da webometria, a visibilidade indica o número de links que um website recebe quando está sendo analisado. Isso ocorre quando são contabilizados os links externos do website analisado nos resultados obtidos dentro do motor de busca (AGUILLO et al, 2010).

Danesh, Soheili e Shafiei (2008) concluem que para um website ter visibilidade é necessário que o mesmo receba menções por meio dos inlinks e quanto maior for as menções, maior será a chance de o website receber um maior número de visitas pela comunidade.

Um exemplo da existência de visibilidade seriam escolas fornecendo aos seus alunos links de universidades. Então essas universidades estariam sendo mencionadas por essas escolas, logo esses links são contabilizados para a visibilidade das universidades.

A grande preferência dos pesquisadores ao mensurarem o indicador de visibilidade era feita no buscador Alta Vista, considerado o motor de busca que melhor oferecia os filtros para a obtenção dos resultados (VITULLO, 2007). Atualmente, isso não é mais possível, pois o buscador Alta Vista encerrou suas atividades em 2013, fazendo com que os pesquisadores buscassem novas alternativas (outros buscadores). Estas novas alternativas já existiam muito antes de serem encerradas as atividades no buscador Alta Vista como, por exemplo, os buscadores Google e Bing que também são utilizados em estudos, envolvendo as técnicas webométricas.

2.3.2.3 Luminosidade

A luminosidade mede o grau de conectividade da web (VITULLO, 2007). Para Martínez Rodríguez (2006), a luminosidade é representada pela soma do número de links emitidos por um website. Mais especificamente Vanti (2007, p. 2) define a luminosidade “como o número de links externos que apresenta um sítio...” Assim, a luminosidade é calculada quando um website emite, dentro do seu

domínio, links de outros websites, a fim de promover informações de outros domínios.

Como exemplo, podemos mencionar o mesmo relatado na subseção da visibilidade, porém com o olhar de quem emite o link, no caso as escolas. Por mencionar links externos das universidades, estes são somados para contabilizar a luminosidade das escolas.

2.3.2.4 Densidade de rede

Com o indicador de densidade de rede é possível analisar como uma população se relaciona dentro da web (POLANCO, 2002). A densidade de rede é um indicador para análise de redes socias. Para a sua análise, é preciso delinear a população a ser estudada (identificar os “nós18” pertencentes à rede e suas relações). (VITULLO, 2007).

Após o primeiro momento, os dados identificados são ordenados em uma matriz, cujas colunas são representadas pelos nós e cada célula tem o papel de indicar a presença ou a ausência dos links de cada um dos nós e suas relações. (VANTI, 2007).

2.3.2.5 Fator de Impacto

Nas métricas da informação, o fator de impacto surgiu no subcampo da bibliometria, objetivando avaliar a produção científica; foi desenvolvido por Garfield e compreende em somar o número de citações recebidas por um periódico, dividindo-o pelo número de artigos publicados pelo mesmo periódico (Araújo, 2006). O fator de impacto das revistas é um dos indicadores mais utilizados para medir a ciência no subcampo da bibliometria, por traçar um panorama de como cada revista se comporta na comunidade científica. Pode ser ainda fator de escolha para pesquisadores os buscarem respaldo bibliográfico e teórico em suas pesquisas.

Nos estudos webométricos o fator de impacto visa medir a influência global na web de um determinado website (SMITH, 1999). Ao longo do desenvolvimento dos estudos do subcampo da webometria, alguns pesquisadores também contribuíram na criação de fórmulas para medir o fator de impacto na web.

18 Nós [é] qualquer unidade de informação como as páginas web, os diretórios, os sítios e os domínios (VITULLO, 2007, p. 69).

Gouveia e Lang (2013) elencam três fórmulas de fator de impacto que foram desenvolvidas em estudos webométricos: o Fator de Impacto na Web (FIW), desenvolvida por Ingwersen (1998), o Fator de Impacto na Web externo (FIWe), desenvolvida por Thewall (2002) e o Fator de Impacto na Web externo com Logaritmo Natual (FIWln), desenvolvida por Vanti, Costa e Silva (2013).

O FIW foi criado em 1998 por Ingwersen em um estudo de caso. Foram analisados, durante trinta dias, sete pequenos e médios websites e quatro grandes domínios na web, bem como seis websites institucionais. O motor de busca para a obtenção dos resultados da aplicação do FIW foi o Alta Vista. Em sua aplicação Ingwersen considera todos os links atribuídos aos resultados. O autor conclui que é possível calcular o FIW, porém em alguns casos os resultados devem ser analisados com cautela. A fórmula do FIW é apresentada na Equação 1.

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