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Informações de natureza qualitativa relativamente à sensibilidade ao risco de taxa de juro da

1.1. Identificação da natureza do risco de taxa de juro da carteira bancária

A variação das taxas de juro supõe para as instituições financeiras duas classes de risco intimamente relacionadas:

2017 2018 2019

Perdas esperadas consideradas no quadro

das práticas internas

Mecanismos de transferência de risco

- Financiamento das empresas - corporate

finance 58.365 58.791 54.381

- Negociação e vendas -4.873 3.818 961

- Intermediação relativa à carteira de retalho 1.677 2.197 1.576

- Banca comercial 173.920 219.002 187.756

- Banca de retalho 723.156 890.668 904.656

- Pagamento e liquidação 90.963 86.796 89.159

- Serviços de agência 3.242 5.292 5.908

- Gestão de activos 27.322 30.474 28.707

(a) Base de incidência, em termos de indicador relevante, das actividades sujeitas ao método de Medição Avançada.

1. Método do Indicador Básico

2. Método

Standard

Método de Medição Avançada (a)

RISCO OPERACIONAL

Actividades

Por memória:

método de Medição Avançada - Redução de requisitos de fundos próprios (Ano 0)

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127 |  Risco associado à incerteza sobre as taxas de reinvestimento/refinanciamento financeiro ao longo da

vida de um ativo/passivo financeiro;

 Risco associado à flutuação de valores de ativos e passivos que formam o balanço da instituição, derivado das taxas de desconto utilizadas para descontar os vários fluxos de caixa.

Podemos definir risco de taxa de juro de uma instituição financeira como a possibilidade de incorrer em perdas face a variações não esperadas das taxas de juro de mercado. Estas perdas potenciais podem produzir-se por efeito das variações das taxas de mercado na margem financeira e no valor de mercado dos ativos e passivos, ou seja, no valor económico.

A gestão do risco de taxa de juro tem por base:

 Gestão da margem financeira: medição do impacto na margem financeira das oscilações do nível das taxas de juro. É uma gestão de curto prazo, para 12, do risco de taxa de juro associado à conta de resultados;

 Gestão do valor económico: medição do impacto no valor económico das oscilações do nível das taxas de juro. É uma gestão de médio longo prazo do valor do balanço da Instituição.

Esta dualidade, presente na gestão do risco de taxa de juro das instituições financeiras, torna necessário o estabelecimento de políticas que possibilitem a otimização do binómio margem financeira/valor económico.

1.2. Descrição das características do modelo interno de medição e avaliação do risco de taxa

de juro da carteira bancária e da frequência da medição do risco de taxa de juro

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128 |  O modelo de simulação atualmente utilizado considera as fontes de risco de taxa de juro mais

relevantes nomeadamente movimentações paralelas das taxas de juro, de pendente e de curvatura dada a estrutura de repricing e indexantes associada aos ativos e passivos do balanço, avaliando o seu impacto numa determinada data sobre a SVE e SMF projetada.

 O modelo de repricing gap consiste no agrupamento de ativos e passivos sensíveis por datas de repricing (datas de alteração da taxa de juro) em intervalos fixos de tempo, a partir dos quais se pode estimar a sensibilidade do balanço às variações das taxas de juro. Para cada intervalo calcula-se o total dos fluxos ativos e passivos e, por diferença dos mesmos, o gap de risco de taxa de juro de cada intervalo. Os modelos integram as operações de balanço e fora de balanço, sendo calculada a sensibilidade para cada uma das moedas consideradas relevantes para a atividade, nomeadamente euro e outras.

Neste momento encontra-se em funcionamento um software específico de gestão de ativos e passivos. Este software incorpora um módulo de tratamento e validação de dados e um módulo de simulação e análise. O sistema, através da recolha das posições e suas principais características, consegue valorá-las ao mercado, medir a sua sensibilidade perante os movimentos dos diferentes fatores de mercado, medir as perdas potenciais consoante os comportamentos dos ditos fatores e emitir relatórios que permitem aos gestores do balanço um seguimento periódico da margem financeira, valor patrimonial e respetivo risco.

A utilização deste tipo de modelo permite uma análise dinâmica do risco de mercado do balanço, modelando a evolução no tempo dos fatores de risco e das posições do banco. O comportamento dos fatores de risco é modelado sobre a margem efetivamente projetada. Este tipo de solução implica um nível de complexidade, necessidades de informação e capacidade de cálculo significativamente maiores que o usado para as medidas somente estáticas mas proporciona uma maior riqueza conceptual e profundidade na análise, só possível através da implementação de um modelo de ALM deste tipo.

O modelo utilizado permite medir e controlar todos os fatores de risco associados ao risco de mercado do balanço, nomeadamente o risco originado diretamente pelo movimento da curva de rendimentos, dada a estrutura de indexantes e repricing existente, que determinam a SMF e SVE dos instrumentos do balanço.

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129 | É possível fazer uma decomposição em fatores de risco dos movimentos da curva de taxas de juro por ordem de importância: movimentos paralelos, movimentos da pendente e alterações da curvatura. Adicionalmente deve- se considerar a possibilidade de que num balanço coexistam instrumentos cujo valor seja determinado por diversas curvas de desconto que necessariamente não se movem da mesma forma.

O risco originado pelo movimento desigual ou desfasado entre diferentes curvas de desconto é conhecido como risco de base. Um exemplo clássico é a repricing dos depósitos de clientes a taxa administrativa, cuja resposta ao movimento do nível geral das taxas de juro pode mostrar desfasamentos importantes.

Por último, o risco de opcionalidade pode ter um impacto na NII e EVE do balanço com destaque para as opções implícitas nos termos contratuais em operações comerciais com clientes. Com efeito existem em certos instrumentos da banca comercial opções que não estão explicitamente ligadas ao comportamento de uma qualquer variável de mercado.

1.3. Descrição dos pressupostos fundamentais utilizados para o cálculo do risco de taxa de

juro

Num contexto de GAP as mais importantes são as opções de pré-pagamento e de levantamento antecipado.

As opções de pré-pagamento geralmente ligadas a empréstimos a longo prazo são pouco importantes no balanço da Instituição dado que a esmagadora maioria do crédito com prazo longos, sobretudo hipotecário, é de taxa variável.

As opções de levantamento antecipado estão ligadas a depósitos de clientes sem vencimento contratual, nomeadamente depósitos à ordem, que são tratados no modelo através de metodologia interna utilizada para estimar prazos efetivos associado a este tipo de instrumentos, de forma a obter uma aproximação da sua real contribuição para a SMF e SVE.

Os prazos efetivos retirados da nossa metodologia interna para tratamento dos depósitos de clientes sem vencimento contratual são os seguintes:

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130 | Através da técnica de simulação realizam-se projeções da margem financeira da Instituição a partir da combinação de possíveis cenários da evolução das taxas de juro, como políticas de contratação de negócio por prazos, preços e estratégias de crescimento inerentes ao orçamento da instituição.

1.4. Identificação das correlações materiais entre o risco de taxa de juro na carteira bancária e

outros tipos de risco

A matriz de correlação entre o risco de taxa de juro estrutural (ALM) e os restantes tipos de risco é apresentada na página 19.

Depositos à ordem Percentagem Instável Duração Modificada

Não Remunerados 7,6% 4,6

Baixa Remuneração 24,0% 5,0

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131 |

2. Informações de natureza qualitativa relativas aos testes de esforço, para