• Nenhum resultado encontrado

2.6 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS

2.6.3 Infecção subclínica pelo HPV na Genitália (sem lesão macroscópica

A infecção subclínica pelo HPV é mais freqüente do que as lesões macroscópicas, tanto em homens quanto em mulheres. O diagnóstico, quase sempre, ocorre de forma indireta pela observação de áreas que se tornam brancas após aplicação do ácido acético sob visão colposcópica ou outras técnicas de magnificação, e que bispadas, apresentam alterações mitológicas compatíveis com infecção pelo HPV. Podem ser encontradas em qualquer local da genitália masculina ou feminina. Todavia, a aplicação de técnicas de magnificação e uso do ácido acético exclusivamente para rasteio da infecção subclínica pelo HPV não é recomendável. A reação ao ácido acético não é um indicador específico da infecção pelo HPV e, desta forma, muitos testes falso- positivos podem ser encontrados em populações de baixo risco. Em situações especiais, alguns clínicos acham este teste útil para identificar lesões planas pelo HPV.

Na ausência de neoplasia intra-epitelial, não é recomendável tratar as lesões subclínicas pelo HPV diagnosticadas por colpocitologia, colposcopia, biópsia, testes com ácido acético ou testes de identificação do DNA viral. Freqüentemente seu diagnóstico é questionável, e nenhuma terapia foi capaz de erradicar o vírus. O HPV foi identificado em áreas adjacentes a neoplasias intra-epiteliais tratadas por laser e vaporizadas, com o objetivo de eliminar a infecção. Na presença de neoplasia intra- epitelial, o paciente deve ser referido ao serviço especializado e o tratamento será feito em função do grau da doença.

Não existe um teste simples e prático para detectar a infecção subclínica pelo HPV. O uso de preservativos pode reduzir a chance de transmissão do HPV para parceiros provavelmente não infectados (novos parceiros). Não se sabe se a contagiosidade desta forma de infecção é igual a das lesões exofíticas (Brasil, 1999).

III - MATERIAIS E MÉTODOS

A população, objeto deste estudo foi de cento e seis mulheres trabalhadoras, na faixa etária de 15 a 61 anos, identificadas como sexualmente ativa e que ainda não iniciaram atividade sexual. Desde total, 86 mulheres foram submetidas ao exame preventido, sendo as demais: grávidas, virgens e com o último exame realizado há menos de 1 ano. Compareceram às consultas de enfermagem semanalmente, às terças e quintas- feiras, das 8 às 12 horas e das 13h e 30min. às 17h e 30 min., em número aproximado de cinco mulheres/dia durante os meses de abril a novembro de 2000. A duração das consulta foi, em média, cinqüenta minutos cada. Os agendamentos foram realizados previamente pelo Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT), com a entrega de ficha de atentadamente (Anexo 1).

O responsável imediato do setor em que elas trabalham, recebeu um ofício formal sobre o trabalho , dando ciência e liberando a funcionária para a consulta de enfermagem (Anexo 2). O local de realização das consultas foi o Consultório Médico e de Enfermagem do Campus Champagnat de Universidade Tuiutí do Paraná.

O material coletado foi enviado ao laboratório CPD – Citologia e Patologia Diagnóticas LTDA e os resultados foram enviados para a autora da pesquisa para fins de reconsulta. Mediante resultados citopatológicos alterados, as trabalhadoras foram encaminhadas e inseridas no Sistema de Referência e Contra Referência do Sistema ünico de Saúde (SUS).

As ações de consulta de enfermagem foram adaptações do Processo de Enfermagem,com as seguintes ênfases:

estabelecimento de vínculo com a clientela, como forma de assegurar sucesso à consulta, retornos e acatamento de orientações, encaminhamentos e informações diversas;

detalhamento das queixas da mulher no momento, como forma de objetivar a prescrição de enfermagem;

detalhamento no exame ginecológico, como forma de identificar e comunicar à trabalhadora as alterações cérvico- vaginais;

enfoque minucioso dos problemas atuais e potenciais identificados no exame e entrevista, como forma de prestar orientações de acordo com a realidade da mulher trabalhadora, em seu contexto sócio- econômico – cultural;

realização contínua de educação à saúde ocupacional, como forma de exercitar a prática social inerente ao trabalho de enfermeira. Horta (1970) Com este contexto e com este grupo social iniciou-se uma proposta de prática dirigida às mulheres no trabalho, para fins de abordagem educacional. Para tal, receberam encaminhamentos individuais e por escrito contendo: nome, data e horário da consulta, carimbo e assinatura da autora deste estudo (Anexo 3).

Para legalidade desta atividade foi realizado um acordo ético verbalmente explincando a pretensa realização do trabalho. Neste acordo foi explícito que a presença não será obrigatória, ficando livre o comparecimento. Houve preocupação de não causar nenhum dano a estas mulheres, tomando-se medidas de proteção à dignidade, ao bem estar pessoal e à privacidade, respeitando-se os princípios do Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (COFEN, 1993).

Como este trabalho se caracterizou por uma pesquisa envolvendo seres humanos, tornou-se indispensável o consentimento, uma vez que usou-se as

informações do grupo na apresentação dos resultados analisados. Outros aspectos éticos que foram observados no processo da construção deste trabalho, recaíram na seguinte pauta:

• liberdade do pesquisador para introduzir mudanças no eixo metodológico do trabalho, a bem do mesmo;

• consentimento por escrito do indivíduo e/ou quando houver possibilidades de identificação, por meio do registro feito por instrumentos de coleta de dados como fita tipo cassete, tape, gravador.

A viabilidade destes estudo só foi possível, tendo em vista o interesse comum por parte da Instituição empregadora, após discussão quanto à pretensa operacionalização do trabalho.

Para as mediações didáticas, no sentido de motivar e favorecer compressões, utilizou-se de recursos como folders e outras formas variadas de exercício de comunicação, as quais iam desde a expressão verbal até o desenho. Vale esclarecer que para análise dos dados optou-se pela abordagem quantitativa.

Foi aplicado um questionário ( Ficha de Consulta de Enfermagem em Ginecologia) (Anexo 4) previamente testado, para obtenção dos dados referentes a identificação, antecedentes familiares, antecedentes pessoais, vícios, hábitos, antecedentes ginecológicos, planejamento familiar, antecedentes obstétricos, gestação atual caso haja, sinais vitais, questões ergonômicas do trabalho enfocando história profissional anterior, história profissional atual, análise sucinta da tarefa e após feito o exame físico ginecológico.

Após a coleta, o material foi enviado ao Laboratório para análise citopatológica e então, reagendado nova consulta para recebimento do resultado e encaminhamentos se

necessário. Foram efetuados tratamentos de vulvovaginites e vaginoses bacterianas conforme o protocolo assinado e autorizado pelo médico responsável do Serviço Especializado de higiene e medicina do trabalho (Anexo 5) e conforme a Lei do Exercício Profissional nº 7.498, de 25 .06.86. (Anexo 6).

Para a tabulação e análise dos dados coletados no trabalho foram utilizados os Programas Microsolf Access, Word, Excel.

IV RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os resultados apresentados sob forma de gráficos, informações e considerações tiveram como referência a investigação realizada em consultório, totalizando um número de cento e seis mulheres na faixa etária de 15 a 61 anos atendidas no consultório de Enfermagem da Universidade Tuiuti do Paraná. Do total de mulheres consultadas, 86 foram submetidas a coleta de material , sendo as restantes excluídas por, estarem com os exames preventivos atualizados, feitos há menos de um ano, por serem grávidas e virgens , que por motivos éticos não foram coletadas.

Um dos objetivos desta investigação foi caracterizar e analisar como se apresenta o perfil de mulheres trabalhadoras em relação à prevenção de câncer de colo uterino. Assim, foi procurado comentar mais intensamente este objetivo, sem que outras questões de interesse das mulheres fossem também discutidas e consideradas.

Segue-se um relato das informações e observações obtidas na pesquisa buscando desvelar também a real dimensão do papel educativo do Enfermeiro, na prática assistencial de saúde das mulheres trabalhadoras.

Para orientar a sistematização deste trabalho e se compreender o caminho feito, foi usada a análise quantitativa, demonstrada em tabelas, apoiando-as em discussões e referenciais teóricos.

Figura 1 -Distribuição de consultas por Campus Universitário Número de Consultas X Campus

21% 32% 8% 17% 4% 18% BARIGUI CHAMPAGNAT MOSSUNGUÊ PORTÃO SHAFFER TORRES

Foram realizadas no período de abril a novembro de 2.000, cento e seis consultas de enfermagem com trabalhadoras provenientes de diferentes Campi da Universidade. Do total, com percentual de maior procura, 32 % das mulheres trabalham no Campi Champagnat onde está localizado o consultório de enfermagem; 21% no Campi Barigüi com maior concentração de trabalhadoras; 18 % no Campi Torres, 17% do Campi Portão ; 8% no Campi Mossunguê e 4% no Campi Shaffer.

Das trabalhadoras entrevistadas, 66% pertencem à categoria de zeladoras, com renda de aproximadamente 2 dois salários mínimos. Segundo Dias (1987) em seu artigo “Mulher, mãe, dona de casa e agente de saúde da classe trabalhadora”, a mulher vem executando tarefas para conservação das condições de saúde necessária à produção de sua prole, como também força de trabalho do marido, dos filhos e dela mesma. As mulheres de classe trabalhadora tentam, mesmo com escassez de recursos disponíveis, tratar as doenças mais comuns em casa, com seus próprios conhecimentos, fruto de sua experiência como mãe, como tia , como mulher. No intuito de aproveitar ao máximo recursos econômicos e de tempo de que dispõe a classes trabalhadora, a mulher se vê

essencial como articuladora de renda familiar, como ação indispensável à reprodução da saúde e da força de trabalho da família.

Figura 2 : Relação entre idade e estado civil.

Idade X Estado Civil

0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 De 16 a 20 De 21 a 25 De 26 a 30 De 31 a 35 De 36 a 40 De 41 a 45 De 46 a 50 De 51 a 55 De 56 a 61 Solteira Amasiada Casada Divorciada Viúva

Do total das mulheres entrevistadas a faixa etária de maior concentração foi entre 31 a 35 anos sendo que destas, 17 são casadas, 5 amasiadas, 2 divorciadas, 1 solteira e 1 viúva. Das mulheres com faixa etária entre 36 e 40 anos, 12 são casadas, 2 amasiadas, 2 divorciadas, 3 solteiras e viúva nenhuma. Das mulheres com faixa etária entre 26 a 30 anos: 10 são casadas, 5 amasiadas, 1 divorciada, 4 solteiras e viúva nenhuma. Das mulheres com faixa etária entre 21 a 25 anos: 2 são casadas, 3 amasiadas, 6 solteiras. Das mulheres com faixa etária entre 16 a 20 anos: 1 amasiada e 6 solteiras. Entre 40 a 45 anos: 4 são casadas, 3 são divorciadas, e 3 são solteiras, amasiadas e viúvas respectivamente. Entre 46 a 50 anos: 4 mulheres são casadas, 2 amasiadas, 2 divorciadas e 1 solteira. Entre 51 a 55 anos apenas 1 mulheres divorciada e entre 56 a 61 anos 3 mulheres casadas.

Num estudo comparativo realizado por Haas (1999), entre atendimentos preventivos realizados em laboratórios pelo Sistema Único de Saúde e laboratório com atendimento de convênio, as mulheres conveniadas apresentaram maior concentração na faixa etária de 21 e 34 anos por convênio. Nestes, encontram-se pacientes que provvelmente realizam esse exame rotineiramente. Segundo o citado autor, isso se dá devido ao acesso à informações sobre a importância da realização de exames preventivos anuais, bem como pela precoce preocupação e início da atividade sexual.

Figura 3: Relação entre idade e o início da atividade sexual

Início da Atividade Sexual

3 1 2 5 6 13 13 9 17 10 7 6 5 3 1 2 2 1 Virgem 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Não Lembra Quant

O início da atividade sexual de maior incidência foi com 18 anos de idade ( 17 mulheres), seguido de 15 e 16 anos ( 13 mulheres cada), 19 anos ( 10 mulheres ) 17 anos ( 9 mulheres) 20 anos ( 7 mulheres), 14 e 21 anos ( 6 mulheres cada), 13 e 22 anos ( 5 mulheres cada) 23 anos ( 3 mulheres), 12, 25 e 26 anos ( 2 mulheres cada) 11, 24 (1

mulher cada), 3 mulheres virgens, e 1 não lembra com que idade iniciou a atividade sexual.

Robbins (1994) classificou alguns fatores de risco que predispõe ao carcinoma de células escamosas que são: atividade sexual, sendo mais freqüente em mulheres casadas do que em solteiras; idade de início da atividade sexual precoce com incidência mais elevada em mulheres que tiveram seu primeiro intercurso antes dos 17 anos e naquelas que se casam cedo onde ocorre presumivelmente um reflexo da atividade sexual precoce; doenças sexualmente transmissíveis; condição sócio-econômica refletindo maior incidência nas camadas sociais menos favorecidas, porém isto pode estar relacionado ao estilo de vida e aos hábitos sexuais ao invés de outros fatores; tabagismo que embora seja difícil eliminar; ou três fatores como condição social e

hábitos sexuais diferentes em mulheres fumantes e não-fumantes, a supressão da vigilância imunológica local pelas células de Langerhans tem sido apontada como um fator importante.

Figura 4: Relação entre idade e o tempo de realização do último preventivo 0 5 10 15 20 25 Ocorrências 15 |-- 24 Anos 24 |-- 33 Anos 33 |-- 42 Anos 42 |-- 51 Anos 51 |-- 61 Anos

Idade X Última Citologia

Até 1 Até 3 Até 5 Mais de 5 Nunca Fez

Com a última citologia realizada até 1 ano, mulheres entre 33 e 41 anos eram em maior número (ocorrências superiores a 20). Nesta faixa etária a última citologia realizada até 3 anos, até 5 anos, mais de 5 anos, e nunca fizeram, representaram ocorrências inferiores a 5. Com a última citologia realizada até 1 ano, mulheres entre 24 e 32 anos apresentaram ocorrências entre 15 e 20. Nesta faixa etária a última citologia realizada até 3 anos apresentou entre 5 a 10 ocorrências; até 5 anos, mais de 5 anos e nunca fizeram, apresentaram ocorrências inferiores a 5. Com a última citologia realizada até 1 ano, mulheres entre 42 a50 anos apresentaram 5 a 10 ocorrências, não tendo nesta faixa etária, mulheres que nunca realizaram exame Preventivo. Chama atenção o fato de que mulheres entre 15 a 23 anos nunca realizaram exame Preventivo, associadas ao fato de que na Tabela 3, representam maior índice de idade do ínicio da atividade sexual.

Num estudo sobre o comportamento da população brasileira feminina em relação ao câncer cérvico uterino (1995), 76% das entrevistadas sabiam da existência do

exame Papanicolaou e o conhecimento destes testes era diretamente proporcional ao grau de instrução das entrevistadas. Dos motivos analisados neste estudo, 22 % referiram não ter vida sexual, 15% não sabiam da existência do exame, 11% por falta de acesso a médicos ou serviços, 10% por medo de que o exame fosse doloroso, 8% medo do resultado, 6% por não saber onde era realizado.

Figura 5: Relação entre absenteísmo laboral e tempo de empresa

Zeladoras - Tempo de Empresa

65%

17%

14%

4%

0 --| 2 Anos 2 --| 4 Anos 4 --| 10 Anos +10 Anos

Das zeladoras, população inicialmente selecionada, 65% tinham até 2 anos de tempo de serviço na empresa; 17% das zeladoras relataram tempo de serviço entre 2 a 4 anos; 14% de 4 a 10 anos e acima de 10 anos apenas 4 %. A importância desta análise se dá ao fato observado pela alta rotatividade de funcionários e pouco tempo de serviço. Portanto são mulheres que, de alguma forma, estão se adaptando ao trabalho e tem a preocupação do absenteísmo laboral, deixando de lado a preocupação com a prevenção a fim de garantir estabilidade no emprego.

Figura 6: Jornada de Trabalho.

Jornada X Único Local de Trabalho

2% 1%

96%

1%

5 horas 6 horas 8 horas 10 horas

Sobre a jornada de trabalho, 96 % do total da população faz 8 horas diárias, 2% 5 horas e 1% 6 e 10 horas diárias. Confirma a questão investigadora de que o acesso à rede básica de saúde torna-se difícil uma vez que o maior percentual de trabalhadoras faz 8 horas diárias, no mesmo horário onde são ofertados exames gratuitos pelo Sistema Único de Saúde. Para estas trabalhadoras a disponibilidade está à mercê do absenteísmo e mediante escolha, o exame preventivo acaba sendo deixado de lado.

Figura 7: Relação entre a ocupação anterior e a ocupação atual

Profissão (Zeladoras) X Ocupação Anterior

2% 2% 3% 3% 3% 5% 6% 6% 14% 16% 40% ANAL. DE CRÉD LAVOURA AUX COSTURA AUX ESCRITÓRIO BALCONISTA RECEPCIONISTA SAÚDE (Auxiliar) AUX PRODUÇÃO AUX COZINHA AUX SERVENTE ZELADORA

Segundo a ocupação anterior das zeladoras, 40%, a maior incidência, já trabalharam como zeladoras , 16% como auxiliares de servente, 14% como auxiliar de cozinha, e as demais profissões diversas como auxiliar de produção, de costura, de escritório, de saúde, balconistas, recepcionistas, lavoura e analista de crédito. Como funcionaria um setor de trabalho faltando limpeza por mais de 24 horas? E com que ritmo trabalharia uma cozinheira sem auxiliar? E uma fábrica de produção sem auxiliar? E uma loja com falta de uma balconista? E uma recepção sem uma recepcionista?

Figura 8 : Doenças relacionadas a antecedentes familiares 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Ocorrências ALC OOLISMO AN EU R ISMA AVC CÂ NCE R CA RDIO P A T IA CIRROS E D IABETE DO E NÇA MEN T AL DO E NÇA CHA G A S H IPER TEN SÃO P A R A LIS IA D. PU LMON AR ES

Doenças X Antecedentes Familiares

AVÓS MÃE PAI

Segundo doenças que já ocorreram com os familiares, chama atenção a hipertensão entre mães das entrevistadas com ocorrências superiores a 36. Os diversos tipos de canceres houve ocorrência de 21 casos com avós. Sobre o alcoolismo, entre 21 e 24 casos foram relatados por entre irmãos e pais. Doenças cardíacas tiveram maior ocorrência entre mães , seguido de avós , pais e irmãos. Acidente vascular cerebral, popularmente conhecido com “derrame”, apresentaram ocorrências entre 15 e 18 casos com avós. As demais doenças como aneurisma, doenças pulmonares, doenças do aparelho circulatório, cirroses, paralisia e tiveram ocorrência inferiores a 5.

Figura 9 : Relação entre vícios ( fumo), tempo de consumo e idade

Vício - Fumo X Tempo

22% 22% 25% 9% 22%

0 |-- 5 anos

5 |-- 10 anos

10 |-- 15 anos

15 |-- 20 anos

20 |--

Figura 10: Relação entre vícios ( álcool), tempo de consumo e idade

Vício (Álcool) X Idade

39%

38%

23%

20 --| 30 anos 30 --| 40 anos 40 --| 50 anos

Relacionando fatores de risco dos gráficos 9 e 10, o consumo de bebida alcoólica era utilizado por 39% das mulheres trabalhadoras que relataram “consumi-lo

socialmente”, estas mulheres tinham idade entre 20 e 29 anos; 38% delas tinham idade entre 30 e 39 anos e 23 % tinham idade entre 40 a 49 anos. Das 106 mulheres trabalhadoras analisadas, 32 eram fumante, destas 25% consumiam entre 10 e 14 anos, 22% há mais de 20 anos, 22% entre 15 e 20 anos, 22 % entre 5 a 10 anos e apenas 9 % há menos de 5 anos.

Segundo Lopes (1995) em seu estudo sobre o comportamento da população brasileira feminina em relação ao câncer cérvico uterino, este tipo de câncer, está relacionado com baixos níveis sócio- econômicos, com a conduta sexual, como precocidade do início da atividade sexual e promiscuidade, com hábitos de fumar e com fatores nutricionais como a carência de vitamina A. Ele afirma que, poucos são os trabalhos publicados que relacionam os fatores de risco para o câncer cérvico uterino no Brasil adotando características de outras regiões como por exemplo Estados Unidos.

Figura 11 – Relação entre queixa leucorréia (sim/não) com Doença Sexualmente Transmissível

Queixas Leucorréia

54% 46% Não Sim

Figura 11.1 – Relação entre queixa leucorréia (sim/não) com Doença Sexualmente Transmissível

Queixas - Leucorreia (Sim) X DST

2% 2%

96%

CANDILOMATOSE

GONORRÉIA

NÃO

Figura 11.2 – Relação entre queixa de leucorréia (sim/não) com doença Sexualmente Transmissível

Queixas - Leucorreia (Não) X DST

96% 2% 2%

NÃO SÍFILIS SIM - NÃO SABE

Figura 11.3 – Flora bactrianaTabela 11.4 – Flora Fúngica

FLORA BACTERIANA

29% 28% 42% 1% BACILOS DODERLEIN FLORA MISTA GARDNERELLA VAGINALIS NÃO AVALIÁVEL

Figura 11.4 – Flora Fúngica

2% 2%

96%

CANDIDA SP TRICHOMONAS AUSENTE

Relacionando os Gráficos 11 e 11.1 e 11.2, segundo queixas de leucorréia, ou seja, corrimento vaginal, 54% responderam que sim e 46% responderam que não. Das

que responderam sim, representados no gráfico 11.1; 2% também já tiveram condilomatose e 2% gonorréia. Das que responderam não, representadas no gráfico 11.2; 2% também já tiveram sífilis e 2% não souberam informar se tiveram alguma DST. Segundo o Ministério da Saúde (1999), todas as vulvovaginites e vaginoses bacterianas manifestadas através de corrimento vaginal, são consideradas atualmente doenças sexualmente transmissíveis.

Segundo a análise citológica relacionada a flora bacteriana no gráfico 11.1, 42% das amostras analisadas revelaram vaginose bacteriana do tipo Gardenerella Vaginalis, 29% Bacilos de Doderline, 28% flora mista e 1% não avaliável. Já no gráfico 11.2, referente a flora fúngica e protozoárica; 2% representaram Candida sp e 2% Trichomonas.

Figura 12: Relação entre quantidade, aspecto e odor ds queixas de leucorréia

Queixas Leucorréia - Aspecto

4% 53% 39% 2%2% ACHOCOLATADO AMARELADO ESBRANQUIÇADO PURULENTO SANGUINOLENTO

Figura 12.1: Relação entre quantidade, aspecto e odor ds queixas de leucorréia

Queixas Leucorréia - Quantidade

47% 53%

MUITA POUCA

Figura 12.2: Relação entre quantidade, aspecto e odor ds queixas de leucorréia

Queixas Leucorréia - Odor

45% 55%

FÉTIDO NÃO FÉTIDO

O diagnóstico diferencial das vulvovaginites se dá também através do aspecto, quantidade e odor da secreção. 53% das mulheres trabalhadoras, referiram um corrimento de aspecto amarelado, 39% esbranquiçado, 4 % achocolatado e 2% sanguinolento e purulento. 53% das mulheres referiram pouca quantidade e 47% muita quantidade, 55% identificaram estas secreções como odor fétido e 45% não fétido.

Algumas leucorréias apresentam odor característico, como é o caso da vaginose bacteriana causada pela bactéria Gardenerella Vaginalis.55% das entrevistadas não queixaram-se de odor fétido do corrimento apresentado e 45% referiram odor fétido. A vaginose bacteriana pode ser diagnosticada com base nos seguintes achados: odor vaginal de peixe, principalmente após coito e corrimento vaginal; secreção vaginal cinza; pH maior que 4,5; microscopia revelando um aumento de células e leucócitos ausentes. Segundo o Manual de Doenças Sexualmente Transmissível, Ministério da Saúde (Brasil, 1999), existem outros tipo de DST, não abordadas neste contexto.

• ANÁLISE CITOPATOLÓGICA

Para análise citológica do material coletado, utilizou-se o Sistema Bethesda (TBS), sendo este, desenvolvido e patrocinado pelo Instituto Nacional de Câncer que garante uma terminologia uniforme de diagnóstico e facilita a comunicação entre profissionais. Este sistema, segundo Kurman & Solomon (1997), foi designado para ser flexível de forma a desenvolver alterações necessárias no “Screening”do câncer bem como no avanço do campo da patologia cervical. O diagnóstico de acordo com esta classificação é baseado na maioria das células anormais presentes, sem levar em consideração o número das mesmas.

Figura13 – Diagnóstico Principal DIAGNÓSTICO PRINCIPAL 99% 1% N Contagem HPV Contagem

Figura 13.1 – Alterações Celulares

Documentos relacionados