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Inoculação artificial de Rhizobium de sementes de Mimosa scabrella

DADOS ESTATÍSTICOS

5. As raízes das plântulas do P taeda evidenciaram a simbiose de micorrizas e as raízes de bracaatinga apresentaram nódulos de

4.4. Inoculação artificial de Rhizobium de sementes de Mimosa scabrella

Quanto à recuperação de solos através do processo da cobertura vegetal, urna das dificuldades inicialmente encontradas consiste na escolha das espécies apropriadas. Normalmente, as espécies de rápido crescimento, cujo folhedo recobre rapidamente o solo, apresentam baixos teores de nitrogênio em seus tecidos e, conseqüentemente, a relação C/N é bastante elevada. Este fato gera uma decomposição mais demorada da serrapilheira, sendo que a incorporação de nutrientes ao

solo é geralmente muito lenta.

Neste sentido, os técnicos responsáveis pela reposição da cobertura vegetal em solos de mineração utilizam, quando possível, espécies arbóreas ou arbustivas pertencentes à família das leguminosas, que apresentam a peculiaridade de fixar, através da simbiose com bactérias do gênero Rhizobium, o nitrogênio livre do ar. A simbiose ocorre nos nódulos situados nas raízes mais superficiais das plantas. Quando a bactéria da simbiose não existe previamente no solo a ser plantado, deve ser introduzida através de inóculos específicos semeados no solo junto às raízes.

Normalmente, bons resultados têm sido alcançados nas áreas de mineração dos Estados Unidos, com a utilização da Robinia pseudoacacia, leguminosa eficiente na fixação de N2 e especiaimente importante, visto que o nitrogênio é um elemento primário usualmente deficiente nas áreas formadas por solos alterados de mineração (BROWN 1962).

De acordo com BURRIS (1976), o processo de fixação simbiótica do nitrogênio ocorre graças a uma enzima complexa chamada nitrogenase, que reduz o N2 do ar através de várias etapas, combinando- o com o hidrogênio e formando o NH3 que, por sua vez, é combinado com ácidos orgânicos para formar amino-ácidos (KRAMER 1979).

Como conseqüência da formação do folhedo, o nitrogênio é incorporado ao solo. A contribuição de nitrogênio por parte das leguminosas é de importância vital para manter a produtividade do solo por longos períodos e para tornar viável o plantio posterior de outras espécies florestais ou agrícolas.

leguminosas, principalmente para os países tropicais, a Academia Nacional de Ciências dos E.U.A. publicou um livro com o título: Tropical Legumes: Resources for the Future (NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES, 1979).

A bracaatinga - Mimosa scabrella - consta entre as espécies arbóreas potencialmente indicadas para regiões subtropicais, sendo considerada uma espécie de rápido crescimento.

Neste sentido, alguns ensaios vêm sendo conduzidos no Departamento de Silvicultura da ESALQ/USP, com a finalidade de estudar, em condições controladas, o efeito da inoculação do Rhizobium sobre o crescimento e o teor de nitrogênio e dos demais nutrientes contidos nas folhas da bracaatinga.

Os resultados preliminares são expressos nas Tabelas 7 e 8. Verifica-se que as plântulas de bracaatinga com inóculo apresentam maior altura e 40% a mais em relação ao peso seco das folhas, caules e raízes das plântulas adubadas, mas não inoculadas. Por outro lado, experimentos realizados concomitantemente com plântulas de bracaatinga inoculadas com Rhizobium comprovaram que o plantio sem adubação provoca um retardamento muito grande do crescimento inicial. Além disso, não há formação de nódulos de Rhizobium e, conseqüentemente, as plantas não possuem atividade de fixação ou esta se manifesta bem mais tarde, como observado em situações de campo.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Estes dados, apesar de preliminares, são de grande valor por evidenciarem o potencial da espécie leguminosa, Mimosa scabrella, para plantações futuras sobre solos alterados.

Novos estudos, visando a associação da bracaatinga com folhosas e coníferas, bem como estudos com outras essências nativas e exóticas, estão em andamento, objetivando detectar opções viáveis em termos

econômicos e ecológicos para a recuperação do solo alterado pela exploração do xisto.

6. REFERÊNCIAS

BROWN, J.H. Success of tree planting on strip-mined areas in West Virginia. Morgantown, College of Agriculture, Forestry and Home Economics, 1962. 35p.

BURRIS, R.H. Nitrogen fixation. In: BONNER, J. & VARNER, J.E., ed. Plant biochemistry. 3 ed. New York, Academic Press, 1976. p. 887- 908.

FRISCHKNECHT, N.C. & FERGUSON, R.B. Revegetation processed oil shale and coal spoil on semi-arid lands: interim report. EPA-OGDEM, (600/7-79-068): 1-47, fev. 1979.

KRAMER, P.J. Physiology of woody plants. New York, Academic Press, 1979. 811 p.

MOREIRA, H.B. Xisto uma contribuição efetiva para complementar a produção de petróleo. Revista técnica. Instituto de Engenharia do Paraná, Curitiba, (16):1-14, jun. 1979.

NATIONAL ACADEMY OF SCIENCES Tropical legumes: resources for the future. Washington, 1979. 331 p.

POGGIANI, F.; SIMÕES, J.W.; MENDES FILHO, J.M. de A. & MORAIS, A.L. de. Utilização de espécies florestais de rápido crescimento na recuperação de áreas degradadas. IPEF - Série Técnica, 4(2):1-25, 1981.

REITZ, R.; KLEIN, R.M. & REIS, A. Projeto madeira de Santa Catarina: levantamento das espécies florestais nativas com possibilidade de incremento e desenvolvimento. Sellowia, ltajaí, 30(28/30):1-320, mai. 1978.

SAXTON, E.H. SEAM: Rx for mined land. American forests, Washington, 85(12):16-9, dez. 1979.

SIMÕES, J.W. et alii. Adaptabilidade de espécies florestais de rápido crescimento em solo alterado pela exploração do xisto. IPEF, Piracicaba, (16):1-5, 1978.

WALI, M.K. Ecology and coal resource development. New York, Pergamon Press, 1978. v. 2, p. 541-1089.

COMPORTAMENTO DE ESSÊNCIAS FLORESTAIS EM CONDIÇÕES DE ARBORETO EM QUATRO LOCAIS DO ESTADO DO PARANÁ

Paulo Ernani Ramalho Carvalho1 Joaquim Mariano Costa2

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo avaliar preliminarmente o comportamento silvicultural de treze espécies florestais nativas do Estado do Paraná e cinco espécies exóticas, em condições de arboreto, da Cooperativa Agrícola Mourãoense (COAMO), em quatro municípios localizados na região centro-oeste do Estado do Paraná. Os resultados obtidos mostraram que o Eucalyptus viminalis foi, dentre as espécies exóticas, a que apresentou o melhor crescimento, chegando a 26 m2/ha de área basal em Mamburê, 39 meses após o plantio, além de apresentar altos índices de sobrevivência e elevados incrementos anuais em altura e diâmetro. Com relação às espécies nativas, por sua grande resistência a geadas, aparece, como espécie potencial para a região de Campo Mourão, a bracatinga (Mimosa scabrella) que, aos 40 meses após o plantio, apresentou 81,8% de sobrevivência, 3,22 m de altura por ano, 2,67 cm de diâmetro por ano e um incremento volumétrico anual de 31,1 m3/ha ano. O guapuruvu (Schizolobium parahyba) apresentou crescimento diamétrico superior à bracatinga, porém é muito sensível às geadas. Por apresentarem ótima forma e crescimento moderado, merecem utilização em programas de reflorestamento na região, o baguaçú (Talauma ovata), a canafístula (Peltophorum dubium) e a canjarana (Cabralea glaberrima), entre as nativas, e o Eucalyptus saligna e a Grevilea robusta, entre as espécies exóticas.

1. INTRODUÇÃO

A crescente expansão da fronteira agrícola fez com que o desmatamento atingisse níveis críticos na região oeste do Estado do Paraná, fazendo com que fosse despertada a consciência do homem do campo, que sentiu a necessidade de um maior equilíbrio ecológico para que, dessa forma pudesse ter nos efeitos decorrentes, melhores condições de plantio. Uma das formas ecológicas adotadas foi a implantação de florestas e reflorestamentos. Neste sentido, a Cooperativa Agrícola Mourãoense (COAMO) mantém em sua fazenda

1

Engenheiro Florestal, M. Sc., Pesquisador da Unidade Regional de Pesquisa Florestal Centro Sul - URPFCS (PNPF/EMBRAPA/ IBDF).

2

Engenheiro Agrônomo, Gerente da Fazenda Experimental da Cooperativa Mourãoense (COAMO), em Campo Mourão, PR.

experimental, em Campo Mourão, um viveiro de mudas de essências florestais, com mais de 40 espécies destinadas ao cultivo, para serem adquiridas a preço simbólico pelo seu enorme contingente de cooperados.

A fim de que o homem do campo na região pudesse ver a potencialidade de muitas espécies nativas e exóticas, que lhe possibilitassem o plantio, ainda que em pequena escala, a obtenção de mais renda e um melhor aproveitamento de suas terras, a COAMO estabeleceu, na fazenda experimental em Campo Mourão, e nos entrepostos de Engenheiro Beltrão, Fênix e Mamburê, plantios experimentais em condições de arboreto compreendendo as mais importantes espécies exóticas e indígenas que, segundo KLEIN (1964), são recomendadas para a região.

Este trabalho visa apresentar dados preliminares de comportamento de 18 espécies florestais plantadas em quatro arboretos da COAMO, na região de Campo Mourão, a fim de fornecer subsídios técnicos para programas de reflorestamento na região.

2. MATERIAL E MÉTODOS

Os arboretos encontram-se plantados em quatro municípios do Estado do Paraná, localizados no terceiro planalto paranaense, sub- planalto de Campo Mourão, com as seguintes situações geográficas (Tabela 1).

As espécies estudadas, em número de 18, encontram-se relacionadas na Tabela 2.

O tamanho das parcelas, bem como o espaçamento utilizado, foi variável em cada arboreto, mas, para a coleta de dados, foram medidas as parcelas centrais de cada espécie, considerando-se como bordadura uma linha de cada lado.

Os dados dos diferentes arboretos foram comparados, utilizando- se, apenas as médias dos tratamentos. Não foi possível proceder-se à análise estatística conjunta dos arboretos, pelo fato de somente quatro espécies terem sido plantadas nos quatro locais.

Para fins de análise, a sobrevivência foi classificada em alta, média e baixa. Valores iguais ou superiores a 70% correspondem à alta, de 50 a 69, média, e inferiores ou iguais a 49% equivalem à baixa sobrevivência.

Para fins de análise de altura, as espécies foram enquadradas em três categorias de crescimento. As espécies que apresentam incremento médio anual em altura superior a 2,50 m/ano foram classificadas como de índice elevado de crescimento, de 1,00 a 2,49 m/ano, como de índice médio, e inferior a 1,00 m/ano, como de índice baixo de crescimento.

Para fins de análise de diâmetro, as espécies com incremento médio anual superior a 3,0 cm/ano foram classificados como de índice elevado, de 1,5 a 2,9 cm/ano, como de índice médio, e inferior a 1,4 cm/ano, como de índice baixo de crescimento diamétrico.

Para fins de análise de área basal, as espécies com área basal superior a 20,00 m2/ha foram classificadas como de índice alto, de 10,0 a 19,999 m2/ano, como índice médio, e inferior a 10,0 m2/ha, como de ínclice baixo.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO