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4. Plano Nacional de Atividades da Inspeção Tributária

4.3 A Inspeção Tributária/AT

Uma das competências da DGCI é a ação de inspeção tributária. De acordo com o PNAIT (Plano Nacional de Atividades da Inspeção Tributária) tem como razão de ser ou Missão, promover o cumprimento das obrigações fiscais, através de medidas de acompanhamento dos factos tributários e da prevenção e controlo da fraude e evasão fiscal, procurando prestar um serviço eficiente no domínio da prevenção, análise e correção, de modo a contribuir para a justiça e equidade fiscal.

Pretendendo ser a IT reconhecida pelos cidadãos e outros organismos da Administração Pública como uma referência em matéria de boas práticas, tem como Visão procurar que a sua atuação seja uma força de mudança da imagem da Administração Fiscal e da importância dos impostos para a vida em sociedade, contribuindo para maximizar o cumprimento voluntário das obrigações fiscais.

A atuação da inspeção tributária tendo como objetivo o combate á fraude e à evasão fiscal, deverá assentar no princípio da iniciativa, cindindo a sua atuação em duas componentes distintas:

Pr eve n tiva Acompanhando a atividade e o cumprimento das obrigações fiscais por parte dos contribuintes procurando persuadi-los ao cumprimento voluntário das obrigações Re p re ssi va Identificando situações de negligência, de evasão ou de fraude fiscal apurando o imposto em falta e agindo punitivamente e criminalmente quando tal se justifique

Para operacionalizar as componentes acima mencionadas, a inspeção tributária procede nos termos do nº1 do art.º. 2º do RCPIT:

• À observação das realidades tributárias;

• À verificação do cumprimento das obrigações fiscais, reconduzida à comprovação da verdade declarativa;

• À ação preventiva, com o objetivo de evitar situações de incumprimento fiscal. Nos termos do nº2 do art.º. 2º do RCPIT, para a concretização dessas competências a inspeção tributária pode atuar de entre outras formas:

• Na confirmação dos elementos declarados pelos sujeitos passivos;

• Indagação dos factos tributários não declarados pelos sujeitos passivos e demais obrigados tributários;

• Prestar informações oficiais em matéria de facto nos processos de reclamação e impugnação judicial dos atos tributários;

• Esclarecer e orientar os sujeitos passivos sobre o cumprimento dos seus deveres; • Realização de estudos individuais, setoriais ou territoriais sobre o comportamento dos sujeitos passivos;

• Realizar perícias ou exames técnicos;

• Informar sobre os pressupostos de facto dos benefícios fiscais que dependem de concessão;

• Promover nos termos da lei o sancionamento das infrações tributárias;

• Cooperar nos termos das convenções ou regulamentos internacionais no âmbito da prevenção e repressão da evasão e fraude;

• Desenvolver quaisquer outras ações de averiguação ou investigação de que a administração tributária seja legalmente incumbida.

No sentido de operacionalizar as competências que lhe são atribuídas a IT goza para o efeito, relativamente aos contribuintes, das seguintes prerrogativas:

• Aceder livremente às instalações e locais onde possam existir elementos relacionados com a sua atividade ou com os demais obrigados fiscais;

• Examinar e visar os seus livros e registos de contabilidade e demais elementos que esclareçam sobre a situação tributária dos sujeitos passivos;

• Aceder e consultar o sistema informático;

• Solicitar a colaboração de outras entidades públicas;

• Utilizar as suas instalações quando for necessário ao exercício da ação inspetiva; • Requisitar documentos dos notários, conservadores e outras entidades oficiais.

A repartição de funções e serviços de inspeção tributária a nível de competência material e territorial é definida pelo artigo 16º do RCPIT.

A estrutura orgânica nuclear da Inspeção Tributária é composta pelos Serviços centrais constituídos por três direções de serviços (DSPCIT, DSIT, DSIFAE) e por vinte e uma Direções de Finanças que são serviços desconcentrados de âmbito regional da DGCI.

Acrescem ainda os serviços de Inspeção Tributária da Região Autónoma da Madeira, cuja competência está atribuída à Direção Regional dos Assuntos Fiscais, nos termos do Decreto Regulamentar nº29-A/2005/M, de 31 de Agosto, conforme o organograma que se segue (figura 5).

Figura 5- Estrutura Orgânica da IT DF FARO DF COIMBRA DF CASTELO BRANCO DF BRAGANÇA DF BRAGA DF BEJA DF AVEIRO DF ANGRA DO HEROÍSMO DSIT DSIFAE DSPCIT SUBDIRETOR GERAL SERVIÇOS DE INSPECÇÃO REGIONAL SERVIÇOS CENTRAIS DF PONTA DELGADA DF LISBOA DF LEIRIA DF HORTA DF GUARDA DF PORTALEGRE DF PORTO DF VISEU DF VILA REAL DF VIANA DO CASTELO DF SETÚBAL DF SANTARÉM

DIRETOR REGIONAL DOS ASSUNTOS FISCAIS DIRECÇÃO REGIONAL DOS ASSUNTOS FISCAIS DIRETOR GERAL

A IT leva a cabo a sua ação territorialmente (alínea c do nº1 do art. 16º do RCPIT) mediante a realização de procedimentos inspetivos (ordens de serviço e despachos) que são classificados relativamente aos seus fins em procedimentos de comprovação e verificação, visando a confirmação do cumprimento das obrigações dos sujeitos passivos, ou procedimentos de informação, observando o cumprimento dos deveres legais de informação ou de parecer dos quais a inspeção tributária seja legalmente incumbida (art. 12º do RCPIT).

Quanto ao lugar de realização, o procedimento pode ser interno quando os atos de inspeção são efetuados exclusivamente nos serviços da administração tributária ou, externos quando praticados total ou parcialmente, em instalações ou dependências dos sujeitos passivos ou demais obrigados tributários (art. 13º do RCPIT).

Quanto ao seu âmbito de extensão (art.14º do RCPIT) o procedimento de inspeção pode ser geral ou polivalente, quando tiver por objeto a situação tributária global dos sujeitos passivos ou dos demais obrigados tributários ou, parcial ou univalente algum ou alguns tributos ou algum ou alguns deveres do sujeito passivo.

Nos termos do art. 23º do RCPIT, sem prejuízo da possibilidade de realização de outras ações de inspeção, a atuação da inspeção tributária obedece ao Plano Nacional de Atividades da Inspeção Tributária (PNAIT).