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A INSERÇÃO DO BALÉ NA ESCOLA FORMAL: ESPECULAÇÕES ACERCA DE UMA CONJUNTURA SÓCIO-CULTURAL E ECONÔMICA

4 DANÇA E SETOR PRIVADO: TENDENCIALIDADE OU INTENCIONALIDADE?

4.1 A INSERÇÃO DO BALÉ NA ESCOLA FORMAL: ESPECULAÇÕES ACERCA DE UMA CONJUNTURA SÓCIO-CULTURAL E ECONÔMICA

Refletir diante do fenômeno das parcerias feitas pelas escolas numa conjuntura sociocultural no intuito de indagar nesse procsso de globalização as desvantagenns de acordo com o processo de aprendizagem de dança atrelado a uma parceria com escolas de balé.

Mesmo sabendo que essas formas de parceria são ferramentas do mundo contemporâneo, globalizado, onde empresas privadas se associam a outras empresas no intuito de gerar um baixo custo e mão de obra alugada, que geralmente geram para ambas as empresas, do ponto de vista dos negócios para ser muito bom, mas nesse caso especialmente estamos analisando sobre esse tipo de configuração no que tange o ensino aprendizagem do aluno em dança.

O Projeto Político Pedagógico envolve uma construção coletiva de conhecimentos, pois deve ser construido de forma participativa e é o plano global da instituição onde se define o tipo de ação educativa a ser realizada. É um instrumento teórico-metodológico para a intervenção e mudança da realidade, um elemento de organização e integração da atividade prática da instituição no processo de transformação do aluno, sendo uma metodologia de trabalho que possibilita resignificar a ação de todos os agentes da escola.

Em se tratando dos casos onde as escolas fazem parcerias com escolas de balé essas disciplinas ficam desclocadas, o acompanhamento pela escola é falho, não há conexão sistemática entre a escola e a academia de balé.

O que foi aobservado é que escola e academia não articulam seus conteúdos, não aproxima os conteúdos estudados as disciplinas com a prática da dança que no caso sendo a prática de dança p balé torna-se mais difícil essa articulação.

Embora diferentes entre si, as escolas privadas possuem algumas características que as unificam: todas precisam dos recursos financeiros advindos principalmente das mensalidades dos alunos para viabilizar seus objetivos institucionais e, numa visão funcionalista, pode-se afirmar que cumprem uma função social ao garantir os princípios da liberdade de escolha, próprio de uma sociedade capitalista.

Sabe-se que as parcerias são estratégias de mercado, onde as empresas contratam outras empresas específicas para realizar trabalhos secundários, para enxugarem o quadro de empregados dimunuindo assim os custos benefícios. Porém é necessário refletir sobre essa prática quando o assunto é educação.

Apresentar uma breve discussão sobre as parcerias no que tange a aprendizagem de dança nas escolas privadas, sem contudo aprofundar a questão de mercado, que envolve contratação de professores que dribla a legislação de amparo ao tarbalhador, assim como outras questões, entre profesor e empresa mesmo sabendo que nada está separado, não é o foco da pesquisa. Empresa que acena para emergência de um novo paradigama, no qual o professor passa de um trabalhador assalariado para um profissional liberal.

Segundo Giosa46 (1993), o processo de parcerias é algo novo no mundo dos negócios mas vêem crescendo a passos longos e as empresas acenam para a emergência de um novo paradigma. Empresas que necessitam de alta produção com custo reduzido, buscam no processo de parceira, maior rapidez e melhor eficiência na aquisição do produto final. Porém será que ao se tratar de educação que envolve processo, tempo, relações entre sos sujeitos implicados podemos utilizar estratégias do mundo empresarial, que para ter êxito na concorrência no mercado deve maximizar os recursos de parcerias, para oferecer um maior número de atividades possívies na escola?

Percebe-se que as estratégias de parcerias saem do mundo empresarial e entram no universo educacional e ganham diversos formatos. A contratação de serviços é uma prática que já tem se instaurado nas escolas particulares: segurança, limpeza informática, transporte, tecnologias educacionais, a questão a que aqui perpassa é a aquisição de um método de aprendizagem de dança.

No Brasil, a subcontratação e a terceirização no segmento educacional constituem-se em práticas com sustentação legal sempre que se restrinjam às chamadas atividades-meio, isto é, atividades não essenciais à missão da empresa (limpeza, segurança, jardinagem, assessoria jurídica, entre outros), sendo proibida a terceirização das chamadas atividades-fim, isto é, o próprio ato de ensinar.

Partindo desse pensamento a educação em dança então poderia não estar sendo tratada como uma disciplina de comprometimento da escola, na medida em que não faz parte da sua grade curricular e por estar sendo inserida sob a forma de parcerias.

Será que as escolas estão colocando o aprendizado de dança como atividades extra curriculares que de acordo com Marques (2003), pode-se indagar se ainda prepondera a ideia de que “[...] a dança na escola ‘é bom para relaxar’, ‘para soltar as emoções’, ‘expressa-se espontaneamente’ [...] ou seja, a dança torna-se um ótimo recurso para ‘se esquecer dos

problemas’” (p. 23) e não como disciplina no sistema de ensino como área de produção de conhecimento.

As escolas do setor privado buscam em seu currículo uma formação na qual o aluno possa estar pronto para prestar vestibulares, desempenhando um bom papel e com grandes chances de ingressar nas universidades, ao tempo em que buscam oferecer uma maior oferta de cursos no turno oposto das aulas no intuito de promover cada vez melhores condições para a aprendizagem do aluno, porém deveria ser analisado a separação de algumas disciplinas da grade formal de estudo. Pensando neste processo como um todo, pode-se perceber que se a dança já não faz parte do currículo formal diante dessa nova conjuntura, poderá distanciar-se mais ainda do currículo formal, estando vinculada a uma academia de balé.

O processo de parcerias na visão das escolas que a praticam, pode ser lucrativo, pode diminuir a tomada de decisões e quantidade de responsabilidades no que se refer a dança, porém pode não ser o melhor caminho para a educação em dança principalmente referente a parceria com escolas especializadas no aprendizado do balé para a educação em dança nas