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Inquérito aos professores – percepção da Educação Visual

3. APLICAÇÃO EM CONTEXTO EDUCATIVO

3.2. Análise de dados

3.2.2 Inquérito aos professores – percepção da Educação Visual

(…) os professores não devem ser considerados meros participantes mas, também, devem ser implicados e valorizados pela liderança, sendo capazes de questionar-se; problematizar o quotidiano escolar; perspetivar a escola e a ação educativa; embarcar em estratégias inovadoras que por si mesmas, já se enformam de princípios e valores que as pessoas partilham (Formosinho J. M., 2000, p. 128).

Neste contexto achou-se pertinente elaborar um inquérito dirigido aos docentes da escola de estágio, embora apenas tenham sido recolhidos cinco inquéritos, correspondentes a 2 respondidos por elementos do sexo masculino e 3 por elementos do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 43 a 53 anos. No decorrer do estágio

Sim, pois as outras disciplinas são muito teóricas enquanto E.V. é mais prática

“Sim, porque nas outras não podemos ter nem um pouco de divertimento (desenhar/pintar/criar, etc….) e nesta podemos.”

“Sim porque E. V. é mais uma disciplina artística do que propriamente de ensino para sabedoria. Todas as disciplinas são diferentes.”

Repensar a Educação Visual, falando de contemporaneidade 67 apenas foi possível obter este número reduzido de respostas, pelo que se teve em conta a sua validade relativa, dado o seu carácter meramente contextual. Não se consideraram isoladamente as variáveis relativas aos descritores, dada a pouca relevância que esta informação acrescentaria, considerando um universo tão reduzido. A análise recorre à quantificação das cinco respostas de cada professor, sem apresentação de gráficos, mas através da caracterização interpretativa a essas respostas.

MOMENTO 071 - Percepção dos professores sobre a disciplina

O inquérito72 aos professores foi subdividido por três grupos, num total de 8 questões, das quais foram consideradas apenas as seguintes:

GRUPO 2 (Questão 2.3.2.) A carga horária da E.V. é suficiente para que os alunos possam desenvolver as competências previstas pelo Ministério? Justifique a sua posição…

As respostas elaboradas por quatro dos cinco professores foram totalmente diversas. Assim, dois dos inquiridos consideram que as horas semanais de E.V. são escassas e apontam para o seguinte facto:

“ Não. São escassos os 90m ou 90+45m. Não dá de modo algum para desenvolver trabalhos mais complexos e interessantes.”

Um dos professores acrescenta que a necessidade de maior carga horária de E.V. está mais diretamente dependente do tipo de alunos em causa do que pertinências curriculares.

Uma outra resposta inesperada num universo tão reduzido teve a ver com o reconhecimento de que as horas semanais de E.V não são suficientes, apontando a falta de consideração estratégica que o M.E. tem sobre a disciplina. Refere:

“Não. É algo muito confuso por parte do M.E., no que concerne aos objetivos metas e competências há uma desvalorização da E.V.”

Outra resposta aponta para a desadequação disciplinar existente, e como tal, considera que apesar da sobrecarga semanal excessiva de uma forma geral, esta pode não determinar diretamente o número de horas a considerar para a E.V., remetendo mesmo a questão para uma eventual necessidade de revisão curricular no ensino básico:

“Considero o horário dos alunos sobrecarregado e excessivamente compartimentado em disciplinas. Considero que E.V. integra a componente artística e é nesse conjunto disciplinar que a carga horária deve ser perspetivado como adequado.”

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De acordo com diagrama 1, p.47

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Repensar a Educação Visual, falando de contemporaneidade 68 GRUPO 2 – (Questão 2.3.3.) Considera que existe uma aparente desvalorização pela comunidade educativa em geral, quanto à disciplina de Educação Visual? Se sim, quais os motivos que aponta para esse facto?

Em resposta à questão, três dos professores, apontaram razões para a desvalorização da disciplina que podem ser enquadradas simultaneamente em fatores educacionais e culturais. Veja -se por exemplo:

“Não é aparente, é real. Se não tens jeito para o desenho, deixa lá é normal. Se não sabes matemática é burro.”

“Sim. Pelas razões apontadas em 2.3.2, por insensibilidade cultural, por atraso histórico, por pouco investimento em, entre outras, económicas diferentes das projetadas e desenvolvidas na era e após era da revolução industrial. Por exemplo, valorização das indústrias culturais e criativas.”

“Acho que sim. E.V. é uma disciplina do saber a que todos os alunos devem ter acesso.”

Um outro professor não considera a disciplina desvalorizada face a outras áreas curriculares, pois prende-se com o “estatuto da disciplina”:

“Não concordo que haja desvalorização. Cada disciplina tem um estatuto próprio sendo incorreto pretender equipara-los ou mesmo compara-las.”

Finalmente, um dos professores considera que não existe desvalorização, sem qualquer justificação para esse facto.

GRUPO 3 – (Questão 3.1.2.) A educação artística pode mobilizar saberes científicos culturais decisivos na aprendizagem e capacitação dos mais novos para a criatividade e imaginação no sentido de os transportar futuramente para vontades mais autónomas e empreendedoras. Concorda com esta afirmação? Justifique a sua posição.

A última questão dirigida aos professores, estava mais relacionada com o foco da investigação propriamente dito. Pressupunha a sua análise numa perspetiva não meramente posicional da disciplina, mas mais conceptual e enquadrada com a atualidade dos factos.

Um dos professores não respondeu à questão e outro concorda com a importância de E.V. enquanto pertinência de formação dos mais novos sem justificar a opinião.

Já no que diz respeito a respostas mais propícias a averiguação, apontam propósitos culturais, educacionais e até económicos para considerarem as pertinências da disciplina:

Repensar a Educação Visual, falando de contemporaneidade 69

“Totalmente de acordo. Justifico com o que afirmei anteriormente do qual destaco as vertentes da educação para a cidadania e novas fontes de rendimentos e industrialização.”

“Sim, porque é uma parte do conhecimento global e interliga-se com todos os aspetos do saber”.

Por último, um dos professores afirma que tais pertinências não são específicas da E.V. mas também de outras áreas do conhecimento:

“Não necessariamente, pois a autonomia e o empreendedorismo podem ser desenvolvido com recurso a outras áreas da educação.”

3.2.3 Análise aos inquéritos dos alunos – Literacia Visual

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