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ACÇÃO INSPECTIVA SOBRE O CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES ENTRE MULHERES E HOMENS NO TRABALHO, NO EMPREGO E NA

Prioridade 4 Igualdade de Oportunidades M/H

6. ACÇÃO INSPECTIVA SOBRE O CUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO DA IGUALDADE DE OPORTUNIDADES ENTRE MULHERES E HOMENS NO TRABALHO, NO EMPREGO E NA

FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Compete à ACT a verificação do cumprimento das normas que regulam a igualdade no trabalho e no acesso ao emprego, nomeadamente das disposições legais constantes do Código

do Trabalho e sua Regulamentação, que aplicam o princípio da igualdade de tratamento entre as pessoas e estabelecem um quadro jurídico para o combate à discriminação.

Neste domínio, as acções de controlo e de fiscalização resultam, por um lado, de uma acção pró-activa, de carácter essencialmente preventivo, definida no Plano de Acção Inspectiva da ACT, e, por outro lado, de uma acção reactiva, resultante de queixas apresentadas.

A acção inspectiva é exercida com a finalidade de promover a melhoria das condições de trabalho, assegurando o cumprimento das disposições integradas no seu âmbito de competência. No decurso da actividade inspectiva, são prestadas informações, conselhos técnicos ou recomendações a entidades empregadoras e trabalhadores/as.

No ano de 2009, foram realizadas 3.894 visitas inspectivas de verificação das condições de igualdade e não discriminação (incluindo, neste número total, 328 visitas em matéria de protecção da parentalidade), sendo 260 visitas realizadas no âmbito da discriminação em função do género.

Em resultado da actividade inspectiva desenvolvida durante o ano de 2009, os serviços desconcentrados da ACT, a nível nacional, procederam ao levantamento de 109 autos de notícia nesse período, por motivo de infracções praticadas pelas entidades empregadoras relativas à proibição do gozo dos direitos de parentalidade por parte de trabalhadores/as. Às referidas infracções laborais, correspondeu a aplicação de coimas, em função do volume de negócios das empresas e do grau de culpa, cujo montante mínimo totalizou o valor de € 213 822,00 e cujo montante máximo totalizou o valor de € 613.455,00.

Neste âmbito, no período considerado, os serviços desconcentrados da ACT procederam ao levantamento de 6 autos de notícia, por motivo de infracções verificadas em matéria de direito à igualdade no acesso ao emprego e no trabalho, a que correspondeu a aplicação de coimas com montantes mínimo de € 36.780,00 e máximo de € 113.160,00.

Por motivo de situações de assédio no trabalho, com o objectivo ou o efeito de afectar a dignidade da pessoa ou criar um ambiente intimidatório, hostil ou desestabilizador, foram levantados 13 autos de notícia, aos quais correspondeu a aplicação de coimas cujos montantes mínimo e máximo totalizaram, respectivamente, os valores de € 53.778,00 e € 151.221,00.

Em matéria de discriminação e direito à igualdade de condições de trabalho, foram identificadas 18 situações irregulares que foram objecto de procedimento coercivo, mediante aplicação de coimas de valores compreendidos entre € 99.204,00 e € 303.000,00.

Por motivo de infracções ao dever de afixação, na empresa, da informação relativa aos direitos e deveres de trabalhadores e trabalhadoras em matéria de igualdade e não discriminação, os serviços da ACT procederam ao levantamento de 72 autos de notícia, a que

correspondeu a aplicação de coimas com montantes mínimo de € 24.060,00 e máximo de € 46.074,00.

Adicionalmente, no âmbito da protecção da maternidade e da paternidade, foram objecto de procedimento coercivo 16 situações irregulares a que correspondeu a aplicação de coimas de montantes compreendidos entre € 15.996,00 e € 33.932,00.

6.1. Critérios observados na escolha das acções de controlo e de inspecção

De acordo com os referenciais de acção inspectiva da ACT para o período compreendido entre 2008 e 2010, são domínios de intervenção principais da actividade inspectiva as matérias susceptíveis de gerar uma efectiva mais valia reguladora, aos seguintes níveis:

a) redução dos acidentes de trabalho e das doenças profissionais; b) eliminação do trabalho não declarado e irregular;

c) garantias fundamentais associadas ao trabalho digno, com especial relevo para a protecção do salário, da igualdade e não discriminação no trabalho e no emprego e das condições de informação, consulta e diálogo social.

Constituem, entre outros referenciais nacionais que convergiram para a elaboração e execução do Plano Trianual da ACT, o III Plano Nacional para a Igualdade – Cidadania e Género (2007-2010) – III PNI, especialmente, quanto aos seguintes objectivos:

a) execução eficaz do princípio da igualdade de tratamento entre homens e

mulheres no acesso ao emprego, progressão na carreira e acesso a lugares de decisão;

b) reforço dos mecanismos de fiscalização na identificação de casos de discriminação em função do sexo, nomeadamente em sede de negociação colectiva e do conteúdo normativo das convenções colectivas de trabalho;

c) fiscalização das formas de trabalho não declarado e precário irregular;

d) prevenção, combate e denúncia do assédio sexual e moral no local de trabalho.

A igualdade e a prevenção da discriminação no trabalho, no emprego e na formação profissional, a conciliação da actividade profissional com a vida familiar e pessoal são matérias em que se desenvolvem os objectivos da ACT, no eixo do trabalho digno do Plano de Acção Inspectiva de 2008-2010. O programa dirigido à prevenção e controlo da discriminação e condições de trabalho e emprego de grupos vulneráveis de trabalhadores e trabalhadoras inclui uma acção desenvolvida no âmbito da igualdade e não discriminação no trabalho e no emprego em função do género.

No domínio da discriminação em geral, a ACT tem privilegiado uma acção pedagógica de sensibilização, informação e orientação, de forma a que entidades empregadoras, trabalhadores e trabalhadoras tomem conhecimento de direitos e deveres e do modo mais adequado de observar as disposições em matéria de igualdade.

Todavia, a prática de qualquer acto discriminatório consagrado no Código do Trabalho e sua Regulamentação integra a prática de contra-ordenação muito grave, punível com coima, sem prejuízo da eventual responsabilidade civil.

7. ANÁLISE DAS QUEIXAS APRESENTADAS EM MATÉRIAS RELACIONADAS COM A VIOLAÇÃO

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