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Tabela 3: Distribuição dos acidentes conforme a natureza do acidente na indústria da construção civil no Rio Grande do Sul entre 1996 a

ÁREA PREFEITURA CUSTOS NR-18 % SOBRE O CUSTO DA OBRA

11 gestão da produtividade, visando a criação de instrumental de medição e gestão da produtividade dentro dos canteiros de obras;

2.3 Setor Construção Civil

2.3.2 Influência da arquitetura no setor

A arquitetura vertical, se deu provocada pelo duplo estimulo da especialização e cooperação de trabalho, provocando uma grande onda deemigração do campo para a cidade, em todo mundo. Na ausência de elevadores, a cidade se encontrava limitada em sua expansão vertical. O único crescimento possível era o preenchimento dos espaços vazios dentro da cidade. Residências, fábricas, lojas e oficinas se apinhavam em tomo do centro. O resultado foi um incrível aumento do preço da terra. A transformação iniciou-se no fim do século XIX, com a invenção do telefone, do bonde, do metrô e do elevador (Blumenfeld, 1970, p. 54,55).

Como afirma Gropius (1977, p. 160), “a domiciliação metropolitana que se caracteriza por estabelecer numerosas pessoas empenhadas em trabalho ativo no núcleo compacto de uma city, demanda caminhos curtos, isto é, o aproveitamento da articulação vertical da construção para abreviar distâncias horizontais. A casa térrea é uma forma de habitação contrária a tendência básica de uma cidade. O grande edifício, cuidadosa e responsavelmente planejado, erigido com suficientes recursos, em meio a largas áreas verdes, pode no entanto preencher as requeridas condições de luz, ar e movimentação e, ademais, conceder ao citadino uma porção de outras vantagens”.

No Brasil, as edificações verticais, passam a acontecer realmente com a vinda de Le Corbusier em 1929, para proferir duas conferências em São Paulo,

em que apresentou a questão da cidade para o homem e sua maneira de viver; habitar, trabalhar, cultivar o corpo e o espírito, circular.

A “cidade contemporânea", em comparação com a do passado terá 85% de espaço verde contra zero % nos séculos XVII e XVIII e 5% no XIX, 390 habitantes por hectare de densidade e domínio da altura (250m de distância entre os imensos arranha-céus), o que equivale a dizer: densidade alta com um mínimo de terreno ocupado na base, cada apartamento voltado para um parque de 400 por 600 metros; separação de circulação de veículos e pedestres. Tratou também a arquitetura nova: os pilotis, a planta livre, a fachada livre, o terraço - jardim e a janela rasgada; a casa suspensa no espaço; recuperação quase de 100% do terreno na base; jardim por baixo e por cima, conforme Santos (1981, p. 100, 101).

As observações feitas referentes às vantagens espaciais das edificações verticais, não foram adotadas nas grandes cidades, com exceção das planejadas, como Brasília, por exemplo, as outras foram mantidas a mesma estrutura antiga e substituindo-se as casas unifamiliares por edifícios de 12 ou mais pavimentos.

A grande contribuição que a arquitetura pode e deve dar ao setor da construção civil é com relação aos projetos, onde é possível se visualizar todas as etapas de um empreendimento, antes mesmo de concretizá-lo, através de sistema de computação gráfica como programas CAD (Computer Aided Design) que com estas novas tecnologias de projeto, pode-se vislumbrar uma pressão por conhecimentos mais avançados dos sistemas construtivos para atender as demandas do mercado imobiliário.

Como exemplos de construções com mais de 450m de altura, que deverão exigir novas tecnologias de construção, é possível destacar os arranhas céu, o Maharishi São Paulo Tower (projetado), em São Paulo, Brasil com 510,Om o "World Finacial Center" (em construção) em Xangai, China com 460,Om ou o Bionic Tower, Hong Kong, China (projetado), com 1,128m de altura (Superinteressante, 2000). (Figuras 8 e 9).

Figura 8: Mega edifício 1 Figura 9: Mega edifício 2

Fonte: Superinteressante Fonte: Superinteressante

Qual é o papel do projeto frente a estas novas tecnologias? Esta é a pergunta que Cambiahgi (1997) levanta, para respondê-la destacando que a tendência é tornar nossas obras cada vez mais previsíveis, frutos de processos mais racionais e industrializados. Mas onde começa esse processo? Poucos se aperceberam que o início se dá a partir da concepção do projeto arquitetônico, em consonância com os projetos dos sistemas estruturais e das instalações.

Um projeto pode estar muito bem equacionado em sua organização e distribuição espacial, pode ter uma concepção plástica e formal marcante, porém, se não estiver pensando para a utilização de um determinado sistema construtivo pré-estabelecido, as vantagens desse sistema podem ficar comprometidas. O foco não pode se concentrar só no produto, mas também se deve pensar na forma de produção.

Musa (1999) destaca que, numa época em que se está dando grande atenção à qualidade, é fundamental que se entenda que esta qualidade só poderá ser atingida, e com ela todos os benefícios, se valorizarmos a atividade de projeto, com todos os seus componentes que vão desde a concepção inicial, passando pelos projetos e aprovações legais necessárias, continua na coordenação dos diversos projetos complementares, como estrutural, hidráulico, elétrico, ar condicionado e tantos outros mais, prosseguindo na produção dos documentos de execução que transmitem ao canteiro, junto com as especificações, o que deverá ser feito, para culminar nas atividades de gerenciamento e supervisão de forma a assegurar que aquilo que foi tão cuidadosamente projetado, seja de fato seguido e bem construído.

Este autor acrescenta ainda que, a interligação contínua, intima e permanente que existe entre idéia, projeto e realização da obra, será sempre tão melhor sucedida quanto maior for esta participação. Reconhecer o projeto como um primeiro passo na cadeia de produção é reconhecer e atribuir valor a esta atividade, que vem permitir e possibilitar o uso de novos processos, novas tecnologias e novos materiais.

Então, pode-se concluir a importância do fator arquitetura no desenvolvimento de qualquer empreendimento imobiliário, pois além dos aspectos relacionados com o canteiro de obras deve-se levar em consideração as possibilidades que um projeto tem de agregar valores de outra ordem ao produto edifício.

A AsBEA (Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura, 1997) destaca, a necessidade com a qualidade nos projetos de arquitetura, principalmente quanto ao processo, considerando prazos, gestão, comunicações e outros. Enfatiza também que a falta de coordenação e compatibilidade entre projetos e de adequação aos processos tecnológicos são fatores presentes nesta questão e que merece uma abordagem mais profunda, envolvendo aspectos como:

a) Programa do empreendimento - necessidades de clientes e usuários; metas de empreendedores; características do sistema construtivo bem definidas antes da concepção do projeto. Assim evitaremos retrabalhos que causa também desperdício a quem projeta.

b) Concepção do projeto - deve ser compreendida como a perfeita resposta às premissas estabelecidas. Deve envolver o equilíbrio no dimensionamento dos espaços, a busca da harmonia das proporções volumétricas e estéticas e responder aos aspectos técnicos. É preciso encontrar parâmetros que permitam avaliar objetivamente a qualidade de concepção para que possamos distinguir bons e maus projetos e empresas/profissionais com maior ou menor competência;

c) Representação gráfica/conteúdo - é fundamental que os projetos estejam bem detalhados, coordenados para possibilitar a perfeita execução das obras. Existe aqui um enorme caminho a ser pesquisado a partir dos recursos que a informática dá.

Finaliza comparando a realidade do Brasil com outros países mais adiantados no setor -

"No Brasil gastam-se poucos meses em projetos para executar a obra em alguns anos. Tudo tem de ser revisto e refeito no canteiro. O improviso é uma constante. Nos países adiantados se investe mais tempo na fase de projeto e planejamento. Pode-se gastar até três anos em projetos para executar uma obra em menos de um ano. A construção é tratada como um processo industrial".