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3 BRINCADO COM A FÍSICA NO ESPAÇO – UNINDO TEORIA E PRÁTICA

VISITANTES CLBI 2004

5. AS CIÊNCIAS ESPACIAIS AO LONGO DA HISTÓRIA

5.6 Influência no ensino e interação com órgãos educacionais

Todos esses aspectos contribuem, de maneira marcante, no processo de ensino das ciências e podem enriquecer sobremaneira a prática pedagógica, não apenas nas disciplinas ligadas às ciências naturais, como também naquelas de caráter histórico, geográfico, político e social.

A tecnologia dos foguetes, no passado, ao lado de outros projetos, como o de desenvolvimento da aeronáutica, foi responsável pela criação de uns dos institutos mais respeitados no Brasil e no mundo o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) que faz parte do complexo do CTA (Centro Tecnológico Aeroespacial) em São José dos Campos – SP. Hoje, essa

Fig.09 – Ao centro, Marcos César Pontes, piloto da FAB, primeiro astronauta brasileiro, que fará parte da tripulação de missão programada para ir ao espaço no 1ºsemestre de 2006, à bordo de foguete russo SOYUS. Com ele seguirão cerca de dez experimentos das mais diversas áreas do conhecimento, a fim de serem submetidos a ambiente de micro gravidade.

interação Astronáutica, Ciências Espaciais e Escola já rendeu alguns bons frutos como o desenvolvido pela UnB (Universidade de Brasília) em Parceria com a PUC/Rio (Pontifícia Universidade Católica) e o próprio ITA , que consiste na construção de um foguete híbrido, ou seja, com combustível sólido e líquido à base de parafina e NO2 (óxido nitroso), já sendo lançado

dois protótipos com sucesso (apogeu em torno de 5.000m) com lançamento de um protótipo maior para este ano de 2006, com expectativa de apogeu em torno dos 20 quilômetros como afirma o Prof. Dr. Carlos Gurgel, responsável pelo projeto e pela área de pesquisa tecnológica da UnB.

Outras universidades também estão investindo nesse tipo de atividade, como é o caso da UFRN que mantém, há vários anos, uma parceria com o INPE/CTA/CLBI para pesquisas de “bolhas de plasma”, na ionosfera as quais prejudicam sensivelmente as comunicações de rádio e as transmissões, via satélite, na zona do equador magnético (BORBA, 1999). A UNOPAR (Universidade do Norte do Paraná) e a UEL (Universidade Estadual de Londrina), a exemplo da UFRN também mantêm acordos de pesquisa com o CTA/INPE para embarcar experimentos realizados por um grupo de estudantes de Engenharia Elétrica e Física formado pelas duas instituições, que está se preparando para conquistar o espaço. Eles desenvolveram o Unosat, um pequeno satélite construído a partir de um projeto didático que visa colocar em prática as teorias aprendidas em sala de aula. O satélite é parte do projeto “Space”, um programa de pesquisa aeroespacial científico e educativo mantido pela UNOPAR. Segundo o coordenador da iniciativa e professor do curso de engenharia elétrica da instituição, Fernando Stancato, “a idéia é aproveitar as características da tecnologia aeroespacial - que envolve diversas áreas da Física e da Engenharia - para fazer com que os alunos elaborem novos projetos, construam, testem e o coloquem em operação”.(Stancato, 2003)

Segundo Stancato (2003) também foi desenvolvida pelo grupo uma página na Internet que disponibilizará um banco de dados que mostrará todos as informações do Unosat e um gráfico que vai indicar onde ele se encontra naquele momento. "As informações disponibilizadas serão úteis para engenheiros que pesquisam sobre materiais que compõem tecnologias aeroespaciais" (Idem, 2003)

Depois do sucesso entre os universitários, a UNOPAR (Idem, idem, 2003) estuda agora a possibilidade do projeto virar um curso de extensão, no qual serão apresentados à comunidade os segredos das tecnologias que possibilitam a rapidez na comunicação global. “Telefones, televisões, Internet e rádio, que utilizam os satélites para transmissão de seus dados”.

Pretende também que estes cursos possam ser aplicados em escolas de Ensino Médio e Fundamental. "Queremos aproveitar a curiosidade que os estudantes têm com relação à tecnologia aeroespacial para deixar as aulas de Física mais dinâmicas e também, mostrar a eles que existe uma área no Brasil que ainda engatinha mas tem um enorme potencial", ressalta Stancato.

Além dos projetos citados alguns professores já trabalham em suas turmas, embora que esporadicamente, as Ciências Espaciais como “mote” para tornar suas aulas mais atrativas. Viagens interplanetárias e exploração espacial podem ser transformadas em aulas fascinantes. O tema pode ser aproveitado para mostrar e discutir o panorama das conquistas espaciais nas últimas duas décadas e traçar um perfil dos avanços tecnológicos que elas trazem como subproduto. Sobre esse assunto vale a pena consultar obras como “A ASTRONÁUTICA”, do pioneiro da divulgação científica no Brasil Prof. Rômulo Argentiére (1957).

5.6.1 A tecnologia espacial no Brasil e o ensino

Uma boa iniciativa, além das atividades desenvolvidas no INPE e CTA, como os foguetes da família SONDA e o VLS, já citados e que vem unir estas Ciências ao ensino, numa tentativa de disseminar e popularizar essa atividade, é o programa “AEB Escola”, que se encontra disponível no site da Instituição na Internet no endereço: www.aeb.gov.br e que declara:

“As ações do Programa AEB Escola, estão voltadas para a validação de suas atividades e criação de um modelo de disseminação que seja aplicável e esteja disponível aos centros educacionais do Distrito Federal e do país que se interessem pela iniciativa. Planejamos desenvolver produtos de cunho educacional como material didático, módulos interativos para realização de experimentos e uma relação de desafios e problemas”.

A agência, ligada estruturalmente ao Ministério da Ciência e Tecnologia, também mantêm equipes técnicas e pedagógicas que vêm trabalhando, em conjunto com os professores dos Centros Educacionais de Brasília, na formulação de metodologias e estratégias de ação, voltadas aos quatro temas que estão sendo abordados numa primeira fase, quais sejam: "Astrono mia e Ciências Espaciais", "Meteorologia, Ciências Atmosféricas e Meio Ambiente", "Sensoriamento Remoto e Ciências Ambientais" e "Satélites, Veículos Lançadores e Centros de Lançamento".

Para auxiliar os docentes na elaboração de metodologias para inserção de tais temas nas atividades em sala de aula, o Programa oferece cursos, palestras e oficinas para

professores. Ao investir no professor, o aluno estará sendo beneficiado tendo em vista o interesse que a área espacial naturalmente desperta, contribuindo para que o prazer esteja presente no processo ensino-aprendizagem.

O projeto tem também por finalidade auxiliar no fortalecimento de uma cultura do saber que possibilite ao país responder à sua capacidade transformadora de modificar, para melhor, sua realidade, por meio da integração entre a comunidade escolar e as ações brasileiras no campo espacial, capacitação de professores e intercâmbio entre escolas, universidades, centros e institutos de pesquisa.

E para finalizar, não poderíamos deixar de mencionar uma das experiências mais interessantes e de grande sucesso que une com clareza, objetividade e alegria, as Ciências Espaciais com a arte do ensino. Trata-se do portal na Internet “NASA KIDS” Espaço destinado pela NASA às crianças, permitindo-lhes uma introdução ao estudo dos astros e do espaço de uma forma divertida e descomplicada. Disponibiliza ainda quebra-cabeças, desenhos para colorir e sons do espaço para “download”, com jogos incríveis, animações e informações sobre astronautas, foguetes e o nosso planeta. E ainda faz incursões no espaço sideral, fazendo uma viagem à bordo de uma espaçonave pelos planetas do sistema solar.

É uma ferramenta de ensino de real valor e que com direcionamento do professor pode ser de extrema utilidade para o incremento das aulas de Ciências e de Física.

6.

EXPERIÊNCIA PILOTO: ANÁLISE DO CURSO DE