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Capítulo IV – Análise dos Relatórios Periódicos Entregues por Portugal e das

2. Informação apresentada sobre os dois mecanismos nacionais nos relatórios e observações

2.2. Informação sobre a CCF/CIDM/CIG nas Observações Finais

CCF Observações Finais ao Relatório Inicial

- A Comissão da Condição Feminina (CCF), integrada na Presidência do Conselho de Ministros, era responsável por promover melhorias no estatuto da mulher;

- Um projecto intitulado "Mudar as atitudes dos professores e alunos em relação aos papéis sexuais" foi realizado sob a responsabilidade da CCF;

- Vários projectos foram desenvolvidos sob a égide da CCF, que incluíam o expandir da informação sobre o planeamento familiar através dos media, a pesquisa sobre a vida da mulher portuguesa, a formação de pessoal da saúde, a realização de projectos-piloto para a erradicação do analfabetismo em áreas deprimidas, a melhoria de cuidados maternos e infantis e a permanência de serviços informativos sobre questões legais e perguntas relacionadas com a mulher;

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- Foi pedida mais informações sobre a estrutura da Comissão, o seu alcance em áreas remotas e se o seu trabalho era levado a cabo por organizações de massas ou outro tipo de organizações semelhantes;

- Foi perguntado de que forma a CCF levou a cabo, na educação e nos media, as medidas para acabar com os estereótipos, e se esforços para a reabilitação de prostitutas estavam a ser contemplados pela CCF;

- As organizações feministas mais representativas pertenciam ao Conselho Consultivo da CCF, que estava directamente sob a supervisão do Gabinete do Primeiro Ministro;

- A CCF oferecia conselhos no norte de Portugal sobre cooperativas de mulheres e desenvolvia um projecto-piloto sobre o desenvolvimento integrado, que incluía saneamento, saúde e educação, planeamento familiar e alfabetização.

CCF Observações Finais ao Segundo e Terceiro Relatórios

- Em resposta a uma pergunta geral sobre a reestruturação da CCF, uma das representantes portuguesas declarou que a reestruturação ainda não tinha sido concluída, embora estivesse numa fase avançada. Os membros do Comité expressaram a esperança de que a reestruturação que estava em curso desse mais poder à Comissão para a implementação dos seus objectivos descritos no segundo relatório periódico. A representante afirmou que existiam exemplos de boa cooperação da Comissão com ONG, o que era representativo dum amplo espectro de opiniões e pontos de vista políticos;

- A representante portuguesa afirmou que a CCF tinha um estatuto meramente consultivo, sem capacidade de aplicar a lei: tinha um mandato global e era responsável perante o primeiro-ministro. O seu orçamento era muito reduzido e correspondia 0,003% do orçamento de Estado, excluindo o orçamento da segurança social, que era autónomo;

- A CCF elaborou e divulgou a publicação “Mulheres e o Envelhecimento”, apoiou cursos de formação específicos destinados a melhorar as qualificações e a integração no mercado de trabalho das mulheres migrantes. A CCF não possuía filiais no estrangeiro e, portanto, tinha possibilidades limitadas de ajudar as mulheres migrantes no exterior;

- As actividades da CCF no Ministério do Emprego incluíram campanhas de informação dirigidas aos anunciantes nos meios de comunicação de massa, muitas vezes resultando na apresentação de queixas ao Conselho de Publicidade. Dois estudos foram iniciados pela CCF

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para avaliar a mudança de atitudes e dos papéis de género tradicionais. Uma das propostas da CCF incluía a inclusão de disposições especiais sobre o assédio sexual na lei (tais não existiam). A CCF colectou dados sobre a violência contra as mulheres e elaborou e distribuiu dois folhetos e três panfletos sobre o assunto;

- A CCF publicou uma brochura com o objectivo de sensibilizar as mulheres à assinatura por parte de Portugal da Convenção para a Supressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição de Outrem;

- A CCF propôs algumas medias com três objectivos: expansão do conhecimento sobre a participação efectiva da mulher em todos os níveis da vida política, identificação e erradicação de obstáculos e promoção da participação das mulheres na administração pública, partidos políticos e sindicatos, em particular nos cargos sujeitos a nomeações políticas a nível nacional e internacional;

- Desde 1988, que o orçamento da CCF foi aumentado com o intuito de apoiar as organizações feministas com um estatuto consultivo junto da CCF;

- A CCF desenvolveu uma campanha sobre profissões técnicas;

- A Comissão organizou actividades de formação para conselheiros profissionais e oficiais de orientação profissional;

- A Comissão esteve envolvida na implementação do projecto “Educação para a Igualdade”;

- Desde 1979, que a CCF realizou várias campanhas sobre métodos contraceptivos e planeamento familiar;

- A CCF desenvolveu vários programas para trabalhadoras rurais que compreendiam a formação profissional em gestão, organização cooperativa e marketing, além da educação básica, alfabetização e planeamento familiar;

- A CCF realizou campanhas de informação sobre a questão da partilha de tarefas familiares.

CIDM Observações Finais ao Quarto e Quinto Relatórios

- Portugal tinha quase completado o II Plano Nacional para a Igualdade seguindo os objectivos estabelecidos na Lei sobre os Princípios Gerais para 2002. O Plano e a Lei previam a restruturação da CIDM e da CITE.

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CIDM/CIG Observações Finais ao Sexto e Sétimo Relatórios

- O Comité felicitava Portugal pela sua grande delegação encabeçada pela Presidente da CIG, que incluía representantes daquela Comissão, a Presidente da CITE, e representantes de vários ministérios e gabinetes governamentais;

- Com a mudança da CIDM e da Estrutura de Missão contra a Violência Doméstica para a CIG o Comité estava preocupado que as questões da discriminação contra as mulheres e da igualdade de género pudessem sob este amplo mandato perder visibilidade e receber menos atenção. O Comité estava, também, preocupado com o que parecia ser uma pesada dependência deste mecanismo nacional de fontes de financiamento da UE no que respeitava à implementação dos seus programas, uma vez que tal podia colocar em risco a continuidade do seu trabalho e enviar um sinal errado sobre a importância do trabalho para a igualdade das mulheres do Estado Parte. O Comité também lamentava a falta de informação sobre o mecanismo nacional para as mulheres nos Açores e na Madeira;

- O Comité recomendava que o Estado Parte tomasse as medidas necessárias para assegurar que a CIG atribuía uma atenção prioritária às questões da discriminação contra as mulheres e da igualdade de género, que eram transversais a todas as outras formas de discriminação. O Comité recomendava que Portugal assegurasse que a natureza transversal destas questões fosse reflectida na autoridade, estrutura, recursos humanos e financeiros da Comissão e em todos os seus programas. O Comité também solicitava ao Estado Parte que assegurasse recursos suficientes e sustentáveis do Orçamento de Estado para o trabalho da Comissão em todos os seus aspectos, assim como para os ministérios relevantes que trabalhavam no domínio da igualdade de género;

- Após a aprovação por Portugal do “estatuto de conselheira/o para a igualdade” (responsáveis pela promoção da igualdade de género dentro de cada Ministério), o Comité estava preocupado se a relação entre a CIG e os novos conselheiros iria para além de uma função de aconselhamento através dos ministérios. O Comité estava, também, preocupado que o papel de aconselhamento da Comissão no que respeitava à criação de conselheiros para a igualdade pelas autoridades locais pudesse não ter o impacto suficiente para que fossem estabelecidos conselheiros em cada município;

- O Comité estava preocupado que, devido às alterações na composição da Secção das ONG do Conselho Consultivo da CIG, nem todas as ONG de Direitos das Mulheres que

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participaram na anterior estrutura do mecanismo nacional estivessem incluídas na nova estrutura. O Comité estava, também, preocupado com a falta de informação sobre os critérios de selecção de inclusão das ONG no Conselho e que este processo pudesse não ter sido transparente;

- O Comité recomendava o Estado Parte a assegurar-se que a reforma aplicada ao mecanismo nacional não restringisse ou afectasse negativamente a capacidade das ONG de mulheres de continuarem o seu trabalho e contribuírem para a aplicação da Convenção.

CIG Observações Finais ao Oitavo e Nono Relatórios

- O Comité estava preocupado com a redução das dotações orçamentais que foi mencionada, em particular para a CIG, e com o facto do financiamento extra não ser sustentável ou suficiente face ao alargamento das tarefas da Comissão;

- O Comité recomendava que o Estado Parte tomasse medidas para dotar a CIG de recursos suficientes e sustentáveis que lhe permitissem desempenhar as suas funções de forma efectiva, e intensificar os seus esforços para assegurar uma coordenação eficaz entre as várias entidades governamentais que trabalhavam na igualdade de género.

2.3.Informação sobre a CIG nas Resposta de Portugal às Observações Finais

CIG Resposta de Portugal às Observações Finais ao Sexto e Sétimo Relatórios

- De modo a garantir as condições para o bom funcionamento das estruturas criadas em cada Ministério, a CIG criou sete grupos de trabalho que representavam todas as áreas de intervenção do Plano: (a) inclusão social, (b) educação, desporto, cultura e media, (c) governo local, ambiente e território, (d) saúde, segurança e justiça, (f) independência económica, empreendedorismo e conciliação entre a vida profissional e familiar e (g) cooperação e relações internacionais;

- Os conselheiros para a igualdade de género e membros das equipas interdepartamentais receberam formação adequada promovida pela CIG, de modo a desenvolver as competências básicas teóricas e técnicas que lhes permitiam integrar uma perspectiva de igualdade de género nas políticas e acções a serem implementadas nos respectivos Ministérios;