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Influência da temperatura do ar na sonda aquecida e de referência

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.2 Influência da temperatura do ar na sonda aquecida e de referência

Vellame et al. (2011), verificaram uma forte correlação entre a temperatura do ar e as estimativas de gradiente térmico natural, concluindo que a temperatura do ar a 2 m de altura pode ser utilizada para correções desse gradiente. Para verificar a influência da temperatura do ar nas sondas inseridas no caule, foi realizado uma correlação entre os dados no período de 3 dias.

A influência da temperatura do ar nas sondas pode ser verificada na Figura 17. O coeficiente de determinação (R2) para a temperatura na sonda aquecida e sonda de referência

foi de 0,45 e 0,86 respectivamente. Apesar de a baixa correlação na sonda aquecida e alta correlação na sonda de referência, foi verificado um comportamento de histerese nos dados de ambas as sondas.

Figura 17 – Influência da temperatura do ar nas sondas inseridas no caule.

Fonte: elaborado pelo autor.

A histerese foi mais evidente na sonda aquecida sendo possível verificar que os dados apresentam uma tendência acima da reta e outra tendência abaixo da reta. Na sonda de referência, de forma sutil, também é possível visualizar um adensamento de pontos acima da linha de tendência e outro abaixo da mesma linha.

Na sonda aquecida, a histerese se torna mais evidente, pois nela está sendo aplicada uma potência elétrica constante. No momento do aquecimento, a curva gerada pelo aumento de temperatura apresenta um comportamento diferente da curva gerada pelo resfriamento da sonda. Na sonda de referência este fenômeno não é tão evidente, pois nela não está sendo aplicada potência elétrica. Nas figuras 17 e 18, através das setas, acompanha-se o trajeto de aquecimento e resfriamento nas sondas e da diferença de temperatura, ocasionada pela histerese presente no sistema.

Figura 18 - Influência da temperatura do ar na diferença de temperatura entre as sondas inseridas no caule.

Fonte: elaborado pelo autor.

Quando avaliada a influência da temperatura do ar na diferença de temperatura nas sondas, também foi observado a presença de histerese (Figura 18). O coeficiente de determinação (R2) foi de apenas 0,26. A linha de tendência que apresentou melhor ajuste foi

uma reta, ainda que seja visível a formação de duas parábolas, côncava acima da reta e convexa abaixo da reta.

Para avaliar a influência da temperatura do ar nas sondas com a máxima redução do efeito de histerese, adotaram-se os seguintes procedimentos: os dados de três dias foram divididos entre o período diurno (8 h às 16 h) e noturno (20 h às 4 h), eliminando 2 h antes e depois do amanhecer e do anoitecer. O motivo para escolha desses horários foi buscar a maior

uniformidade dos dados, pois, nas horas excluídas a temperatura nas sondas são alteradas rapidamente pelo fluxo de seiva, que aumenta rapidamente nas primeiras horas do dia e decresce também rapidamente nas últimas horas do dia e início da noite. Assim, buscou-se avaliar somente o efeito da temperatura do ar, sem mudanças bruscas na variação do fluxo de seiva.

Ao analisar os coeficientes de determinação (R2) na análise de regressão entre a

temperatura do ar e temperatura na sonda aquecida, foi constato uma leve redução no período diurno em comparação com o período noturno (Figura 19A). Os coeficientes foram 0,89 e 0,97 respectivamente. Apensar dessa pequena redução, ainda há uma forte correlação entre as temperaturas do ar e sonda aquecida nos dois períodos analisados.

Figura 19 – Influência da temperatura do ar na temperatura nas sondas. A) sonda de referência vs. temperatura do ar. B) sonda aquecida vs. temperatura do ar.

Fonte: elaborado pelo autor.

Os coeficientes de determinação (R2) na análise de regressão entre temperatura do

ar e temperatura na sonda de referência no período diurno e noturno (Figura 19B) foram de 0,93 e 0,95, respectivamente, que caracteriza um alto índice, indicando que a temperatura do ar possui forte influência sobre a temperatura no interior do caule da planta analisada.

Comparando o comportamento dos dados na Figura 17 com os da Figura 19, é possível perceber que as duas retas geradas na Figura 19 são oriundas das tendências de dados acima e abaixo da reta estimada na Figura 17. Na Figura (19A), é notável a ausência de dados no período noturno para intervalo acima de 31°C do eixo horizontal, os dados ausentes correspondem àqueles retirados para realizar esta correlação sem influência da histerese. Na Figura 19B, a percepção da ausência dos dados retirados é mais sutil.

A influência da temperatura do ar na diferença de temperatura, durante o mesmo período analisado, categorizadas entre período diurno (8 h às 16 h) e noturno (20 h às 4 h), pode ser observada na Figura 20.

Figura 20 – Influência da temperatura do ar na diferença de temperatura, no período diurno e noturno.

Fonte: elaborado pelo autor.

Embora os coeficientes de determinação (R2), obtidos entre a temperatura nas

sondas térmicas com a temperatura do ar, tenham sido altos, a correlação entre a diferença de temperatura nas sondas térmicas e a temperatura do ar foi baixa. No período diurno e noturno, os coeficientes foram 0,31 e 0,34, respectivamente. Estes coeficientes indicam que há pouca interferência da temperatura do ar nas variações de temperaturas das sondas. Diferente das curvas observadas na Figura 19, que possui curvas lineares, a curva que melhor explica o comportamento dos dados é uma parábola convexa.

Os coeficientes de determinação para as temperaturas da sonda aquecida e referência vs. temperatura do ar, organizadas em períodos diurno e noturno (Figura 19), apresentaram valores superiores aos coeficientes obtidos sob efeito da histerese (Figura 17). Apesar de o coeficiente da diferença de temperatura vs. temperatura do ar, organizada em períodos (Figura 20), também tenha alcançado um valor superior ao calculado com histerese (Figura 18), seu valor ainda é considerado baixo.

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