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2.2.1 Objetivo Geral

3.2 Processos Organizacionais

3.4.1 Indivíduos

Motta e Vasconcelos (2002) argumentam que a visão predominante no movimento da administração cientifica, tratava o ser humano como previsível e controlável, egoísta e utilitarista em seus propósitos, e o decisor era visto como um ser que otimizava suas ações após pesar todas as alternativas disponíveis.

Com evolução da administração, surgiram novas teorias que, gradativamente, introduziram a visão que o ser humano não é totalmente controlável nem previsível e é

influenciado pela cultura, hábitos e demais características da sua socialização (MOTTA; VASCONCELOS, 2002).

De acordo com Neuert et al (2005), o comportamento, aqui taxado como racional, é conseqüência de normas e valores da socialização humana e pode apresentar-se de forma egoísta ou altruísta. O comportamento humano egoísta ou oportunista é demonstrado através da violação de regras e normas de conduta visando benefício próprio. O altruísta, de forma oposta, se baseia nas normas e regras nas quais prevalece o pensamento que a maioria dos indivíduos deve ser beneficiada.

Naturalmente, pessoas possuem características como inteligência, percepção, valores, atitudes, aptidões e experiências que se correlacionam e exercem influências entre si, erigindo-se a personalidade como elemento central. Fazendo uso da inteligência e inseridas em um ambiente, as pessoas usam a percepção para realizarem a interpretação da realidade, cada uma da sua forma e segundo seu julgamento. De acordo com a percepção, as pessoas reagem aos estímulos em função de estados mentais de predisposição ou prontidão. Tais estados são denominados atitudes e são expressos por meio de crenças e julgamentos relativos à natureza dos estímulos e do indivíduo, podendo levá-los à dissonância cognitiva (MAXIMIANO, 2000), mas lhes definindo um comportamento.

Tratando do comportamento do indivíduo, Karahanna et al (2005) propõem uma estrutura onde o comportamento individual é função da intenção comportamental. A intenção comportamental, por sua vez, recebe influência direta das normas sociais e das atitudes da pessoa. As normas são conseqüências das práticas e dos valores estabelecidos pela sociedade, enquanto que as atitudes recebem influências das crenças cognitivas e dos traços de personalidade.

Para Stoner e Freeman (1999), não existe teoria capaz de explicar o comportamento do ser humano na íntegra. Pessoas apresentam necessidades de realização, correm riscos em

maior ou menor grau em função da sua personalidade e eventualmente utilizam os riscos como estímulo à realização de maiores esforços. Indivíduos também têm diferentes perspectivas de lidarem com a ambigüidade, em especial quando decidindo com informações incompletas ou insuficientes. Diante destas situações afloram os diversos tipos de comportamentos, os quais se manifestam com traços predominantemente reflexivos, ponderados, objetivos ou pragmáticos.

A problemática do comportamento humano é ainda maior, ao considerar que, durante a tomada de decisões, os indivíduos estão fortemente influenciados por preferências e restrições. Conforme Neuert et al (2005), dada uma situação específica para a tomada de decisão, as restrições irão delimitar a forma de ação de um indivíduo. Já as preferências serão refletidas pelas normas e valores nas quais o indivíduo foi envolvido durante sua socialização. Pereira e Fonseca (1997) admitem que fatores individuais como gênero, inteligência, crenças, nível social, família, e emocionais como estresse e ansiedade, bem como fatores relativos à sociedade como cultura e ética moral e profissional são influenciadores do comportamento individual.

Além daqueles fatores, os indivíduos também são submetidos a pressões advindas da própria organização empresarial, entre outras, a necessidade de produtos ou serviços de qualidade, preços mais competitivos, requisitos impostos por clientes e fornecedores, rapidez e personalização no atendimento, exigências sociais e governamentais, concorrência, normas e cultura organizacional, tecnologias em uso, escassez de recursos, meio ambiente e legislação em vigor.

Todos estes fatores combinados produzem um aumento no grau de dificuldade decisória, provocando insegurança e podendo levar indivíduos a situações de conflito na realização das tarefas, de modo que mesmo se tivessem acesso a todas as informações

Gênero

Normas Atitudes

Comportamento Individual Intenção comportamental

Práticas Valores cognitivas Crenças

Traços de Personalidade Família Inteligência Restrições Nível Social Mêdo Insegurança Conflito Cognitivo Confiança Segurança Pressões organizacionais

disponíveis, os indivíduos dificilmente teriam capacidade cognitiva para processar tal volume de informações.

Em casos assim delineados surgem dificuldades em função da percepção individual. O uso da tecnologia, por exemplo, pode se tornar um elemento dificultador e limitante para a tarefa de um indivíduo que não possui habilidades ou que não esteja treinado para tal atividade. Numa organização, tais vieses individuais expõem as pessoas a usos distintos das capacidades cognitivas (criatividade, habilidades específicas) e descambam para estilos e comportamentos específicos subjugados à estrutura organizacional (McGRATH, 1984).

De fato, a percepção dos indivíduos, a formação dos critérios e a lógica da decisão dos atores sociais são condicionadas pelas regras, procedimentos, equilíbrio de poder e dos sistemas de aliança política existentes na complexidade da organização (SIMON, 1979).

A figura 11 sintetiza as características comportamentais identificadas na literatura, atinentes ao indivíduo e capazes de interferir em seu processo de escolha e decisão.

Figura 11 - Fatores de influência no comportamento individual

3.4.2 Grupos

De acordo com McGrath (1984), grupos são conjuntos de pessoas que trabalham de forma cooperativa. Quando esses grupos existem independentemente de propósitos e atividades de pesquisadores, tais como família, grupos de amigos e de trabalho, entre outros, são classificados como grupos naturais; quando criados, são denominados de grupos construídos (concocted groups). Pelo menos quatro tipos de grupos naturais existem quando consideradas as limitações de escopo temporal e de atividade, conforme apresentado na figura 12.

Figura 12 - Tipos de grupos naturais Fonte: Adaptado de McGrath (1984)

Os grupos construídos são distinguidos em função da sua composição e da relação entre suas tarefas e a tarefas dos grupos naturais. Os grupos construídos atuam em testes de sistema com tarefas endógenas, em estudos com tarefas simuladas e como grupos ad hoc em laboratório, com tarefas artificiais. A figura 13 apresenta os tipos de grupos construídos e sua relação com os grupos naturais.

T em po lo ng o

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