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Influência da ocorrência de patologias nas regiões de análise das

5.2 QUANTIFICAÇÃO DOS FATORES DE DANOS (FD)

5.2.5 Influência da região de análise da fachada

5.2.5.1 Influência da ocorrência de patologias nas regiões de análise das

A Figura 5.18 apresenta as porcentagens de ocorrência de patologias por região de fachada em função do total dessas ocorrências. As paredes contínuas (33,4%) apresentaram as maiores incidências de manifestações patológicas. As regiões das aberturas, dos cantos e extremidades e das sacadas também apresentaram apresentaram valores elevados de ocorrência de danos (22,4%, 20,2% e 9,2%, respectivamente). As demais regiões (A transição entre pavimentos, topo e juntas entre pavimentos) apresentaram menores proporções de danos, 8,0%, 4,4% e 2,4%, respectivamente.

Figura 5.18 – Distribuição da porcentagem de ocorrência de danos em regiões das amostras de fachadas.

O elevado percentual de ocorrência de danos em paredes contínuas (33,4%) pode ser atribuído à grande extensão de sua área em relação às demais regiões e ainda em virtude do confinamento dessa região, que, em geral apresenta restrições em seu contorno ou perímetro, limitando a dissipação ou acomodação das deformações. Ou seja, as manifestações patológicas surgem quando esta região é solicitada por cargas cíclicas e acima de sua capacidade resistente. Este resultado reforça a necessidade do uso de juntas verticais nas fachadas dos edifícios.

A região das aberturas apresenta descontinuidade do sistema de revestimento em virtude de sua localização, no contorno dos vãos das janelas. São, portanto, regiões consideradas frágeis e críticas em função das elevadas tensões diferenciada em seu contorno, pela ausência ou ineficiência de vergas e/ou contravergas e ainda devido aos impactos mecânicos no encontro entre as esquadrias e o revestimento. Essas condições explicam o percentual de 22,4% de danos observados nessa região.

Os cantos e extremidades (20,2% em idades acima de 10 anos) surgem também como regiões críticas devido ao confinamento (cantos de fachadas) e descontinuidade do sistema (extremidades de fachadas). Os danos nessas regiões resultam dos movimentos de dilatação ou retração, decorrente das variações térmicas ou condições de umidade. A descontinuidade nessa região gera restrições que, por sua vez, concentram elevadas tensões. São regiões que necessitam de elemntos dissipadores de tensões (elastômeros). A ausência de juntas de dessolidarização no encontro dos panos de revestimento

33,4% 22,4% 9,2% 20,2% 2,4% 8,0% 4,4% PC AB SA CE JP TP TO

provocam tensões e as consequentes patolologias nessas regiões.

O percentual de área de danos observados na região das sacadas (9,2%) evidencia que estas também são regiões críticas, principalmente por sua configuração, em balanço que provoca, em geral, elevadas tensões, deformações e movimentação diferencial, podendo culminar no surgimento de diversos tipos de manifestações patológicas.

A sacada é um elemento arquitetônico comum em edifícios residenciais em Brasília, principalmente em ediícios com idades inferiores a 30 anos. Por sua característica (ligadas às vigas), são regiões críticas por serem propícias às deformações mecânicas provocadas pelo balanço. Neste sentido essas regiões sofrem tensões mecânicas, térmicas, cíclicas, fadiga, dentre outros. Em geral essa região apresenta danos do tipo fissuras e descolamentos cerâmicos na interface estrutura-alvenaria. Ou seja, as deformações do elemento estrutural provocam falhas de aderência na ligação estrutura-alvenaria gerando uma fissura horizontal que acompanha essa interface e uma fissura inclinada na face lateral. Essas fissuras são típicas de alvenaria (elemento rígido) assentadas sobre elementos estruturais em balanço.

A região das sacadas, em termos de levantamento da ocorrência de danos (área de danos) representa de forma menos intensa, contudo, ainda com certa magnitude (9,2%), relação coerente entre a ocorrência do dano com o fato deste elemento apresentar patologias oriundas de elevadas tensões mecânicas provocadas por sua ligação com o elemento estrutural (viga).

A transição entre pavimentos (8,0%) também é uma região bastante crítica. Nessa região ocorre o contato da alvenaria de vedação com a viga do sistema estrutural gerando movimentações diferenciadas elevadas. As manifestações patológicas podem ser atribuídas à ausência de juntas de dilação horizontal que permitam a dissipação das deformações provocadas pela movimentação diferenciada do sistema.

que esse resultado se deve à pequena área considerada para a mesma. São diversos os fatores que podem provocar o surgimento de patologias nessa região, tais como: deficiência de manutenção; ação de intempéries; uso de material inadequado (rígido) no seu preenchimento; defeito de execução por não atendimento às especificações de projeto, como geometria (largura e profundidade), preparação da superfície de contato ou, ainda devido à especificação inadequada do tipo de selante.

As falhas ou ausência na aplicação do selante, procedimentos inadequados de limpeza, ataques de agentes atmosféricos agressivos e/ou solicitações mecânicas por movimentações não previstas e ainda a não substituição do selante após o prazo de garantia (bem menor que o prazo de vida útil da fachada) aumentam a degradação na região das juntas entre pavimentos que, por sua vez, aceleram o envelhecimento precoce do sistema de revestimento por permitir o acesso de água para o interior das camadas do revestimento.

Os danos localizados na região de transição entre os pavimentos podem ser atribuídos à ausência ou deficiência das juntas de movimentação. Em grande parte das amostras, principalmente edifícios com idade acima de 10 anos, não foram encontradas juntas de movimento na região de transição entre pavimentos. Em virtude de não haver exigência normativa, essa característica era comum em construções antigas de Brasília.

Esta região ainda apresenta fragilidade por estar localizada na interface da alvenaria com as vigas da estrutura. Isso ocorre porque as deformações estruturais do edifício geram tensões na alvenaria que podem atingir o sistema de revestimento. A ausência ou deficiência das juntas de movimentação insere restrições ao sistema de revestimento que passa a se comportar como uma estrutura rígida e monolítica. Sendo assim, ao ser solicitado acima de sua capacidade de suporte, o sistema de revestimento entra em colapso, surgindo fissuras e descolamento.

De maneira geral, os resultados demonstram a fragilidade dessas regiões em função do confinamento, continuidade e descontinuidade das fachadas evidenciando, principalmente, a elevada fragilidade da região das paredes contínuas para o surgimento de manifestações patológicas. Ressalta-se, porém que estas observações são obtidas do levantamento das áreas das anomalias, sem considerar qualquer outro tipo de influência.