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Capítulo III -Metodologia e procedimentos

3.5. Inquérito final em Português (L1)

Uma vez mais sentimos a necessidade, durante o mês de junho, no final do período de estágio na Escola Secundária Aurélia de Sousa, de dirigir um inquérito aos alunos da turma de Português envolvida no projeto, desta vez, com o objetivo de avaliar o projeto de investigação desenvolvido e, concomitantemente, obter informações e resultados acerca do processo que levamos a cabo com a turma no âmbito deste estudo.

Uma vez mais, elaborado segundo os princípios de clareza, simplicidade e anonimato, o questionário de avaliação17 continha catorze perguntas, das quais sete eram de resposta fechada e quatro de resposta aberta. Por último, o questionário diagnóstico compreendia também três perguntas de resposta semiaberta, que davam oportunidade aos inquiridos de escolher uma de entre as alternativas propostas, e justificar, por palavras próprias a sua escolha.

O inquérito foi aplicado à turma E do oitavo ano, presencialmente, no dia 8 de junho de 2011, no decorrer de uma aula da orientadora de estágio. Respondeu a este inquérito a totalidade dos alunos da turma, a saber, vinte e seis alunos.

Convém explicar que este questionário era composto por duas partes. A primeira continha dez perguntas e todos os alunos estavam aptos a responder. Numa segunda parte, que era constituída por quatro perguntas, apenas respondiam os alunos que participaram no concurso “Camões um poeta genial”, uma vez que, sendo este um

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inquérito final com cariz avaliativo, pretendíamos que os participantes opinassem acerca de todo o projeto que levámos a cabo.

Através das perguntas da primeira parte do questionário, tentámos obter informações que nos levassem a concluir se, utilizando o blogue como estratégia educativa, os alunos conseguiam aprender mais do que os restantes colegas e de forma mais efetiva.

A utilização do blogue como estratégia pedagógica resultou positivamente, a nosso ver, pois os alunos que participaram no concurso conseguiram acertar num maior número de respostas e demonstraram possuir mais conhecimentos do que os restantes, mesmo em assuntos não lecionados, mas relacionados com o poeta Luís de Camões.

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3.5.1. Resultados obtidos em L1

Após aplicação do questionário, na turma de Português, obtivemos os seguintes resultados, que iremos analisar em seguida. Para tal apresentamos um gráfico.

Gráfico 7 - Média de respostas corretas

Efetivamente é fácil constatar que a utilização do blogue enquanto estratégia educativa teve resultados positivos nos alunos que participaram no concurso, uma vez que a média de respostas certas às questões apresentadas é superior à dos alunos que não participaram no concurso de blogues sobre Camões. Vejamos os resultados obtidos em cada uma das perguntas.

0 1 2 3 4 5 6 7 Títulos que associavam Composiçoes poéticas que associavam Nome completo Data de Nascimento

Data de Óbito Ano de publicação dos Lusíadas M é d ia d e r e sp o stas c o rr e tas

Importância da participação no blogue em L1

PARTICIPARAM NÃO PARTICIPARAM

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Foi apresentada aos alunos uma lista com vinte títulos de composições poéticas de vários autores e que incluía onze de Camões. A média de títulos que foram associados ao nosso vate foi de 6,6 para os alunos que participaram no concurso e 4,5 para os que não participaram.

À pergunta sobre que tipo de composições poéticas, a saber, epopeia, sonetos, redondilhas, canções, poemas soltos e quadras, associavam a Camões, a média de respostas corretas foi de 2,1 para os alunos que participaram, contra 1,8 dos que não participaram.

Também quando se perguntou o nome completo de Luís de Camões, houve alunos, dentre os que não tinham participado no concurso, que não conseguiram identificar o nome completo do poeta.

Quanto à data de nascimento, 80% dos alunos participantes conseguiram identificar a data de nascimento do poeta, enquanto apenas 56,25% dos alunos que não participaram no concurso é que conseguiram identificar a mesma data.

Porém, quando inquiridos sobre a data de óbito do poeta, apenas 30% dos discentes participantes é que conseguiram responder corretamente, contrastivamente com os 31,25% de respostas certas dos alunos que não participaram no concurso.

Assim, podemos concluir que, das seis perguntas sobre Luís de Camões apresentadas a toda a turma, quatro delas obtiveram melhores resultados da parte dos alunos que participaram no concurso, sendo que, em apenas duas perguntas, a saber, data de óbito de Camões e ano de publicação de “Os Lusíadas”, a taxa de resposta correta foi superior nos alunos que não participaram no concurso e não construíram, portanto, um blogue sobre Camões.

Tal como indicámos no capítulo 3.5 desta investigação, o inquérito aplicado à turma de Português era composto por duas partes, a primeira de caráter geral em que todos os alunos respondiam a perguntas sobre Luís de Camões, e uma segunda parte apenas para os alunos que tinham participado no blogue.

Nesta segunda parte, pretendíamos que os alunos falassem da experiência da participação no concurso, se consideravam que tinham aprendido mais sobre Camões, para além dos conteúdos lecionados, com as pesquisas realizadas e o que mais e menos

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tinham gostado neste projeto. Nas primeiras duas questões, pedia-se também aos inquiridos que justificassem as suas respostas por palavras próprias. Por último, questionámos ainda sobre o que fariam de diferente se começasse naquele dia o projeto. Estas perguntas eram abertas, ou seja, os alunos poderiam responder livremente o que pretendessem.

Questionados sobre terem gostado de participar no concurso, 90% dos inquiridos, ou seja nove alunos, respondeu afirmativamente e apenas um aluno mencionou que não gostou. Quando pedida a justificação, o aluno que respondeu de forma negativa afirmou: “A meio da construção do blogue fiquei desinteressado”. Os restantes deram respostas como, “foi um projeto interessante e inovador”, “Gostei, porque pude aprender coisas novas sobre Luís de Camões e o trabalho em grupo foi importante”, “Gostei, pois abriu-me novas portas sobre o grande poeta que foi Camões”. Por outro lado, quando questionados sobre se consideravam que tinham aprendido mais sobre Camões com as pesquisas efetuadas durante a construção do blogue, a totalidade dos alunos respondeu afirmativamente, tendo dado as seguintes justificações, que passamos a transcrever: “ porque conhece melhor as suas obras e mesmo sobre o poeta”, “eu não gostava muito de poesia e passei a adorar”, “Porque não conhecia muitos poemas, nem sabia muitas coisas sobre a sua vida”, “Porque através da biografia passei a conhecer mais sobre o seu dia-a-dia”, “Fiquei a saber um pouco mais sobre Camões”.

Como pretendíamos também saber o que mais agradou e desagradou aos alunos neste projeto, perguntámos, através de pergunta aberta, quais os aspetos que realçavam positiva e negativamente. Obtivemos as seguintes respostas: “ Gostei das pesquisas e dos conhecimentos que adquiri”, “Adorei os sonetos e detestei alguns poemas demasiados deprimentes”, “Gostei de trabalhar com as minhas colegas e de aprender mais coisas sobre o poeta”, “Gostei dos poemas e não gostei da parte técnica”, “Gostei de conhecer o poeta e não gostei de ter de escrever textos sobre o poeta”, “o que mais gostei foi o tema, o que menos gostei foi o tempo para o realizar”, “ gostei de editar o blogue para ficar mais criativo”, “Gostei de escrever os poemas acerca de Camões e não gostei de escolher os templates”, “o que mais gostei de aprender foi a trabalhar com os blogues”, “o que mais gostei foi aprender a fazer um blogue e tudo o que tinha que ver com o blogue, o que menos gostei foi o pouco tempo que tivemos”.

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Por último para a pergunta sobre o que fariam de diferente no projeto, obtivemos algumas respostas, como as que passamos a transcrever: “ Nada de diferente”, “eu escrevia poemas da minha autoria em homenagem a Luís de Camões”, “Faria mais trabalhos”, “ Teria escolhido outra equipa e teria dividido melhor o trabalho”, “ faria mais textos para o blogue”, “tentava ter mais tempo para o blogue”, “ acho que não faria nada de diferente”, “organizava melhor o meu blogue”.

Assim, conseguimos concluir que, a nível geral, o projeto foi do agrado dos alunos envolvidos. Pelas respostas obtidas no segundo grupo do inquérito, conseguimos também saber que a maioria sente que aprendeu mais sobre o poeta Luís de Camões.

Quanto a aspetos que alterariam, a maioria mencionou aspetos relativos à dinâmica de grupo e divisão de tarefas. Consideramos, desta feita, que a nível de aprendizagens, e pelos aspetos já mencionados e ilustrados no gráfico, os alunos tiveram mais e melhores aprendizagens com a criação de blogues. Foi utilizado o blogue, neste caso, como estratégia pedagógica, tendo os resultados sido positivos, a nosso ver.

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